João Filipe Clemente

Um Vinho Inusitado, Moscato d’Bali!

Por filosofia não falo do que não conheço e possa recomendar assim como não costumo comentar vinhos que não estejam disponíveis no Brasil, salvo raras exceções. Falar do que não conheço seria falso e falar do que aqui não tem pouco ou nada agrega ao leitor e amigo. Hoje é dia de exceção, de falar do que aqui não tem e poucos poderão ter acesso, porém vale pela curiosidade.

Costumo falar que com a avanço da tecnologia, hoje se faz vinho em praticamente qualquer parte do mundo. Uns bons, outros razoáveis e alguns bem medíocres, porém há as surpresas vindos de lugares que nem pensamos possíveis. Já em 2009 quando promovi o Desafio de Uvas Ícones, um evento às cegas com uma banca degustadora experiente, um vinho da Venezuela se sobressaiu para surpresa de todos os presentes.

moscato-baliPois bem, se você for a Bali/Indonésia, saiba que por lá tem um vinho que tem tudo a ver com festa, sol e mar, é o Sababay Moscato d’Bali! Um vinho que é pura diversão, quase um refresco de tão fresco e leve. Para tomar algumas garrafas, pois sua doçura é suave e a acidez alta, o resultado é um vinho vibrante e divertido, descompromissado com complexidades mil, compromissado só com o prazer e é isso que ele nos confere de forma muito positiva. Muito cítrico, boa concentração de fruta pois só parte do vinho é fermentado para posterior corte com o mosto (suco) da primeira prensa, leve efervescência natural, baixo teor de álcool, gente me diverti á bessa tomando esse vinho!

Como chegou? Um amigo me trouxe quando esteve por lá porque ele sabe que adoro provar coisas diferentes, sair da caixinha, alçar voos, viajar por nossa vinosfera e descobrir novos sabores. Quer provar? Só indo lá e não é tão barato assim não, pelo que pude pesquisar, anda na casa dos USD19 a 20,00 em Jakarta. Enfim, só mais uma curiosidade de nossa vinosfera que não pára de nos surpreender. Boa semana, kanimambo e feliz dia das crianças,Quarta será dia de churrasco aqui em casa a pedidos do netinho,uhu!!

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Portugal, Quantas Razões Para a Visitar!

Não é de hoje que Portugal é cobiçado, seja por sua privilegiada localização geográfica, seja por sua riqueza cultural ou por seus vinhos e azeites de fama internacional desde os tempos dos romanos, visigodos e mouros. Hoje são os turistas que estão descobrindo as riquezas lusas.

clip-jornalA par dos grandes néctares engarrafados, a gastronomia é também algo que faz despertar os sentidos mais apurados dos Deuses. De fato, este país à beira mar plantado possui naturalmente uma vasta gama de pratos típicos, porém os mais conhecidos mundo a fora são, sem dúvida, os elaborados à base de bacalhau, mas vai muito além disso, a diversidade é imensa, apesar deste ocupa um lugar de honra à mesa do povo português. Sardinha assada é, também, uma iguaria dominante nos churrascos e festas ao ar livre e não se pode voltar sem provar!!

Contudo, e apesar da consagrada qualidade de seus peixes e mariscos preparados com maestria, os lusitanos também apreciam um bom pedaço de carne, confeccionando-o de acordo com as mais variadas e saborosas receitas, a cada canto do país uma receita diferente com a marca da terra. Carne de porco, cabrito ou borrego (cordeiro) são as mais apreciadas, não esquecendo também o famoso “bife à portuguesa”, geralmente confeccionado com molho à base de Vinho do Porto ou até mesmo o leitão assado, uma iguaria típica da região da Bairrada, os peculiares enchidos (embutidos) e a “francesinha”, um manjar tipicamente nortenho. E a “carne de porco à alentejana”, já provou? Por sinal, adoro Iscas com Elas, já conhece? rs

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E o queijos da Serra da Estrela e de Azeitão? Outra iguarias a não perder certamente. Mas, e os doces? Quem é que já não ouviu falar dos célebres pasteis de Belém? E os ovos moles, os pasteis de amêndoa, o pão de rala, o pão de ló, ou até mesmo a aletria, arroz doce, leite creme, doce de gila e as diversas compotas e marmelada?

