19 de ABRIL – DEGUSTAÇÂO VINHOS DA MALA de SANTA CATARINA NA VINO & SAPORE – No carnaval levei um grupo de aficionados pelo mundo da vinho a desbravar a Serra Catarinense com seus vinhos de altitude variando de 900 a 1427 metros, mais ou menos em linha com Mendoza. Enormes surpresas, algumas ainda por sair ao mercado em fase final de afinamento em barrica e/ou garrafa mostrando que esta é uma região nova (18 anos) mas já com muita coisa para mostrar e certamente, uma nova fronteira a ser explorada e o futuro do vinho no Brasil em conjunto com a Campanha Gaúcha. Vinhos de um estilo diferente em função de um terroor e climas diferenciados. Trouxe alguns vinhos então prepare-se para uma experiência e tanto que se dará a partir das 20h:
Branco – Abreu Garcia Sauvignon Blanc (Campo Belo do Sul / Planalto Serrano)
Tintos – Barone Nebbiolo (Planalto / Rodeio)
Sto. Emilio Leopoldo (São Joaquim/Serra)
Haragami Torii Cabernet Sauvignon (São Joaquim/Serra) vinhedo mais alto do Brasil, 1427 metros.
Villaggio Grando Innominabile V (Água Doce/Caçador) – um blend de 5 safras e 7 uvas.
QSM Portento 2006 (São Joaquim/Serra) – Fortificado,estilo vinho do porto que será servido com chocolate Nugali com 70% Cacau e Colomba Pascal com gotas de chocolate.
Total 6 Vinhos tranquilos (1 fortificado) e um espumante dando uma visão bem interessante de boa parte de tudo o que vem acontecendo por lá. Durante a degustação o já tradicional prato de frios e queijos, água e café para arrematar lembrando que o estacionamento é gratuito. Somente 12 vagas e o custo de investimento será de R$110,00 por pessoa com casais pagando R$200,00. Reservas mediante pagamento, garanta logo seu lugar e surpreenda-se como os amigos que viajaram comigo o fizeram!
Dia 23 de Maioem Sampa Repeteco! Para os amigos de São Paulo que sempre reclamavam que não fazia nada por lá, estarei realizando mais uma destas degustações só que desta feita nas gostosas instalações da Lusitano Import lá em Higienópolis na Rua Minas Gerais 59, a três quadras do metrô Consolação. Haverão duas mudanças nos vinhos listados acima, mas a “viagem” será igualmente gostosa, garanto! Faça sua pré-reserva o quanto antes e garanta desde já seu lugar. Envie um comentário por aqui, ligue na Vino & Sapore (11) 4612-6343 das 14 ás 19 de Terça a Sábado, ou por e-mail para jfc@falandodevinhos.com . Saúde e kanimambo pela visita.
Enquanto uns provam grandes e caros vinhos, utopia para a maioria, gosto mesmo é de garimpar, buscar vinhos que façam bonito na taça por um preço que a maioria de nós pobres mortais possam pagar. É aquela história de desmistificar o mundo do vinho na prática e não só na teoria! Nada contra provar e beber grandes vinhos, mas o que eu acrescentarei ao que tantos e mais classificados colunistas do vinho já não disseram sobre esses vinhos para lá de exclusivos? Será que você está mesmo interessado em ler que o Sassicaia é um grande vinho, ou que um grande Barolo de Gaja ou Brunello da Poggio di Sotto é inesquecível e todos acima de R$1.500? Óbvio que tomá-los é, normalmente, uma experiência incrível e gosto tanto como qualquer um, mas hoje ando mais na fase de me perguntar; o que isso me acrescenta? Para tomá-los há que se fazer uma poupança com um cofrinho especial e tenho tanta coisa mais importante para fazer com essa grana! rs Agora, por outro lado fica a indagação, acrescento algo ao meu leitor ou meu cliente falando dele? Recomendo que que vão nesse tipo de eventos, é certamente uma bela experiência para qualquer um e é um belo capital investido, mas eu ficar aqui falando deles não sei se faz sentido e tenho cá minhas dúvidas, porém quem sabe você me diz algo?
Nesse sentido sou mais baixo clero, mais pé no chão e acredito numa outra vertente de nossa vinosfera, os achados e olha que os conseguimos em várias faixas de preço! Vinhos em que a percepção de valor é superior ao preço pago, a harmonização do bolso! rs Com esse foco, hoje compartilho com você mais dois bons e baratos (com toda a subjetividade da palavra “barato”) vinhos aqui no blog e os dois europeus de origem, inclusive um francês!!
