João Filipe Clemente

Paxis Pinot, Gostei!

É gente, gosto desta “família” de vinhos elaborada pelo produtor português DFJ que tem ampla linha de produtos para tudo o que é preço e gosto assim como de diversas regiões em Portugal. Já mencionei aqui diversos rótulos que me agradam porque apresentam aquela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) que tanto me atrai, ainda mais pelo momento que vivemos, achar bons vinhos a preços decentes versus o monte que encontramos por aí a preços indecentes (não é só vinho não!!) e qualidade nem sempre sequer aceitável! Aliás, vivemos no país dos custos indecentes, impostos indecentes, políticos indecentes e o resultado só podia ser este, mas deixemos isso para lá, afinal é de vinho que trata este site então vou manter o foco neles!! rs

Voltando, rs, chegaram novos rótulos e, obviamente, tive que conferir! Não foi unanimidade, confesso, mas apesar de ter gostado do Bulldog me surpreendi muito positivamente foi mesmo com o Pinot Noir! Em função disso e mesmo falando dos dois, hoje vou me ater a falar deste último deixando o Bulldog para um próximo post semana que vem. O que posso garantir desde já é que o duo vale a pena!

Paxis Pinot e queijoA cor remete um pouco aos pinots “intermediários” sul americanos. Por intermediários me refiro a um meio termo entre os “padrão” mais claro a la borgonha tradicional e os mais extraídos daqui da região. Isso, por si só já nos indica que a probabilidade é a de termos na taça um vinho de média extração, taninos macios mas presentes e isso se comprova na boca. O segundo impacto vem nos aromas com uma intensidade muito boa e sedutora, frutos do bosque bem presentes, um certo frescor que convida a levar a taça à boca. Na boca a fruta é menos exuberante mostrando outras matizes gustativas (falei complicado agora! rs), muito interessantes, complexas em que afora a cereja fresca senti algo de frutos secos também, azeitona preta (influência psicológica??), algum embutido, especiarias bem sutis, boa acidez (a proximidade do mar deve ajudar) gostosa textura de meio de boca e final aveludado compõem um conjunto muito balanceado e rico que me surpreendeu muito positivamente.

Estava próximo do almoço então esquentei umas empanadas e abri um queijo tipo Morbier da Queijo com Sotaque, para testar como o vinho se comportaria com comida, eis minha percepção:paxis pinot e empanadas

  • Queijo – houveram controvérsias, mas eu achei uma combinação ótima com o fungo do meio do queijo fazendo um contra ponto ao vinho, queijo untuoso, macio, intenso, achei muito saboroso.
  • Saltena – a melhor liga em função do tempero intenso da saltena e, talvez, da uva passa presente
  • Empanada integral de mix de cogumelos – achei que ia ser a melhor combinação, mas se mostrou a pior, mesmo não sendo ruim. Talvez para esse teste, devesse esperar uns anos para os sabores terciários aparecerem de forma mais intensa, não sei, talvez tenha faltado algumas notas mais terrosas, algo mais animal para uma liga melhor.

Enfim, um vinho que por oitenta e poucas pratas vale muito a pena em minha opinião, gostei e já me imaginei fazendo um bom prato de strogonoff de filé mignon que a loira prepara com maestria ou até um bacalhau à lagareira! rs Sei que existem outros Pinots lusos por aí, inclusive da Bairrada, mas este foi o primeiro que provei de lá, aguçando minha curiosidade para conhecer outros rótulos. Os amigos comigo se entusiasmaram mais com o Bulldog, mas esse é o grande barato de nossa vinosfera, não só a diversidade de vinhos, uvas e regiões, como a diversidade de sensações, percepções e opiniões de cada um de nós!

Sou fã das uvas autóctones portuguesas que dão uma personalidade diferenciada aos vinhos lusos, mas vinhos como esses mostram que o terroir português ainda pode nos trazer gratas surpresas, podem crer!

Saúde, um bom fim de semana e kanimambo pela visita!

 

Descontos / Promoção – Aproveite, mas Cuidado!

Este é um tema sob o qual já escrevi há alguns anos, mas que segue bem atual. A Mistral em seus catálogos por diversas vezes alertava sobre descontos porcentuais excessivos e decidi usar alguns trechos desses textos deles para iniciar este post.  Parece-me que a época é adequada, o momento das grandes liquidações e promoções chegou, então cautela é essencial.

  • “No mundo do vinho, ainda há pessoas que se deixam levar por ofertas de descontos mirabolantes, imaginando que estão fazendo um grande negócio, e nem olham o preço final do vinho adquirido. São pessoas que acabam comprando desconto, ou seja, dão mais importância ao porcentual do desconto do que ao preço final. Parece incrível, mas é verdade”
  • “É obvio que os descontos estão embutidos nos preços e, grandes descontos, na maioria das vezes, significam preços artificialmente inflados”.
  • “Muitas vezes, apesar do desconto, acabam pagando um preço mais alto por um vinho de qualidade inferior, achando que fizeram um ótimo negócio”.