Neste infinito paraíso gastronômico português, difícil não se deixar levar pela extensadiversos-058 variedade da gastronomia lusitana, mas, claro, sempre bem acompanhada pelo precioso néctar, o vinho! Viajar por terras lusas é uma experiência sensorial única onde não existe espaço para regimes é para meter o pé na jaca mesmo!! rs Como já dizia Stefano Padulosi, “levar um garfo ou uma colher à boca é a última etapa dum percurso demarcado pela história e pela geografia”.

Para além dos consagrados fortificados, Vinho do Porto e Vinho da Madeira, os deliciosos Moscatéis de Portugal compõem o caleidoscópio de um mundo de vinhos de sobremesa ímpares, entre os melhores do mundo! Na verdade, a riqueza das castas é um dos pontos fortes deste país, destacando-se mundo afora pela originalidade de seus vinhos, que despertam bastante curiosidade. São cerca de 300 diferentes castas autóctones de nomes por muitas vezes bem estranhas como Rabo de Ovelha, Avesso, Esgana Cão, Bastardo, Alfrocheiro, Tinta Miúda, Rufete e outras tantas mais! Tudo isso num país de tamanho similar ao Estado de Santa Catarina.

A propósito, já ouviu falar do “Vinho dos Mortos”, um regional transmontano, da bela localidade de Boticas? É, certamente, um vinho com muita história para contar… remete-nos a 1808, período das Invasões Francesas, durante o qual, com o avanço das tropas comandadas pelo General Soult, o povo, com medo dos furtos a que estava sujeito, resolveu enterrar os seus bens mais preciosos, entre os quais, o vinho. Mais tarde, após os franceses terem sido expulsos, os habitantes da Vila de Boticas começaram a desenterrar os seus pertences e, naturalmente, os seus vinhos, que acreditavam já ter perdido. Porém, qual não foi o espanto da população quando deparou que o vinho ainda estava em perfeitas condições, adquirindo até novas propriedades organolépticas. A partir deste feito e por ter sido enterrado, este vinho passou, então, a designar-se “Vinho dos Mortos”, passando-se a utilizar esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor conservar e otimizar as propriedades do vinho. Estou com uma garrafa para provar, mas ….. bem, depois falo!

Provavelmente, ainda não tenha ouvido falar desse vinho, mas certamente já ouviu dizer que Portugal é um país bem arraigado às suas tradições, então, porque não continuar a fazer vinho em lagares de pedra, prática esta que remonta à Roma antiga? Grandesdiversos-058 Vinhos do Douro, Dão e do Alentejo, em especial, ainda são feitos por esse processo e não é só coisa para turista não!! Estes são apenas alguns exemplos da vasta riqueza gastronômica (que tal comer no Cu da Mula??) e vitivinícola portuguesa, porém Portugal tem muito mais para ser descoberto! Tem cultura, arquitetura, história mesclada com modernidade,paisagens lindas e uma enorme diversidade regional, não tem quem viaje por lá e não volte surpreso e querendo voltar sendo comum eu ouvir a frase; ” se eu soubesse que era assim já teria ido antes”!

Hoje não falei de vinho, porém falar de Portugal é falar da farta opção de vinhos e pratos que nos fazem aguar só de pensar, saudades!! Kanimambo pela visita e neste fim de semana, seja em casa ou em um dos muitos restaurantes lusos espalhados pelo mundo afora, vá conhecer um pouco dessas iguarias e se deliciar com os sabores de Portugal. Bom e gordo fim de semana, porque ele existe para isso, eu fiquei com vontade e acho que daqui a pouco vou dar um pulo na A Quinta do Bacalhau e me deliciar com bolinhos de bacalhau e uma bela alheira! Fui!! rs

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É para Pouquíssimos, Mas é Espetacular e Único!