Maison L.Tramier Linteau Côtes du Rhône. Quando os vinhos da região trazem o nome da comuna no nome, já falamos de um Côtes-du-Rhône diferenciado e qualidade um patamar acima da maioria e o que tem por aí beeeem baratinho não são vinhos de grande valia. Este está numa faixa de preço intermediária (entre R$75 a 80) e já nos traz um “papo” mais evoluído, um vinho que usa tão somente uvas da comuna e não de tudo o que é lugar do Rhône. Um blend de 70% de Grenache e 30% de Syrah, gosto, gera um vinho de médio corpo versátil e muito saboroso. Toques defumados, frutos vermelhos maduros, rico meio de boca, balanceado, toques terrosos, taninos aveludados e marcantes com boa persistência de final de boca. Leve passagem por madeira, cerca de seis meses, é uma grata surpresa de média complexidade podendo harmonizar de hambúrguer a costela de porco ou lingüiça de pernil com ervas, até bacalhau no forno ou lagareiro para quem gosta de sair da mesmice.
Canforrales Classico Tempranillo – La Mancha não é das regiões produtoras espanholas de maior destaque, apesar de ser a maior, porém é de lá que vêm alguns dos melhores custos benefícios do mercado nos dias de hoje. Muitos vinhos nesta faixa tendem a ser algo esqueléticos, ligeiros e sem qualquer estrutura, porém este rótulo é uma prova viva de que se pode tomar bons vinhos sem deixar um rombo no bolso no processo. Nove meses de passagem por madeira (americana e francesa de segundo e terceiro usos), taninos sedosos, boa estrutura, fruta fresca abundante (cereja bem presente), acidez presente e bem balanceada um ótimo gama de entrada para esta uva, um vinho que diz a que veio! Para acompanhar carnes grelhadas, queijo manchego, chorizo (lingüiça) fatiado, até uma morcilla! Entre R$65 a 70,00, um bom achado que há tempos habita minha taça.
Finalizando o post de hoje, me lembrei de um vinho que tomei neste último Domingo e publiquei no face, que exemplifica bem o que falo sobre achados nas mais diversas faixas de preço. Vinhos que dão uma percepção de valor superior ao preço pago, o Diamandes de Uco 2008, um vinho soberbo por cerca de R$190 mas que parece custar bem mais. Depois falo dele, um grande vinho, mas hoje fico por aqui. Saúde, kanimambo pela visita e seguimos nos vendo por aí!
Dia cheio já que a subida para São Joaquim pela Serra do Rio do Rastro torna a viagem algo mais longa, porém a vista seria deslumbrante, esse era o objetivo. Antes no entanto e pela dica de uma das amigas presentes no grupo, uma parada incrível e uma descoberta a pouco mais de 45 minutos de Floripa, a Queijo com Sotaque. Para quem é chegado nessa iguaria, imperdível!! Depois para finalizar um jantar delicioso com os bons vinhos da Quinta de Santa Maria, a segunda vinícola no roteiro depois da Quinta da Neve.(veja post do dia 1 clicando aqui)
Queijo com Sotaque e, acrescento, sem frescuras! – Queijos artesanais de primeiro nível que recém conseguiram aprovação no SIF, devendo estar disponível na boas casas do país em breve. Sei que uma embalagem já está aprovada! Trabalhar, criar, investir no Brasil não é fácil não, mas tem gente que é teimosa e ama o que faz, isso faz diferença. É o caso da francesa Elisabeth Schober que veio ao Brasil pela primeira vez em 2006 em sentiu falta de uma maior diversidade e qualidade dos queijos disponíveis por aqui. De volta à França o Brasil e seus desafios não lhe saiam da mente e eis que em 2011 esta técnica agrícola com anos de experiência na produção de queijos artesanais decide vender sua pousada/fazenda na frança e se aventurar por aqui. Difícil adequar os sistemas de produção controlados pela Anvisa e os sistemas usados na França, “enquanto por aqui se tenta proteger o queijo de toda a contaminação, na França se enche o queijo de bactérias, fungos e leveduras que resultam em aromas, texturas e sabores únicos”, diz ela. Finalmente em 2013 se iniciaram as vendas e em breve estarão “exportando” para outros Estados da Federação.
Fomos recebidos com muita simpatia e sem frescuras, provamos diversos queijos e nos apaixonamos, um deleite, algo muito especial que os amigos não podem perder. Carregamos durante 5 dias uma caixa de isopor com gelo, que passava pelas geladeiras dos hotéis até que finalmente chegamos em casa com o tesouro, demais! Eu me apaixonei pelo Gruyere, o Comté, Pirail, Munster e Morbier, mas não ficaria só nisso não! Uma ótima forma de começarmos o dia e que você pode acompanhar pela página deles no face > https://www.facebook.com/queijocomsotaque/.
