João Filipe Clemente

Francos Reserva 2009 – De Volta às Origens

Olá meus amigos, bom dia e uma ótima semana para todos. Depois de muito falar de vinhos argentinos em decorrência de minha viagem e constantes degustações, volto às origens, a Portugal. Quero compartilhar com vocês um vinho que GarimpeirosIIdescobri há uns seis meses atrás e que fez minha cabeça, Francos Reserva 2009, um vinho de alta gama por um preço surpreendente.

Quem me acompanha sabe que sou um garimpeiro de achados, aquelas pepitas de todos os tamanhos, cores e preços que se escondem nessa imensidão que é nossa vinosfera. Vinhos que me deem a percepção de valor superior ao preço que paguei, e este é um deles.

Bons vinhos portugueses se acham em tudo o que faixa de preços e desafio qualquer um a, ás cegas, fazer um prova de vinhos entre R$25 a 40,00 (os do dia a dia) com qualquer dos países hermanos para ver quem leva! Em todas as gamas de qualidade e faixas de preços, os vinhos da terrinha se dão muito bem, todavia os bons vinhos encareceram, aliás, como boa parte dos vinhos dos Hermanos, para além do razoável razão do porquê este vinho ter me surpreendido tanto. Falamos de um vinho entre os TOP 100 escolhidos pela Revista de Vinhos em Portugal, um vinho de pequena produção sendo esta a primeira safra produzida em homenagem aos 30 anos de atividade de seu enólogo José Neiva, galhardeado com o titulo de Senhor Vinho, pela mesma revista, em função do conjunto de sua obra.

Foi um vinho que, à primeira fungada e primeiro gole, vi que estava diante de um caldo diferenciado. Nós que estamos habituados a exaltar os exuberantes e modernos vinhos alentejanos ou os sérios e complexos durienses, temos aqui uma mescla desses dois estilos mostrando que esta região também pode, e produz,Francos reserva II grandes vinhos. O Francos Reserva vem da região Lisboa, mais precisamente DOC Alenquer, produzido somente em grandes safras (até agora 2009/2011 e 2012) em quantidade limitada, tendo como composição majoritária a Touriga Nacional que é muito bem coadjuvada por Touriga Franca (duas uvas típicas do norte de Portugal) e Alicante Boushet (mais presente no sul). Um vinho que por terras portuguesas custa algo entre 30 a 35 euros!

Este vinho, pelo menos para mim, mostrou-se exuberante na boca e por que não dizer, algo enigmático conforme o descreveu a amiga Raquel Santos em seus comentários aqui mesmo. Já chama a atenção na primeira fungada onde a Touriga aparece de forma bem marcante com suas notas florais, chá preto com uma fruta vermelha (ameixa?) aparecendo por baixo desse pano numa paleta olfativa bastante interessante. É na boca, no entanto, que o vinho mais me marcou com ótima textura, um meio de boca frutado, rico e muito expressivo, bom corpo, notas de especiarias, final de boca fresco e longo que nos deixa pensando….! Os taninos estão bem presentes, porém já integrados, finos e aveludados formando um conjunto harmônico e extremamente apetecível. Meia horinha de aeração e uma garrafa será pouco! Rs

Depois da agradável sensação hedonista, vem a surpreendente sensação no bolso! Sim, porque se você vive do fruto de seu trabalho e não tem cartão corporativo liberado, este também é um fator de extrema importância. Pensando no que este vinho custa por lá, seria razoável prever que teríamos que desembolsar algo ao redor dos 300 Reais, daí para cima, o que o faria ser apenas mais um bom vinho caro. Ocorre que ele custa em torno dos 130 Reais e é aí que o vinho ganha uns pontos a mais e vira destaque já que o preço é muito similar ao que se paga em Portugal. Não sei quem tem “culpa” disso, se o produtor (DFJ) ou o importador (Lusitano Import), quem sabe são “cúmplices”, rs, porém adorei o resultado.

Enfim, mais um bom vinho português por aqui em Falando de Vinhos para abrir bem esta semana esperando que seja ótima para todos. Salute, kanimambo e agora nos encontramos por aqui!

Blends do Mundo na Saca Rolha

É “na” mesmo, afinal falamos de mais um agradável encontro da Confraria Saca Rolha que recém fez três aninhos de vida. Seguimos fazendo experiências e volta e meia nos esbaldamos com algumas preciosidades que este ano foram muitas. Para falar de mais este encontro, nossa porta voz, confreira e amiga Raquel Santos.