Concordo com essas colocações da Mistral. A realidade da cultura Brasileira, fruto de anos de inflação alta e desgoverno na economia, geram este efeito, ou, melhor, defeito colateral até entre gente que deveria saber melhor. Afora os casos em que existe uma justificativa clara como queima de estoque antigo, produtos com pouca saída, renovação de linha, encerramento de atividade, etc, não há como acreditar em descontos de 50 ou 70%, como se vê em alguns casos, simplesmente não faz sentido e, no meu caso, só me faz redobrar a atenção (cuidado especial no que se refere a tipo/origem e idade dos vinhos, é essencial). Da mesma forma, ainda hoje, quando se fala em 5% de desconto para um pagamento à vista (cash), as pessoas acham pouco! Ainda não perderam o vicio adquirido depois de tantos anos de uma zorra econômica generalizada e inflação nas alturas que voltou a nos assombrar mais recentemente. Na minha opinião, se o cara está dando um desconto de 70% ou ele estava te sacaneando antes ou está agora, abra o olho!

Anyway, este desvio da lógica, que leva pessoas a deixar de ver o resultado final se concentrando somente no “papo” do desconto, não é uma característica exclusiva dos consumidores de vinho e, esta critica, não está focada somente nesse segmento e sim, à sociedade como um todo. É o célebre “levando vantagem em tudo” selvagem e à flor da pele, como há muito não se via, mas absolutamente míope! Lamentavelmente, por focar o “ganho” no volume do desconto, perdeu-se de vista o resultado final que deveria ser o melhor produto pelo melhor preço possível. Deve-se sempre abrir o olho e usar de muito bom senso na análise dos porcentuais de desconto, mais ainda nesta época do ano, para não cair no canto da sereia.

Tem muita promoção boa por aí, mas o mercado também está cheio de ofertas “ciladas” então haja com cautela e pesquise. Sempre compre uma garrafa e prove antes de comprar caixa, não se deixe levar pela “oportunidade” que pode ser um tiro no pé! Não custa repetir à exaustão, compare preço final e não desconto (é óbvio, mas …!) lembrando-se do velho ditado de que “quando a esmola é demais o santo desconfia”. Não deixe de aproveitar, porém sempre com um pé atrás e sem se deixar levar pela emoção!! Preferencialmente, restrinja suas compras de promoções e barganhas de quem você já conhece e confia e jamais o faça quando em viagens longe de sua residência. Especial cuidado deve ser dado aos vinhos brancos que em sua maioria e falando de forma genérica, não devem passar de dois a três anos e a cor deve ser clara, desconfie dos amarelos escuros o risco será enorme, navegue seguro!

As margens neste ramo são bem mais baixas do que a maioria pensa e o governo abocanha a maior fatia então, se os porcentuais que lhe estão oferecendo são muito altos, coloque as barbas de molho e prossiga com muita precaução. Ah, o desconto? Bem, lógico que será bem vindo, desde que correto e plausível. Como já disse anteriormente, e não canso de repetir, “quando a esmola é demais o Santo desconfia” então, abra o olho e ….boas compras, pois a época é boa para isso.

Saúde e kanimambo, boa semana para todos,

Vinho Verde que é Branco!

Tou ligado nos brancos e a afirmação não tem nada de racial!! rs Só para descontrair  porque na verdade, no vinho só sou preconceituoso, confesso, quando o tema é cor pois sou avesso a outras que não branco, tinto, rosado e, eventualmente, uns laranjas. Já azul não rola, sorry, é drink não é vinho, sejamos sinceros. Enfim, mais um branco e um post curto e direto ao ponto, delícia de harmonização. Simples, mais uma vez o menos Harmonização - Verde com bolinho de bacalhaué mais, combinando vinho verde (que é branco! rs) e bolinhos de bacalhau antes da refeição numa tarde calorenta.Aliás, vai aqui uma dica de leitura. Vai aqui embaixo, clica no link do you tube e enquanto escuta a canção retorna aqui, só para entrar no clima!! rs
O Guigas produzido pela Quinta da Lixa, é um vinho leve, frutado, agulhinha típica, acidez vibrante, despretensioso para tomar de golão e se divertir! Os ingleses o chamariam de crispy, nós de crocante, mas seja lá o que for essa sensação provocada pelo blend das castas Loureiro, Trajadura e Arinto, estamos diante de uma taça de puro frescor e se você se incomoda com acidez, cá entre nós, não entre neste barco não! Só isso, porque existem momentos onde “só isso” basta, para quê mais? Os bolinhos estavam da hora, o vinho na temperatura correta, a companhia um deslumbre, não sobrou nada (fora a foto) para contar a história. Bons momentos sem ter que gastar muito, o vinho custa entre os 40 e 45 Reais, satisfação garantida e é isso que importa já que a vida enófila não é feita só de grandes vinhos a preços para lá de salgados. Nada mais a dizer a não ser que na minha geladeira tem sempre umas duas garrafas prontas, porque uma, não sei porquê (rs), costuma ser pouco!
Manjubinha, lula à doré, espetinho de camarão na praia, mexilhões ao vinagrete, ceviche, cozinha japa, as opções de harmonização para um se dar bem com este vinho são imensas! Fui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui. Saúde, brindemos com uma taça de refrescante vinho verde branco (sim tem tinto e rosé também) ou qualquer outro vinho de cor natural e tenho dito!rs

