João Filipe Clemente

Um Malbec Surpreendente, LIVVERÁ!

Muito recentemente tive o privilégio de almoçar com uma pessoa que respeito e admiro muito e ele trouxe junto um amigo do face que não conhecia pessoalmente, o Germán Massera, enólogo de mão cheia com passagem pela Bodega Noemía e Finca Sophenia. Com um perfil naturalista, biodinâmico, orgânico (mesmo não sendo seguidor sou um apreciador) ele apresentou na companhia do amigo Matías Michelini, seu LIVVERÁ (vivas e verás ou vida de verdade?) é uma singela obra prima engarrafada obtida de uvas de três diferentes vinhedos de Gualtalarry co-fermentados,de maceração suave em ovos de cimento, baixa extração e afinado por 12 meses em barricas de carvalho muito (rs) usadas buscando a fruta e elegância.

Deixemos de lado as experiências vividas com algumas bombas tânicas , vinhos super extraídos, alcoólicos e mastigáveis que Livverá malbecalguns adoram, mas que a meu ver não têm nada a ver e não fazem minha cabeça! O bicho aqui é outro, estamos diante de um dos únicos dois produtos (o outro é um Malvasia que não provei) que este jovem projeto – Escala Humana Wines – deste jovem enólogo nos traz e é pura felicidade e prazer. Muita fruta, textura de boca saborosa, fresco, uma riqueza e equilíbrio naturais que nos trazem um sorriso à boca e uma alegria à alma, taninos finos tremendamente elegantes e suculentos, um vinho que fez querer tomar garrafa e não taça! Apenas 13.5% de teor alcoólico, boa acidez e poucas garrafas! Adorei ler no rótulo, “Botella nº1 de Pocas”, genial, mostra bem o espírito da concepção da obra. Parabéns Germán, espero não só provar, mas tomar algumas dessas preciosidades que, por enquanto e ao que saiba, ainda não está no Brasil mas vi que tem por lá na origem por volta dos 80 Reais.

Mais uma gostosa experiência num almoço divino sobre o qual ainda tenho muita coisa a falar, aguardem. Por enquanto a produção aqui no site está baixa, a sobrevivência tem tomado meu tempo (rs), mas tem bastante material engatilhado. Abraço, saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui e, porquê não, na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça a desfrutar com os amigos que se identificarem como leitores. Fui, se der tempo tem mais na semana, se não só após o feriado, vamos ver …

 

Chovendo no Molhado, Marqués de Murrieta!

Falar de Marquês de Murrieta é chover no molhado, o que falar de novo sobre esse produtor que é um dos clássicos de Rioja desde o ano de 1852 e que outros já não tenham falado? Difícil tarefa essa, então vou simplesmente constatar um fato, estamos diante de grandes vinhos e um grande produtor que tem suas exportações sobre a gestão de um amigo que há muito não via, o competente executivo português João Machetta Pereira que conheço desde seus tempos na Graham’s e que tive o enorme prazer de rever recentemente na World Wine Experience de vinhos Ibéricos.

Meus destaques, ficam para três vinhos que se destacaram entre alguns outros de grande qualidade:

murrieta 1

Marqués de Murrieta Reserva 2012 – um clássico Rioja con 20 meses de barrica americana e 12 em garrafa, para só depois chegar ao mercado. Corte tradicional de 89% Tempranillo, 5% Mazuelo, 4% Graciano, 2% Garnacha, é um vinho que encanta, mostra bem a tipicidade da região e possui um preço algo mais acessível, comparando com seus outros rótulos, na casa das 220 pratas.

Marqués de Murrieta Gran Reserva Limited Edition 2009 – Uau, esse eu não conhecia e entrou para minha lista de preferidos de Rioja, grande vinho com apenas 32 mil garrafas produzidas. Corte de 90% Tempranillo, 5% Mazuelo, 3% Garnacha, 2% Graciano com 24 meses de barricas americana sendo engarrafado um ano depois onde permanece por mais 36 meses de garrafa, mostrando um equilíbrio, riqueza e textura de boca cativantes, baita vinho!