Promovido pela importadora Clarets que não conheço, eis um Wine Dinner para lá de especial! Começa com Champagne Cristal, termina com Chateau D’Yquem e no meio uma vertical de Chateau Mouton Rothschild da década de 80, numa noite inesquecível para deixar qualquer enófilo com água na boca. Nos dias 25 e 26 de Outubro no Hotel Fasano com jantar e apresentação de Manoel Beato. É show, mas tem que ter munição à brava, porque cada convite custa R$5.490,00. Agora, tendo a disponibilidade, certamente um momento único em que eu não me importaria nadinha de participar mas …quem sabe sobra uma rolha para cheirar, porque esse é meu limite!! rs Gente, para quem se interessar, veja mais abaixo onde consta o telefone para contato. Boa semana e kanimambo pela visita. Ah, ia-me esquecendo! Se houver alguma boa alma que queira antecipar meu natal, pode mandar o convite!!!!

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Semillon e Risoto de Camarão

Me dando bem! Ando na fase de harmonizar, não que seja uma fobia, mas como gosto de tomar vinho ás refeições (especialmente aos Domingos) tento sempre fazer com que haja uma certa harmonia entre prato e taça! rs Ás vezes dá certo, outras não, mas  me divirto sempre até porque a companhia é sempre muito boa e valoriza o todo, mas que quando acerto me divirto mais, isso não posso negar.

Eu e minha loira estávamos só e decidimos nos tratar. Achei uns camarõezinhos de bom preço, o vinho já estava na geladeira, e optei por por um singelo risoto com um leve toque de brie na finalização. Ficou bom o danado do prato e quase não sobra para meu almoço de Segunda! Ainda bem que exagerei na dose, porque quase que me ferro!! rs

A esta altura os amigos já estão perguntando, mas esse tuga não vai falar do vinho?? Calma, vou sim, mas como diz o ditado, ” o apressado come cru”! Gente, tinha na geadeira aguardadno um momento destes um Mendel Semillon, do qual somente umas 10 mil garrafas são produzidas por safra e que é uma obra prima do Roberto de La Mota, um dos grandes enólogos argentinos. Já o destaquei aqui no blog como um dos melhores vinhos brancos argentinos e, mais uma vez, não negou fogo não, um vinho marcante de personalidade própria que a Expand traz ao Brasil.

mendel-semillon-e-risotoA Semillon já foi mais presente na Argentina,de acordo com a Wines of Argentina, “a casta é amante dos climas frescos e moderados, existindo somente dois lugares no país onde dá bons resultados: no Valle de Uco (Mendoza) e no Valle de Río Negro (Patagônia). Trata-se de um vinho seco, equilibrado, de bom corpo e sabor de notas frutadas. Em Cuyo adquire nuances aromáticos de frutas brancas com um interessante toque de mel, ao passo que na Patagônia aparecem toques de maçãs e terra. Em ambos os casos, evolui muito bem em garrafa até formar complexos nuances olfativos”. Roberto de la Mota explica assim do porquê ter elaborado este vinho; “lo primero que destaco es el valor histórico del varietal para la vitivinicultura local. El Semillón llegó al país junto con el Malbec de la mano de Michel Pouget y no tardó en convertirse en una de las cepas más cultivadas. su principal virtud son sus aromas y sabores sutiles ideales para definir equilibrio. Si bien en Argentina la historia la ubicó en el mismo lugar y más tarde como componente vital para los espumosos locales, hoy la apuesta es por varietales tranquilos.”

Neste caso falamos de uvas do Valle do Uco, vinhedos de mais de 70 anos plantados em pé franco, sendo que de quinze a vinte porcento do vinho passa em barrica por uns seis meses, que é o que lhe dá a untuosidade porém sem cobrir o frescor e a fruta muito presentes. Floral (frutos secos) nos aromas, meio de boca rica, fresco, médio corpo e muito boa persistência com uma acidez muito bem balanceada. A untuosidade do vinho bateu muito bem com o toque de brie do risoto enquanto seu frescor “maridou” perfeitamente com os camarões grelhados.