Salvar

Salvar

Salvar

A Experiência é Que Importa !

Há mais de dez anos me meti a falar de vinho, mas antes estudei. Não dá para falar de algumas coisas sem estudo, sem entender do assunto diferentemente da opinião que é livre e sem responsabilidade alguma, afinal essa nada mais é do que a sua reação a uma determinada experiência em sua vida, seja ela com vinho ou qualquer outra coisa. Os blogs e sites de vinhos têm de tudo e alguns são meramente opinativos, outros essencialmente técnicos e outros um mix de ambos. Acho que Falando de Vinhos milita nesta última linha de conteúdo ou, pelo menos, tento fazer com que assim seja.

Experience I

Quando falo dos vários tipos de Vinho do Porto, tenho que entender tecnicamente do assunto, não posso opinar!! Tenho que ter a certeza, tenho que estudar para poder repassar uma “verdade” universal sobre o tema em questão. Por outro lado, quando dou a minha opinião sobre um Porto primeiramente tenho que o ter provado (é, tem gente que copia e cola descrição organoléptica do produtor), a “verdade” é minha e as sensações, emoções que eu eventualmente tenha sentido, são minhas e quando as compartilho não quero lhe impor nada. Como toda a opinião, esta deverá ser digerida com parcimônia e estará sujeita a contestações basicamente porque minha boca, minha memória e capacidade olfativa não são as mesmas que a sua e vice versa! Quando acessamos o site ou blog de alguém devemos considerar esses aspectos e separar o joio do trigo, procurar aquele ou aquela com quem eventualmente tenhamos uma sinergia maior de sabores e aí, finalmente, chegamos no cerne deste post, EXPERIÊNCIA, pois é através dela que adquirimos conhecimento.

Experience III

Falo disso não porque já seja sexagenário, porque idade não necessariamente traz experiência, mas porque nesse processo acumulei vivência e isso pode ocorrer com trinta, quarenta, cinquenta anos ou nunca! rs Acredito na vivência, no experimento, na viagem por sabores, lugares e emoções diversas e é isso que tento repassar por aqui. Tem comentarista, critico de vinhos que leio e conheço, com os quais meu santo não bate! Nada contra a pessoa, alguns até gosto bastante, mas nossos “sentidos” batem em ritmo diverso, vinhos que ele gosta normalmente não são a minha praia. Agora, só sei disso, respeito e entendo disso porque vivi essas experiências e isso é essencial para que cada um de nós formule sua própria lista de desejos e “objetos de adoração”. rs

ExperienceEm vez de tentar impor minhas sensações, prefiro que cada um experimente e chegue a suas próprias conclusões que podem não ser iguais ás minhas. Por isso ao longo destes dez anos tenho insistido tanto na fórmula das degustações, dos desafios ás cegas, das confrarias, pois tudo isso é uma forma de ganhar experiência, viver os momentos e, no nosso caso do vinho, experiência significa litragem com diversidade. Posso dar aula, posso promover uma degustação tentando impor os sabores que sinto, o aromas que cheiro, mas me parece muito mais útil levar as pessoas a provar e a tirar suas próprias conclusões, eu sou apenas um humilde guia nesse processo. Nestes anos todos já promovi mais de 200 desses encontros de descobrimento, como costumo chamar essas degustações, exatamente com esse propósito, experimentar ao máximo.

O mesmo acontece quando visito um determinado produtor com um grupo de seguidores de Baco. Passo um pouco da história antes, falo do porquê dessa visita e do que eu acho dele e de seus vinhos, mas prefiro que ele mesmo conte sua história em detalhes, lhe mostre seus vinhos, sua filosofia e cada um faz seu próprio juízo sobre o que está vendo, ouvindo e provando. EXPERIÊNCIA, esse é o segredo para aproveitar nossa vinosfera, não digerir como única verdade aquela que um “iluminado” na frente de uma sala tenta lhe impor. Não se sinta diminuído por não sentir o que ele sente de aromas, muitas vezes decorado da ficha técnica do produtor (mera informação), o vinho desperta em cada um de nós uma sensação diferente e por isso mesmo ele é tão intrigante.

