João Filipe Clemente

Belos Vinhos Brancos na Revista Gula

O inverno está quente, gente indo para a praia de fim de semana, então pensei; porquê não começar a semana com  algumas dicas de bons brancos! Estes eu destaquei no Especial de Vinhos da Revisa Gula em Janeiro de 2010 que deu foco em 200 grandes vinhos. São vinhos que me marcaram e seguem me seduzindo depois de tantos anos e muitas outras taças. Pode procurar, valem a pena!

Clipboard Uvas Brancas

Lindemann’s Chardonnay/Semillon – Australiano da hora, com nuances aromáticas delicadas e de grande frescor que tomam conta do nariz. Mais um desses vinhos encantadores, diferenciado, rico, mostrando uma certa complexidade ao palato, harmônico, corpo médio, certamente uma ótima companhia para um Fondue de Queijo.

Protos Verdejo – Rueda, Espanha, uma uva marcante! Amarelo palha com laivos esverdeados, brilhante em todos os sentidos. Aromas de frutas tropicais de muito boa intensidade com algo de grama molhada e nuances florais. Na boca é vibrante, muito saboroso, fresco com uma acidez cortante porém balanceado, sem arestas com um final de boca longo em que mostra uma certa mineralidade e algo cítrico. Nunca encontrei Verdejo igual com preço tão camarada.

Soalheiro Alvarinho – Sou suspeito para falar, eu sei, mas é um dos melhores bancos portugueses ano após ano. Vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que sobressaem damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais.

Cheverny Le Vieux Clos – do Loire, na França, saborosíssimo corte de Sauvignon Blanc com um tempero de 15% de Chardonnay, que faz toda a diferença. Médio corpo, harmônico, complexidade de aromas e na boca é uma cativante “mistura” de sabores e sensações com o frescor da Sauvignon Blanc e a cremosidade e riqueza do Chardonnay, belo e encantador vinho.

Quinta dos Roques Encruzado – uva da região do Dão, Portugal, onde gera grandes vinhos brancos. Este belo exemplar da casta passa sete meses em barrica e mostra enorme complexidade. Muito balanceado, cremosos com madeira muito bem equacionada. Se decantado por uns dez a quinze minutos minutos, abre-se em deliciosos aromas frutados com nuances de baunilha e algo de amêndoas tostadas. Na boca, explode em riqueza de sabores, com frutos tropicais e alguma maçã verde mostrando-se bastante complexo e imensamente apetecível com um final mineral e muito fresco de grande equilíbrio.

Chateau de Tracy Mademoiselle T – mais um vinho do Loire que coloca a Sauvignon Blanc num outro patamar! Paleta aromática de grande intensidade e complexidade, absolutamente sedutora que nos faz abrir um enorme sorriso. Na boca é de um enorme frescor, intenso, frutos cítricos, uma boa dose de mineralidade em perfeita harmonia e elegância. Um vinho inesquecível e apaixonante para repetir diversas vezes.

Cheers, uma ótima semana e kanimambo pela visitaBrinde

Dicas e Novidades de Nosssa Vinosfera

Recebo um monte de press releases, a maioria de gente que só quer carona e, como falo de experiências, muitas ficam pelo caminho. Há, no entanto, algumas que acho valerem a pena compartilhar com os amigos, então cá vai:

Degustação da vila

Dia 27 de Agosto – Na Cia Marinara, só isso já vale o ingresso pois conheço bem (minha filha casou lá) e a comida é excelente, a 3ª Edição de Degustações da Vila, uma grande Festa de Vinhos, sendo o maior encontro de Vinhos e Gastronomia da Vila Leopoldina e arredores. Destinada aos apreciadores de vinho, desde iniciantes até confrarias organizadas,tem o objetivo de proporcionar uma experiência saborosa, em que os participantes poderão provar vários vinhos ícones de diversos países diferentes e harmonizá-los a pratos especialmente selecionados e parte da arrecadação será destinada á APAE. Olhem só o que haverá por lá!

  • 50 vinhos tops de vários países;
  • Jantar em ilhas de gastronomia para harmonizar com os vinhos;
  • Descontos especiais para compra dos vinhos. Contaremos com o apoio das vinícolas e importadoras para isso;
  • Os vinhos são dispostos na melhor ordem de degustação. Quando se segue uma ordem de intensidade, seu paladar consegue assimilar melhor os sabores;
  • Presença de vários Sommeliers e profissionais do setor para completar o aprendizado;
  • Música ambiente ao vivo para deixar o evento mais descontraído;
  • Sorteios brindes especiais;
  • Todos ganham a taça de cristal personalizada do evento;

