João Filipe Clemente

Que Vinhos Trazer de Portugal – Meus TOP 60 ou Mais ….

Apesar de um dia já ter feito aqui uma lista, isso nos idos de 2008, de lá para cá muito vinho luso andou por minhas taças. Sigo achando a maioria dos vinhos que listei como boas opções, porém recentemente, pelo Face (inbox) e pessoalmente, alguns amigos me enviaram mensagens pedindo dicas do que comprar em visita a Portugal. Um deles foi ainda mais objetivo; ” João, se você estivesse com o bolso recheado, que vinhos você não deixaria de trazer de Portugal?”, escolha difícil essa e certamente muitos dos que lerão este post terão outras opiniões e dicas, porém, como sempre, me atenho ao que provei!

Portugal FixeParei para pensar e a lista é realmente grande, mas considerando tudo que já tomei de vinhos lusos os que me mais pularam à mente, alguns realmente inesquecíveis, foram os abaixo listados que totalizam algo ao redor dos 60 rótulos. Se não houvesse, amarras financeiras, certamente minha coleção particular teria a grande maioria, se não todos, dos vinhos aqui selecionados apesar das inúmeras outras ótimas opções, porque Portugal é um celeiro de grandes vinhos! Sem contar os vinhos mais acessíveis e também de muita qualidade, que formariam a base da pirâmide de minha adega lusa. Separei por região para ficar mais fácil.

Minho – Vinhos verdes

Soalheiro Reserva Alvarinho, Quinta de Gomariz Grande Escolha, Royal Palmeira Loureiro, Muros de Melgaço Alvarinho, Quinta da Covela Reserva Branco.

Douro

Quinta do Lordello, Crochett, Chryseia, Niepoort Batuta e Redoma, CV de Cristiano Van Zeller, Quinta do Crasto Vinhas Velhas, Casa Ferreirinha Reserva Especial e Quinta da Leda, Quinta do Pessegueiro, Roquette & Cazes, Duas Quintas Reserva, Quinta do Côtto Garrafeira,  Porto Graham´s Tawny 30 anos, Porto Tawny S. Leonardo 20 anos, Portos Tawny Colheita da Andresen (qualquer um veja o post), Dalva Golden White Porto 63, Porto Vintage 2007 da Quinta do Vesuvio, Fonseca ou Graham’s,Secret Spot Moscatel 40 anos Casco VII.

Bairrada

Buçaco  Branco, Luis Pato Vinha Barrosa, Quinta do Ribeirinho Pé Franco, Principal Tinto Grande Reserva.

Dão

Quinta da Pellada Carrossel, Quinta da Pellada Touriga Nacional, Quinta dos Roques Encruzado, Quinta dos Roques Garrrafeira, Quinta Fonte do Ouro Encruzado, Pape, Lagar de Darei Private Selection Branco,  Quinta Mendes Pereira Garrafeira, Quinta das Marias Cuvée tinto ou Garrafeira (ambos tintos), Terras de Tavares Reserva.

Tejo

Quinta da Lagoalva Alfrocheiro,

Lisboa

Quinta do Pinto Estate Collection,  Morgado de Sta. Catherina Arinto, Quinta do Monte D’Oiro, Quinta de Pancas Grande Escolha, DFJ Francos Reserva.

Setubal

Cova da Ursa Chardonnay, Moscatel Roxo Superior da Bacalhôa ou de José Maria da Fonseca,

Alentejo

Marias da Malhadinha, Mouchão Tonel 3-4, Quinta de Santa Vitória Inevitável, Zabunjeiro, Casa Agricola Santana Ramalho Avó Sabica, Solar dos Lobos Grande Escolha, Paulo Laureano Alicante Bouschet, Cortes de Cima Reserva, Farizoa Grande Reserva.

Tem um pouco de tudo por aqui, exceção feita à Madeira onde há poucos que eu não goste!! rs Não são vinhos baratos, a maioria deve andar entre os 20 a 50 Euros por lá dependendo obviamente da safra, com um ou outro mais alto podendo bater a barreira dos 100. Por aqui, bem, por aqui em terras brasilis vale multiplicar por 5 e aplicar a taxa cambio vigente, é … ! Segue um mapa com as regiões vitivínicolas de Portugal, lembrando que o Douro foi a primeira região demarcada do mundo, 1756!!

Boa viagem, boas compras e kanimambo pela visita. Nos encontramos por aí, nas curvas e retas de nossa vinosfera, fui!