Daí saímos para enfrentar a Serra do Rio do Rastro e ………… nada de nadica, encoberto, chuvoso, neblina, não deu para ver nada, nem lá no mirante! sniff, Fiquei triste porém pelo que pude escutar de relatos, poucos são os que conseguem fazer esse caminho e vê-lo em todo seu esplendor! (clique na imagem para assistir um vídeo) Hotel, descanso de algumas horas e alguns de nós já fomos ver o que o tio Vilson lá da casa do Vinho teria para nos mostrar, porém isso é história para outro dia. Lá pelas 20 horas fomos descobrir o frescal de Santa Catarina, que nada tem de queijo! É, aprendemos mais essa, pois frescal é um tipo de carne de vaca, especialmente a porção que conhecemos em Sampa como lagarto, salgada e curtida ao relento apenas durante a ausência de sol, geralmente à noite. É uma variante do charque, adaptada à região. Nossa visita foi ao restaurante Cristal de Gelo onde nos aguardava o amigo Antonio Zanelato Junior, enólogo boa gente da Quinta Santa Maria, para nos apresentar seus vinhos devidamente harmonizados. Incrível a gastronomia do restaurante, pratos magníficos muito bem elaborados e apresentados, uma grata surpresa!
Nascida em 2004, a Quinta Santa Mariatem um jeitão de Douro com vinhedos em patamares acompanhando o Rio e uma pena que não pudemos passar lá já que ainda não estão preparados para receber gente mas o local, entre 1200 a 1300 metros de altitude, é apaixonante e espero que em breve essa lacuna seja preenchida. Já conhecia alguns dos vinhos da casa, porém nesta noite ampliei esse conhecimento que ainda teria uma segunda e terceira etapa nos dois dias seguintes.
Nesta agradável noite em que, descobrimos, tínhamos um aniversariante no grupo, os festejos começaram com dois gostosos espumantes o Da Condessa Rosé (Charmat) e Da Rainha (Champenoise), por sinal os Rosés são uma marca da região e provamos muitos deles tanto espumantes como vinhos tranquilos.Pessoalmente tive uma queda pela Condessa, confesso! rs
O cardápio do Restaurante Cristal de Gelo, magnificamente executado pela Chef Rafaela Chioka, uma graça, competente e muito simpática essa baixinha.
Carpaccio de maçã com rúcula e gorgonzola – Com os espumantes
Truta na manteiga com pinhão e purê de queijo colonial – Com QSM Purpurata Touriga Nacional
Nhoque de moranga com carne e frescal cremoso – Com QSM Utopia
Torta de maçã com frutas vermelhas – com QSM Sublime
Dos Vinhos:
QSM Purpurata Touriga Nacional, um vinho de boa tipicidade e taninos macios, mostrando o floral típico da casta, cor púrpura,fruta abundante, leve final especiado, taninos finos uma surpresa.
QSM Utopia Cabernet Sauvignon e Merlot, um blend bastante presente na Serra Catarinense. Seis meses de barricas novas mostram um vinho mais complexo, corpo médio, boa textura e que casou muito bem com o nhoque com frescal. Taninos aveludados, final de média persistência, equilibrado com uma acidez bem gastronômica, um vinho que chama a atenção.
QSM Sublime – o vinho branco fortificado à moda do Porto. Preciso voltar a provar, não tomei nota de nada preocupado que estava com o grupo, final de jantar, aniversário e outras cositas mais! Sorry, fico devendo.
Ainda provamos em outros dias, quer dizer alguns de nós (rs) outros vinhos da vinícola; Entre Nós, Passionado e Portento, mas desses eu falo depois. Bem, bom fim de semana e nos vemos por aqui na Segunda, na Vino & Sapore qualquer dia ou em uma das estradas de nossa vinosfera. Saúde e kanimambo e curta o vídeo aqui abaixo com algumas das imagens do dia.
Como sempre, fuçando o mercado e garimpando bons vinhos com preço idem. Vinhos que não nos causem maiores rombos ao bolso e que nos gerem uma percepção de valor superior ao preço pago, é isto que busco desde o dia 1 deste blog há oito anos atrás e, mais que nunca, sigo firme nesse caminho do garimpo. Estes dois vinhos são, em minha opinião, dois bons exemplos de que, contrariamente à opinião de alguns e de um paradigma que se criou ao longo dos tempos, há sim vida em vinhos europeus de baixo preço, neste caso abaixo das 60 pratas. Na minha opinião, batem a maioria dos vinhos dos hermanos na mesma faixa e sugiro montar uma degustação ás cegas para quebrar esse preconceito.