Horário: entre 19 e 23h Local: Compagnia Marinara (Av. São Gualter, 777 – Alto de Pinheiros) Realização, Organização e Venda de convites: Cavatappi Enoteca (Rua Carlos Weber, 1476 – V. Leopoldina – F: (11) 2337.4138, 2387.5663 Para maiores informações, valores e formas de compra, acesse http://www.degustacoesdavila.com.br/ e divirta-se!

degustações-da-vila-2015

Novo Espumante na Praça – a Bueno Wines do jornalista Galvão Bueno acaba de lançar um novo espumante e desta vez rosé. Não conheço este, mas em virtude dos outros vinhos que conheço, creio que vale conferir. Eis o que me enviaram: “ O novo rótulo da vinícola Bueno Wines, o espumante Bueno Bellavista Desirée Brut Rosé, foi elaborado pelo método Charmat com um corte de uvas Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, originárias da região da Campanha Gaúcha (RS), o nome foi dado em Desiré Brut Roséhomenagem a Desirée, esposa de Galvão Bueno: “A escolha das uvas, que mistura Bordeaux e Borgonha, apresenta a riqueza do terroir brasileiro e da região da Campanha”, enfatiza Galvão Bueno.

A elegância e o frescor do novo espumante mostram que é perfeito para ser servido como aperitivo, para beber em momentos alegres e descontraídos, com amigos, em festas e coquetéis. “Traz o prazer de beber vinho de um jeito descomplicado”, comenta Galvão Bueno. Combina muito bem com peixes como salmão e cação, e em canapés com ovas de salmão, com frutos do mar, como mexilhões gratinados e mariscos, e com a culinária japonesa.

O novo Desirée já chega ao mercado com destaque: recebeu maior pontuação (94,75 pontos) em uma degustação às cegas com sommeliers realizada no início de agosto em Montevideo, no Uruguai, com espumantes produzidos na região da Campanha Gaúcha. Segundo o winemaker da Bueno Wines, o italiano Roberto Cipresso, o Bueno Bellavista Desirée Brut Rosé, elaborado pelo método Charmat, apresenta perlage fina e delicada, aromas de frutas vermelhas, como cereja e framboesa, com um sutil toque floral e boa complexidade. Com acidez delicada e boa cremosidade, é muito agradável na boca. A temperatura ideal de serviço é de 6°C a 8°C” Gostou, então confere aí e me fala o que você achou! Da embalagem eu gostei e me aguçou a curiosidade!!

Indo ao Rio? Então espera Setembro! Rio Wine and Food Festival entre 28 de Setembro a 4 de Outubro. O evento chega à sua terceira edição e recebe a chancela de evento oficial dos 450 anos da cidade.O projeto, pioneiro no Brasil, tem como objetivo atrair o grande público em torno do vinho e da gastronomia, desmistificando e democratizando a bebida, que em muitas oportunidades estará ligada a arte e cultura.
Durante os sete dias do festival, haverá eventos em toda a cidade, da zona norte à zona sul, desde o mais chique restaurante até o mais carioca dos botecos, indo às ruas e pontos de grande concentração de consumidores, tornado o evento democrático, tanto geograficamente como socialmente. São diversos eventos voltados ao trade e ao consumidor final. O carioca será impactado positivamente e o turista será motivado a vir à cidade, movido pelo desejo de provar um bom prato ou degustar um bom vinho, diante de um cenário deslumbrante.

Rio wine festival
A primeira ação do festival já começou. O concurso de fotografia “RIO, CORES e SABORES com muito VINHO”, que tem como mote “As belezas do Rio associadas à gastronomia e vinhos”. Para concorrer aos prêmios, os participantes devem seguir o festival no instagram (@riowineandfoodfestival) e postar fotos com a hashtag #RWFF2015. Muitas programações que fizeram sucesso na edição 2014 voltam a acontecer na edição 2015, como o jantar de abertura no Copacabana Palace, o seminário Vinho & Mercado na FGV; Wine Bus; Well Comunidade Drink; Concurso design de rótulos e garrafas. A FEIRA SHOW DE VINHOS promete crescer bastante sem perder o foco no público qualificado. Produtores do Brasil e de várias regiões do mundo estarão presentes.

Haverá também um outlet de vinho com descontos especiais para o público abastecer a adega. Uma novidade é o WORLD WINE MATCHING (WWM) evento Business to Business que reunirá produtores que não possuem representantes no Brasil, com importadoras, supermercados e compradores em geral, com interesses mútuos previamente mapeados. Além da programação base, fazem parte do evento diversas palestras, jantares harmonizados, presença de chefs internacionais convidados, degustações (incluindo provas de vinhos raros), promoções em lojas, bares, restaurantes e supermercados. E, ainda muitas surpresas serão anunciadas nos próximos meses.

