João Filipe Clemente

Belos Brancos na Taça e na Frutos do Garimpo – Parte II

Como tinha prometido na Segunda, segue o segundo vinho que compôs o kit de Janeiro da Confraria Frutos do Garimpo, um branco italiano elaborado com a desconhecida uva Kerner, uma casta híbrida criada em KERNER1930 pelo cruzamento uma uva tinta e uma branca. Original de Schwaben (próximo a Munique e uma sub-região da Bavaria na Alemanha), é resultado do cruzamento das castas Riesling e Trollinger (Schiava na itália) uma uva tinta. Seu cultivo se iniciou nos anos 30 mas foi nos anos 70 que ganhou mais atenção. Foi batizada com o nome do poeta Justinius Kerner, tendo se tornado rapidamente muito popular na região chegando a ser a 3º casta mais plantada na Alemanha, tendo todavia reduzido sua participação nos últimos anos. Como a Riesling, é um vinho de boa guarda envelhecendo bem.

Abazzia di Novacella Kerner 2012 – Antes de qualquer coisa, vale dar uma fuçada no site do produtor e colocar uma visita em sua lista de Kernerdesejos > http://www.abbazianovacella.it/it/cantina-vini/cantina-vini.html ! O produtor está localizado no Alto Adige, nos alpes italianos, região em que a cultura alemã e italiana se mesclam e em que os vinhos brancos ditam o tom. Um grande achado da importadora Vínica e, no mínimo, um vinho diferenciado e marcante que, para quem ainda não fez a experiência vale conhecer, harmoniza muito bem com carnes de porco especialmente com joelho de porco e chucrute! Solo, o vinho remete ao Riesling porém com uma pegada algo mais encorpada sem perder o frescor, fruta intensa, aromático, um vinho que seduz facilmente os mais, ou menos, incautos. Vibrante, rico, longo com um final algo mineral.

Viificado tão somente em inox com um período de “afinamento” de seis meses antes de ser engarrafado e sair ao mercado. Preço sugerido pela importadora, R$118,00 a garrafa

Eis alguns comentários de terceiros:

Alexandra Corvo > a renomada sommelier, enófila e colunista de vinhos Alexandra Corvo descreveu este vinho, em artigo publicado no último dia 30 de Dezembro no caderno Comida do Jornal Folha de São Paulo, como ”Brilhante, com frutas frescas e um toque mineral, boca vivaz e frutada.”

Raquel Santos, enófila e sommelier em falando de Vinhos (Março de 2015) > “É sempre interessante comparar o mesmo vinho em contextos diferentes. Aqui neste caso estávamos buscando vinhos frescos que fossem agradáveis no verão. Já na outra degustação em que ele esteve presente, queríamos harmonizar vinhos Riesling com comida alemã (eisbein com chucrute). Ou seja, aquela comida pesada, com muita gordura, típica dos países frios. Em ambos os casos ele deu conta do recado com galhardia”

Appellation Nation (Inglaterra) > “Kerner is an aromatic white wine which has become a speciality of the region: pale straw yellow with green reflexes, apple and peach fruit on the nose with a hint of mango, ripe and full on the palate, its opulence cut by crisp acidity.” http://www.appellationnation.co.uk/abbazia-di-novacella-kerner-2014-1699-p.asp

Bem, mais dois brancos apresentados e espero que tenha a oportunidade de os provar. Cada um com seu estilo, cada um para uma ocasião, cada um para uma harmonização diferente, mostrando a diversidade dos vinhos brancos.

Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui e no próximo post começarei contando da viagem aos Vinhos de Altitude de Santa Catarina com um grupo de 14 abnegados e desbravadores enófilos.

Belos Brancos na Taça e na Frutos do Garimpo – Parte I

Na Confraria Frutos do Garimpo, link aqui do lado, normalmente seleciono dois rótulos de vinhos que garimpo por aí e me chamam a atenção. São normalmente vinhos que possuem uma relação especial de Qualidade x Preço x Prazer que costumo classificar como vinhos BBG (Bom, Barato e Gostoso) independente de sua faixa de preço. Na Confraria sempre com um preço melhor, porém o que quero compartilhar com você aqui hoje, são mesmo os vinhos que garimpei para Janeiro e que os confrades rapidamente esgotaram os kits disponíveis.