Clos Lagoru – Da região de Jumilla (Espanha) – Um corte que tem como protagonista a Monastrel, principal uva da região, com Syrah e 20% de Petit Verdot. O mosto é fermentado separadamente com leveduras indígenas e o blend elaborado ao final com o afinamento sendo feito em barricas americanas por quatro meses. Boa parte dos vinhedos são de vinhas velhas e boa parte deles de cultivo orgânico.
A região bem quente favorece um melhor amadurecimento da Petit Verdot e o resultado é um vinho onde a Monastrel dita os rumos, porém a PV deixa sua marca que se sente bem no final de boca, no corpo e na cor do vinho. Cor violácea, boa intensidade aromática, chocolate escuro e frutos negros , algo herbáceo com sutis notas de especiarias. Bom corpo, de médio para encorpado, rico e algo terroso, meio de boca denso com taninos presentes mostrando uma estrutura algo mais rústica, com ligeiro apimentado de final de boca, mostrando-se fresco e de média persistência.
Mandorla Syrah – Da Sicilia, Itália – A Syrah se deu muito bem nestas terras mais quentes com forte clima mediterrâneo e este vinho vem mostrar, mais uma vez, que garimpar vale a pena! Tipicidade á flor da pele com fruta vermelha abundante e especiarias desde o olfato ao último gole. Na boca mostra boa textura, médio corpo, taninos macios, meio de boca muito rico, notas tostadas e um final levemente apimentado de boa persistência, tudo muito bem balanceado sem arestas, um syrah deveras apetecível e acessível! Parece ter alguma passagem por madeira, porém sem dados técnicos disponíveis fica difícil dizer o tipo, no entanto alavanca o produto sem o maquiar. Pastas ao funghi, queijos maturados, carnes ensopadas podem ser bons companheiros e cada vez que penso em comida para harmonizar me vem à cabeça coelho à caçadora! Será que é desejo?? rs
Mais dois vinhos que recentemente compuseram seleções disponibilizadas aos confrades e confreiras da Confraria Frutos do Garimpo com em parceria com o importador, a Galeria dos Vinhos. Lembre-se; saia da mesmice, trace novas rotas, explore o desconhecido, descubra novos sabores, pois essa é a parte mais enigmática e interessante de nossa vinosfera. Saúde e kanimambo pela visita. Na Sexta, mais um dia do Tour Pelos Vinhos de Altitude Santa Catarina, espero você por aqui!
Tenho uma queda por vinhos elaborados com esta casta, difícil em varietais, mas que possui a tendência de aportar complexidade aos vinhos assim como uma enorme capacidade de os “arredondar”. Nos últimos tempos temos visto ótimos exemplares de varietais de Petit Verdot vindo do Chile, da Argentina e da Espanha, regiões mais quentes onde a uva atinge seu nível de maturação de forma mais regular. Um dos meus favoritos é o Finca Decero Petit Verdot que há dois anos ganhou o Troféu de melhor vinho de Mendoza pela Wines of Argentina, assim como os chilenos Perez Cruz Chaski e o Casa Silva, todos grandes vinhos, porém de preço idem!
Mais acessíveis são aqueles vinhos em que encontramos a Petit Verdot como participante de blends e garimpar esses vinhos é algo que me agrada bastante, pois, ao que me lembre, dos muitos provados só um não fez minha cabeça! Normalmente, inclusive em Bordeaux de onde é originária, é usada em porcentual pequeno, entre 7 a 10%, porém não é incomum ver belos blends onde esse porcentual é amplamente ultrapassado. Antes de falar deste La Playa em que 40% do corte é desta uva, compartilho com você a opinião de dois amigos enólogos que prezo muito:
1 – Miguel de Almeida é o enólogo do projeto Seival da Miolo, jovem e competente, de origem lusa. Lhe perguntei o que ele achava desta casta, veja o que ele respondeu: “sobre o Petit Verdot, no Seival temos 2 hectares desta uva [o único vinhedo do Grupo Miolo a tê-la no encepamento]. A Petit Verdot é uma uva de cacho e grão pequenos que entrega aos vinhos sempre muita cor, acidez e tanino. Das não tintureiras, é a seguir ao Tannat a uva que mais cor e estrutura coloca nos vinhos. Por aqui é uma uva de boa maturação, média resistência à umidade, quase tardia e generosa em produção. Gosto de Petit Verdot como monovarietal, mas como temos pouco PV, usamo-la sempre em corte e sempre intensifica o visual do vinho e prolonga a longevidade do mesmo.”