O movimento “Rio Rolha Zero” não poderia faltar, e neste novo ano deverá contar com a adesão de mais de cem estabelecimentos, que em muitos casos estarão com eventos e promoções. Os clientes não pagam taxa de rolha ao levarem vinhos aos restaurantes parceiros durante a semana do festival. Como já é tradição, repete-se em 2015 o concurso de melhor sommelier do Rio, em parceria com a ABS-Rio e a entrega do já consagrado “Troféu Vinha Velha”, que traz ao público as personalidades que se destacam no mundo do vinho.

O tradicional Leilão Beneficente que encerra o festival também já esta confirmado, este ano em local inédito. Quer acompanhar, se programar, então acompanhe clicando aqui

Kanimambo, um ótimo fim de semana para todos e não esqueçam deste Domingo, a Paulista nos espera! Brinde

TOP $$$$$ Vinhos Italianos.

A Toscana e o Piemonte, com uma única intromissão de um rótulo do Veneto (Amarone), dividem os TOP 10 entre os cinquenta vinhos mais caros (tá na moda isso!) da Itália eleborada usando os dados da Wine Searcher. Vi essa lista no Brunello Blog enquanto pesquisava para uma apresentação de confraria esta semana e lá você poderá ver a lista completa. Aqui está a lista das 10 preciosidades lembrando que o preço dado é de lá em U.S. Dólares. Por aqui, bem nem vou falar nada, mas comparado com os franceses estes até que estão baratinhos!!!

1 Bruno Giacosa Collina Rionda, Barolo Docg – $981
2 Ornellaia Vendemmia d’Artista Edizione Speciale Bolgheri Superiore – $806
3 Giacomo Conterno Monfortino, Barolo Riserva Docg – $686
4 Masseto Toscana Igt, Tuscany – $680
5 Falletto di Bruno Giacosa Falletto Riserva, Barolo Docg – $647
6 Giuseppe Quintarelli Amarone della Valpolicella Classico Riserva Docg – $633
7 Biondi Santi Tenuta il Greppo Riserva, Brunello di Montalcino Docg – $566
8 Giacomo Conterno Barolo Riserva Docg – $531
9 Case Basse di Gianfranco Soldera Brunello di Montalcino Riserva Docg – $480
10 Roagna Crichet Paje, Barbaresco Docg – $448

Se quiser ver a lista completa dos 50, basta clicar no link acima do Brunello Blog e, para quem puder usufruir de alguma dessas belezinhas, bom proveito! Kanimambo e seguimos nos vendo por aqui. Ah, a viagem para Salta foi postergada para o ano que vem, em breve dou mais informações!

Dia dos Pais – The Day After

The Day After, falando dos vinhos de ontem. Delicia de Domingo, a ninhada toda junta, a Loira, o Strogonoff dela e belos vinhos o que um pai pode pedir mais?! Desse privilégio, no entanto, não vou falar hoje, guardarei para mim (rs), hoje quero é compartilhar minhas impressões dos vinhos tomados.

Susana Torrontés fermentado barricaSusana Balbo Signature Torrontés Barrel Fermented 2014 – Conheci este vinho in loco nos idos de 2012 quando recém lançado e desde lá me apaixonei por ele. Fermentado por três meses em barricas francesas novas que lhe aportam complexidade e um leve toque abaunilhado, mostrando a versatilidade da uva quando bem trabalhada, sem perder seu frescor e riqueza de sabores e aromas, tudo com muita sutileza e maestria. Tenho provado ótimos vinhos desta cepa que melhorou muito nos últimos seis/sete anos desde que fiz meu primeiro Desafio de Torrontés, de qualidade apenas razoável salvo algumas poucas exceções,mas este reina hoje como o melhor que por lá se faz. Para meu gosto, obviamente, e triste que esta tenha sido minha última garrafa, sniff, mas em breve a reporei ! rs Por sinal, tenho que preparar um outro Desafio de Torrontés, pois incrível o salto de qualidade!

Chryseia 2008, um clássico duriense que estava majestoso! Para acompanhar o Chryseia e StrogonoffStrogonoff de minha Loira, uma bela pedida, ainda cheio de vida em plena juventude ainda com muita lenha para queimar! Solito, harmonizando, não importa como, o importante aqui é sacar a rolha! rs Realmente esta parceria Douro x Bordeaux deu muito certo e safra após safra sempre entrega muita riqueza de sabores e aromas, longo, um grande vinho Português que me encanta e não podia faltar sobre a mesa. Aliás, descobri que os grandes vinhos não são tão somente longos como deixam rastros, adoro ver a borra deles tanto nas garrafas como na taça!