Experience II

Viva suas próprias experiências, seja sincero consigo mesmo e desfrute de suas emoções da forma como você as sente, pois isso é o que importa. O vinho de 98 pontos dado por um “iluminado” qualquer não lhe agradou e daí! O melhor vinho, diferentemente do que a propaganda lhe faz acreditar, não é o que você gosta, mas para você pode ser (parece igual mas não é!) e tudo bem, porém mantenha-se aberto a novas e diversas experiências, pois poderá se surpreender e até descobrir que a Cabernet Sauvignon de que não gosta pode até gerar vinhos que lhe deem grande prazer! Enfim, acho que o recado está passado, EXPERIMENTE, participe do maior número de degustações que puder! Sempre de forma comedida, porém só assim você vai conseguir aprimorar seu conhecimento,  formular suas próprias “verdades” e apreciar da forma mais prazerosa possível esses caldos de Baco.

Isso vale para o vinho como para tudo na vida, teoria sem prática é mera informação, conhecimento se adquire é fazendo. Saúde, kanimambo e nos vemos por aí ou por aqui.

Salvar

Rotas Branco e Bacalhau

Como já comentei, não sei se aqui ou no Face, desde o Natal que só vi brancos em minha taça! Gosto, muito, e de todos os preços, sabores e origens, só precisa garimpar um pouco.

Num desses dias meu filho e nora vieram almoçar e como sempre tenho um bacalhau dessalgado no freezer (tá no DNA! rs), preparei algo rápido e ligeiro, um Fettucine com Bacalhau desfiado, tomate cereja, azeitonas pretas, salsinha e um tico de pimenta Harmonização - alentejo com spagheti e bacalhaubiquinho. Da mesma forma que um bom vinho, um bom Gadus Morhua revigora e reanima, quando dá liga então!! rs

Pois bem, deu liga e como! Tinha aqui em casa uma garrafa desse Alentejano para prova e decidi arriscar, dei sorte pois ficou muito bom e valorizou o prato. Sabe aquela história de quando o menos é mais, então, os dois sem grandes sofisticações, primando pela simplicidade, mas plenos de sabor e muito, muito cumpridores de seu papel; fazer da refeição um momento ainda mais agradável. Digo mais, porque estar com a família por si só já é algo para lá de bom, só deu uma turbinada a mais!! rs

O vinho me agradou muito, tanto que decidi comprar uma caixa para mim e inseri-lo no portfolio da Vino & Sapore, pois acho uma bela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer). Elaborado pela casa Santos & Seixo, este vem da região do Alto Alentejo sendo composto de Arinto (45%), Antão Vaz e  Verdelho que resultam num vinho fresco, seco, com bom final de boca que pede bis. Leve para médio corpo, com rico meio de boca, boa acidez sem agressividade, muito bem equilibrado com um teor imperceptível de 13% de álcool, cítrico com toques de nectarina (ou algo similar). Boa intensidade olfativa em que a fruta fresca dita o tom, mesmo não sendo exuberante é muito convidativa e reflete bem o que está na taça. Por um preço que não chega às 60 pratas, o que para o Brasil é um preço bom (em Portugal cerca de 5 Euros), na minha avaliação vale bem a pena pela qualidade entregue. Os 85 pontos da Wine Enthusiast (Bom Vinho) estão de bom tamanho, mas com a harmonização e puxando a sardinha para o meu lado (rs) eu acho que daria dois pontos a mais!!

Rota Clipboard

Gostei do vinho, gostei do prato, gostei da companhia, não posso pedir mais, só agradecer! Fui, um ótimo fim de semana, kanimambo e nos vemos por aqui ou por aí nos caminhos de Baco.

Frutos do Garimpo de Dezembro foi Espanhol!

A Espanha foi o país protagonista da seleção de Dezembro que se esgotou como sempre e a Almeria a parceira de sempre, ela que importa todos esses rótulos porém não atende consumidor final e respeita seus canais de distribuição, coisa rara hoje em dia! Quis selecionar rótulos que de alguma forma poderiam caber nas festas natalinas e de inicio de ano, de potencial harmonização com os pratos mais comumente servidos na época. Quem pode dizer se a escolha foi certa são os confrades que levaram os poucos kits disponíbilizados.

Eis os vinhos selecionados, sendo que desta vez optei por uma garrafa de cada vinho. Vinhos garimpados, provados por mim e que reunem as condições básicas para serem apontados como uma bela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer), e que na confraria se tornam verdadeiros achados. vamos aos vinhos, uma viagem pelas regiões de Espanha, sem tempranillo, sem Rioja e sem Ribera del Duero, porque ampliar horizontes também é preciso!