Portugal - regioes demarcadas

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Aos Aproveitadores de Plantão!

Hoje, quero só deixar aqui um recado aos que acham que podem levar vantagem em tudo, aos que acham que pegar carona no trabalho dos outros é legal, que enfiaram a ética no saco e, aparentemente jogaram fora, aos oportunistas de plantão. Meus caros, Stop and do the right thingpor favor PAREM de fazer comentários aqui tentando promover seus negócios com links, não vai rolar e automaticamente já o classifico como spam, pronto, lixeira est!

O aviso e, ao mesmo tempo, desabafo se dá devido aos inúmeros comentários recebidos com esse propósito. Só neste carnaval foram quatro, neste ano já deve ter chego a uns dez,haja!! Gente, um deles, mesmo eu não liberando seu comentário, tentou por três vezes, incrível a cara de pau!

Não cobro por links que faço, compartilho o que acho que vale a pena, daquilo que conheço, de amigos e de parceiros, mas se realmente achar que vale a pena divulgar seu site ou loja aqui, por favor me envie mensagem que terei prazer em lhe locar um banner, não é tão caro assim e meus contratos são válidos por seis meses pagos antecipadamente.

Kanimambo saúde e, agora que o Carnaval passou, vamos produzir porque o ano finalmente começou!! rs

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Quando a Imagem vale Por Mil Palavras!

Não vou me estender, porque o título já diz quase tudo! rs Eu adoro camarão na moranga com vinhos rosé e este vinho já andou por aqui em outros momentos com outro prato. Se quiser conhecer mais do Georges Vigouroux Les Temps des Vendanges Rosé de Malbec, basta clicar neste post. Dois pratos bem diferentes, porém o vinho se deu muito bem com ambos, eu gostei. Até com a carne seca na moranga deu samba!

Data venia para exaltar o cozinheiro, esse meu genro to be (Deus sabe quando!! rs) está ficando cada vez melhor e este prato foi executado num fogão a lenha, coisa top!! Pronto, já falei demais! Kanimambo, saúde e nos vemos por aí, menos no samba que esse não é meu forte não!

Camarão na moranga e rosé

Bulldog?

Sim e não é cachorro! O Paxis Buldog Red Blend é um vinho sem passagem por madeira, um tradicional corte duriense com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Mais um dos lançamentos da linha Paxis recém chegada ao mercado pelas mãos da Lusitano Import de meu amigo Fernando.

Paxis Bull 1A paleta olfativa é muito frutada, intensa, chama a taça à boca onde os aromas se confirmam. Fruta madura, toque de alcaçuz (difícil encontrar num vinho apesar das diversas indicações por aí!), boa textura, corpo médio, taninos aveludados, alguma especiaria, bom volume de boca e fiquei com a sensação de boca que o vinho tivesse passado por fermentação carbônica em algum momento de seu processo de vinificação,porém o produtor nega após eu ter ido atrás dessa informação. De qualquer forma, essa foi a minha percepção. Final de boca fresco com uma acidez gostosa que mostra bem sua aptidão gastronômica.

Como disse no post sobre o Paxis Pinot Noir publicado há cerca de uma semana, gosto da filosofia tanto do produtor quanto de seu importador, vinhos de muito boa relação PQP ( Preço x Qualidade x Prazer) e apesar de eu ter curtido mais o Pinot Noir, estamos diante de mais um vinho muito agradável com um perfil mais internacional. Na faixa das 80 pratas, vale o que pedem por ele.

Gente, eu não sou de carnaval, nunca fui e agora menos ainda, mas boa farra para quem for pular e cuidado com os exageros de toda a espécie. É tempo de farrear mas façam-no com responsabilidade, os taxis, metrô e Uber estão aí para garantir mais segurança. Para quem for descansar, aproveitem. Eu estarei aberto na Vino & Sapore neste Sábado e, excepcionalmente, na Segunda e Quarta quem sabe não nos encontramos por lá! Kanimambo pela visita, saúde e até semana que vem, fui!

 

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Mais um Vinho Verde na Taça!

Está difícil me desenvencilhar dos vinhos brancos e lusos assim como das harmonizações! Este foi mais no inicio de Janeiro, mas ainda não tinha compartilhado com os amigos então, lá vai!