Duas surpresas, a primeira porque não esperava que em Janeiro o pessoal estivesse com tanta sede (rs) e a segunda que eram vinhos brancos! Adorei o resultado, pois parece que as pessoas estão mais abertas a estes vinhos de que gosto tanto. Enfim, este foi um dos que garimpei, já o segundo, esse você verá aqui na Quarta-feira, porque senão o post fica longo demais!

Paxis Arinto 2014 – este vinho já anda por aqui faz tempo, porém só agora começa a estar mais presente no mercado pelas mão da Lusitano Import uma pequena importadora que, junto com o produtor DFJ, tem como princípio produzir bons vinhos a bons preços. Já o tinha provado há uns dois anos na Expovinis, porém agora desfrutei dele com menos Foto - arinto-uvascerimônia. A Arinto é uma uva autóctone portuguesa, muito presente no Minho e Douro, onde também é conhecida como Pedernã, sendo também encontrada em diversas outras regiões, porém com maior destaque na Região Lisboa, especialmente no DOC Bucelas onde aparece como monocasta, assim como no Alentejo onde aporta acidez nos lotes com Antão Vaz.

Este branco vem da região Lisboa, mais precisamente de Alenquer. Alenquer não está muito longe de Bucelas, e posso dizer que poucos Arintos tomei com a pujança deste. É um vinho que já seduz no nariz mostrando notas de frutos tropicais, notas florais sutis, e um toque dePaxis arinto frescor que pede para ser levado à boca onde explodem os sabores mais cítricos como limão, algo de maçã verde, uma acidez e mineralidade que o deixam extremamente vibrante. Volume de boca médio, boa persistência, final seco, um vinho divertido para acompanhar peixes, cozinha japonesa, ceviches e iguarias do mar grelhadas, carne de porco e solo numa bela tarde de verão. Um vinho que me seduziu e que ainda por cima tem um preço bem bacana

Sem passagem por madeira, somente inox e direto para a garrafa onde permanece por um ou dois meses para estabilizar antes de sair ao mercado. Preço sugerido pela importadora é de R$56,00

Dois comentários de terceiros que achei interessante compartilhar aqui:

Revista de Vinhos (Portugal) – “Tem a casta Arinto num perfil mais floral que o habitual, juntamente com algum vegetal verde. Corpo médio, com sabor, boa acidez a cortar a doçura da fruta. Muito limpo, descomplicado, boa qualidade para este preço”

Manitoba Wine Review (Canada) – “A fruity wine with notes of tropical fruits and citrus. In the tasting we feel also mineral notes adding more youth freshness to this powerful, intense and persistent white wine. It is an excellent aperitif and an exquisite complement to shrimps, seafood, soups, salads, fish dishes, sushi and all type of cheeses”.

Bem gente, é isso na Quarta vos apresento o segundo vinho da Confraria Frutos do Garimpo de Janeiro, a uva Kerner! Saúde, boa semana e kanimambo pela visita.

Dicas e Noticias de Nossa Vinosfera

Uma novidade que roda pela região de Campinas e algumas dicas para os amigos enófilos, vamos lá:

Projeto WINEBAR sobre rodas. Esta é uma ideia elaborada e construída pelos amigos Alexandre Frias (Diário de Baco) e Daniel Perches (Vinhos de Corte), gente que recomendo de olhos fechados. Sãowinebar-otr-01 verdadeiros promotores do mundo do vinho, que falam dele faz tempo, que possuem litragem e conhecimento, gente com quem tenho prazer de, vez em quando, compartilhar algumas boas garrafas! Agora querem enfatizar seu compromisso com a popularização do vinho com venda de vinhos e espumantes em taça nas ruas com sua Kombi “corujinha”, transformada em um bar.

A Kombi ano 69 transformada em um wine bar, ou “wine truck” como chamam alguns, é uma verdadeira atração. Tem cores as vibrantes (laranja e preta), iluminação caprichada, champanheira gigante e taças coloridas. Com todo esse aparato e claro, muitas garrafas de espumantes e vinhos à bordo, eles saem às ruas cobrindo eventos e fazendo parcerias com diversos restaurantes e empórios na região de Campinas. A agenda é sempre divulgada através as redes sociais.