CFG Dez 2016

Visigodo 2015 – a uva Verdejo é a alma dos vinhos de Rueda, autóctone da região mesmo que também plantada em outras, gosto bastante de seu frescor, de seu perfil olfativo intenso em que aparecem notas florais bastante sedutoras. Este vinho tem bem essa tipicidade com muita fruta tropical presente, tanto no nariz como na boca onde ele confirma as primeiras impressões, leve toque herbáceo, final fresco e de média persistência. A meu ver, um vinho vibrante que trará felicidade aos que curtem os Sauvignon Blanc da vida, o estilo é similar. Para ser tomado só, acompanhado de um bate papo entre amigos e até um belo risoto de aspargos e brie ou frutos do mar dos mais variados aproveitando o verão e as férias. Preço sugerido pela importadora, R$64,00.

 

Campos Reales Rosado 2014 – a uva é a Garnacha, muito comumente vinificada em rosé na Espanha, e a região é La Mancha. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, mais corpo do que estamos acostumados quando falamos de vinhos rosés, e o escolhi em função de sua aptidão gastronômica. Mais do que aqueles rosés mais leves e ligeiros, este vi acompanhando o peru de Natal com frutas, talvez até o Tender em função de sua boa acidez e bom volume de boca, seco, final longo. Se quiser explorar, fica da hora com arroz de mariscos, paella, ….Preço sugerido pela importadora, R$62,00.

 

Punto Y Comma 2009 (RP 90)- mais uma vez a Garnacha só que desta vez vinificado em tinto e elaborado com vinhas velhas de mais de 40 anos com passagem de 4 meses em barricas francesas. De Calatayud, próximo a Saragoça, um vinho que apresenta um nariz inicialmente tímido, fruta escura, especiarias, notas balsâmicas, taninos bem macios, vinho redondo já plenamente integrado, uma ótima companhia ao Tender ou até o Bacalhau para os que curtem este prato nesta época do ano. Recentemente o coloquei com uma Paella Mista (carnes brancas e frutos do mar), tendo harmonizado muito bem, e penso que com uma massa no almoço também poderá se dar muito bem. Com sete anos nas costas, talvez esteja em seu apogeu e creio que uma garrafa será pouco! preço sugerido pela importadora, R$100,00.

 

Altos del Cuadrado Triple V 2010 – um delicioso e surpreendente blend de Monastrel (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Petit Verdot (10%) de vinhedos com mais de 50 anos da região de Jumilla e ainda com um par de anos de vida pela frente, vendendo saúde. O contra rótulo está com indicação de uvas errado, e a informação de dados do blend foram colhidas junto ao produtor. Revi recentemente e confesso, peguei uma caixa para mim! O tipo de vinho que me encanta; cativante entrada de boca, nariz complexo de boa intensidade e notas de frutos secos. Na boca mostra ótima textura e volume de boca, de médio corpo para encorpado, salumeria, taninos finos ainda bem presentes, frutado sem exageros, notas terrosas, alguma especiaria, acidez equilibrada, mineral, final longo um vinho que faz salivar e pedir mais.

Os doze meses de carvalho (francês e americano) se mostram presentes porém perfeitamente integrados e acho que pode ser uma belo companheiro para o pernil com farofa, ou só com bons amigos, família, curtindo cada gole. Um baita vinho que vale cada centavo e mais dos R$110,00 sugerido pela importadora!

Bem, esses foram os vinhos da Frutos do Garimpo em Dezembro, na sexta falo de um branco português, do Alentejo e com o quê o harmonizei, gostei muito e mais um achado, o primeiro de 2017! rs Fui, saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando pelos caminhos regidos por Baco.

Salvar

Três Milhão, Eta Colheita Boa!!

Faz nove anos que escrevo este blog opinativo sobre minha vivência e estudo sobre nossa vinosfera, tentando compartilhar com os leitores o pouco que conheço. Nem sempre o faço com a assiduidade desejada, mas sempre que me é possível posto aqui um pouco de minhas experiências compartilhando opiniões e emoções vividas nas estradas de nossa vinosfera.

Foi um longo caminho percorrido compartilhado com um monte de gente apoiando, pois uma andorinha só não faz o verão. Não vou citar a todos, porém tem lojistas, importadores, produtores, assessores de imprensa, amigos, família e, obviamente, você meu amigo leitor que me prestigia, que entende a mensagem e sabe que por aqui o que você lê é vero, fruto de minha experiência pessoal, sem “cut and paste”, sem filtros, somente sinceridade e independência de opinião, mas mais que isso, muito respeito pela opinião dos amigos que se dignam a fazer seus comentários os quais faço questão de responder. A vocês um enorme Kanimambo e, se tiver a curiosidade, veja nos links abaixo essa evolução, muitos de vocês fazem parte integrante dela!