Castillo de Ygay Gran Reserva 2005 – a jóia da coroa, para mim, um vinho inebriante em que o rótulo foi desenhado e segue intocado há mais de 100 anos. Só sai em grandes safras, quando o vinho atinge a qualidade exigida o que ocorreu somente em 50 vezes desde 1852! Corte 86% Tempranillo (barrica americana), 14% Mazuelo (barrica francesa), total de 30 meses em barrica, após o blend mais 6 meses de tanque de cimento e 36 meses de garrafa, quando finalmente nos é dado o privilégio de tomá-lo. Verdadeira poesia engarrafada, são este tipo de vinhos que fazem a fama da Rioja tradicional e este 2005 está simplesmente divino. Ótima paleta olfativa e um meio de boca exuberante e complexa, final longo, fino, mostrando taninos muito elegantes mas ainda vendendo saúde, vinho para muitos anos ainda e com enorme capacidade de evolução. Preço na casa dos 800 a 850 Reais (o 2007), para poucos, mas …

Já tinha tido oportunidade de tomar e falar destes vinhos aqui no blog em 2008 e minha opinião segue a mesma, vinhos soberbos e ainda tem o Dalmau que é outro grande vinho, só que num estilo mais moderno e gordo, gosto mais do estilo mais tradicional! rs Como curiosidade, somente o Dalmau em toda a Rioja tem o direito de usar um pouco de Cabernet Sauvignon no corte. Isto se deve porque esse pequeno vinhedo já existia antes da criação da DOC, para todos os outros a Cabernet Sauvignon é proibida.

Essa foi minha primeira parada no World Wine Experience, em breve falo de alguns outros produtores visitados. Bom feriado e sábado estarei na Vino & Sapore aguardando você, venha tomar uma taça de espumante comigo, conhecer a casa, muita coisa interessante! Saúde e kanimambo pela visita.

 

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Vamos Navegar? Show de Viagem!!

Fiz as contas, sete dias navegando num veleiro luxuoso com tudo incluso (exceto bebidas alcóolicas) por lugares paradisíacos na Europa por USD1800 ( a partir “de” sejamos honestos) é uma pechincha, tinha que compartilhar!

Star clippers clipboardTá achando que o tuga aqui pirou? Pirou não, faça as contas. Hotel razoável, 2 modestas refeições por dia, transporte entre os locais, um mínimo de 250 euros por dia o que equivale  a cerca de USD1850,00 ou seja, o veleiro é uma experiência que sai na faixa! Sem contar o Grande Premio de Mônaco, Porto Fino, Sardenha, adorei, mesmo nunca tendo vivido essa experiência e certamente minhas projeções de custos estão bem aquem. É ou não é uma pechincha?? Dá uma olhada aqui abaixo no roteiro e baba, eu já estou todo encharcado!! rs

Do Grand Prix de Mônaco às belas paisagens da costa italiana e
francesa em 7 dias preciosos

Misturar o suave farfalhar das velas ao vento com o ronco de motores no Grand Prix de Mônaco, e percorrer algumas das mais belas ilhas da costa italiana e francesa é a experiência completa sugerida no roteiro exclusivo da Star Clippers, a lendária companhia de veleiros que recria a saga dos áureos tempos da navegação, em veleiros admiráveis.

Neste programa de 7 noites saindo do porto de Cannes, o Royal Clipper, maior da frota, singrará as águas de Montecarlo, no domingo, com uma brecha para se assistir a uma das mais glamourosas etapas da Fórmula 1, o  Grande Prêmio de Mônaco, cujo percurso se dá dentro da cidade, com vistas e cenas espetaculares

Star mônaco

Dali, rumará para Portofino, pequena vila debruçada sobre o mar, visitada por celebridades que vão de Napoleão Bonaparte a Jennifer Lopez, com suas casinhas de fachadas coloridas que se misturam com o azul cristalino do mediterrâneo. Na sequência, a bela Calvi, na Córsega, charmosa cidade que combina história com um porto maravilhoso de onde se descortina praia de extensa faixa de areia

Star portofino

Em seguida, Alghero, na Sardenha, e seu rico centro histórico para visitar palazzos góticos, e desfrutar da atmosfera em piazzas rodeadas de elegantes cafés. Depois, mais encantos da Córsega, em Porto, navegando também pela Reserva Natural de Scandola, com suas incríveis formações rochosas, e finalizando com Porquerolles, principal ilha do conjunto chamado de Iles D’Or, na comuna de Hyères, com trilhas majestosas, muitas delas beirando vinhedos e oliveiras

Star Sardenha

A saída é dia 27 de maio, do Porto de Cannes, local onde o programa chega ao fim, no dia 3 de junho.