O prato é típico de Itanhaém, aqui no litoral sul paulista, onde o mercado de peixe vende esta Tainha recheada com farofa e outros ingredientes que desconheço! rs Que é bom é, disso eu sei e volta e meia peço para meu genro me trazer uma. Foi para o forno e para a mesa sem dor de cabeça, sem sujeira na cozinha, do jeito que eu e minha loira queríamos num Domingo preguiçoso.

Para acompanhar, um vinho verde com certeza, Aromas das Casta, um blend de Alvarinho e Trajadura que sempre me encanta:

Alvarinho – Tem seu berco na região do Minho (vinhos verdes) em especial na sub região de Monção e Melgaço onde atinge seu apogeu! Existe em algumas outras poucas regiões onde um ou outro eventual rótulo poderá se sobressair, porém em nenhuma outra é tão exuberante. Vinho marcado pelo aromas florais (laranjeira, tílias) e sabores que nos remetem a frutos de boa acidez como a grape-fruit e laranja.

Trajadura – em seu berço também no Minho (vinho verdes), no nordeste de Portugal. O seu vinho é usado especialmente em blends, onde agrega aromas cítricos e estrutura. A baixa acidez dessa uva é o maior limitador para a elaboração de vinhos varietais, embora frutado, em boca o vinho costuma ser desequilibrado, com carência de frescor e teor acoólico algo alto para a região. Nos blends com Loureiro e Alvarinho, no entanto, a combinação gera vinhos saborosos e equilbrados.

Harmonização - Verde e Tainha recheada

Aromas das Castas Alvarinho/Trajadura – juntou a características das duas castas para nos deliciar com um conjunto de forte intensidade aromática, equilibrado sem exageros na acidez muito comuns aos vinhos da região (gosto mas tem gente que sofre com isso), final com leve dulçor que casou muito bem com a farofa e peixe, bom volume de boca mas com uma certa leveza, média persistência que deixa  um “Q” de quero mais no palato! Um vinho vibrante, alegre para ser tomado só, com peixes e frutos do mar grelhados e, preferencialmente, com camarão ou lagosta, deve virar uma sinfonia!! rs

A harmonização foi bem, os sabores casaram legal e depois, tomei com a loira né! Tudo de bom, muito bom!!! Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana para todos. Com o calor que anda fazendo (anda faltando equilíbrio lá em cima!! rs) um vinho verde vai muito bem, embarca nessa que a viagem vai ser boa!

Harmonizando Barreado no Tordesilhas

             Já que ando na fase das harmonizações me lembrei desta, publicada há quase sete anos, que foi surpreendente para dizer o mínimo! Saudades daqueles encontros, daquela gente, mas os caminhos que traçamos nem sempre são os que a vida nos permite seguir! Enfim, como de lá para cá muita água, digo vinho (rs), correu por debaixo dessa ponte e muitos dos amigos ainda não eram seguidores deste escriba do vinho, achei por bem compartilhar novamente o post, kanimambo e espero que curtam. Bom fim de semana.

  Sei, era para publicar hoje a matéria sobre o Desafio de Petit Verdot, porém não consegui terminar a tempo (estará aqui Quarta que vem, prometo) e, por outro lado, estava ansioso para compartilhar essa deliciosa experiência com vocês. O papo nasceu em uma degustação e surgiu da paixão da Cris Couto (pena que seu ótimo blog sejabemvinho esteja agora disponível só para assinantes da Folha!) por Barreado, um prato tradicional do litoral paranaense tornado famoso em Morretes.

Para quem não conhece Barreado, eis o que a Wikipédia tem a nos dizer sobre isso: “Sua origem é açoriana de um ritual de 300 anos ainda seguido no preparo do prato. A origem atribuída aos portugueses que vieram para o litoral do Paraná no século XVIII. Os registros antigos indicam a Ilha de Guaraqueçaba como a disseminadora da receita. O tempero do prato seguiu junto com outras manifestações culturais para o continente, entre elas o fandango, dança de tamancos ao som da rabeca. A simplicidade na preparação do prato garantiu que a receita fosse mantida com os mesmos ingredientes e características. Uma das suas características é que mesmo requentado mantém o seu sabor. Durante os dias de festa do fandango, o prato era reaquecido a cada refeição. O sabor não se perde, pois o caldo grosso que se forma é que mantém o sabor da carne.