O que difere as pessoas, umas das outras? Sua personalidade? A nacionalidade? A idade? O lugar onde vivem? Sua educação ou o meio onde desenvolveram parâmetros para relacionar-se em sociedade? As perguntas são inúmeras e as respostas idem. Esse é um assunto a ser debatido (por especialistas) por horas, sem que tenhamos a resposta no final.Com os vinhos não é muito diferente! Foi pensando nisso que topamos enfrentar o desafio de uma degustação às cegas, tarefa nada fácil. Supostamente seria possível reconhecer a identidade de alguns vinhos, só pelo conhecimento de suas características peculiares, ou mesmo usando informações adquiridas em experiências anteriores, além dos nossos 5 sentidos.

Porém, não estávamos ali para nenhum concurso técnico de sommeliers e sim para mais um agradável encontro entre amigos, em que o vinho é apenas mais um convidado. Aquela “pessoa” diferente que ainda não conhecemos e como sempre, estamos curiosos em saber o que ele terá à nos dizer. Para começar, vamos ao brinde!

Blends do Mundo - EspumanteVillagio Grando Brut 2012
Sempre bom começar com um espumante, e este em especial nunca desaponta. Da região de Agua Doce em Santa Catarina (BR), foi feito com as três castas tradicionais da região de Champagne (Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier). Muito fresco, com aromas cítricos e florais. Na boca, percebe-se a pérlage fina, intensa, e sabores predominantes de maçãs.

Já em clima de festa, nossas garrafas devidamente cobertas, estava na hora de começar a brincadeira. Prêmios desafiadores foram propostos à quem acertasse pelo menos o país de origem dos vinhos! Ou então as uvas. Sabíamos apenas que em todos eles, duas castas estavam sempre presentes. No decorrer da apresentação, onde cada vinho degustado deixava claro que a possibilidade de reconhecer e afirmar alguma evidência seria praticamente impossível, seguimos apenas apreciando cada um, dentro de sua individualidade. A essa altura, já nos foi revelado que as uvas presentes em todos eles eram a Merlot e a Cabernet Sauvignon. O que não facilitou em nada, pois tratando-se de blends, as características mais fortes de um vinho ficam dissipadas, como nas pessoas, na miscigenação de etnias.

Foram 7 vinhos, 6 países diferentes. Ninguém acertou nada, além de uma pista ali, outra aqui. Mas o nosso encontro com cada um deles, foi uma experiência muito agradável tendo a sequência sido esta:

Blends do Mundo Clipboard (Falando de Vinhos)

Señorio de Sarria – Reserva 2005
De Navarra (ESP) , esse blend trocou a convencional Tempranillo pela Cabernet Sauvignon e Merlot. Aromas frutados (cerejas maduras) com madeira e couro, já dando pista do seu afinamento em barril. Na boca aparecem muitas especiarias (canela, alcaçuz, erva doce), com bom corpo, taninos macios e boa acidez. Bem equilibrado, com estrutura e notas amadeiradas presentes e bem integradas
Colinas Tinto 2007
Da região da Bairrada (PO), produzido pela Sociedade Agrícola Colinas de São Lourenço, onde as tintas principais são a Baga e a Touriga Nacional. Neste caso, combinaram a Touriga Nacional com Cabernet Sauvignon e Merlot. Nariz potente, mostrando aromas animais e frutas maduras. Na boca repete essa mesma percepção, com bom corpo, muita fruta, especiarias e ervas aromáticas, um mineral ferroso, e final longo.

Aliotto 2011
Em função das uvas usadas, poderia-se dizer tratar de um super toscano já que a Sangiovese local encontra-se aqui com as Cabernet Sauvignon e Merlot. Aromas frutados e sutis que evoluem para florais e vegetais. Bem encorpado, acidez típica dos vinhos italianos que nos fazem salivar.

Norton Privado 2007
Esse vinho já nos foi apresentado em outras degustações, também às cegas. (Confraria Saca Rolhas – 01/07/2013-Blends : Desafio às cegas-Argentina x Chile). Aqui podemos observar que o terroir mendocino (ARG) fica bem evidente. É um vinho opulento, com muita fruta madura, encorpado, com final longo e adocicado. Dá-lhe Malbec! Muito bem integrado com a Cabernet Sauvignon e Merlot.