Chateau Guiraud 1º Grand Cru Classé en 1855 Sautern 2007 – vou, certamente, cometer aqui uma heresia, pelo menos na opinião de diversos de meus amigos leitores, mas é o que sinto, então lá vai, um final algo frustrante! Nunca tomei um Chateau d’Yquem ou um Sautern com Foie Gras, tenho Chateau Guiraudque reconhecer, mas já tomei diversos outros Sauterns e vinhos doces da região e, afora um incrível Chateau Coutet 2009, nunca me encantaram. Alguns até bons, outros muito bons, mas à maioria faltou aquele “uau” que eu esperava e que todos aclamam! Um Tokay 5 ou 6 Putonnyos, um Moscatel Roxo de Setubal, um moscatel do douro envelhecido, vinho Madeira, Portos Brancos e Tawnies de colheita ou envelhecidos, esses fazem mais minha cabeça pois a acidez me parece mais presente resultando numa menor percepção de doçura e maior complexidade.
Já provei o Guiraud 2009 e achei bem mais equilibrado, este não fez minha cabeça pois estava algo doce demais, faltou-lhe acidez, vida! Bom, porém longe do que se espera de 1º Grand Cru Classé 1855, mas também, quem sou eu para julgar Bordeaux e Sautern! Devia ter aberto aquele Tawny 20 anos!! rs

É isso gente, durante a semana tem mais. Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí, nas estrada de nossa vinosfera. Boa semana a todos e clique nas fotos para ampliá-las, fui!

 

Feliz dia dos Pais

Sesenta anos de vida, trinta e sete como pai, cinco como avô, são tantas emoções! Começamos a dois, eu e minha Loira, construindo uma história que segue seu curso, primeiro com minha Filhota, depois com a Pituca e a chegada do raspa de tacho, meu Filhote! Todos muito queridos e razão de meu viver, gente de que me orgulho de dizer que são meus filhos, me sinto abençoado. Como bons vinhos, advindo do mesmo produtor, mesmo terroir, mesmas uvas, possuem vida e personalidades próprias! Cada um toca sua vida a seu jeito procurando seus caminhos e de repente chega o Pitico para minha alegria e uma nova injeção de energia.

Com o crescimento deles vieram os apêndices á família e a mesa não mais dava para todo mundo, já somos nove no total e essa prole ainda deve aumentar ou seja, a casa pode ser pequena mas a mesa terá que ser grande!! rs Os amo demais e minhas crianças, o serão eternamente, me fazem imensamente feliz dando-me uma certa sensação de dever cumprido. Sempre me guiei por dois mantras pessoais que sigo fielmente e gostaria de compartilhar especialmente com os pais novos que hora leem esta mensagem:
Mais que participar, tem que dar o exemplo e um lindo poema de Khalil Gibran que é a essência da vida!

“Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas da vida, anelando por si própria
Vem através de ti, mas não de ti e embora estejam contigo, a ti não pertencem.
Podes dar-lhes amor, mas não teus pensamentos, pois que eles tem seus pensamentos próprios.
Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas Pois que suas almas residem na casa do amanhã, que não podes visitar se quer em sonhos.
Podes esforçar-te por te parecer com eles, mas não procureis fazei-los semelhante a ti, pois a vida não recua, não se retarda no ontem.
Tú és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados… Que a tua inclinação na mão do Arqueiro seja para alegria.”

Que essas flechas que disparei com minha Loira encontrem a alegria, a felicidade e alcancem seus objetivos. Homenagem a meu pai que, mesmo com uma relação tumultuada, sei que me amava e se orgulhava (reciproco) tendo me deixado como legado o exemplo da perseverança e da coerência. A meus filhos, obrigado pelo carinho sem o qual não sobreviveria. A todos os pais que me leem um forte e cúmplice abraço neste dia especial para nós. Kanimambo!

Mosaico dia dos Pais II

 

Salvar

Catena – Uma Visita Surpreendente!

Talvez um dos maiores preços que uma empresa paga ao crescer demasiado, é a perda de sua alma, daquilo que a fez chegar lá. Dependendo do produto, creio que essa perda é mais sentida e aí eu falo desde um escriba do vinho, que somente se atém a pontuar e a ficar nas repetitivas descrições estereotipas, até grandes produtores e seus vinhos padronizados, mesmo que eventualmente lucrativos. Em algum momento perde-se a paixão, a capacidade de se emocionar, de vibrar, de viver o momento, vive-se tão somente em prol do caixa, torna-se chato e previsível. Em geral, é essa constatação que me faz escolher para os tours enogastronomicos que elaboro, dentro do possível logicamente, produtores menores onde essa alma e paixão se encontrem presentes e onde a pessoa não seja tão somente mais um número passando no caixa. Sonho, ingenuidade, talvez um pouco de cada, mas sigo perseguindo o fim do arco-íris! rs Acredito na convivência das necessidades do caixa e de crescimento com o sonho e a paixão através de um trabalho cultural onde a alma não se perde e serve, sim, como elo de união e de preservação da identidade criando uma áurea que transcende o produto e gera resultado, a essência do negócio, uma conjunção de valores difícil de encontrar.