É ou não é show? Mais show, visite o site da Star Clippers, uau!! Tinha que compartilhar com os amigos e se alguém for, depois conta tudo aqui, por favor! Kanimambo pela visita, uma ótima semana para todos e falamos mais adiante. Saúde!

 

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Desafio de Blends do Novo Mundo.

Na minha opinião os blends primam pelo equilíbrio e complexidade obtidos através do uso de duas ou mais uvas no sentido de entregar mais que a soma dos produtos, para tanto o conhecimento do enólogo é essencial, o/a cara tem que ser bom! rs É o estilo de vinho que mais me atrai e não é à toa  que alguns dos melhores rótulos do mundo são blends. Supertoscanos, Chateauneuff-du-Pape e Bordeauxs só para citar alguns exemplos, então explorar este estilo de elaboração de vinhos é uma experiência que os seguidores de Baco não podem perder. Montei na Vino & Sapore, dois DESAFIOS:
Neste próximo dia 19 o primeiro deles, um DESAFIO DE BLENDS DO VELHO MUNDO
    Às cegas, após a abertura com espumante Santa Augusta Brut para preparar o palato, provaremos cinco vinhos de cinco diferentes países; EUA, Brasil, Uruguai, Argentina e Chile!
Desafio de blends Abril
    Para somente 12 pessoas, vinhos numa faixa de preços entre R$110 a 170,00 , petiscos, água, pão, café e estacionamento na faixa, tudo por apenas R$130,00 por pessoa. Faça já sua pré reserva e assim que tenhamos o grupo fechado haverá a necessidade de pagamento antecipado para efetivá-la.
    O segundo desafio se dará no dia 24 de Maio, DESAFIO DE BLENDS DO VELHO MUNDO, então já reserva a data, no inicio do próximo mês informo quem serão os desafiantes do embate.
   Não deixe para a última hora, garanta já seu lugar e não deixe de visitar a Vino & Sapore que começou a reformular seu portfolio com muitas novidades chegando ao longo do mês,  de R$40,00 até 500,00, bons vinhos para todos os gostos e bolsos. Muita coisa legal, vem!
    Kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aqui ou por aí nas estradas e esquinas de nossa vinosfera, quem sabe na Vino & Sapore (clique no link no topo da página para ver como chegar.

 

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Grandes Vinhos da Ribera, UAU!!

É meus amigos, o meu amigo Luiz Otavio da Enopira (Piracicaba) veio para São Paulo para montar uma daquelas degustações de cair o queixo. Não é para qualquer um, os vinhos são top, o lugar é top o custo acompanha, não tem jeito. Agora, para quem tenha a disponibilidade, não tem para ninguém, a fina flor da vitivinicultura de Ribera del Duero/Espanha e só sobraram 5 vagas! Veja detalhes abaixo

Degustação de Grandes Vinhos Espanhóis

DO Ribera del Duero

Apresentação: Luiz Otávio Peçanha Local: Restaurante Eau Grand Hyatt Dia: 03 de Maio 19h
Av. Nações Unidas nº 13.301 Itaim Bibi São Paulo / Reservas Enopira: Luiz Otávio- (19) 98204 0406 ou (19) 3424 1583 por mail para luizotavio@uol.com.br .

 VINHOS APRESENTADOS:

  • Alion 2012- R$ 600,00
  • Aalto PS 2011- R$ 1.060,00
  • Valbuena nº 5 2010- R$ 1.400,00
  • Flor de Pingus 2000- 800,00
  • Arzuarga Navarro Gran Reserva 1996- R$ 1.220,00
  • Pago de Carraovejas Cuesta de Las Libres 2005- R$ 1.600,00
  • Pago de Capellanes El Picon 2010- R$ 1.800,00
  • Vega Sicilia Reserva Especial 2016 (1996, 1998 e 2002) – R$ 3.800,00
  • Sastre Pesus 1999- R$ 3.500,00
  • Pingus 1999- R$ 7.000,00

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Após a degustação será servido jantar no restaurante Eau (Hyatt)

Menu 4 tempos:

1 -Entrada- Creme de Espinafre, Língua de boi defumada, Abobrinha e Foie Gras

Vinho: Cava Cossetània Grand Reserva Brut Nature 2007

2 – Peixe- Prejereba confit, Emulsão de Presunto Serrano, Couscous de Limão e Legumes

Vinho: Pezas da Portela Godello Valdeorras 2008

 3 – Prato principal- Filé mignon Angus, Espuma de Batata Doce, Bombom de Couve e Tutano, Molho de vinho do Porto

Vinho: Abadia Retuerta Seleccion Especial Sardon de Duero 2010

 4 – Sobremesa- Mil folhas de Avelã, Sorvete de Baunilha

Vinho: Cossart Gordon Madeira Malmsey 5 Year Old

 PREÇO POR PESSOA: 1.400,00 (Degustação, Jantar e harmonização com vinhos)

Degustação limitada a 17 pessoas, das quais 12 já estão confirmadas restando somente 5 . 

Show, se tivesse essa bufunfa ninguém me seguraria! Uma ótima opção de prova e jantar, recomendo sem sombra de dúvida. Kanimambo pela visita e hoje fiquei “só” na dica, até Sexta tem mais.

Carmignano e Capezzana, a Toscana Desconhecida!

Carmignano DOCG, seu maior representante, a Tenuta di Capezzana com documentos que mencionam a região datados de 804!! Tive contato com a Tenuta di Capezzana no encontro da Mistral de 2009, os famosos Tour Mistral que encantam com tantos produtores de excelência, e adorei, tanto que já tive alguns rótulos na Vino & Sapore inclusive seu gama de entrada Monna Nera que é da hora e um pouco mais acessível. Desta feita fui convidado a participar de uma degustação matinal com a presença de Leone Contini Bonacossi o representante da 5º geração da família. Muitos e ótimos vinhos com alguns rótulos que me entusiasmaram e todos orgânicos desde 2009, exceção feita (creio eu) ao Monna Nera.

Toscana carmignanoCarmignano é uma DOCG desde 1990, localizada a noroeste de Firenze, porém há mais de 12 séculos produz vinho. Foi a primeira região da Toscana a ter a Cabernet Sauvignon homologada dentro de uma DOC ou DOCG sendo que exige (dentro da DOCG) que esta cepa represente um mínimo de 10%. Os vinhos da região exigem um minímo de participação de 50% de Sangiovese e permitem a inclusão de outras uvas como; mínimo de 10 até 20% de Cabernet Sauvignon ou Franc, até 20% de Canaiolo Nero, até 5% de Mammolo e Colorino, até 10% das uvas brancas Malvasia e Trebbiano. Como curiosidade, as primeiras mudas de Cabernet chegadas na região foram importadas do Chateau Lafite Rotschild, Bordeaux. São apenas cerca de 200 hectares e 13 produtores que até 1975 quando obtiveram classificação DOC, estavam sob as normas de Chianti.

Com uma produção estimada em apenas cerca de 500 mil garrafas ano e a primeira safra engarrafada dentro da atual família datada de 1925, a Tenuta di Capezzana produz vinhos brancos e tintos usando tão somente leveduras selvagens. Eis o que tivemos o privilégio de provar:

Capezzana tasting 2

Tenuta di Capezzana Chardonnay 2013 – uma das mais gratas surpresas desta prova. Muito cremoso, baunilha na boca, fruta fresca, incrível frescor para um vinho de 2013 sem madeira. No nariz e na boca dá para jurar que passa em barrica, mas niente!! Delicia e longo na boca, gostei muito.

Trebbiano VDT 2015 – aqui a madeira já aparece, porém sem qualquer agressividade preservando a fruta. Vinhedos de mais de 60 anos, boca mais densa, mineralidade bem aparente, um bom vinho, gosto dessa uva!

Monna Nera 2015 – o vinho entrada deles que conheci há cerca de dois anos e que gostei muito, um blend de Sangiovese, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Canaiolo com apenas 5 meses de barrica, muito equilibrado, fresco, frutado e fácil de se gostar.

Barco Reale di Carmignano (uma DOC) 2012 – um degrau acima e 10 dólares mais caro que o Monna, blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Canaiolo maturado em tanques de inox e passagem por botti (toneis) de 12 mil litros da Slavonia. Notas mais verdes, médio corpo, taninos aveludados, bom mas não me encantou.