Capaia 2009
Esse corte da Africa do Sul, é resultado da junção de cinco uvas diferentes (51% Merlot, 35% Cabernet Sauvignon, 10% Cabernet Franc, 3% Petit Verdot e 1% Shiraz). O resultado dessa alquimia resultou num vinho elegante, muito aromático e carnudo na boca. Taninos macios, bom equilíbrio entre a acidez e corpo com madeira muito bem colocada.

Chateau Peyremorin de Villegeorge 2010
Não poderia ficar de fora desta degustação um corte bordalê. Em Bordeaux (FRA), as castas principais são justamente a Cabernet Sauvignon e a Merlot tendo a Cabernet Franc como coadjuvante. Neste caso, temos um Haut Médoc, localizado na margem esquerda onde há o predomínio da Cabernet, com cerca de 80% de Cabernet Sauvignon e o restante de Merlot. Seco na boca, super equilibrado, com taninos macios e ótimo corpo. Evolui muito na taça com elegância e personalidade.

Señorio de Sarria – Reserva Especial 2004
Do mesmo produtor, região e uvas do 1º vinho degustado, Navarra, subimos um degrau na qualidade. Mais estruturado, sente-se a “crianza” em madeira que lhe aporta aromas florais e especiarias muito delicados. Em seguida vai mostrando aos poucos um grande leque de aromas e sabores, como cacau, baunilha, e um leve toque mineral que traz um frescor interessante. Um vinho para apreciar com calma e tempo.

Como havia dito anteriormente, nosso encontro com esses “seres” às cegas foi muito mais que agradável. Nós que temos sede de conhecer coisas novas e nos surpreender com elas, pudemos constatar que no mundo dos homens jamais conseguiremos saber de tudo. As infinitas possibilidades, combinações e arranjos entre elementos já conhecidos, não garante que saibamos o que resultará delas. Assim como nunca podemos prever como será um bebê que irá nascer, apenas conhecendo a família, seus pais, etc…..
Como diria Riobaldo, em Grande Sertão Veredas, de J. Guimarães Rosa: “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”.

Dicas da Semana

Degustando é que se conhece vinho, o resto é o resto! Bem, não é bem assim, porém o fundamento essencial para apurar nossos conhecimentos é provando. Por outro lado, serve de filtro, pois com os altos preços dos vinhos no Brasil (por sinal o que não está com os preços nas alturas?!) sempre melhor gastar nosso suado dim-dim comprando o que sabemos que gostamos, não é?!

07/10 (Terça) em Sampa das 16h às 22h, acontece mais uma World Wine Experience. Este ano o evento tem foco nos vinhos de Portugal e recebe sete produtores ilustres de cada região, proporcionando aos participantes conhecer mais detalhadamente os rótulos deste país que alia a tradição com a inovação. O destaque fica por conta da qualidade dos produtores, com as provas de castas únicas e de um terroir privilegiado. Portugal é pequeno na sua faixa territorial, mas gigante na variedade de castas autóctones, na grandeza cultural e na nobreza e hospitalidade de seu povo.

Estarão presentes CARM, Quinta da Falorca, Quinta Vale Dona Maria, Quinta do Alqueve, Quinta do Pessegueiro, Herdade do Rocim e Wiese & Krohn. Todos com a intenção de mostrar o que há de melhor e o diferencial de seus produtos. Além de degustar rótulos surpreendentes, os convidados contarão com um buffet de pães, queijos, frios e uma seleção de produtos La Pastina.

Para participar desse evento, basta comprar o ingresso através do televendas (11) 4003-9463 ou em qualquer loja World Wine. O valor do ingresso é R$180,00, sendo que haverá 50% de desconto se adquirido até 1 dia antes do evento.

 

08/10 (Quarta) na Granja Viana (pertinho de Sampa) a Vino & Sapore promove mais uma gostosa e intrigante degustação ás cegas. Degustando Pontuação – Um Exercício Sensorial. A ideia é provar quatro vinhos com mais de 92 pontos dados pelos principais críticos e revistas especializadas internacionais e contrapô-los a um vinho entre 85 e 90 pontos e a um outro sem qualquer pontuação. Só depois da avaliação de cada um dos participantes é que desvendaremos cada um dos vinhos e daremos preços e pontuação que cada um desses rótulos recebeu dos “catedráticos” de nossa vinosfera. As conclusões quem tira é você, logicamente se estiver conosco nesse evento.