Esta introdução tem tudo a ver com a Catena que recém descobri em minha última visita por lá. Já tinha passado por aquelas bandas algumas vezes e sem duvida alguma é um marco na vitivinicultura argentina onde a qualidade impera e não é à toa que 70% dos visitantes a Mendoza por lá passam para obter a benção na catedral de baco. Grandes vinhos, mas …….. sentia falta de algo! Onde estava a alma do lugar?! Desta feita esteve tudo lá, do jeito que eu aprecio mostrando que meu sonho não é utópico, é viável sim! Não há necessidade de se deixar de lado a paixão e alma ao se tornar grande, muito pelo contrário, isso só vem enaltecer a qualidade de seu produto agregando-lhe valor e vem com as pessoas. Óbvio que o exemplo vem de cima, porém basta uma para fazer uma tremenda diferença e isto foi feito pela simpática Cecilia a quem agradeço publicamente, por resgatar a alma da Catena dando-a conhecer a um privilegiado grupo de pessoas que Catena Estiba Reservadapor lá passou em Abril deste ano, show! Os vinhos, que já são excelentes, ganharam ainda mais, ganharam alma e persistiram além da taça.

A visita foi genial, executada com paixão, e a “recorrida” pela sala de barricas foi única com prova de alguns dos grandes vinhos que hoje produzem, do incrível Malbec Adriana, que posteriormente degustaríamos na sala de provas, passando pelo magnifico Nicolás (obra prima) e o Estiba Reservada que há muito fazem minha cabeça (são presença constante em meu wish list) e têm como protagonista a Cabernet Sauvignon. Por trás de tudo isso, uma família e a mão de seu enólogo chef Alejandro Vigil que dispensa apresentações, um dos TOP 30 enólogos do mundo de acordo com a conceituada e respeitada revista inglesa Decanter.

Na Sala de Provas, provamos e degustamos de uma forma diferente, em função da apresentação da Cecilia, a linha Angelica Zapata e o Adrianna Malbec, grandes vinhos que resumo rapidamente.

Angelica Chardonnay – Um vinho que se encontra numa fase magnifica e provado em dois momentos, mostrou que a temperatura faz sim uma tremenda diferença. Este branco de muito boa estrutura, melhora muito se tomado entre 10 a 12º quando seus aromas explodem e os sabores se acentuam. Quase 14% de teor alcoólico, vindo do vinhedo Adrianna em Gualtallary, passa por 14 meses em barrica francesa das quais 40% nova. Untuoso, encorpado, complexo é vinho que pede comida e se pensar num vinho para aperitivar, esqueça, este é protagonista! Até quem não era chegado em brancos se curvou perante a realidade na taça!

Angelica Malbec – a classe de sempre, um Malbec que é uma referência no mercado brasileiro e que apresenta de forma muito regular, safra após safra, tudo o que se espera dele. Aquela fruta mais madura, bonita cor violáceia típica, taninos finos, tudo no seu lugar sem excessos, muito agradável de tomar.

Angelica Cabernet Franc – Um dos bons e primeiros Cabernet Franc que hoje fazem sucesso na argentina sendo a uva do momento. Boa tipicidade da uva com a violeta bem presente, bom corpo, textura de boca muito agradável, um vinho rico, complexo e muito convidativo à próxima taça! Me gusta mucho!! rs

Adrianna Single Vinyard Malbec – para mim, um dos melhores Malbecs argentinos vindo de um dos mais altos (1.400m) vinhedos da região de Gualtalarry no Vale do Uco. Extremamente equilibrado, uma acidez natural na medida certa que lhe dá um frescor e mineralidade marcantes num contraponto á concentração e taninos vivos, finos e aveludados que este vinho possui. Micro fermentação em barricas novas francesas e mais 18 meses de amadurecimento também em barricas francesas novas. Sedutor e instigante, vinho para namorar!

Mais uma etapa de nossas visitas ás bodegas mendocinas em Abril e grandes momentos vividos, gracias Cecilia! Próxima parada, já atrasados, Norton estamos chegando calma!! Kanimambo

Uau, Vinhaço!

Tinto Pesquera Reserva Especial 2003, esse é o nome da fera, um grande vinho na minha taça! Recentemente estive numa degustação do produtor promovida pela importadora (Mistral) para apresentação de boa parte da linha deste produtor. Em breve escreverei sobre a prova e comentarei os outros oito vinhos degustados, mas hoje quero compartilhar com os amigos este rótulo em especial, que me seduziu e me deixou de queixo caído!