“Escolhemos inicialmente a cidade de Campinas como piloto não só pelo fato de morarmos aqui, mas também pelas características do consumo local. O interesse por gastronomia tem crescido muito e as pessoas querem novidades. Os eventos de food truck tem feito muito sucesso e a aceitação é até maior do que esperávamos”, comenta Daniel Perches.

Mas os projetos do Winebar Online não ficaram para trás. Segundo Alexandre Frias “o alcance dos eventos e produção de conteúdo online através do Youtube e redes sociais é indiscutível, pois conseguimos abrangência, mas com certeza a presença física de nossos “wine trucks” pelo Brasil vaiwinebar-otr-02 potencializar a experiência com o vinho”.

A carta de vinhos do Winebar on the Road não tem restrições e pelo seu tamanho reduzido, muda constantemente. Além dos vinhos, eles servem drinques feitos também com vinho e suco de uva. Daniel e Alexandre explicam o motivo de não restringirem a carta a determinados países ou estilos: “o Brasil é um dos países com a maior variedade de rótulos do mundo. Queremos que as pessoas se divirtam provando vinhos diferentes. Um tinto espanhol, um rosé francês, um espumante brasileiro. Por quê não?”

A operação do “wine truck” é recente, mas os planos são de rápida expansão. Segundo os sócios já existem conversas avançadas com várias importadoras e produtores brasileiros interessados em ações especiais. Já você que me lê e possa estar interessado na presença deles em seu evento, porquê não contatá-los ou segui-los nas redes sociais? Outras informações: http://www.winebar.com.br – Instagram – @winebar – Facebook – facebook.com/winebarontheroad – Telefone: (19) 99909-2016.

Jantar Harmonizado Com Vinhos Espanhóis no Rubaiyat em Sampa.
O chef Carlos Valenti criou 5 pratos que serão harmonizados com vinhos de diferentes regiões da Espanha. O Rubaiyat e a importadora Evinhos da Espanha, promovem jantar harmonizado, no Rubaiyat da Alameda Santos, 86, dia 25 de fevereiro, quinta-feira, às 20h. Os pratos e os vinhos que serão servidos são:

Entrada: Gravlax de salmão com salada de cítricos Vinho: Lagar del Rey Verdejo D.O Rueda
Entrada: Gnocchi de mandioquinha com vieiras e sálvia Vinho: Rioja Bordon Rosado D.O La Rioja

Prato: Prego na brasa com alho porró assado na cinza e molho romesco Vinho: Finca el Encinal Crianza D.O Ribero del Duero
Prato: Carne da Fazenda Rubaiyat com purê cremoso de batata e alho assado. Vinho: Ars Macula 2006 D.O Navarra

Sobremesa: Cevada estilo “arroz com leche” e sorvete de canela com Cava Insigna Brut Nature D.O Cava

Tudo isso por 180 pratas, acho que vale! Para saber mais e fazer suas reservas ligue para (11) 3170.5200 e 3170.5136 e bom apetite.

DEZ Dicas Sábias de Marcelo Copello Para Se Aventurar pelos Mares de Baco

1- O que embriaga não é o quanto você bebe, mas o quanto deste álcool passa para o seu sangue. É importantíssimo forrar o estômago ANTES de beber, e beber devagar, diminuído assim a quantidade de álcool que passa ao sangue. Não adianta você forrar o estômago com um belo prato principal se você tomou meia garrafa de vinho já na entradinha…

2- Os alimentos que melhor forram o estômago são as proteínas e as gorduras, pois retardam a digestão.

3- As pessoas metabolizam o álcool de forma muito diferente. Uma pessoa pode ter de fato muito mais resistência ao álcool do que outra.

4- O hábito faz o monge. Quem bebe regularmente produz mais enzimas que metabolizam o álcool do que bebedores no fim de semana. É mais saudável beber pouco sempre, do que pouco de vez em quando.

5- Tamanho, sexo e idade influenciam. Quanto maior o peso da pessoa, mais álcool poderá consumir. Mulheres em geral tem cerca da metade da capacidade de metabolizar o álcool do que homens. Idosos devem beber menos, pois com a idade produzimos menos enzimas, nosso corpo perde água e gordura. Como resultado nossa capacidade de metabolizar o álcool também diminui.