Eu estarei por lá e já escolhi os vinhos, porém desta vez não antecipo nada não e quem for terá que acreditar e confiar no meu taco!! Ainda temos 4 vagas em aberto (limitado a 12 pessoas) então confirme hoje ainda e rapidinho ou vai dançar! rs O preço é de R$95,00 por pessoa ou R$180 por casal ou grupos, pagos no ato da reserva. Para maiores informações envie uma mensagem para comercial@vinoesapore.com.br ou ligue para (11) 4612-6343/1433 nesta Segunda após as 15 horas ou na Terça após as 10:30 da manhã.

Salute e kanimambo pela visita

Falando de Vinhos Vai Mudar, Pero no Mucho!

Change 1Só a cara e mesmo assim não muito e, certamente, não no conteúdo nem em sua filosofia, mas depois de mais de sete anos com a mesma cara chegou a hora de fazer uma plástica e abrir espaço para anúncios porque “sobreviver também é preciso”!

Desde o inicio coloquei minha foto na página de abertura, porque o anonimato sempre me pareceu uma tremenda covardia e acredito que o leitor quer ver com quem está falando, olho no olho mesmo que virtualmente. Tem que dar a cara para bater, assumir a responsabilidade sobre seus atos e cansei de ler matéria de gente que se esconde atrás do anonimato ou falsos perfis falando as maiores barbaridades e sequer seu nome sabemos, quanto mais sua cara, fácil né?! Nem comentários anônimos eu permito, já apago na hora, nesse quesito sou radical. Então isso não vai mudar não e mesmo não sendo nenhum George Clooney ou Brad Pitt, longe disso (rs), vocês vão ter que me aguentar!

Quanto aos espaços que serão disponibilizados, tentarei evitar os anúncios ligados diretamente ao vinho, importadores, lojas, etc.. Não que isso venha a afetar o que escrevo ou minha opinião sobre qualquer assunto, porém há que se tentar, pelo menos, manter essa percepção de isonomia e independência por parte do leitor afinal, como diz o ditado, “À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer também”! Há espaço aqui para concessionárias de veículos, bancos, cartões de crédito, restaurantes, chefs a domicilio, consultores das mais diversas áreas, produtores de adegas, locadoras, distribuidores de utensílios, construtoras, revendedoras de taças e decanters, malas e equipamentos para Logo NOVO Falando de Vinhosviagens, enfim, para todos aqueles que queiram falar com leitores de classe A, B e C apaixonados seguidores de Baco que geram uma média de mais de 1200 page views diários neste blog sem qualquer maquiagem, gente que existe não cliques comprados, consequentemente leitores com qualidade. Mídia kit e maiores informações para anunciar, envie seu e-mail para o Renato > rl@renato.me  que é meu parceiro para essas ações.

Alguns dados e funcionalidades podem se perder no processo, espero que não, mas especialmente com os fiéis seguidores que subscreveram espontaneamente o blog e já somam quase 850 e mais os 120 colegas blogueiros do wordpress que se tornaram seguidores, esses talvez tenham que o fazer novamente na nova plataforma. Peço desculpas pelo inconveniente caso ocorra e espero poder contar com vossa colaboração voltando a se cadastrar caso necessário.  Espero que fique melhor e que eu consiga seguir postando o conteúdo que os amigos se acostumaram a ver por aqui, Inshala!

Bem amigos, por hoje é só. Acho que essa mudança deve ocorrer na próxima semana, mas no resto seguirei fazendo aquilo que sempre fiz com simplicidade e independência botando a emoção na ponta da caneta e no teclado porque; vinho sem alma e colunista sem emoção não dá né?!

Kanimambo por ter-me trazido até aqui como um dos dez blogs mais lidos de nossa enogastronomia e espero seguir contando com seu apoio. Quer ajudar o tuga aqui, apreciaria muito, então recomende para os empresários amigos anunciar no blog, afinal preciso garantir a aposentadoria por que se tiver que esperar a do INSS vou acabar é tendo que tomar Chapinha e aí é duro! rs

Salute e espero seguir me encontrando com você por aqui, na Vino & Sapore e, porquê não, em uma de minhas viagens com a Wine & Food Travel Experiences (WFTE) no ano que vem! Bom fim de semana e um voto consciente para todos, mas votem! Quem não assume posição e vota, não tem direito de reclamar durante os próximos quatro anos!!