Villa di Capezzana Carmignano 2013 – velho conhecido e um vinho alguns degraus acima que me encanta. Encorpado, complexo, blend de Sangiovese e Cabernet Sauvignon que mostra bem o potencial da região. Chegando nos 80 Dólares, já é menos acessível, mas está em linha com vinhos de qualidade similar, para quem tem ($) eu recomendo, um belo vinho que impõe respeito.

Trefiano Carmignano 2010 – Uau! Blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e canaiolo, profundo, grande estrutura, taninos se fazem mais presentes e apresenta uma certa rusticidade de final de boca, porém sem agressividade. Um grande vinho e uma grande opção para quem gosta de vinhos algo mais robustos e pode guardar por mais uns dois ou três anos que esse vinho só vai melhorar na garrafa.

Ghiaie della Furba IGT 2010 – Curto e grosso, vinhaço!! É um IGT porque sai fora das normas estipuladas pela DOCG já que seu blend tem em sua composição 10% de Syrah e não tem Sangiovese. A protagonista qui é a Cabernet Sauvignon (60%) com Merlot (30%) e Syrah. Um show na taça e na boca, um adolescente que evoluirá muito positivamente por mais uma década e fui atrás de alguns exemplares de 2004, achei! rs Enfim gente, vinho que passa 14 meses em barricas francesas mostrando ótima textura, grande volume de boca, rico, frutos negros, alguma especiaria de final de boca, um grande supertoscano e, nessa faixa, com precinho pois seus cerca de 400 pratas é cerca de metade do que alguns de seus principais concorrentes. Babando para provar o 2004!!

Capezzana 804 IGT 2004 – uma jovem criança, 100% Syrah e apenas 300 caixas produzidas. Um grande vinho com um grande preço e acho que abrir por agora é um desperdício. Depois do Ghiaie della Furba e do impacto que ele me causou, difícil avaliar ou comentar qualquer coisa, sorry, fiquei prejudicado! rs

Capezzana tasting 1

Ufa, mais uma bela prova matinal promovida pela Mistral e um encontro deveras especial com este produtor escondido numa Toscana pouco conhecida. Saúde, uma ótima semana e kanimambo pela visita. Hoje tem World Wine Experience Ibérico, depois falo como foi, fui!

 

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Dose Certa da Bicicleta!

Dose certa, da sua sede, do momento, algo que acho todos; comerciantes, restaurantes e consumidores deveríamos praticar mais. Gosto dessa idéia de chegar num restaurante pedir vinho em taça e ter uma garrafinha de 187ml aberta para mim. Me dá mais segurança em vários sentidos; seja de o vinho não estar velho, adulterado ou sequer ser o que foi pedido já que na maioria das vezes já chega na taça! O mesmo vale para a garrafa de 375ml, o que muitas vezes dá para dois que somente querem algo para acompanhar uma refeição o equivalente a duas boas taças. Está certo, sempre se pode pedir a garrafa de 750ml e pedir para levar o que eventualmente tenha sobrado para casa, mas …..

Enfim, recebi da assessoria de imprensa da La Pastina (importador), duas garrafinhas de Dose Certa para provar e avaliar. Ambas da Cono Sur, a famosa linha BICICLETA, vinhos de bom preço e que anos atrás fizeram um auê no mercado com um saborosíssimo Riesling. Desta feita veio um Cabernet Sauvignon de 187ml e um Pinot de 375ml. Eis meus comentários sobre a prova.

Bicicleta Cabernet Sauvignon 187ml – mostrou-se condizente com os vinhos nessabicicleta cab 187ml faixa de preço chilenos (referência de cerca de R$50 a garrafa de 750ml). Muita fruta, taninos macios, algo ligeiro, com um final de boca algo mais doce em virtude da uva proavelmente sobremadura, mas que não afeta o conjunto. Não encanta, porém a principio não se deve esperar isso de um vinho nessa faixa, mas não faz feio e dá conta do recado. Um vinho simples, companhia descompromissada para seu hamburguer ou pizza.