6- Espumantes comprovadamente “sobem” mais rápido, pois por sua acidez são mais rapidamente digeridos.

7- Observe o teor alcoólico da bebida – ao tomar um vinho de 12,5% você estará ingerindo 20% menos álcool do que se estivesse bebendo um vinho de 15%, e 220% menos do que se estivesse tomando a mesma quantidade de uma vodka de 40%.

8- Água. A maioria dos estragos do álcool estão ligados à desidratação. Beba sempre bastante água, antes durante e depois do consumo de álcool. Há um limite, contudo. Beber um carro pipa não irá torna-lo imune aos efeitos do álcool.

9-Dia seguinte. Não use bebidas alcoólicas para curar ressaca. Você só vai adiar e piorar sua ressaca. Cientistas chineses comprovaram que refrigerantes de limão que contenham o aminoácido Taurina (como o Sprite) são eficazes contra ressaca. Eu, como não gosto de refrigerantes, sugiro um suco de tomate, que é um bom tônico (mas sem vodka!). Tomar café ou outros estimulantes irá ajudar, só lembre que café em excesso pode irritar ainda mais um estômago já irritado, e que nem café, nem Sprite ou suco de tomate irão diminuir o álcool em seu sangue.

10-Dê tempo ao seu corpo. Em caso de excesso só irá curá-lo de fato, pois o álcool precisa ser totalmente eliminado de seu sangue, e isso pode levar 12 horas.

Por fim retorno aos monges, com um trecho de sermão do bispo de Mainz, (Alemanha), relatado por Goethe: “Bebo oito cálices de vinho por dia e nenhum de vós poderá dizer que alguma vez me viu entregue a injusta cólera, injuriar meus pais ou meus conhecidos… Que cada um de vós, meus irmãos, fortifique, pois, o corpo e rejubile o espírito com a quantidade de vinho que a bondade divina lhe permitiu absorver”. Amém.- Marcelo Copello (mc@marcelocoopello.com)

Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aí ou, por aqui. Fui!

Os Vinhos de Santa Catarina

Logo Vinho-de-Altitude-600x423Semana passada foi tempo de descobrir o que de novo anda brotando das fontes de Baco originárias na Serra Catarinense. Há tempos que venho cultuando esta nova fronteira vitivinícola brasileira de pouco mais de quinze anos de vida e após esta última semana com mais de 600kms rodados de Floripa a Caçador (só vinho, porque até voltar por Curitiba passou dos 1.000) conhecendo e revendo vinhos de altitude com um perfil diferenciado do que mais se faz por terras brasilis devido a um terroir bem diferenciado. A confirmação de que os vinhos bons abundam por aqui e cada vinícola apresentou pelo menos um destaque que marcou, mas a seleção apresentada (foram cerca de 52 rótulos) mostrou ser de primeira com a qualidade mostrando ser uma característica que os une a todos. .

Ao longos das próximas semanas darei algumas dicas, comentarei alguns vinhos e mostrarei em vídeos um pouco do que vivemos em mais esta viagem de descobrimentos desbravando uma região ás vezes de difícil acesso, mas que ao chegar nos destinos nos deparamos com exuberantes paisagens, bons vinhos e atendimento impecável!

Por hoje, só uma curta lista do que eu considerei destaque em cada uma das vinícolas visitadas, sendo que em muitas delas a escolha foi feita na moedinha pois qualquer um dos rótulos provados poderia estar aqui. Não são necessariamente os melhores vinhos de cada produtor, mas sim aqueles que mais me marcaram, seja por; preço,uva, qualidade,inusitado, o conjunto da obra, …

Quinta da Neve – Cabernet Sauvignon (“cumplidor”, constante, ótima relação Qualidade x Preço)

Quinta Santa Maria – Passionado (inusitado)

Vila Francioni – Comendador (Surpresa do Tio Vilson – Casa do Vinho)

Monte Agudo – Rosé Brut (vibrante, sabor de festa)

Villaggio Basseti – Sangiovese (UAU! ainda por etiquetar e reduzidíssima produção)

Sto Emilio – Leopoldo (classico Cab. Sauvignon/Merlot da região que impõe respeito)

Hiragami (na Casa do Vinho) – Tori (surpreendente Cabernet Sauvignon do mais alto vinhedo brasileiro a 1427m)

Abreu Garcia – Sauvignon Blanc (marcante em sua sutileza)

Kranz – Sucos naturais (bons vinhos, mas os uaus na mesa vieram mesmo foi de outras plantações! rs).