Enfim, mais um dia de privilégios apesar da fase difícil que atravessamos e são estes momentos que fazem a vida valer a pena depois dos sessenta!! rs Abastecido para mais um tempinho, vamos tocar porque se pararmos o bicho pega e assim, talvez, consigamos escapar. Amigos um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e muita sabedoria na hora de votar. Não lave as mão, nem que seja para escolher o menos ruim, porém não deixe de comparecer nas urnas e fazer valer sua cidadania neste próximo Domingo. Que Baco lhe dê serenidade e sabedoria nesta hora!

 

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Interessantes Descobertas

Nesta última Segunda-feira tive a oportunidade de provar uma boa gama de produtos de diversas origens, entre elas vinhos da Argentina, Chile e Brasil. Foi na KMM, importadora especialista em vinhos Australianos com quem há tempos mantenho uma parceria. Agora eles distribuem também os vinhos da Hannover e fui conhecê-los, em especial os vinhos da Viu Manent porém outros caldos pintaram na taça! Os rótulos eram muitos, mas destaco alguns que me marcaram e um especial me encantou. Preços num amplo leque de valores, saindo de cerca de R$78/80 a 400 e muitos. O que mais gostei estava no meio, mas outros se destacaram.

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Espumante:

Destaque para o Charlotte Brut Branco – elaborado pela Pizzatto, o vinho está estupendo; cremoso,fresco, sedutor com ótima perlage, gostei muito e está na casa dos R$80,00 mais ou menos cinco dependendo de onde é comprado.

Brancos:

Viu Manent Reserva Chardonnay e Sauvignon Blanc, vinhos de boa tipicidade, muito agradáveis de tomar, recomendo na casa dos R$78,00 a 80,00.

Sobremesa:

Viu Manent Noble Semillon com botritis foi um dos meus destaques e ainda por cima consegui pegar um teco de gorgonzola e foi divino. Para quem gosta do estilo, como eu, um achado por cerca de R$115 a 120! Doçura no ponto certo com acidez perfeita para lhe dar o equilíbrio necessário. Muito bom, mesmo.

Tintos:

Cordilheira de Santana Tannat 2005 – Pioneiros nesta região da Campanha Gaúcha, os produtores surpreendem com seus vinhos de grande longevidade. Este Tannat com mais de dez anos de vida segue vendendo saúde e prazer para quem se dignar a deixar preconceitos de lado. Em 2009 tinha provado da safra 2004 que destaquei aqui no blog, mas este 2005 de uma grande safra brasileira está surpreendente! Vale bem os R$85 a 90,00 que se paga por ele.

Serrera Gran Guarda 2010 – De Mendoza, um baita Malbec sem excessos, sem doçura! Tudo no ponto certo, elegante e complexo, marcante na boca, boa textura, com ótima persistência. Não é Cepacol, mas é bom de boca! rs Quem tem mais de 40 vai lembrar. O preço na casa dos R$300,00 é complicado pois tem muita coisa boa nessa faixa, mas havendo a disponibilidade para tanto, acho que vale conhecer e se deixar surpreender.

VIBO de Viu Manent, para mim os melhores e mais interessantes vinhos, especialmente se considerarmos a faixa de preço em que encontram, na casa dos 180 Reais.

VIBO Viñedo Centenario, um corte de 51% de Cabernet Sauvignon, 44% Malbec e 5% de Petit Verdot, um projeto argentino da Viu Manent. Do Vale do Uco, Mendoza, mostra-se encorpado, complexo, notas tostadas, boa estrutura e denso na boca, carece de algum tempo de aeração (30/45 minutos), guloso e longo final de boca,um belo vinho com muita personalidade.