Bicicleta PinotBicicleta Pinot Noir 375ml – Lembra que escrevi acima que não se deve esperar encantamento de um vinho nessa faixa, SURPRISE!! rs Existem diversos níveis de encantamento, pelo menos penso assim, e este é daqueles que encanta o dia a dia e o bolso! Tenho vinhos na adega que não são grandes vinhos, mas são encantadores, me fazem feliz sem ter que gastar muito e este perfaz exatamente esse perfil, eta vinho gostoso de tomar! Bonita cor, típica da casta, muita harmonia entre fruta fresca, taninos suaves e textura aveludada com um final de boca que pede bis! Nada de extrações excessivas de cor e fruta sobremadura que, a meu ver e sei que há controvérsias, nada têm a ver com a tipicidade da Pinot. Leveza sem ser ligeiro, tem sustança, oito imperceptíveis meses de passagem por barrica, foi puro prazer na taça. Não conheço um Pinot tão Pinot (rs) e saboroso como este nessa faixa de preço, parabéns ao produtor, me seduziu e me surpreendeu muito positivamente, tanto que vou querer colocar na minha adega.

Por hoje é só, vinhos bons e baratos na dose certa, boa pedida e queria mais surpresas dessas nessa faixa de preços, porque lá em cima fica fácil! Melhor ainda, como o Didu apontou, os vinhos são orgânicos, o que mostra para outros produtores deste estilo que têm sim como se produzir vinhos deste conceito sem chegar ao mercado com preços nas alturas. Saúde, kanimambo e seguimos nos vendo por aí ou por aqui. Bom fim de semana e vem me visitar na Vino & Sapore, vem!

Ps. Clique nas imagens para ampliar

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Desafiando Preconceitos!

Adoro colocar vinhos ás cegas para quebrar preconceitos e recentemente tive mais uma oportunidade para isso. Uma das coisas que tento passar adiante para todos os que me procuram para falar de vinho é que não existe essa de não gostar de uma determinada cepa. São muito comuns aos aficionados dos caldos de Baco o posicionamento contrário a uma determinada casta, porém as variáveis (terroir, enólogo, safra, método de vinificação, etc.) são tão grandes que dizer que vinho dessa uva não beberei é quase uma heresia! rs Minha visão, você só não encontrou ainda o vinho certo. Óbvio que muito no vinho, como na música, é momento; é como você se sente, é com quem você vai compartilhar, é onde você está e há momentos em que o porto seguro é a melhor escolha. Há, no entanto, também o momento de se aventurar, de mergulhar na busca de coisas e sensações novas, então manter a mente e, neste caso, os sentidos abertos a provar coisa nova e desafiar seus conceitos acho que é sempre um exercício que vale a pena!

Depois de mais de duzentas degustações promovidas nos últimos nove anos, há que puxar pela criatividade para encontrar mais um tema a ser colocado na taça. Desta feita propus à Confraria Brinde à Vida um DESAFIO! Os confrades me diriam que vinhos, regiões ou cepas não gostam e eu colocaria exemplares desses caldos na degustação, porém às cegas. Desafio aceite eis o que os confrades colocaram como seus “desafetos” pessoais: Bordeaux, Chianti, Cabernet Sauvignon, Carmenére e Malbec, sendo que metade dos confrades topam qualquer uva ou terroir na taça! Ou quebrava preconceitos ou quebrava a cara, porém não sou de refutar desafios, então lá fomos nós!

brinde á vida marçoComo sempre abri com um espumante que neste mês foi o Adolfo Lona Rosé, um vinho que dispensa apresentações. A maioria dos confrades este mês teve oportunidade de o conhecer e foi aprovado pela grande maioria, no entanto foge do lugar comum, da coisa mais leve, frutada e, até, algo docinho. Este espumante possui mais corpo e é bastante complexo, muito devido à alta porcentagem de Pinot Noir no corte com Chardonnay. Aí foi tempo de abrir as outras garrafas na ordem em que estão na foto.

Bordeaux – Quem não gostava de Bordeaux amou, melhor vinho da noite para ele! A safra, ausência de madeira e a Merlot como protagonista o derrubou. Eh, eh, 1 x 0 para mim!

Chianti – Quem não gostava de Chianti não degustou, mas também não amou. 0 x 0.

Cabernet Sauvignon – Quem não gostava de Cabernet Sauvignon, segue não gostando! sniff, empatados 1 x 1.