2 – Tomás Hughes – Argentino, enólogo da ótima Finca Decero (Mendoza), que possui, na minha opinião, o melhor Petit Verdot da Argentina e o usa também no seu vinho ícono onde participa como coadjuvante no corte, o Amano. Eis o que ele me respondeu: “De mi punto de vista , cuando usamos PV en cortes, este ayuda a terminar la boca, dándole elegancia, largo y un toque de jugosidad. En lo que se refiere a nariz aporta notas a especies frescas las cuales se combinan muy bien con los aromas de malbec y cabernet, generando un marco de aromas sutiles y elegantes que forman base de una gran complejidad. Es un varietal de gran personalidad que rápidamente toma protagonismo en los cortes, por ende si uno quiere trabajar sobre un corte donde no quiere el PV como driver, tiene que trabajar con proporciones inferiores al 10%. Por ej, en nuestro “Blend Amano”.
Este é um corte inusitado e muito bem feito onde a Peti Verdot tem papel de protagonista avaliado em 2014 pela Wine Enthusiast (http://www.winemag.com/buying-guide/la-playa-2011-block-selection-reserve-claret-red-c ) com 88 pontos e classificado com um dos melhores 100 Best Buys desse ano com um preço médio de USD12 nos EUA, o vinho está no ponto!
Tradicionalmente este vinho segue uma composição de castas bordalesas, mas o enólogo se permite variar isso ano a ano dependendo da safra e da evolução das uvas no ano. Em 2010 seu corte foi composto de Petit Verdot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Carmenére, porém neste anos de 2011 esse blend sofreu variações. O corte deste vinho de safra 2011 é uma composição da Petit Verdot (40%) com Malbec, Cabernet Franc e Syrah, que é uma uva do Rhône, que resultou muito bem.
Ao abrir uma garrafa para prova com os amigos, a primeira percepção foi de qualidade, muito boa paleta aromática, com uma boca densa, complexo, porém de taninos aveludados. O fato de ter um forte porcentual de Petit Verdot no vinho, contradiz um pouco os conceitos emitidos por diversos enólogos e especialistas o que me faz crer que há ainda muito a estudar sobre a enorme capacidade de desenvolvimento que esta casta ainda tem pela frente e, por outro lado, confirma de que não existem verdades absolutas em nossa vinosfera. Por sinal, me lembro bem de um vinho português marcante que se foi e deixou saudades, o Terras do Pós Syrah/Petit verdot 50/50 outro belo vinho!
Neste caso do La Playa Block Selection Reserve Claret 2011 (que de claret não tem nada), mais uma vez fica comprovada a característica da casta em gerar blends de muita qualidade sem que necessariamente os vinhos tenham que ser caros. Os aromas com notas florais e frutadas, pedem para levar o vinho á boca e a entrada de boca é impactante para um vinho deste valor. Ótima estrutura, boa acidez, frutos negros (ameixas e cerejas?), algum defumado, muito harmônico e vibrante, final de boca de boa persistência com notas de baunilha e cafés fruto de seus doze meses de barricas americana e francesa.
Mais um vinho que fez parte da seleção de Fevereiro da Confraria Frutos do Garimpo (link no banner acima aqui no canto direito do blog) que também teve a presença do Clos Lagoru espanhol de Jumilla. Uma ótima semana a todos e seguimos nos encontrando por aqui, pelas estradas de nossa vinosfera ou, quiçá, na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça para compartilhar com os amigos. Saúde e kanimambo pela visita.
Olá amigos, Chegando na Páscoa e falar dela e suas celebrações é falar de família reunida e Bacalhau e Vinho sobre a mesa acompanhada de bom azeite, ora pois! Uma coisa aprendi ao longo destes anos dedicados ao estudo do vinho e experimentos com harmonização, por mais “regras” que existam, nada passa por cima de seu palato e seu gosto então todos os textos em revistas e em nossa blogosfera devem ser digeridos com uma certa parcimônia, inclusive este.
Eu já pesquisei bastantes o assunto e cá tenho meus pitacos para dar, porém em boa parte já aqui publicados, por isso se está em duvida quanto à sua harmonização de Bacalhau e Vinho, junte-se ao grupo! rs Estes posts abaixo (clique nos destaques – links – em negrito) mostram bem a diversidade de opiniões pesquisadas junto a gente que é do ramo da boa enogastronomia e vos convido a ler esses textos. Mais do que lhe dizer o que fazer, o que seria uma tremenda presunção de minha parte, busco aqui compartilhar consigo minhas experiências para que você faça seu próprio juízo de valor encontrando, eventualmente, algumas respostas para suas dúvidas sobre este saboroso tema. Na essência, no entanto, pense sempre em harmonizar por “peso”! Pratos leves com vinhos leves, pratos pesados e complexos com vinhos idem, difícil errar, acreditem.