Pesquera Reserva EspecialFiel ás sua origens, Pesquera sua cidade e Tempranillo sua uva, Alejandro Fernández nos traz essa preciosidade que é somente elaborada em safras muito especiais e a última foi exatamente essa, já com 12 anos! Deste período de tempo passou 30 meses amadurecendo em barricas de carvalho e 48 meses afinando em garrafas, praticamente SETE ANOS!!

Costumo dizer que um vinho sem adjetivos é um vinho sem alma! Pode até ser bom, mas aquele que te empolga, que mexe com tuas emoções, esse tem que ter esse algo mais e este foi farto nos “uaus” que soltei, mostrando uma personalidade muito própria, porém sem perder suas origens, baita vinho. Me lembrei de dois anúncios, um algo mais antigo e outro mais recente e que melhor exemplificam o que senti, Bom de Boca e Me deu Asas, UAU, viajei legal! rs Encantador nos aromas que, cá entre nós, não me preocupei em descobrir e sim me deletei, me deixei levar sem lenço e sem documento, sendo teletransportado para Pesquera del Duero. Para fungar por horas a fio! Na boca é uma explosão de frutos negros, meio de boca algo mentolada, complexo e sofisticado, notas tostadas, baunilha, algo terroso, mais do que beber, é para namorar!

Para quem, como eu, gosta de vinhos do velho mundo já com uma certa idade, é de lamber os beiços. Provei nessa prova alguns ótimos vinhos, mas esse, aí que saudade! Me fez lembrar, mesmo que de regiões diferentes, um Cuñe Gran Reserva 1998 que tomei há alguns poucos anos, vinhos de enorme persistência na memória, onde os grandes realmente mostram seu valor e se instalam por uma eternidade enquanto dure. Cada um tem lá seu gosto e preferências, para mim este “ser” é realmente, desculpem a redundância, para lá de especial !

Aproveitando que dentro de dias também será um dia para lá de especial, eis aí um presente para véio enófilo e apaixonado por vinhos. Salud, kanimambo, seguimos nos encontrando por aqui e, em breve, compartilhando os Frutos do Garimpo!Brinde

 

Gourmetizando em Mendoza

Mendoza não é só terra de boas bodegas e bons vinhos, é terra de bons restaurantes e ótima comida para todos os gostos e preços. Ainda preciso rodar mais pela enorme diversidade de restaurantes desta linda cidade, mas pelo que já rodei posso afirmar que a maioria dos amantes da boa gastronomia certamente se surpreenderão e começo hoje com uma frase estampada no cardápio do amigo Pablo del Rio, chef de primeiro nível e dono de dois restaurantes por lá:

Siete cocinas - No todo lo que comemos

Bem, começo pelo Azafran ,um dos mais midiáticos, bom e quase sempre lotado. Vale muito a pena também, mas há mais! Como gosto de ficar no centro de Mendoza, é por aqui que janto e me esbaldo, eis alguns lugares para você conferir; Nadia O.F. (filial do Urban na Bodega O. Fournier), Maria Antonieta (risotos e pastas), La Barra (carnes) y Ocho Cepas (internacional) são restaurantes top com bom serviço e preços bons comparativamente ao que desembolsamos por aqui em locais do mesmo calibre, alguns até baratos.

Nas bodegas, talvez a maior surpresa gastronômica de todas pois os restaurantes são de primeira e, obviamente, com ótimas harmonizações. Eu sou fã de comer nas bodegas Mendoza 090Casarena, Lagarde, Norton, Melipal, El Enemigo, O. Fournier Urban  e Vistalba. Difícil escolher uma, porém para mim o Osadia de Crear na Bodega Dominio del Plata, pelo conjunto da obra, é meu xodó e sempre termino meus tours por aqui! Certamente haverão outros ótimos restaurantes, tanto nas bodegas como na cidade, que ainda não visitei e alguns dos amigos possam recomendar, mas com esses eu garanto que qualquer viagem a Mendoza você estará muito bem servido e assino embaixo. Aliás, falam muito bem e os críticos elogiam os dois restaurantes do Francis Mallman, o Siete Fuegos e o 1844, a conferir certamente.