O prato consiste em uma carne cozida, servida com arroz (nem todos) e farinha de mandioca. O segredo na preparação é o tempo de cozimento na panela de barro – cerca de vinte horas – o suficiente para desfiar toda a carne. Depois de cozida, as fibras da carne se soltam resultando em um caldo grosso e saboroso. Para manter o sabor da carne, é preciso vedar a panela com uma massa de farinha e água, um barro preparado para manter o vapor dentro da panela. Tradicionalmente o prato é acompanhado de frutas: bananas (com banana o gosto se completa) e laranjas. A cachaça de banana pode ser servida como aperitivo. Como entrada ao prato principal, pode ser servido o bolinho de barreado (bolinho frito recheado com banana amassada e a carne do barreado).” quem andar lá para os lados de Morrentes, minha dica é comer o verdadeiro Barreado, não aquele para turistas, no Restaurante Armazém Romanus, um lugar muito agradável que fica no centro da cidade na Rua Visconde do Rio Branco. já faz dois anos que por lá andei, mas acredito que deva manter a forma!

           Em São Paulo, Cris recomendou o Tordesilhas, restaurante muito agradável e aconchegante capitaneado por Ivo Ribeiro e especializado em comida brasileira, para quem não conhece vale a pena colocar o lugar na lista. O Barreado, numa versão mais light (sem arroz e laranja) estava excelente, sem contar a incrível Marinada de Abobrinha Brasileira elaborada com um toque especial de pimenta de cheiro do Pará. Cada um dos convivas foi instigado a trazer consigo um vinho preferencialmente brasileiro que, a seu ver, melhor combinaria com este exótico e pouco conhecido prato. Juntos para esta deliciosa aventura, um grupo de gente há muito envolvida com nossa vinosfera e mundo gastronômico; Cris Couto, a organizadora do encontro, Jeriel da Costa / Álvaro Galvão / Beto Duarte e eu os blogueiros de plantão, Walter Tommasi (editor da revista Freetime, degustador e palestrante) Agilson Gavioli (enófilo experiente e idealizador do “Vamos à Montanha” que está em sua décima-primeira edição e segunda em Campos de Jordão) e o próprio Ivo (Restauranteur).  Dizem os experts e livros, que o ideal seria acompanhar este prato com um tinto de certo volume de boca a taninos médios para encorpados, intensos nos aromas e com um toque de rusticidade, talvez algumas notas herbáceas com bom nível alcoólico e tânico para enxugar a untuosidade e suculência do prato, sendo essa diretriz que a maioria de nós seguiu, porém como há que se experimentar coisas diferentes, o Álvaro se aventurou pela linda Praia do Rosa (litoral catarinense) para nos trazer um Riesling diferenciado elaborado pela Dominio Vicari, eu achei que um Alvarinho português um pouco mais encorpado poderia dar conta do recado e o Walter não resistiu e trouxe um Albariño de Rias Baixas para desafiar meu representante luso. Vejam a lista de vinhos colocados à prova, lembrando que o que estava em jogo aqui não eram os vinhos, mas a Harmonização.

  • Dominio Vicari Riesling 08 – Brasil/ Dominio Vicari
  • Pazo Pondal Rias Baixas Albariño 06 – Espanha/Pazo Pondal – World Wine
  • Muros de Melgaço Alvarinho 2008 – Portugal/Anselmo Mendes – Decanter
  • Terranoble Reserva Pinot Noir 08 – Chile/Terranoble – Decanter
  • Dadivas Pinot Noir – Brasil/Lidio Carraro
  • Barbera d’Asti ” l’Orme” 06 – Itália/Michele Chiarlo – Zahil
  • Pizzato Merlot  Reserva 05 – Brasil/ Pizzato
  • Vallontano Tannat 05 – Brasil/ Vallontano
  • Álem Mar 08 – Brasil/Villagio Grando – Eivin
  • Dom Laurindo Estilo 08 – Brasil/Dom Laurindo
  • Lidio Carraro Merlot Grande Vindima 04 – Brasil/Lidio Carraro

Todos vinhos de boa qualidade que reagiram de forma diferenciada ao Barreado e, importante, à banana da terra. Como já disse, no entanto, não eram os vinhos o foco principal da experiência, então nos concentramos em analisar a harmonização, ou seja, o conjunto da obra dando-lhes uma nota até dez. A soma das notas dadas pela “banca degustadora” resultou na Melhor Harmonização, e na hora apuramos nossos TOP 5.