1 – First things first, dizem os ingleses, e nada como conhecer o Bacalhau antes de comprar. O mercado está cheio de peixes parecidos, até umas coisas bem ruins chinesas, então saber o que está comprando é essencial! Leia aqui sobre os diversos tipos de bacalhau disponíveis no mercado e não compre gato por lebre! Clique na imagem do Bacalhau abaixo para saber mais sobre ele e não tomar ferro na hora da compra.
2 – Como dizem meus compatriotas, pelo menos é o que rege a lenda, “bacalhau não é peixe, é bacalhau” e estamos conversados! Uns gostam com vinho branco, outros não abrem mão de um tinto, mas quem conhece do riscado sabe que é essencial saber a receita do bacalhau que será servido. Veja mais aqui num post com uma diversidade incrível de opiniões vindos de especialistas da enogastronomia.
3 – Outras experiência vieram depois desse post e uma em especial me chamou a atenção, foi do amigo Marcio Marson e achei legal compartilhá-la aqui em 2009. Leia o post com o resultado de suas experiências aqui.
4 – Harmonização não é uma ciência exata e muitas vezes nos surpreendemos com os resultados, Bacalhau com Tannat pode?! E com Malbec? Pois bem, veja os resultados de duas experiências aqui > Com Tannat e Malbec.
Quando falamos de harmonização de pratos, existem alguns conceitos básicos a serem seguidos, porém uma forma simplista, que normalmente funciona bem, é pensar e equilibrar os vinho e o prato pelo peso. Pratos mais leves, vinhos mais leves e menos tânicos (quando tintos) e mais jovens, já pratos mais pesados e untuosos requerem vinhos com iguais características; brancos amadeirados e encorpados, tintos mais estruturados e complexos.
Cada um tem lá suas sugestões sobre o tema de harmonizar Bacalhau e Vinho e eu não fujo à regra! Eis minhas dicas sobre harmonização da Páscoa, leia, pesquise, experimente e viaje nessa diversidade de sabores. Eu já sei que vinho abrirei, tenho aqui um Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2008 que acho que desta não escapa e deverá “ornar” com meu bacalhau à Lagareiro! Salute, kanimambo pela visita, que tenham todos uma bela semana e uma ótima Páscoa, mas no Domingo pode abusar e servir uma bela paleta de cordeiro deixando o bacalhau para Sexta! kanimambo pela visita e nos vemos por aqui novaente em breve.
Amigos, meio em cima da hora, precisamos confirmar até Terça dia 22, programei uma noite para harmonizarmos Bacalhau e vinho em parceria com a Iva do A Quinta do Bacalhau, vejam só! “POSTERGADA DEVIDO AO FERIADO“, não me toquei! rs Vai virar uma degustação Pós-Páscoa. rs Avsiso em breve nova data.
Boas vindas – taça de espumante Santa Augusta Brut
Entrada – Punhetinha de Bacalhau com Vinho Verde Muros Antigos Loureiro (100ml)
Prato – Bacalhau com Natas com dois vinhos para você decidir qual estilo de vinho acompanha melhor o prato:
Casa da Passarela A Descoberta branco (100ml) da região do Dão/Portugal e Vinha dos Santos Douro Tinto (100ml)
Sobremesa – cake de amêndoas com Porto Tawny (50ml)
A partir das 20 horas na Vino & Sapore, Rua José Felix de Oliveira 875, Granja Viana (km 24 da Rod. Raposo Tavares), Cotia. Estacionamento gratuito, água, café tudo por R$170,00 por pessoa e somente temos 12 vagas disponíveis, ligue logo (das 14 às 19h) 11-4612.6343 e garanta sua vaga. Confirmação mediante pagamento, aguardo sua reserva para esta que será a primeira degustação do ano, venha!
Já fiz um curto resumo de alguns dos vinhos de maior destaque provados nesta dura viagem que se iniciou em Floripa, passou por São Joaquim, Lages (Campo Belo do Sul), Treze Tílias e Caçador (Água Doce) desbravando algumas das boa vinícolas regionais, mas nem só de vinho vive o homem então provamos outras cositas más.