Villaggio Grando – Marila (ainda por finalizar e rotular, um “Jurançon” doce de tirar o chapéu! Uvas Petit e Gros Manseng)

Bem, por hoje é só e em breve destrincharei as visitas, inclusive de outros mares como a cerveja da Bierbaum e os queijos da Queijo com Sotaque. Cansativa, mudanças já definidas para tornar uma próxima viagem menos exaustiva, porém de grandes descobertas e diversas constatações sendo que a principal delas é de que existe sim vida vitivinícola no Brasil além das fronteiras gaúchas e com muita qualidade!

Kanimambo especial hoje a todos os que me acompanharam nessa viagem, saúde e seguimos nos encontrando por aqui ou pelos mais diversos caminhos de nossa vinosfera.

Garrafa e Taça Vazias, Bom Sinal

Ontem recebi a visita de um amigo na Vino & Sapore e como já estava na hora, abri uma garrafinha para harmonizar o papo. Fazia tempo que estava na adega e olha, ando bem de garimpo! Classificação BBG: Bom, Barato e Gostoso!! Uma tremenda relação Qualidade x Preço x Prazer, um vinho de Rioja com cerca de 12 meses em tonel (não barrica), não Lealtanza Edicion ltdaconsegui muita informação técnica dele, tempranillo 100% porém me pareceu ter algum “tempero” adicional, mesmo que em pequena dosagem.

Bem frutado, equilibrado, nariz muito interessante com notas algo fumadas, frutos vermelhos, na boca mostra uma acidez muito bem trabalhada, taninos aveludados com uma leve rusticidade, madeira delicada, daqueles vinhos que enchem a boca de prazer enaltecendo qualquer papo e pedem mais e mais, e mais! Me entusiasmei com o vinho e alguns pontos extras para o preço, entre R$65 a 70,00 o que, convenhamos, nos dias de hoje está cada vez mais difícil de encontrar.

Certamente um vinho que estará em minha taça de forma mais amiúde e um belo exemplo dos vinhos desta Bodega que entrega qualidade em todas as gamas de qualidade com preço bacana. Gracias!

Kanimambo e um ótimo feriado de carnaval para todos. Na Vino & Sapore esperamos vocês nesta Sexta e Sábado, depois só Quarta a partir das 14h. Nos vemos por aí, ou por aqui mesmo no blog, fui!

Nebbiolo Catarinense, Uma Enorme Surpresa!

Há outros elaborando vinho com Nebbiolo no Brasil, mas dos que provei nenhum que chegue aos pés deste que vem da região produtora brasileira que mais me seduz. Tanto que dentro de dias saio com um grupo para navegar por esses Vinhos de Altitude na serra Catarinense e descobrir algo mais de sua gastronomia e cultura.

Tem gente que não lê, obviamente,que só vê título de posts e por isso ainda acha que tenho algo contra o vinho brasileiro, longe disso! Minhas criticas são contra algumas empresas que tentaram uma tentativa de golpe contra o consumidor ao tentar passar no governo salvaguardas que aumentavam drasticamente os impostos sobre vinhos fora do Mercosul (não esqueço não!), contra as estratégicas de marketing, políticas comerciais e precificação da maioria, especialmente quando fazem um vinho de gama mais alta que se sobressaia um pouco. Vinhos bons há e cada vez mais, nunca falei que não e para os incautos, basta acessar a Categoria países aqui do lado e ler os posts sobre vinhos brasileiros que só perdem em quantidade para os portugueses e argentinos.

barone na taça

Enfim, essa é outra história, vamos é falar desse gostoso e charmoso Barone Nebbiolo da Vinícola San Michele. Produção limitada a 2.000 gfas, colheita 2014 com estágio de 8 meses em barricas de primeiro uso, carvalho francês da Segan Moreau e alguns poucos meses em garrafa. Vinhedos de sete a oito anos na Serra Catarinense é apenas a segunda safra deste produtor o que enseja um futuro ainda mais promissor. Ao abrir já me deparei com um Barbaresco no olfato! Gosto de Barbaresco, fica pronto mais rápido e é bem mais barato que os Barolos e seus aromas são inconfundíveis. Não soubesse eu que este vinho era originário do Planalto Catarinense (Rodeio) com uvas da Serra, certamente o daria como um vinho do Piemonte. A cor na taça, sedutora e linda, brilhante, love at first sight! rs Dá uma olhada nessa foto aí de cima e vê se não dá vontade de mergulhar de cabeça??