Tendo dito isso, deixei para último um restaurante que me encanta por três razões; a qualidade e criatividade dos pratos executados com maestria, o serviço e escolhas de harmonização com uma adega muito especial e diferenciada, a paixão de seu dono! Siete 1Assim como um vinho precisa de alma para se destacar e nos seduzir, da mesma forma um restaurante e um prato. O Siete Cocinas, do amigo Pablo del Rio, é tudo isso e uma tremenda viagem gastronômica pelas diversas regiões argentinas. Vá com calma, sem pressa e curta a viagem, garanto que será inesquecível e estando por lá peça uma das apenas 900 garrafas produzidas (esperando que ainda tanha alguma!) de um vinho chamado Cara Sur com a uva Criolla, algo inusitado! Por sinal, ainda não fui, dizem que seu novo restaurante Fuente Y Fonda, com outra pegada e preços mais módicos, está delicioso e preciso conferir. Aqui as porções são mais avantajadas, lugar mais simples, tipo a casa da vó! As informações colhidas no Trip Advisor são muito boas e recomendam a visita.

Para abrir seu apetite e lhe dar água na boca, compus este vídeo show com algumas imagens tiradas nessas visitas. Boa parte das fotos foram tiradas pelo Ricardo Gaffrée, um gourmet de primeira que possui o blog Amigo Gourmet. Clique no link e leia sua opinião sobre boa parte destes restaurantes mencionados já que esteve junto comigo na última viagem que fiz por lá em Abril passado. Dos pratos mais simples aos mais sofisticados, dos menus degustação de muitos “passos” aos pratos cheios, uma descoberta de grandes e diversos sabores sempre muito bem acompanhados por belos vinhos, Mendoza é um prato e taça cheia para os amantes da boa enogastrônomia. Uma última dica, faça reserva! Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Em breve Confraria de Vinhos Frutos do Garimpo, aguarde!

200 Grandes Vinhos de 2009 da Revista Gula

Numa participação especial nos 200 destaques do ano 2009 da revista Gula em Janeiro de 2010, emplaquei cerca de 60 vinhos entre tintos, brancos, espumantes, importados e brasileiros. Destes, tomo a liberdade de destacar dez tintos que me marcaram. De lá para cá muitos outros andaram por minha taça, porém esses estão ainda bem vivos e persistentes na memória onde os bons vinhos sempre deveriam estar e não me incomodaria nada de reviver essas experiências!

Gula top 200 de 2009 - jan 2010
Pezzi King Zinfandel – California/USA – vinho que abusou de se dar bem em diversas degustações ás cegas na época em que promovia meus Desafios de Vinho. Paleta olfativa muito intensa e convidativa onde se destacavam toques de licor de cereja, fruta em compota e amoras. Na boca segue intenso, de bom volume de boca, taninos maduros e sedosos, harmônico com um final algo adocicado com coco e chocolate perfeitamente balanceado por uma acidez correta. Belo Zinfandel, de manual!

Casa Marin Miramar Syrah – San Antonio/Chile – famoso e venerado produtor de Pinot Noir, foi este Syrah que me levou ao nirvana na contramão da maioria. De uma elegância e finesse impares, um grande vinho de muita classe num estilo “velho mundista” que não vem do calor, mas sim de uma região fria o que, historicamente, não é o berço desta cepa. São 24 meses de carvalho e mais de 10 meses de garrafa antes que esse verdadeiro néctar chegue a nossas taças. Sedutor é uma palavra deveras limitada para descrever este vinho. É cativante e verdadeiramente empolgante, um vinho exuberante, rico , complexo e pleno de sabores em perfeita harmonia. Aquela pimenta, típica dos bons Syrahs, colocada de forma sutil, suculento, palato fresco, frutado, corpo médio, boa textura, comedidos 13.5% de teor alcoólico, boa acidez e taninos macios em perfeito equilíbrio, um final de boca vibrante, algo mineral e longo, muito longo. Um vinho literalmente soberbo e inesquecível.

Alain Brumont Tannat/Merlot – Gascogne/França – Produtor de vinhos de muita qualidades em Madiran, produz este e um também muito bom branco mostrando que não só de vinhos caros vive a França. Vinho vibrante, nariz sedutor, fruta compotada que convida à boca onde mostra um volume muito agradável, boa textura, corpo médio, bem equilibrado, taninos finos com um final muito saboroso e longo mostrando ótimo frescor.
La Celia Cabernet Franc – Mendoza/Argentina – o primeiro Cabernet Franc a gente nunca esquece, até porque naquela época ainda não era moda e pouca gente conhecia. Tomei refrescado a 16º e o teor alcoólico de 14% estava plenamente harmonioso, não se sentindo em momento algum, uma paleta olfativa atraente algo vegetal com nuances florais, na boca mostra boa estrutura, redondo, taninos sedosos, madeira e fruta em equilíbrio, boa estrutura e um final de média persistência com notas de café moka. De lá para cá muitos outros Cabernet Franc de grande qualidade frequentaram minha taça, mas este foi um marco!