4º e Último dia em Mendoza – Un Gran Finale para Nosotros

Manhã preguiçosa e como já disse no primeiro post deste diário da viagem, Deus escreve certo por linhas tortas! Não tínhamos conseguido ir à Domínio del Plata no primeiro dia, porém conseguimos transferir essa visita para este Domingo e que visita! Antes no entanto, uma passada por um dos shoppings da cidade com aqueles que estavam a fins de compras. Um agradável passeio de cerca de duas horas, mas os cafés, horríveis! Van com trailerAliás, disso senti falta por lá e só tomamos café decente em locais com nexpresso.

Treze horas, tempo para nosso check out do hotel e quase que o Paulão fica para trás! rs A van trouxe reforço pois a quantidade de “equipaje” deu uma crescida e aumento de peso. Finalmente a caminho da Dominio del Plata e o seu restaurante Osadia de Crear onde terminaríamos nossas visitas a bodegas e posteriormente visitaríamos um lagar de azeites, lanche e aeroporto. (clique nas imagens para ampliá-las)

A Domínio del Plata é a casa de Suzana Balbo, enóloga desbravadora  persistente, competente e de personalidade forte absolutamente necessários para sobreviver num mercado, à época, marcantemente machista. Simpática, embaixadora mundial dos vinhos argentinos com um lindo projeto á frente da Wines of Argentina é uma pessoa a se conhecer assim como a seus vinhos. Uma bodega familiar de médio porte para grande,  possui uma linha de vinhos que extrapola qualidade desde seus vinhos mais simples aos mais complexos de produção limitada como o fantástico Nosotros, um Malbec de grande classe. Localizado num dos melhores terroirs de Mendoza, em Agrelo, Lujan de Cuyo. Seu vinho ícone Nosotros,é uma homenagem ao grupo de pessoas que compõem a Bodega, pois de acordo com sua filosofia, uma empresa é composta de pessoas e não de produtos. Empresa jovem, com pouco mais de 12 anos, mas com uma bagagem técnica enorme, a bodega tem hoje uma capacidade de produção de mais de um milhão de garrafas distribuídos entre as linhas; Anubis, Crios (cerca de 50%), Benmarco, Suzana Balbo e Nosotros.

Dominio Clipboard

Demos uma rápida passagem pela bodega onde conhecemos seu mais recente investimento tecnológico com uma bateria de tanque de cimento conhecidos como Huevos. Neles, devido ao seu formato que gera a circulação continua do mosto evitando-se a battonage, ganha-se eficiência no processo de fermentação com temperaturas mais homogêneas e o vinho apresenta maior mineralidade, volume de boca e maciez. Chegando ao Osadia, uma bateria de belos vinhos que escolhemos junto com nossos anfitriões. Benmarco Torrontés, Crios Syrah/Malbec, Susana Balbo Signature Cabenet Sauvignon, Benmarco Malbec, Susana Balbo Brioso e Susana Balbo Malbec Late Harvest. Achou que tinha terminado? Terminou não, ainda tinha o vinho Ícone Nosotros que tomaríamos nos jardins da bodega. Como foram muitos eu vou tentar ser algo mais sucinto nos comentários dos vinhos, mas não posso deixar de falar também da saborosa e criativa comida do Osadia e como os vinhos harmonizaram maravilhosamente com os pratos, realmente um grande final!

Dominio del Plata vinhos bebidos 1

Benmarco Torrontés – Tinha conhecido há uns dois anos lá mesmo na Bodega quando estava recém engarrafado. O único que eu conheço que passa levemente por barrica e é excepcional, entre os melhores do país com uma sofisticação ímpar! Nossas boas vindas á altura de um almoço que se mostraria Inês-quecível.

Crios Syrah/Bonarda – para mim o melhor desta vasta família de vinhos junto com o rosé e o torrontés, todos na casa do R$50 para baixo. Comprovou tudo o que já comentei dele e casou muito bem com o prato servido. Um vinho muito saboroso e equilibrado, ótima escolha nesta faixa de preços.

Susana Balbo Signature Cabernet Sauvignon – altamente pontuado pelo Guia Descorchados e recomendação do amigo Eduardo Milan, estava louco para provar e curti demais, realmente um belo vinho mostrando o potencial desta uva mostrando-se muito equilibrado. Muito bom meio de boca com bom volume, cassis, ameixas, com notas tostadas e terrosas, taninos sedosos, um cabernet menos sisudo e mais vibrante valeu a espera, gostei muito.