Nosso primeiro encontro ao chegar foi com a gastronomia do Luiz e da Neiva no Barba Negra que fica na Lagoa da Conceição, uma acertada dica do amigo Nilson que ainda nos indicou uma sorveteria da hora. Deliciosas e frescas ostras, natural e gratinadas, seguidas de Polvo à Lagareiro que estava divino! Uma cerveja genial, Coruja Extra Viva, nos acompanhou e servio de abre alas para os dias de vinhos que viriam pela frentes. Ótimo serviço, comida boa, preço condizente, só resta recomendar o lugar para quem estiver por lá. Tendo a oportunidade, certamente voltarei pois o cardápio tem várias opções apetecíveis! rs
Saindo de lá, pensamos em fazer um pouco de stand up paddle (rs), bem na frente, mas o tempo estava curto e precisamos voltar para o hotel, porém antes aquela paradinha na sorveteria Max Gelateria. Gente, baita gelato! Sorvete delicioso, diversos sabores incríveis e eu me deliciei com o de pistache e o de cacau que montei num copinho. Cremoso, feito à mão e o marketing da vitrine com um buraquinho para vocês espiar o sorvete sendo batido é um charme a mais e uma bela sacada de marketing.Para quem gosta de sorvete, imperdível!
À noite lá fomos nós para a visita ao Acari Amorim, presidente da ACAVITIS, em seu lindo restaurante Amorim Vinho & Arte que fica num lugar especial de Floripa,Santo Antônio de Lisboa, pena que o Carnaval de rua atrapalhou um pouco. Lindo lugar e muito bem recebidos, escutamos um pouco da história dos vinhos em Santa Catarina e de como a vinícola Quinta da Neve, da qual é sócio, se tornou pioneira na elaboração de vinhos em Santa Catarina no não tão longínquo ano de 1999 . Seu enólogo consultor é o respeitado Anselmo Mendes que vem ao Brasil umas três vezes ao ano para supervisionar os vinhedos e acompanhar a vindima e viníficação dos vinhos. Numa próxima oportunidade quero ver se visitamos a vinícola, mas pudémos conhecer três ótimos vinhos que compõem seu portfólio, só lamentando que seu ótimo Pinot Noir não estivesse disponível pois se encontra esgotado. Três foram os vinhos provados:
Quinta da Neve Chardonnay – Muito bom, fresco e madeira quase imperceptível. Mantém a untuosidade da uva, mas seu frescor e mineralidade são marcantes dando-lhe uma personalidade diferenciada.
Quinta da Neve Cabernet Sauvignon – Para mim sempre foi um clássico mostrando a elegância da Cabernet na região. Mostrou-se novamente muito bem com aromas de boa intensidade, muita fruta vermelha, e gostoso de boca, taninos macios, algum defumado, boa persistência, um vinho que dá prazer e cumpre seu papel com galhardia.
Quinta da Neve Blend de Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Merlot, que lá está disponível como Amorim Reserva. Fruta mais madura, algum floral presente (Touriga dando o ar de sua graça), acidez bem balanceada,final com leve especiado e de média persistência.
Bem, para o primeiro dia estava de bom tamanho, no segundo dia temos programado os queijos da Queijo com Sotaque, Serra do Rio do Rastro e jantar com a Quinta de Santa Maria, seu enólogo e seus vinhos no restaurante Cristal de Gelo. Até lá, saúde e kanimambo pela visita.
Nossa, pesquisando no blogue achei este post que, por sinal, mostra bem para aqueles que ainda acham que tenho algo contra os vinhos brasileiros o quão errados estão! Independente disso, achei legal recuperá-lo hoje porque é interessante fazer um acompanhamento da evolução dos preços nesse período. Está certo, muitos não mais estão no mercado, mas pesquise e constate o que eu estou constatando, para minha surpresa, que o aumento ficou abaixo dos aumentos de impostos e inflação neste período de 8 anos!! Alguns no entanto, …!!! vejam abaixo
Como já de praxe, termino o mês do país tema com uma lista de rótulos, das regiões estudadas, que eu colocaria na minha adega. São, entre os vinhos provados e aprovados, aqueles que me mais me atrairam e conquistaram meus sentidos independentemente de faixa de preços. São, todavia, ótimos vinhos dentro de cada faixa e contexto especifico, até porque vinho premium não é para toda a hora. Há muitos anos, ainda em Moçambique, me lembro de uma propaganda de cerveja que dizia “Contra fatos não há argumentos, um fato num copo é ….”, e esta frase me inspirou no título deste post. Não são fatos na taça, mas verdadeiras razões que só quem toma esses vinhos de qualidade, cada um com seu estilo, pode entender.