Malbec – Optei pelo Villaggio Grando, elaborado em Mendoza, porém o vinho não vingou estando muito longe do que eu o conheço. Não estava prejudicada, mas … preferi abrir mais um exemplar, desta vez de Cahors, França. Resultado, quem não era muito chegado gostou, oba!! 2 x 1 para mim.

Carmenére – O Falernia Reserva com seus 60% de uvas passificadas (a la amarone) no processo de vinificação, derrubou quem não era chegado em Carmenére para quem este foi o melhor vinho da noite! Eh, eh, mais um ponto para euzinho aqui! rs 3 x 1

Quem toma de tudo, gostou de alguns e não se entusiasmou com outros, mas acho que consegui mexer um pouco com esses preconceitos que alguns criam. Podem achar que 3 x 1 foi uma goleada, mas não foi não porque esse não foi o resultado final. Pois é, teve confrade que torceu o nariz para a maioria e não se empolgou com nenhum dos vinhos apresentados, então gol contra (acontece!) e o resultado final 3 x 2 suado!!! rs  Pena que por uma questão de preço não pude colocar alguns vinhos nesse desafio, mas mesmo tendo saído algo chamuscado do embate, creio que valeu muito o exercício e agora desafio os amigos a fazerem igual exercício em suas confrarias. A diversão é garantida!!

Moral da história, jamais diga que desta fonte não beberei! Saúde, kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos.

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Natural, Ôrganico ou Bio?

Tenho que confessar, entendo é patavina disso! rs Em minha vida, no entanto, tenho por filosofia estar aberto a novas experiências, conhecimentos, então não me nego a conhecer mais a respeito destes conceitos que fazem a felicidade de muitos, sejam eles consumidores ou produtores. Me parece óbvio que se algo for bom, bem feito e me agrade, melhor se ele for o mais natural possível, até porque certamente entregará um sabor mais autêntico refletindo seu terroir de forma mais verdadeira. Por outro lado, não acredito em xiitas (de qualquer origem ou viés), nem tanto ao céu nem tanto à terra, não basta ser natural para ser bom e já provei algumas coisas intragáveis ( para meu gosto) de ícones biodinâmicos! Há produtos naturais que matam, então “só” isso não basta e precisa também ser palatável e fazer sentido econômico para mim, caber no bolso também é importante, ainda mais num país onde o vinho já custa os olhos da cara normalmente. Aí talvez o maior senão para estes produtos e o maior desafio para os produtores, ter uma precificação que permita com que seus produtos e conceitos se popularizem e não se restrinjam a uma elite consumidora de alto poder aquisitivo.

Óbvio que este assunto é deveras polêmico, nada simplista, e traz no seu bojo uma boa dose de controvérsia. Apesar do aparente crescimento de demanda que faz com que alguns poucos focados no setor tenham conseguido sucesso, verdade seja dita que em meus 6 anos de comércio (Vino & Sapore), pouquíssimas foram as vezes que alguém entrou buscando vinhos orgânicos e na maioria das vezes por mera curiosidade. Nos últmos seis meses, talvez umas duas ou três pessoas ! De qualquer forma, um sintoma de que algo começa a mudar no comportamento das pessoas e alguns players se especializaram nisso por crença e/ou comércio, não importa, fazendo nascer aí um nicho de mercado interessante que, parece, começa a crescer. Nunca coloquei um vinho no portfolio porque ele era orgânico ou qualquer outra versão do conceito, como também nunca escolhi um vinho por sua pontuação, escolho porque é bom e seu preço faz sentido para mim e meus clientes! Tendo dito isso, sim descobri que tenho alguns rótulos orgânicos na loja (rs) e a eles darei mais atenção doravante.

Pelo pouco que me debrucei sobre estes vinhos, sinto que os orgânicos (vinhos biológicos na Europa) são os que você menos sente diferença tanto nos aromas como no sabor, o que muda bastante quando os vinhos são os ditos naturais (não é um nomenclatura oficial, pelo que eu conheça) e biodinâmicos. Por outro lado, a lógica me faz crer que as safras são, mais que nunca, um fator importante a considerar no ato da compra pois existe pouco ou nenhum espaço para correção. O amigo Didu, conhecido de muitos em nossa Vinosfera e um grande incentivador do uso das leveduras selvagens no vinho, recentemente me presenteou com uma garrafa de Riesling Itálico, um vinho da Dominío Vicari de produção natural e biodinâmica, ele que é um entusiasta, grande incentivador e promotor destes conceitos mais naturais na alimentação. Óbvio que fiquei deveras curioso, até porque curto muito os vinhos do Matías Michelini (Argentina) que é um verdadeiro druida, explorador, produtor e promotor do biodinamismo como forma de vida, então não demorei muito para abrir não!