VIBO Punta del Viento, voltamos ao Chile porém com um corte típico do Rhône com Grenache, Mouvédre e Syrah, Best In Show na minha modesta opinião. Se não disser que é Chile, um desde a primeira fungada diria que estava frente a frente com um vinho do Rhône. O vinho exala Rhône por todos os poros mostrando bom volume de boca com bastante fruta, meio de boca muito rico, elegante com taninos finos e aveludados, notas de salumeria, especiarias, acidez e madeira muito bem integrados, fui totalmente seduzido por ele. Um vinho encantador que me agradou sobremaneira.

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Menção honrosa a três outros vinhos; Viu Manet Gran Reserva Malbec e Cabernet Sauvignon ambos na casa dos R$115,00 e o Single Vineyard Malbec San Carlos na casa dos R$230,00.

Por hoje é só, kanimambo, saúde e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer dessas esquinas de nossa imensa vinosfera.

 

 

Curry de Frango e Rosé de Malbec Francês, Yummy!

Estava com uma garrafa deste vinho para provar e a oportunidade pintou neste último fim de semana. Curry, ou caril como chamamos por terras lusas, é uma herança que os portugueses receberam das ex colônias indianas (Goa, Damão e Diu) assim como de Moçambique onde essa influência é também muito forte. Só lembrando que Ghandi andou por aquelas bandas do continente nos idos de 1894 a 1913 quando esteve na África do Sul, mais precisamente em Durban.

Uma das receitas herdadas de minha mãe é um curry de frango com maçã que minha loira prepara divinamente , sob o qual adicionamos chutney picante, preferencialmente, e coco ralado. Achei que poderia dar samba e como deu! O vinho por si só já é bastante saboroso, fresco, ótima acidez, ligeiro mas saboroso num estilo que faz lembrar osles-temps-rose-de-malbec vinhos de Provence, diferentemente dos vinhos argentinos similares que tendem a ser algo mais pesados. Georges Vigouroux Les Temps des Vendanges Rosé de Malbec, de Cahors/França o berço da Malbec, mais uma descoberta de um vinho muito agradável com preço idem.  Tomar vinho bom e caro é fácil, qualquer zé mané com o bolso recheado chega lá, difícil é encontrar vinhos que satisfazem sem rasgar o bolso e é desse garimpo que gosto! Este tem um preço na mesma faixa do Lagoalva Branco do qual falei recentemente e o selecionei para compor minha “coleção Primavera/Verão” deste ano (rs)! O vinho casa muito bem com a nova estação e com o bolso, porque a maioria de nós não ganha vinho de graça e sobra mês no final do salário ou pro-labore!

A grande parada, no entanto, foi com a comida. Dizem que a harmonização não é essencial e não é mesmo, não deve se tornar uma fobia, porém quando dá certo é muito legal e prazeroso, aumentando nossa satisfação sensorial o que faz com que queiramos mais! rs Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu aqui, deixou uma sensação de quero mais, mas a garrafa era uma só e tinha bastante gente! rs O vinho cresceu com o prato condimentado, uma bela harmonização que certamente vou querer repetir outras vezes.

O vinho em si é muito agradável, frutas vermelhas frescas sutis, seco com final de boca apresentando um leve residual de açúcar que não incomoda por estar muito bem equilibrado pela acidez pungente sendo, talvez, o segredo para o bom casamento com o prato mais condimentado. Descomplicado e descompromissado, porém cumprindo com seu papel de ser um vinho alto astral, fácil de agradar e bem feito, o que é essencial. Deve dar um samba legal também com pratos da culinária japonesa, algo a testar proximamente. Se não fosse a sede do governo e o aumento de IPI no inicio do ano, poderia estar uns 10% mais barato, o que seria ótimo, mas …. enfim, esse é o nosso Brasil, sil, sil!

Fui! Kanimambo pela visita, saúde, uma ótima semana para todos e que Baco vos abençoe com taças cheias de bons vinhos, saúde e alegria.

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Harmonizando Paella e Vinho.