Se você ainda não entendeu é porque necessita, urgentemente, de se desarmar e encher sua taça com alguns destes vinhos que demonstram claramente que a nossa produção mudou muito e para melhor. Isto sem falar de nossos muito bons espumantes que, estes sim, vêm obtendo um pouco mais de reconhecimento. Seja para dia-a-dia com ótimos produtos nas faixas mais em conta, seja em vinhos premium, hoje produzimos vinhos de muita qualidade. Quanto aos preços, em São Paulo está complicado e tenho visto preços bem melhores em outros Estados, especialmente no Rio Grande do Sul.
Muitos outros rótulos certamente mereceriam estar aqui, mas só listo o que eu provo e não há como provar tudo em tão curto espaço de tempo e sem a ajuda dos próprios produtores. A lista, todavia, não é fechada e sempre estarei aberto a provas e a compartilhar outras experiências com você amigo leitor e apreciador de vinhos. Conforme for tomando vinhos que ache que mereçam ser recomendados, os farei em diversos posts conforme for dando tempo. Enfim, por enquanto fique com esta lista e os comentários feitos ao longo deste mês de Novembro. Liberte-se de seus preconceitos e aproveite com sabedoria alguns desses bons e saborosos vinhos. Os preços são aproximados e referência média encontrada em lojas de São Paulo neste mês de Novembro. Já no Rio Grande do Sul, por exemplo, creio que estão entre 10 a 20% abaixo destes preços, então os valores abaixo são meramente indicativos podendo variar entre os Estados e distância das áreas de produção.
Vinho
Tipo
Preço R$
Cordelier Merlot
2005
17,00
Rio Sol Cabernet/Syrah
2005
19,00
Salton Volpi Sauvignon Blanc
2008
21,00
Aurora Reserva Cabernet Sauvignon
2007
22,00
Cordelier Merlot Reserva
2002
23,00
Marson Reserva Cabernet Sauvignon
2005
24,00
Marco Luigi Merlot
2005
24,00
Salton Volpi Merlot
2005
24,00
Casa Valduga Premium Gewurtzraminer
2008
24,00
Fausto Rosé de Merlot – Pizzato
2008
25,00
Angheben Barbera
2007
29,00
Dal Pizzol Tannat
2005
35,00
Dal Pizzol Touriga Nacional
2007
35,00
Pizzato Reserva Cabernet Sauvignon
2004
35,00
Pizzato Reserva Merlot
2005
35,00
Pizzato Reserva Egiodola
2005
35,00
Marco Luigi Merlot Reserva da Familia
2003
36,00
Casa Valduga Premium Cabernet Sauvignon
2005
37,00
Don Laurindo Assemblage
2005
37,00
Larentis Reserva Especial Ancellotta
2005
37,00
Don Cândido Marselan 4º Geração
2005
40,00
Nubio Rosé
2006
40,00
Quinta da Neve Cabernet Sauvignon
2005
40,00
Salton Volpi Pinot Noir
2007
40,00
Marco Luigi Tributo Assemblage
2003
42,00
Cordilheira de Sant’Ana Tannat
2004
46,00
Cordilheira de Sant’Ana Chardonnay
2006
46,00
Cordilheira de Sant’Ana Gewurtzraminer
46,00
Portento – Quinta Santa Maria
2005
58,00
Sanjo Maestrale Cabernet Sauvignon
2005
59,00
Joaquim da Villa Francioni
2005
60,00
Marco Luigi Gran Reserva da Familia Cabernet Sauvignon
2003
62,00
Quinta da Neve Pinot Noir
2006
63,00
Salton Desejo
2004/05
65,00
Marson Gran Reserva Cabernet Sauvignon
2004
68,00
Villaggio Grando Chardonnay
2006
68,00
Salton Talento
2004
69,00
Miolo Terroir Merlot
2004/05
75,00
Villaggio Grando Cabernet Sauvignon
2006
76,00
Villaggio Grando Merlot
2006
76,00
Villagio Grando Innominabile lote II
2006
82,00
Villa Francioni Francesco
2005
85,00
Storia – Casa Valduga
2005
90,00
Villa Francioni
2004
110,00
Estes rótulos estão disponíveis nas boas lojas de vinhos espalhadas pelo país assim como em alguns supermercados. Dê sempre preferência ao locais que tratam bem o vinho mantendo-o em locais e temperatura adequados, longe do sol e de produtos de limpeza.
Foi isso e fico feliz ao ver que já naquela época eu ressaltava os vinhos de Santa Catarina, não é de agora não! Seguem evoluindo e assim que começar a postar sobre o tour que fiz por aquelas bandas creio que você também ficará curioso caso ainda não os conheça. Valeu, grato pela paciência e gradativamente retorno à minha periodicidade de sempre. Salute e Kanimambo.