3-milhao

Em Dezembro de 2008 chegava a 100 mil acessos

Em Maio de 2011, passei do Meio Milhão de acessos

Em Janeiro de 2013 batia 1 Milhão de acessos

Em Janeiro de 2014 batia a barreira de 2 Milhões de acessos

Em Janeiro de 2017 bato a barreira de 3.3 milhões de acessos

Volta e meia paro e faço um balanço das atividades de Falando de Vinhos e chegou a hora de mais um. Somados os números em que ficou hospedado no WordPress (até Set de 2014) e depois em outro provedor (isso que chama né?? rs), quando demorou um pouco para voltar a engrenar, o blog agora bate os 3.3 milhões de acessos e cresce o número de seguidores. Só neste último mês de dezembro de 2016 foram mais de 46 mil acessos e uma média diária geral de pouco mais de de 1.100 visitas, fico contente com isso. Costumo dizer que chegar é fácil, o duro é permanecer, seguir angariando seguidores, ganhar o respeito dos leitores durante um tempo estendido como este, fidelizá-los. Ao final deste ano Falando de Vinhos completará uma década, tenho que começar a pensar na festança desde já!! rs

A idéia do post de hoje é a de agradecer pelo apoio e constantes visitas, comentários (são mais de 10 mil e me orgulho dessa interatividade!), recomendações e apoio em geral. Quero registrar aqui um enorme KANIMAMBO a todos, pois há mais de 500 blogs/sites sobre o tema em nossa vinosfera de idioma português, então a escolha é farta e, por isso mesmo, um privilégio e honra o ter por aqui, ao mesmo tempo uma tremenda de uma responsabilidade. Cada um colhe o que planta então a colheita me deixa feliz, algo ando fazendo de certo, que venha mais Milhão!! rs

Mesmo assim, tem dias, momentos, que penso em parar, mas a criatura tomou conta do criador. Tem dias, semanas, que a inspiração falha, a falta de tesão se instala e me pergunto, porquê? Um comentário, no entanto, muda tudo e me faz lembrar das razões porquê comecei a escrever sobre esse incrível mundo do vinho. Escrevo, publico hoje e sempre por gostar de compartilhar minhas experiências e conhecimento, pela interatividade e porque tenho uma responsabilidade para com meus leitores, a de manter acesa a chama de Baco, seus ensinamentos, dicas e sugestões com total autonomia. Espero que sigam apreciando e curtindo a “viagem”!

Saúde, maningue kanimambo e espero vos seguir encontrando por aqui ou nos caminhos de nossa vinosfera que Baco escolher para isso, fui, boa semana a todos e durante a semana tem mais.

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Roberto, Um Senhor Sangiovese!

E mais,é brasileiro! Hoje tenho o prazer de compartilhar com os amigos uma experiência que me deixou entusiasmado em 2016, uma das gratas surpresas do ano, e quando fico entusiasmado não consigo me segurar e o texto sai fácil então aguentem! rs Vos apresento o Roberto Sangiovese da Villaggio Bassetti

Tudo começou no carnaval do ano passado quando tive a oportunidade e o privilégio de liderar um grupo de amantes do vinho numa viagem de desbravamento pelos vinhos e produtores da serra catarinense, os nossos verdadeiros Vinhos de Altitude. Uma enorme surpresa para a maioria.

Conheci a Villaggio Bassetti há cerca de três anos atrás numa edição da Expovinis tendo me encantado por alguns de seus vinhos, nascia ali uma admiração pelo trabalho que esta família vinha desenvolvendo em São Joaquim, a 1300 metros de altitude. De lá para cá venho acompanhando seu progresso que culminou este ano com um monte de prêmios e top por categoria elegido no guia de vinhos brasileiros da Revista Adega recém lançado no ano passado. Melhor Pinot, Melhor Rosé, Melhor Sauvignon Blanc, Melhor …. enfim os prêmios e altas pontuações vieram aos montes!

Na visita realizada em Fevereiro, tínhamos uma programação montada já com os rótulos que iríamos provar (sempre negocio isso previamente), porém na visita ás instalações descobri um pallet de vinho sem rótulo só com uma etiqueta Sangiovese. O José Eduardo foi duro na queda, mas acabou capitulando a meus insistentes pleitos e uma garrafa dessas acabou encontrando seu lugar em nossas taças. A turma pirou!! Queriam por que queriam comprar algumas garrafas, mas a todos o pedido foi negado. Não estava pronto, não tinha etiqueta, a busca da perfeição!