Aromas intensos, sedutores de frutos negros, especiarias, notas florais,Barone Nebbiolo madeira muito bem colocada, daqueles vinhos que a gente não sabe se bebe ou se funga! Implora para ser levada à boca, mas sugiro dar-lhe um tempo, uma meia hora, antes de o servir, mas já coloque um tico na taça enquanto funga!! rs Num primeiro momento a entrada de boca e final se igualam, mas o meio parece algo ligeiro. Num segundo momento após um tempinho na taça ele se integra e fica mais uniforme em boca onde as especiarias e fruta se mostram uníssonos, taninos finos, integrados, complexo, boa persistência, uma enorme surpresa para mim e quem o provou comigo naquele final de tarde de Sexta-feira. Um vinho que me fez sorrir de prazer, como isso é bom! Depois repeti a dose em casa num almoço e alegria igual, desta feita com comida, bacalhau (para variar, rs).

Abra com amigos “entendidos” no metié sem informar origem ou mostrar o contra rótulo e confira as avaliações, depois descortine a origem! O produtor, Vinícola San Michele (Rodeio/SC), jovens formados na Escola de Enologia do mesmo nome em Trento na Itália. Agora preciso provar o Teroldego deles que dizem também ser muito bom.

O vinho fez parte de minha seleção de Novembro da Confraria Frutos do Garimpo (link acima) e acabei colocando algo tanto na Vino & Sapore como em minha adega pessoal tanto para beber agora como para guardar e avaliar sua evolução dentro de uns anos. Belo vinho, recomendo e quem o provou que comente!

Por hoje é só, vou deixar algo já programado para Sexta e a semana que vem é Carnaval, direto do front devo publicar algo do meu tour pelos Vinhos de Altitude de Santa Catarina, se der tempo! Kanimambo e grato pela visita, sempre bom tê-lo por aqui.

Ps. Clique nas imagens para aumentá-las

Mais Um Branco na Taça, Desta Feita um Riesling!

Desde o inicio do ano que venho me deliciando com os mais diversos rótulos de vinhos brancos, alguns já comentados, outros ainda na linha de produção! rs Quando estive em Floripa trouxe alguns vinhos da Apaltagua comprados no Armazém Conceição e de importação própria.
Gostei muito do espumante, tenho um Chardonnay e um Syrah ainda por provar, mas desta feita abri foi um Riesling da linha reserva. O Chile produz alguns bons Rieslings e descobri que este é um deles.

apaltagua rieslingOntem fui para a cozinha preparar a janta e como não consigo cozinhar sem vinho, optei por abrir esta garrafa e foi uma ótima opção. Na comida não coloquei nada não, mas na taça, bem deixa para lá! rs Cor linda, amarelo pálido, brilhante como uma espiga ao sol, só a foto que não mostra, linda e convidativa! Notas cítricas, leve floral e um petrolato bem sutil característica da casta no olfato. Esse petrolato em excesso me incomoda, mas quando sutil é convidativo e forma um bouquet bastante interessante, gostei deste. Na boca é muito balanceado, fruta abundante, fresco, o mineral bem presente, final seco com retrogosto de quero mais! Preciso armar mais uma daquelas harmonizações de Eisbein com Riesling e botá-lo á prova na mesa, fiquei curioso.

Tenho gostado do que venho provando deste produtor, agora estou com o Chardonnay em ponto de mira, acho que deste fim de semana não passa não! Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando pelas estradas de nossa vinosfera ou por aqui a qualquer momento.

Confraria “Falando de Vinhos” em Sampa – Finalmente!!