  1. Barreado e Muros de Melgaço 08, uma harmonização quase perfeita e a preferida  entre cinco dos participantes, sendo que em dois dos casos empatado com outra harmonização. Um vinho branco de maior volume de boca e complexidade com um aporte delicado de madeira e exuberante frescor decorrente da ótima acidez que balanceava a untuosidade do prato fazendo com que, após cada gole,  implorássemos (pelo menos eu) pela próxima garfada,  produzindo aquele fenômeno matemático em que o resultado é muito superior à soma dos dois, mostrando-se um grande companheiro para o Barreado. Pessoalmente, adorei e fica claro que “regras”, na enogastronomia, existem para ser checadas e disputadas pois, como aprendi há muito tempo, por aqui não existem verdades absolutas! O gostoso é quebrar os famosos paradigmas e descobrir novos sabores. Média de 8,44 pontos.
  2. Barreado e Pinot Noir Terranoble 08, uma agradável surpresa. O vinho por si só já é muito bom, porém cresceu muito na harmonização. Bom volume de boca com taninos finos e um final especiado que se deu muito bem com o prato. Foi a preferência de dois dos degustadores, um deles empatado com o Muros de Melgaço, e entre os TOP 5 é o mais barato deles o que faz com que esta harmonização seja a “Best Value” do encontro. Média de 8,06 pontos.
  3. Barreado e Além Mar 08, achava que este vinho ia dar samba e deu. Amostra de barrica em garrafa ainda por ser etiquetada, deve estar no mercado dentro de alguns meses, é um vinho que vai crescer muito por si só, mas já se mostrou muito gastronômico. Muito rico, equilibrado e elegante apesar de ainda um pouco fechado, casou muito bem com o prato. Para mim a melhor opção entre os tintos e um vinho que quando chegar ao mercado deverá dar o que falar. Média de 7,94 pontos.
  4. Barreado e Lidio Carraro Merlot Grande Vindima 04 – com exceção da Cris que não se entusiasmou muito com esta combinação, foi uma harmonização bastante apreciada pelos demais. Equilibrado, corpo médio, taninos aveludados e um leve toque herbáceo que combinou bem com o prato. Uma parelha muito interessante. Média de 7,50 pontos.
  5. Barreado e Pazo  Pondal 06 – uma mostra que bons alvarinhos, oops, Albariño envelhecem bem devido á exuberante acidez e, neste caso, uma boa passagem por madeira. Um ótimo vinho, páreo para o Muros de Melgaço, mas que na harmonização perdeu pontos pois a madeira apareceu demais dando-lhe um certo amargor final. Mesmo assim, o casamento com o prato foi bastante agaradável mostrando  a versatilidade de harmonização desta interessante cepa. Média de 7,19 pontos.

Para o Walter, os dois brancos foram a melhor harmonização, o que demonstra claramente que esta escolha por brancos foi uma agradável surpresa, até porque o Barreado do Tordesilhas não se mostrou um prato assim tão untuoso. Um resultado geral que certamente deixará muitos amigos curiosos e interessados em  conferir estes resultados. Não sei quais destes  vinhos o Ivo tem em sua carta, mas se tiver interesse basta ligar para o Tordesilhas e negociar com ele. Ah, antes do Barreado, não deixe de pedir essa marinada de abobrinha, bom demais da conta sô!

Salute e kanimambo

ps. Imagem de Morretes publicada com autorização de Pertra Viagens.

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Almoço Light, mas Bem Acompanhado!

Há dias de comilança e há dias de recuperação porque ninguém é de ferro! Depois da tempestade vem a bonança, já diz o ditado, então há que se cuidar um pouco do corpo, porque da alma, os xiitas que me perdoem, o vinho trata!! rs

Desta feita, uma torta de camarão com uma bela salada verde com queijo branco fresco e uva. Para acompanhar, um bom branco português, para variar (rs) que fez bonito e mostrou que ás vezes o menos é mais, almoço muito gostoso!

Santos de casa branco com almoço light

Santos de Casa Fazem Milagres Douro Branco 2014, uma grata surpresa ao conhecer uma uva que jamais tinha provado, pelo menos que fosse de meu conhecimento porque pode eventualmente ter composto algum blend já tomado. A Viosinho e a Gouveio (coadjuvantes deste vinho) são duas uvas brancas importantes e bem conhecidas da região duriense, mas da Códega de Larinho nada sabia, nem tinha ouvido falar, sempre aprendendo! Não, não é a mesma uva que a Códega também do Douro, eu também achei porém ao pesquisar fiquei sabendo que são castas diferentes. Pelo que li, é uma casta muito aromática e isto está bem presente já no sacar da rolha.