A Sangiovese é uma uva que varia muito em função do terroir em que foi cultivada dando origem a vinhos de estilos e personalidades diferentes. Alguns vinhos são mais leves e fáceis de beber como os vinhos de Chianti, outros mais encorpados como os de Scansano ou Brunello. A fruta abundante, notas herbáceas e um toque de especiarias costumam ser a expressão mais comumente encontrada na maioria. A conceituada Jancis Robinson, define os vinhos elaboradas com ela como; “comer amoras e framboesas na floresta”.

roberto-sangiovese-bPara mim, este Roberto está algo no meio, médio corpo para encorpado, e tanto no olfato quanto na boca, mostra bem as características da casta, possui um DNA toscano sem qualquer sombra de duvidas e, certamente, ás cegas passaria a perna na maioria dos provadores que conheço e olha que conheço muita gente boa e experiente por aí! Vinho de boa intensidade onde a fruta se sobrepõe, equilibrado, novo, ainda com muito a evoluir, ótimo volume de boca, rico, boa textura, taninos finos, de deixar muito vinho renomado italiano de quatro! Uma pena que a ganancia, pecado grave, me deixou tão somente com uma garrafa em minha adega particular, gostaria de ter ficado com mais para acompanhar a evolução, mas fazer o quê, a crise tá brava!! rs

Na safra de 2013, já esgotadas suas 300 garrafas, o vinho passou 25 meses em barricas francesas novas de 225 litros mais uns 4 meses em garrafa. A safra de 2014 foi engarrafada recentemente e passou os mesmos 25 meses em barrica francesa nova, só que desta vez em barricas de 400 litros para reduzir o impacto da madeira sobre o vinho, que já não achei assim tão preponderante no de 2013. Gamei no vinho, mas o José Eduardo me disse que a safra foi difícil, então só posso imaginar e esperar ansioso o que nos trará o 2014 (safra bem superior) que está por chegar daqui a alguns meses. Eu já reservei minha cota de garrafas!! rs Fiz uma curta entrevista com o José Eduardo Bassetti, o capo deste projeto, que compartilho aqui com os amigos:

JFC – Porquê da Sangiovese e quando foi plantada?

JEB – Em 2009 plantamos 5.000 mudas de Sangiovese, originárias da VCR produtora de mudas na Itália. Acreditamos que as características desta variedade, com média precocidade, boa produtividade e acidez típica dariam bons resultados na altitude da Serra Catarinense.

JFC – Qual o tipo de solo plantado.

JEB – Este vinhedo foi implantado em encostas do lado leste com alinhamento Norte com excelente exposição solar. Solo de origem basáltica, argiloso e com boa drenagem.

JFC – Ficha técnica e processo de vinificação

JEB – Solos argilosos com alta declividade, baixo pH, exposição solar Norte, invernos rigorosos e verões amenos e secos. Altitude do vinhedo: 1301 msnmm. Colheita seletiva, desengaçe, seleção de bagas manualmente, fermentação alcoólica e malolática em barricas de carvalho francês com permanência de 25 meses, estabilização natural e engarrafamento.

JFC – Qual o futuro desta casta na Villaggio Bassetti e na serra catarinense?

JEB – Pelos primeiros resultados ficamos com muita vontade de plantar mais umas 10.000 mudas mas, como com vinho cautela sempre é bom, vamos aguardar mais um pouco. Em minha opinião, acertando clone, porta-enxerto e sistema de condução pode vir a ser umas uvas de melhor expressão em nossa região.

JFC – Quem lhe dá consultoria enólogica?

JEB – Desde 2007 o Anderson de Césaro é nosso Enólogo com exclusividade e desde 2012 o Joelmir Grassi, também Enólogo, trabalha na condução dos vinhedos e na operação da Vinícola.

JFC – Que outras castas ainda são experimentais na vinícola?

JEB – A partir do próximo ano teremos também a variedade Syrah para elaborar nossos vinhos. Será a primeira e pequena safra desta uva. Temos para lançamento em breve nosso primeiro Sauvignon Blanc de fermentação natural, com cascas e estágio em barrica.

JFC – Qual a produção atual (geral) e capacidade futura instalada em número de garrafas.

JEB – Como temos ainda vinhedos bastante jovens, alguns ainda produzem muito pouco, o que nos permitirá produzir na próxima safra cerca de 30.000 garrafas entre todos nossos vinhos, mas a capacidade futura está prevista para 50.000 com a presente estrutura, porém de vinhedos (produção de uva) poderemos vir a duplicar isso num terceiro estágio.

Bem amigos, foi longo mas o vinho, a vinícola e o José Eduardo merecem esta atenção e os amigos que tiveram a oportunidade de tomar este vinho certamente poderão comentar se estou exagerando ou se é vero! Aliás Santa Catarina foi a região que mais surpresas de qualidade me presenteou este ano que passou. Muito jovem ainda, cerca de 16/17 anos tão somente, pequena produção, mas já nos trazendo vinhos de muita qualidade e onde, acredito e me cobrem daqui a alguns anos, está o futuro dos grandes vinhos brasileiros junto com a Campanha Gaúcha. Saúde, kanimambo pela visita e tenham todos um grande Ano de 2017!