Este ano de 2016 trará diversas novas ações em que estou trabalhando já faz um tempinho. Seja no âmbito de viagens enogastronomicas (economia permitindo) para Mendoza, Uruguai, Salta e norte da Itália, seja em degustações temáticas, Food Trucks com harmonização enogastronomica, feira de vinhos e a montagem de uma nova confraria (tenho quatro que administro na Vino & Sapore) só que desta vez em São Paulo!

Lusitano Show Room FrenteFinalmente encontrei um parceiro localizado estrategicamente a duas quadras do metrô Consolação, de fácil acesso, com quem acertei a reserva de toda a terceira Segunda-feira do mês. A Lusitano Import do amigo Fernando Rodrigues, montou seu show room na Rua Minas Gerais 59 e ficou uma graça. Boas estrutura para receber estes encontros e se o tempo estiver bom um wine bar externo super charmoso!

Pois bem, será lá que promoverei os encontros dessa nova Confraria com uma reunião mensal, iniciando atividades a partir das 19:30h. Um encontro de seguidores de Baco e amantes de seus caldos, sedosos por ampliar suas experiências enófilas e compartilhar alguns bons vinhos na companhia de novos e velhos amigos. Saindo da mesmice, descobrindo Lusitano Show Room 1novos sabores, viajando na história e na cultura de nossa intrigante vinosfera sem medo de ser feliz.

A ideia é montar um grupo de apenas 12 a 14 pessoas que estejam interessados em se comprometer um dia por mês a participar dessas viagens virtuais enófilas. Está a fins? Se positivo me envie um comentário que entro em contato para lhe passar as condições e regras da confraria para sua avaliação.
Em breve voltarei com a primeira degustação temática aberta em Sampa, será em Março. Aguardem! Kanimambo e uma ótima semana para todos, saúde!

Espumantes Rosé com Sushi e Sashimi

Final de ano tem tudo a ver com espumantes e achei que uma degustação unindo uma série de rosés (menos usual em nossas taças) e a culinária japonesa poderia ser algo interessante a explorar e deu muito Combinados Koizancerto, tanto que depois desta na Confraria Saca Rolha, repeti o roteiro (com algumas variações) mais duas vezes com a ajuda do restaurante Koizan e seus combinados, nosso vizinho da Vino & Sapore aqui na Granja Viana. Para nos relatar essa experiência a porta voz da confraria, Raquel Santos amiga e sommelier, me enviou este texto que agora compartilho com os amigos, porém desde já deixo claro, não perca a chance dessa harmonização, DÉZ!!

Essa foi a nossa última degustação do ano. E eu que andei meio ausente daqui, não podia deixar de compartilhar estes nossos tão prazerosos encontros, que a cada dia mais transbordam de alegria fazendo do vinho, um companheiro a mais, que só nos dá motivo para que nossa confraria caminhe com muita sintonia e por que não, com muita farra também! E como todo grupo que se preze, tem que ter um “nerd”, aqui estou eu para deixar registrado tudo que havia atrás dos incontáveis brindes e desejos de que esses momentos nos impulsionem para dias felizes sempre que for possível!

Desta vez, aproveitamos a brilhante ideia do João de harmonizar sushis/sashimis com uma bela seleção de espumantes rosés. Optamos por uma degustação às cegas, para que a isenção fosse um fator levado em consideração, já que entre eles haviam espumantes de várias procedências, incluindo um Champagne Grand Cru.

Para entrarmos no clima e preparar as papilasSaca Rolha Dez 15 - Sparviere pelo que tínhamos pela frente, começamos com um espumante italiano brut (branco) elaborado com a casta Chardonnay 100%. Um Franciacorta (DOCG), região com denominação de origem controlada e garantida, na Lombardia, norte da Itália. Dizem que os italianos dessa região quiseram produzir esse espumante para rivalizar com os franceses de Champagne. Usam o mesmo método(champenoise) e o resultado é um vinho (sim, espumante é um vinho) de muita categoria. Elegante, fresco, com aromas de brioche e pâtisserie. Potente e ao mesmo tempo delicado.

Estávamos prontos para o desafio às cegas! Vou descrevê-los todos primeiro (como chegaram à mesa) e depois, no final, revelarei quais foram os rótulos. Vem comigo?

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