Como a grande maioria dos brancos do Douro, é um vinho que apresenta mais corpo, uma acidez mais contida porém equilibrada ressaltando um pouco mais a mineralidade da região. Notas cítricas bem presentes (limão, maçã verde), frutos tropicais, gostosa textura, boa persistência, um vinho que me agradou bastante. Acompanhou bem meu almoço, mas o vinho certamente aguentará pratos de maior peso, quiçá polvo à lagareiro (?), e à noite matei o resto da garrafa solita, mas bem acompanhado por minha loira o que, por si só, já é uma baita harmonização! rs

Enfim, mais um branco, mais uma harmonização saborosa, mais uma experiência enogastronomica, ando meio repetitivo não?? rs Quem sabe meu próximo tema não seja um tinto? Até a próxima, saúde e kanimambo pela visita.

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Feijoada e Vinho??

Não é de hoje que volta e meia me perguntam se dá para harmonizar e sim, dá! Não dispenso a caipirinha antes,rs, mas dispenso a cerveja que só serve mesmo (neste caso) para estufar o bucho! Sempre recomendo um de três; espumante nacional seco e de boa acidez com bastante toque cítrico (Santa Augusta Brut é uma boa!), vinho verde branco ou um bom tannat. Salvo alguma boca mais crica, rs, funciona sempre. Certamente haverão outras possíveis harmonizações, porém estas são as que conheço, estas são as que recomendo.

Desta feita coloquei dois vinhos num desafio de harmonização, qual dos dois se dariam melhor com a feijoada, o Tannat da Narbona ou o Alvarinho da região dos vinhos verdes da Quinta da Lixa?

feijoada e vinho - desafio

Puerto Carmelo Tannat 2010, um vinho já bem integrado com cinco/seis anos de garrafa mostrando toda a personalidade da uva no Uruguai, porém já mais aveludado, delicioso solito e se deu muito bem com a untuosidade do prato, sem dúvida uma ótima hamonização.

Morgado da Vila Alvarinho 2015, um vinho muito versátil com uma pegada muito boa pois possui um pouco mais de corpo sem perder a vivacidade e a acidez cortante característica dos vinhos verdes. É essa acidez que nos traz o frescor que sentimos e que ajuda a cortar a untuosidade do prato. Mais uma ótima harmonização e talvez eu me incline um pouco mais para este.

No final, acho que deu um empate, porém meu amigo Dr. Carlos presente ao evento foi especialmente feliz no fator de desempate, o tempo! Quente que nem estava ontem, cerca de 30ºC, o Alvarinho ganhou por um pescoço o que certamente seria revertido num dia frio com a vantagem pendendo para o Tannat. Por outro lado, para quê fazer escolhas? Tome uma taça do branco com o primeiro prato e quando for repetir, troque para o tinto!rs

Experimento legal este que sugiro aos amigos repicar, porque afora a esbórnea enogastronomica, a festa é garantida com os participantes certos, como ontem! Uma ótima semana para todos, saúde, alegria e kanimambo por mais esta visita. Seguimos nos encontrando por aqui com outras dicas e opinões sobre temas vividos com, neste momento, com uma forte influência de harmonização. Tenho tomado bem menos vinhos solo do que acompanhados então este tema ainda vai alimentar este site por um tempinho!

 

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Mais dois Vinhos na Taça, um Duo Luso-Italiano!

Um duo Luso-Argentino de 2010; vigores diferentes, sabores diferentes, patamares de preço diferentes, mas similares no prazer que despertam.

Ruca Malen Petit Verdot Reserva 2010 – Venho ao longo dos tempos verificando os Ruca malen reserva PVbenefícios que um pouco desta cepa bordalesa nos cortes de diversos vinhos consegue fazer por eles. Sempre em pequenos porcentuais, a Petit Verdot aporta cor, sabor e corpo aos vinhos dando-lhes uma riqueza e complexidade que muito me satisfazem. É uma cepa difícil em sua terra natal, Bordeaux, de amadurecimento muito tardio o que muitas vezes faz com que boa parte da colheita se perca tornando seu uso escasso e caro devido à quebra de produtividade. Nos países mais quentes no entanto, esse tempo de amadurecimento se dá de forma mais administrada devido ás condições climáticas. Um exemplo no Velho Mundo são os vinhos espanhóis, região de verões mais quentes e longos, elaborados com ela. Já no Novo Mundo, de condições climáticas mais adequadas, a cepa vem sendo vinificada como varietal com a ocorrência de um fato que já verificamos na vinificação de vinhos Tannat, que é a “amansada” dos vinhos através de micro oxigenação e um período mais adequado de amadurecimento, produzindo rótulos mais harmônicos, menos tânicos enquanto preserva suas características de estrutura  e riqueza de sabores.