Nestes dias recebi uma consulta aqui sobre que vinho usar para “maridar” paella e pensei em resumir aqui algumas experiências vividas. Já fiz ao menos três provas com amigos confrades, dois deles com as já famosas Enoladies que há seis anos tenho a honra de receber mensalmente para viajar um pouco por esta nossa misteriosa e sedutora vinosfera. Tantas taças, tantas emoções! Enfim, voltando no foco do post, que vinho harmonizar com Paella Mixta (frutos do mar e carnes brancas). Me refiro a esta porque é a mais comum no Brasil seguida da Marinara só com frutos do mar. Sem querer dar uma de doutor especialista, até porque verdades absolutas não existem, quero aqui compartilhar com os amigos essas experiências vividas que refletem a avaliação e opinião de um grupo que, coincidentemente, tendo a acompanhar.

Costumo sempre usar três estilos de vinho; um Rosé, um tinto leve de poucos taninos e um branco algo amadeirado sem que esta seja excessiva. Nem sempre o Rosé leva, mas na maioria das vezes foi ele a estrela do evento. Veja o que ocorreu em cada um desses momentos vividos com os amigos:

Em 2011 – http://www.falandodevinhos.com/2011/01/06/rito-de-passagem/ Clique aqui

Em 2012 – http://www.falandodevinhos.com/2012/06/26/paella-y-vino-the-day-after/ Clique aqui

Em 2016 – http://www.falandodevinhos.com/2016/04/27/paella-valenciana-e-vinho/ Clique aqui

Um vinho que acho perfeito nessa harmonização é o Protos Rosé, mas faz tempo que não chega a nossa terra brasilis, uma pena. Enfim, a pedido estão aí algumas dicas e ainda tem mais este link abaixo que achei bem interessante >  http://www.vino-españa.es/Que-vino-elijo-para-acompanar-una-paella-Todo-lo-que-debes-de-saber-antes-de-comprar.html Clique aqui

Boa Paella e pode convidar que eu vou! rs kanimambo, saúde e bom fim de semana

É do Tejo, Mas Poderia ser Vinho Verde!

O mundo do vinho vive surpreendendo e isso é que o faz tão enigmático e sedutor. Um whisky 18 anos de um produtor será aquilo eternamente, ano após ano. Ruim? Não necessariamente, mas …. Nossa vinosfera tem esse Q de diferente, da busca pela novidade e os enólogos, nem todos convenhamos, gostam dessa viagem por novas fronteiras, de desafiar o “establishment” possibilitando que o resultado possa nos surpreender. Esses que pensam dessa forma são gente que respeito demais e um exemplo deles é o Diogo Campilho da Quinta da Lagoalva que faz algumas maravilhas por lá, tirando alguns coelhos da cartola. Aliás, perto de “casa”, da Vila Nova da Barquinha!

Há dois anos um dos melhores vinhos tomados no ano (Deuses do Olimpo) foi um vinho dele, o Quinta da Lagoalva de Cima Alfrocheiro Grande Escolha que é o melhor que já provei dessa uva vinificada como monocasta e um dos grandes vinhos de Portugal, adoro. Um outro vinho surpreendente é o Lagoalva de Cima Late Harvest, um vinho de sobremesa produzido em limitadíssimas quantidades com Gewurztraminer e Riesling botritizado encostado nas margens do Tejo! Numa faixa de vinhos mais “terrenos” (rs) lagoalva-brancogosto muito do Quinta da Lagoalva Tinto um corte meio a meio de Castelão e Touriga Nacional que é um belo companheiro para pratos de bacalhau.