Luis Pato Vinha Barrosa – Bairrada/Portugal – Doze meses em barris de carvalho seguido de mais seis em pipas de 650 litros , o vinho se apresenta macio e aveludado na boca mostrando uma personalidade muito própria e uma tremenda elegância pouco esperada num 100% baga tão novo (4 anos na época). Boa paleta olfativa com aromas florais e algo de eucalipto, na boca apresenta fruta de boa concentração, mas sem os exageros novo mundistas, fresco, algo de salumeria, expressivo mostrando grande harmonia com um final de boca longo e saboroso. Não é à toa que o Luis Pato ganhou o apelido de Domador da Baga e Mestre da Bairrada, tudo isso está escancarado neste que, a meu ver, segue sendo um de seus melhores vinhos!

Odfjell Orzada Carignan – Maipo/Chile – para sair da mesmice (Carmenére / Cabernet) da região, um dos meus Chilenos de gama média preferidos, elaborado com uvas extraídas de videiras de Carignan com mais de sessenta anos e uma parcela de Cabernet Sauvignon. É um vinho clássico de muita finesse, taninos finos e sedosos, bom corpo, cheio, rico em aromas de boa fruta vermelha madura com nuances de chocolate e baunilha num final de boca extremamente agradável e saboroso. É um vinho guloso e diferenciado, saindo fora das tradicionais cepas chilenas, que me encantou na época e segue me encantando. Hoje existem outros diversos ótimos rótulos, a maioria mais caros, porém este segue sendo um de meus preferidos, até em função de preço.

Angheben Teroldego – Encruzilhada do Sul/RS/Brasil – Vinho diferenciado produzido com uma cepa pouco conhecida no Brasil. Violáceo na cor, nariz de frutos negros em compota, algum chocolate e baunilha fruto de uma madeira bem aplicada que só ressalta e dá complexidade a um conjunto olfativo sem muita intensidade, porém muito elegante. Na boca é carnudo, ótimo volume de boca, equilibrado, taninos macios, rico com um final de boca muito saboroso invocando especiarias e algum tostado. Vinho gostoso, untuoso, para quem busca sabores e sensações diferenciadas.

Santo Emilio “Leopoldo” – São Joaquim/Santa Catarina/Brasil – Um assemblage de Cabernet Sauvignon com Merlot muito bem feito, saboroso, bom volume de boca, ótima estrutura, taninos aveludados que abrem bem em taça mostrando bastante equilíbrio com uma acidez muito boa e balanceada que chama comida. Um vinho de muitas qualidades que deve surpreender muita gente em degustações ás cegas. Recentemente participei de uma degustação às cegas com mais 20 rótulos de diversos países e faturou! Que bom que se manteve, quiçá até melhor.

Estes dois últimos são para os abastados! rs

Castello del Terricio – Toscana/Itália – Inusitado para a região, um complexo corte de Syrah/Mouvédre e Petit Verdot, um vinho muito longo que, mais que persistir no palato, persiste na memória. Estonteante, um vinho literalmente construído em camadas, de enorme complexidade, grande estrutura, grande riqueza de sabores que inebriam o palato com ondas de prazer. Um deleite hedonístico com uma personalidade muito própria e de longa guarda. Pena que falta din-din, mas aceito presentes de viagem!

Viña Sastre Pago Santa Cruz – Ribera del Duero/Espanha – um grande produtor da região! Encorpado, harmônico extremamente saboroso, complexo, taninos aveludados, licoroso, terroso com um final em que aparecem especiarias, algo de baunilha e frutos negros com enorme persistência. Vinho de grande classe elaborado com uvas de vinhedos velhos com mais de sessenta anos que aportam grande complexidade e caráter ao vinho. Mais um vinho que abrir antes de meia dúzia de anos, no mínimo, é cometer infanticídio!

Recordar é viver e certamente não reclamaria nem um pouco poder ter a oportunidade de os ter na taça novamente. Uns mais em conta, outros mais caros, mas sempre na busca da diversidade, de sair da mesmice, de buscar novos sabores e extrapolar os limites de sua zona de conforto! Não os conhece? Bem, então serão mais alguns rótulos para você conferir e se quiser mais, bem aí não tem como não vir a Salta/Argentina comigo no feriado da Independência! Uma viagem para quem gosta de se aventurar por novas fronteiras na busca por novas experiências, vem comigo vem! Estas oportunidades são raras, tem que aproveitar.

Vinho & Humor

Bom dia! Neste fim de semana descobri meu alter ego, rs, a Aunty Acid! No face publicarei um monte de tiras dela, são de doer, mas decido hoje começar a semana com algumas sacadas dela falando de vinho! Pena que ela só fala inglês!! rs Amanhã volto Falando de Vinho.Uma ótima e alegre semana para todos, cheers e kanimambo.

aerobics

wine & Vitamins

Say when

Wine 1