No Desafio de Petit Verdot de 2010, a melhor relação Custo x Beneficio foi exatamente este vinho, na época o de safra 2007, que apresentou uma paleta olfativa com forte presença de frutas negras compotadas com um leve toque químico, mostrando-se bastante convidativa. Na boca possui a boa estrutura típica da casta, vigoroso, bom volume de boca, taninos finos ainda presentes, mas sem qualquer agressividade, frutado, equilibrado com uma acidez interessante e gastronômica, tabaco, final saboroso ainda que a madeira tenha aparecido um pouco, aerar por uma meia hora num decanter certamente fará aflorar todo seu potencial. Uvas de dois vinhedos, um de Agrelo e outro do Vale de Uco, com passagem de 12 meses por barrica francesa e americana, certamente um vinho para prazeres à mesa com uma boa carne.

Casa da Passarela Dão, a Descoberta 2010 tinto – A principio relutei, poderia um vinho de entrada de gama deste bom produtor casa da passarela a descoberta tintoainda mostrar vigor após cinco anos de garrafa? Já o conhecia, mas como será que ele teria resistido ao tempo? Bem, bastou apenas um gole para que quaisquer dúvidas minhas se dissipassem ! Três uvas típicas da região; Alfrocheiro, Tinta Roriz, Jaen e Touriga Nacional perfazem o “quarteto fantástico” das uvas do Dão que aqui resultam num tinto bastante aromático com notas de fruta vermelha, terra seca, madeira e um toque floral. Na boca acidez correta e controlada, uma certa rusticidade nos taninos que não ferem porém ainda se mostram bastante presentes se abrindo na taça. Frutado com algumas notas vegetais suaves, especiarias e boa persistência. Mais um vinho que pede comida e nada tem de ligeiro, mostrando personalidade e bom corpo.

Faz tempo que digo que a maior parte dos vinhos portugueses, mesmo os de gama de entrada (quando o produtor é bom!) ganham muito com um tempinho de guarda e mesmo para os mais simples e corriqueiros, três anos é padrão. A estrutura das castas adicionadas à tradicional boa acidez é a razão por trás dessa característica. Quando o produtor tem qualidade e o terroir ajuda, esse tempo cresce um pouco mais e este vinho, na minha opinião, comprova isso.

Esses foram mais dois rótulos que estiveram presentes nos Frutos do Garimpo de 2016 e são vinhos que merecem ser conhecidos ainda dentro do conceito que tanto insisto, da diversidade! Diversidade de países, uvas, estilos, tem tanta coisa boa em nossa vinosfera, por quê se limitar à mesmice? Como já diz o ditado, quem não arrisca não petica, então vamos nos arriscar um pouco mais?

Saúde, kanimambo pela visita e seguimos nos enconrando por aqui ou pelos diversos caminhos de nossa vinosfera.

Só Brancos na Frutos do Garimpo do mês Passado

Confraria Frutos do Garimpo - Logo para e-mailA seleção que consegui fazer para este inicio do Ano Novo, Janeiro, foi especialmente grata de montar porque adoro brancos e porque achados de ótimo preço são sempre um prazer encontrar quando no garimpo! O quente verão, apesar destas última semanas para lá de chuvosas, tem tudo a ver com eles assim como a gastronomia da época que pede alimentos mais leves. Minha opinião sobre estes vinhos segue abaixo.