Agora mais uma surpresa que provei muito recentemente, um delicioso, vibrante e fresco branco, com um rótulo singelo que nos remete aos azulejos portugueses porém na cor verde, é o Lagoalva Branco. Não tenho a mínima idéia de que uvas o Diogo usou para gerar este vinho, mas às cegas eu juraria que estava tomando um Vinho Verde, coisa que gosto demais, e em consequência acho que até sei de algumas uvas que ele deve ter usado. Tem aromas cítricos acentuados, uma acidez vibrante que lhe dá um frescor ímpar, um vinho divertido para tomar solo, acompanhando camarõezinhos fritos, lula à doré, manjubinha, felicidade total!! rs Não perguntei nada, não sei de nada, só sei que é alto astral, que me diverti com ele, um “Wine for Fun” que só acredito que é da região Tejo e não do Minho porque eles dizem, mas que ficou uma pulga atrás da orelha, lá isso ficou!! rs

Verão chegando, para encher a geladeira. Praia, piscina, tira gosto, conversa, amigos, férias, tudo a ver. Como diria se estivesse por lá, deu-me grande gozo este vinho! Vinho na casa de R$65 a 70,00, importado pela Mistral e, óbvio, que já arrumei um espacinho para ele lá na Vino & Sapore pois, mesmo se ninguém comprar não me importo não, bebo com prazer!! rs Saúde e kanimambo.

 

PS Bingo! O Diogo me deu um retorno sobre as uvas; Alvarinho (sabia!), Arinto (pensei em Loureiro, porém pela região achei que podia ser Arinto) e Verdelho (esta não ia acertar nunca!), acidez na veia. rs

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Quebrando Paradigmas Com Vinhos Brasileiros

Apesar de ter ficado para alguns uma falsa percepção de que tenho algo contra os vinhos brasileiros, há anos que sou um entusiasta. Esse “ranço”, na verdade ficou em função de meu forte posicionamento contra a tentativa de golpe contra o consumidor com a adoção das famigeradas salvaguardas (quem chegou mais recentemente à nossa vinosfera não conheceu e os mais velhos se esqueceram rapidamente) e de quem bancou essa irracionalidade que, graças a essa firme oposição de diversas pessoas, acabou não passando tendo prevalecido o bom senso. Há muito que falo que já fazemos bons vinhos, meu problema com grande parte dos produtores está mais na área comercial onde não compartilho de suas estratégias, então espero que isso fique claro de vez e vamos em frente porque chega dessas baboseiras.

Na semana passada tive a oportunidade de preparar para a Confraria das Enoladies uma degustação só de vinhos que reputo como de boa e muito boa qualidade que surpreendeu a todos. Compartilho com os amigos um pouco de minhas impressões sobre o que chegou na minha taça.

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Villa Francioni Rosé (Serra Catarinense)- não tenho conhecimento de um vinho rosé fruto de um blend de 8 uvas – Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sangiovese, Merlot, Petit Verdot, Malbec, Syrah e Pinot Noir. Apesar de caro, passa dos R$120 o que rivaliza com bons Provence, prima pelo frescor e equilíbrio sem contar que a garrafa é linda.

Villaggio Grando Innominabile lote V (Meio-Oeste Catarinense) – Um clássico muito fino, delicioso corte de sete uvas e seis safras! A cada safra, 20% do vinho é guardado para se fazer o corte de safras do ano seguinte. Neste lote V, são seis safras, de 2004 a 2009. As uvas, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Marselan, Malbec, Merlot e Petit Verdot. Um vinho que já comentei aqui por diversas vezes. São vinhos que sempre se apresentam prontos a beber, porém evoluem muito bem com o tempo. taninos sedosos, fruta abundante, corpo leve para médio, òtima textura, boa persistência de boca, um vinho que agrada fácil a gregos e troianos, a entendidos e outros nem tanto. melhor, preço bacana, na casa dos R$80,00.

Bueno Paralelo 31 2103 (Campanha Gaúcha) – Bom exemplar dos tintos da Campanha, região de onde ainda vamos ver muita coisa boa sendo criada. Este já tem a mão do respeitado enólogo italiano Roberto Cipresso na finalização do vinho, porém na próxima safra já se espera que ele acompanhe o processo na íntegra. Mudou o estilo, mais escuro e denso, um corte saboroso de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot com maior volume de boca. Frutos negros, madeira um pouco mais aparente porém bastante equilibrado que se integra melhor com um tempo em taça ou num decanter para aerar por uma meia hora a quarenta e cinco minutos, pois o vinho ganha muito com isso. Preço hoje beira os 100 Reais, mas acho que está em linha com o que apresenta.