 

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

TOP 20 Vinhos de 2016!

Não são os meus,rs, porém são de gente que respeito, da Revista Decanter que dispensa apresentações para quem percorre os caminhos de nossa Vinosfera com algum afinco. De todas as mídias por aí, a meu ver a mais séria e respeitada devendo, no entanto e como sempre, ser “digerida” com a devida parcimônia.

Gosto da diversidade, todos sabem disso, e esta lista me atraiu exatamente por isso sem contar que tem um exemplar luso no meio, como sempre! rs Como ando louco querendo provar um bom espumante inglês, fiquei feliz ao ver um exemplar deles aqui também! Aliás, se alguém estiver por aquelas bandas e quiser me trazer uma garrafa dessas (pago na entrega!) ficarei imensamente grato.

decanter-top-210-de-2016

Vale acessar o link (clique na imagem), eu gostei bastante do que vi! Saúde e kanimambo pela visita.

Salvar

Salvar

Mudou o Ano e Você? Vai Mudar Algo?

Afinal, o que muda no Ano Novo? Nada, sim nada, só mais um dia depois do outro, ou não? Na minha opinião, sim e não!! rs Há coisas que não mudam, como a Eletropaulo nos deixando sem energia por cerca de seis a sete horas no primeiro dia do ano, das contas vencendo e “otras cositas más”, porém há coisas que mudam sim e a grande maioria dessas somos nós que temos a capacidade de mudar. Está em nós essa mudança, sim, por isso este momento é tão importante, é o tempo a que devemos dedicar maior reflexão sobre o que somos, o que fazemos e com quem o fazemos? Tá bom assim, então vamos investir mais no status-quo. Está ruim, então porquê não buscarmos novos caminhos, novas formas? Sei que toda a hora é hora, porém eu gosto desta mudança de ano, me renova, me faz pensar, traz aquele empurrãozinho extra de que todos precisamos.

Sinto saudades de muitos e de muitas coisas, sinto frustrações por falta de empenho meu em diversas situações e com algumas pessoas, faço minha auto critica, busco encontrar forças e disciplina para mudar rotas, corrigir ações e traçar novos caminhos. Certamente muito do que listei entre minhas prioridades não conseguirei alcançar, porém algo será alcançado e já terá valido pena, por isso sigo refletindo, sigo fazendo minhas listas! rs

Muitos adoram postar textos ostentação, os grandes vinhos da virada, as grandes viagens e por aí afora, eu respeito e até curto alguns, porém essa não é minha praia. Até porque o mais singelo dos vinhos, no mais singelo dos lugares é o nirvana quando acompanhado das pessoas certas e essa sim é minha praia! Com costumo dizer, vinho é bom e produz bons elos, mas não é tudo, existe coisa muito mais importante além do reino de Baco e cada um deve achar a sua. É um bom momento para revermos nosso “status-quo” moral, espiritual e material, tempo de fazer ajustes caso se façam necessários. Mais do que promessas e objetivos, na grande maioria já esquecidos ao final de Janeiro, talvez devêssemos refletir sobre nossas ações e “modus vivendum”, para mudarmos o que podemos mudar, a nós mesmos!

novo-ano-2017

Gosto de deixar sempre uma mensagem que, de alguma forma, possa mexer com os amigos leitores que sempre me acompanham e hoje quero repetir aqui esta publicada há alguns anos e que os que há mais tempo me seguem deverão recordar. O autor é George Carlin, falecido em 2008, um personagem altamente controverso, algo anárquico, mas que foi extremamente feliz ao escrever isto, tudo a ver com a era das efemeridades que vivemos:

Bebemos demais, gastamos sem critérios.

Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, escutamos pouco, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do ‘fast-food’ e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, casas chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas ‘mágicas’.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar ‘delete’.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso nas pessoas que ama pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer ‘eu te amo’ à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame…se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize as pessoas que estão ao seu lado, sempre…

Eu não posso reclamar do Ano que passou, foi turbulento, duro, duríssimo, mas estou aqui e com muita lenha para queimar, grato a todos que fizeram isso possível. Muito deixei de fazer, especialmente na seara pessoal, mas estou traçando novas rotas, quem sabe agora vai!! Abraço a todos, grato por me seguir aqui no blog e se chegou até ao final deste texto, parabéns, és um herói e fiel escudeiro!! rs Para variar falei demais, mas kanimambo e agora só semana que vem porque vou tirar uns dias de férias. Saúde, alegria e din-din no bolso porque ajuda uma barbaridade, são os meus mais sinceros desejos neste primeiro dia útil do ano, fui! FELIZ ANO NOVO!!!!

PS. Imagem copiada do blog Masso Vita de Minda Silva.

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar

Salvar