Pisa a pé, maceração em tanques de polipropileno, uso de leveduras selvagens, semvicari riesling itálico clarificar, sem filtrar e sem quaisquer aditivos outros. O primeiro impacto tanto visual como aromático deixa bem claro que estamos frente a algo diferente na taça. Como não foi filtrado nem clarificado, mostra-se turvo na taça porém mantém um certo brilho e vivacidade que mostra que é um produto em pleno gozo de sua saúde. Nariz bem frutado com toques sutis de flor de laranjeira e algo mais que não pude precisar! rs Na boca mostrou boa presença de fruta que me levou a pensar em algo de carambola, tem um toque de ervas frescas, talvez casca de limão e, como a Raquel, que também estava presente, lembrou – Kombuchá (não me perguntem como é, isso foi coisa dela! rs) Algo denso meio de boca, demora para se acostumar, curioso no paladar sem muita semelhança a nada, tem que buscar bem lá no fundo da memória e aí sai essa miscelânea de coisas que mencionei! rs Talvez o que mais me tenha chamado a atenção foi sua ótima acidez e equilíbrio final, porém não me parece um vinho que seja de fácil “digestão” pelos menos iniciados no mundo do vinho, não é um vinho fácil de se gostar, requer ter que “pensar” e a maioria não está muito a fins disso quando bebe, ele busca prazer! rs Para quem está no ramo, no entanto, algo a se prestar atenção pois o mercado está em ascenção.

Em Sampa vi que a Lis o comercializa na Saint Vin Saint que tem a enogastronomia “natureba” como seu foco. Creio que anda na casa das 120 pratas, caso alguém esteja interessado em provar um vinho diferente com uma marca de terroir própria e única. Valeu pelo presente Didu, sempre bom buscar novos horizontes e ver novos conceitos tendo me incentivado a estudar um pouco mais sobre o assunto e explorar um pouco mais essa fronteira. Quem sabe me verás na próxima feira da Lis?

Ah, não falei nada sobre o que é a produção Natural, Bio e Orgânica né? Bem, falei do vinho que tomei e minha opinião sobre o tema, já é algo (rs) quanto aos conceitos, pesquisei e não vou repetir aqui o que muitos já falaram. O que me pareceu mais didático e com fundo mais técnico foi este texto do Roberto Rabachino publicado no site As Boas Coisas da Vida, boa leitura para quem quer conhecer um pouco mais. Saúde e kanimambo pela visita, um ótimo fim de semana para todos.

 

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DESAFIO SAFRA 2009

Sei, ainda ontem me cobraram, ando publicando pouco, mas em breve retomo o ritmo, prometo! rs A primeira degustação que estou armando este ano, é um Desafio de Vinhos em que cinco vinhos irão disputar o Melhor da Noite numa degustação às cegas na Vino & Sapore.

Já dizia Alexis Lichine, “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca-rolha. Vinho se conhece mesmo é bebendo! “ Acredito piamente nisso e quem me acompanha sabe que não é de hoje que compartilho do pensamento de Lichine. Serão cinco vinhos dessa safra, de cinco diferentes regiões produtoras sendo colocados à prova a partir das 20 horas do dia 30/03 (Quinta-feira). Vamos ver como esses vinhos evoluíram após seis anos?

01-2017 DESAFIO 2009
Investimento, R$125,00 por pessoa, espumante de boas vindas, queijos e frios, pãozinho, azeite, água, café, estacionamento na faixa, limitado a apenas 12 pessoas das quais metade já reservados. Reservas mediante pagamento, contatos por telefone das 14 às 19h de Terça a Sábado pelo telefone (11) 4612-1433, comentário aqui no post ou por e-mail para vinoesapore@gmail.com . Vai dar mole? Kanimambo, saúde e nos vemos por aí, nos caminhos de Baco,