San Michele Tridentum Teroldego (Vale de Itajaí) – situada em Rodeio fortemente colonizada por italianos do norte da itália, especificamente do Alto-Ádige, região de Trento, de onde a uva é originária. Ver essa uva por aqui foi uma alegria, pois gosto muito tendo nos vinhos da Angheben, que também é originário da região italiana, minha referência local. Esta uva sempre produz vinhos retintos, escuros de boa “pegada” e esse não foge à regra, muito bom, um vinho que foge aos aromas e sabores mais comuns a que estamos acostumados, um vinho de personalidade própria e marcante. Notas mais terrosas, algo de defumado, boa acidez, médio corpo, denso, um vinho complexo que me agradou sobremaneira e a minhas confreiras idem. Com preço na casa dos R$80,00 vale muito a pena.

Miolo Lote 43 – 2011 (Vale dos Vinhedos) – Um clássico com a mão do Adriano Miolo e de meu amigo Miguel de Almeida, enólogos que cuidam da criança. rs Um lorde, a finesse em pessoa e um vinho que tomaria a dois de bom grado, pois uma tacinha é pouco! Falar deste vinho e chover no molhado, mas este 2011 está especialmente bom apesar de não ter degustado muitos. O provei pela primeira vez há três anos atrás num Challenge de Vinhos Brasil x América Latina (Wine In promovido há época pelo amigo Breno Raigorodski) e já me impressionou, tendo ganho na classe acima dos R$50,00. De lá para cá só cresceu e mostrou ainda muita estrutura para nos seguir presenteando com alegria por muitos e muitos anos. O preço está ficando algo salgado, por volta dos R$170 a 200 dependendo de região, mas é um vinho marcante que por R$150,00 seria uma ótima compra.

VF Villa Francioni Tinto 2009 (Serra Catarinense) – de volta a esta região com este delicioso corte bordalês de Cabernet Sauvignon, Merlot,Cabernet Franc e Malbec. Em 2009  coloquei o 2005 como intruso num Desafio de Bordeauxs, até R$100,00 e desbancou meio mundo. Desde aquela época o reputo como o melhor vinho tinto produzido por esta vinícola e recentemente tive a oportunidade de confirmar isso ao provar toda a linha deles.Com sete anos de vida, o vinho está tinindo! rs Boa e complexa paleta olfativa com frutos negros abundantes, tabaco, café, estrutura  com elegância e taninos finos, rico meio de boca, longo, um belo vinho em que os aromas seguem nos encantando mesmo depois de terminado a taça. O preço, bem os vinhos desta casa sempre estiveram na parte mais alta da pirâmide, então prepare-se para pagar algo ao redor dos R$200 aqui em Sampa. Como no Lote 43, se achar por R$150 a 160,00 será uma ótima compra em linha com produtos similares importados.

Enfim, esta foi uma bela seleção de vinhos para quebrar preconceitos de qualquer um quanto à qualidade de nossos vinhos e tem um monte de outros rótulos que poderiam estar por aqui.Uma ótima e prazerosa noite passada junto à minha primeira e mais antiga confraria, as Enoladies que em Novembro estará completando SEIS anos de vida! Fiz as contas, neste período foram 65 reuniões e mais de 400 vinhos provados entre tintos, brancos, rosés, espumantes de todas as regiões e países do mundo, mas seguimos encontrando rótulos novos e experiências refrescantes para não deixar a paixão morrer, eta coisa boa esta nossa vinosfera!

Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore, ou em qualquer esquina deste maravilhoso mundo do vinho.

 

 

Uma Razão Para Visitar a Moldavia!

Bem, pelo menos uma,mas dizem que a região é linda e os vinhos possuem qualidade. Quem sabe um dia?? Por enquanto, que tal passear virtualmente por mais de 100kms de adegas subterrâneas na, dizem, maior adega do mundo.  Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, então fico por aqui, veja o vídeo!