Rotas do Alentejo Branco 2015 – Do Alto Alentejo sendo composto de Arinto (45%), Antão Vaz e Verdelho que resultam num vinho fresco, seco, com bom final de boca que pede bis. Leve para médio corpo, com rico meio de boca, boa acidez sem agressividade, muito bem equilibrado com um teor imperceptível de 13% de álcool, cítrico com toques de nectarina (ou algo similar). Boa intensidade olfativa em que a fruta fresca dita o tom, mesmo não sendo exuberante é muito convidativa e reflete bem o que está na taça. Na minha opinião um achado, possui densidade de boca sem o peso que costuma caracterizar os brancos de região quente alentejanos. Muito agradável e sedutor, já o tinha comentado aqui. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

VSE Chardonnay Reserva 2014 – um vinho de altitude, menos comum no Chile, de vinhedos a cerca de 900 metros no Vale de Aconcagua nas encostas dos Andes. Só 30% é fermentado em barricas sendo o restante em tanque de inox o que permite que a madeira no vinho seja muito sutil e elegante. Dias quentes e ensolarados, à noite desce uma brisa gelada dos Andes, resultando em boa variação térmica que gera as condições ideais para a maturação da uva e boa acidez. O que mais me seduziu neste vinho é seu equilíbrio, mostrando tudo o que esperamos de um bom chardonnay sem a forte presença de madeira que ofusca a fruta. Aqui os aromas frutais estão bem presentes, na boca mostra a cremosidade típica da uva, frutos tropicais, aquele toque de abacaxi muito bem balanceados pela boa acidez. Boa textura, um vinho que transmite, como a maioria dos vinhos desta seleção, uma percepção de valor superior ao preço de mercado. Um bom Chardonnay com preço idem e na confraria melhor ainda! Preço de Mercado sugerido pela importadora Almeria, R$69,00.

Apaltagua Reserva Sauvignon Blanc 2015 – este e o Pinot Grigio abaixo, são dois achados do ano de 2015, a essência dos vinhos com relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer)! O vale de San Antonio a apenas 30 kms da costa e a sul de Casablanca, solo granítico, recebe toda influência da corrente de Humbolt que vem do oceano transformando a região como uma das melhores no Chile para a produção de brancos aromáticos (ótimos Sauvignon Blanc, Gewurztraminer e Rieasling) e Pinot Noir. Expressivo no nariz com notas cítricas, lima e sutis notas herbáceas nos convidam a levar a taça à boca onde o vinho confirma tudo o que anuncia na paleta olfativa. Os frutos cítricos despontam com um toque mineral de final de boca, muito balanceado, fresco, um vinho que agrada demais, pelo menos a mim e que acompanha muito bem frutos do mar, risoto de aspargos com brie ou só um bom bate-papo torradinhas e queijo de cabra! Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

Apaltagua Reserva Pinot Grigio 2015 – mais que um achado, uma grande surpresa porque nunca tinha tomado um Pinot Grigio chileno e gostei muito. Intensa paleta olfativa com toques florais e frutado. Depois de fermentado em tanques de inox, passa cerca de 3 meses sur lie para intensificar aromas e ganhar um pouco mais de estrutura enquanto preserva seu caráter frutuoso onde apareceu de forma um pouco mais vibrante as notas de maçã verde. Bom frescor, balanceado, com o mesmo final algo mineral do Sauvignon Blanc, porém aqui senti algo de salinidade, interessante e gostaria de ver se você acha isso também. Algo mais dourado na cor, o meio de boca me seduziu, gostosa textura e volume, um belo vinho nessa faixa de preço e assim fecho esta seleção. Preço de mercado sugerido pela importadora GAL em Floripa, R$60,00.

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A Frutos do Garimpo é uma confraria virtual com oportunidades e achados garimpados já com o preço de mercado bem convidativo e que,com a participação do produtor ou importador parceiro, traz aos confrades uma oportunidade de tomar esses vinhos com preços ainda mais convidativos, porém em quantidade limitada, deixando à livre escolha de cada um comprar ou não, sem qualquer obrigatoriedade! Trabalhando na seleção de Fevereiro, que está por sair da peneira, e em breve compartilho com os amigos daqui de Falando de Vinhos, já que os confrades, esses têm prioridade e já até os deverão ter tomado até lá! rs Aliás, os comentários dos confrades e confreiras por aqui são mais que bem-vindos.

Para quem perdeu ou quer mais dos vinhos provados, pesquise no mercado. Sei que na Vino & Sapore (Granja Viana/Cotia/SP) tem algo e no Armazem Conceição em Floripa também, mas certamente outros bons estabelecimentos do ramo os deverão comercializar, uma ideia de preços você já tem! Saúde, kanimambo pela visita e espero seguir vos vendo por aqui ou pelas esquinas de nossa vinosfera. Uma ótima semana para todos!