Benmarco Malbec – estamos em Mendoza, não podia deixar de escalar um vinho com esta cepa. Madeira mais presente, jovem, untuoso café torrado, fruta madura mais presente taninos marcantes, especiarias, final longo e fresco com notas de baunilha. Um malbec algo mais tradicional porém sem a doçura de muitos, necessitando um pouco mais de tempo em garrafa para se integrar. A meu ver, nesta gama de vinhos (Benmarco) o grande destaque segue sendo o Expressivo (está a mais na foto) que é um assemblage complexo, rico e marcante.

Susana Balbo Brioso – Já falei dele recentemente aqui, blend de Cabernet Sauvignon / Malbec / Merlot / Cabernet Franc e Petit Verdot (corte bordalês completo) que mostra extrema complexidade aromática e explode na boca com muita harmonia e equilíbrio deixando um rastro de muito prazer, sem perder sua personalidade mendocina mostrando boa estrutura e volume de boca, porém com muita finesse. Um vinho de grande expressão, sutil, fresco e encantador tendo seduzido a boa parte dos amigos presentes.

Susana Balbo Malbec Late Harvest – uma enorme surpresa, a quantidade de late harvests de malbec hoje sendo produzido em Mendoza, mas este está num patamar acima com um frescor marcante, um vinho certamente sedutor. O melhor entre os que provamos nesta rápida viajem cheia de novos sabores e descobertas.

Os melhores pratos e harmonização desta viagem em minha opinião e isso não é falar pouco porque comemos e bebemos muito bem! Os pratos não só criativos como excepcionalmente bem executados pela equipe da Chef Robertina complementado pela eficiente Andrea nossa anfitriã, no salão e serviço dos vinhos.

Dominio Osadia Clipboard

Para finalizar no entanto, a cereja do bolo, o incrível Nosotros um dos melhores malbecs mendocinos em minha modesta opinião, brindando com os amigos nos jardins da bodega curtindo o dia lindo, it does’nt get much better than this!!

Nosotros Malbec – Pé franco, um vinho diferenciado entre o mar de malbecs de Mendoza. Uma seleção de uvas de vinhedos antigos, cinco vinhedos diferentes, geram um vinho que, mesmo com 24 meses de barrica francesa, prima pela elegância e riqueza de sabores com a madeira extremamente bem integrada. Um vinho muito fresco e longo, frutos negros bem presentes, floral, textura de boca aveludada, taninos finos, final especiado e bem longo que nos fazem pedir bis. Para mim, um daqueles vinhos que digo que precisam vir á mesa de fraque e cartola, uma dádiva dos deuses de extrema elegância. Teve gente arrumando mala para acomodar mais umas garrafas!!! rs

Nosotros clipboard

Teríamos que ir ao lagar de azeite, digo teríamos porque quando a contragosto da maioria conseguimos sair da Dominio del Plata, já não dava tempo e fomos então fazer um pequeno city tour acabando num restaurante muito típico da região onde nos acomodamos no final do dia para uns tapas e………, é isso mesmo que pensaram! Eta gente insaciável, mas tínhamos que fazer algo antes de irmos para o aeroporto, né! Gente, nem lembro do que pedimos, sei que um Série A Bonarda do Zucardi tinha, mas tenho a certeza que houve pelo menos mais dois outros rótulos, Roberto ajuda aqui!! O El Palenque é um lugar despojado mas bem interessante tendo curtido muito sua adega que é subterrânea e você a vê pelo piso que é de vidro, genial!

E Paenque Clipboard

Foi isso meus amigos e quem quiser sentir isso na pele, na alma, na taça e no prato sugiro já reservar os dias 21 a 26 de Janeiro quando estarei por lá com mais um grupo de “loucos por vinhos”! Em breve detalhes do novo roteiro com preços, porém deste Gran Finale eu não abro mão não. Aos amigos que estiveram comigo nesta viagem de descobrimentos de novos sabores e emoções, pelos meus cálculos algo ao redor de uns 56 vinhos provados (quantidade com qualidade), meu muito obrigado por terem me prestigiado neste recomeço da Wine & Food Travel Experiences. Pela paciência, pela confiança, pela colaboração, por entenderem eventuais deslizes, mas acima de tudo pela alegria de todos criando uma sinergia muito legal.  Um brinde de Nosotros com Nosotros, salute! Kanimambo e nos vemos pelas estradas de nossa vinosfera ou por aqui mesmo.

Nosotros com Nosotros

Dia 3 em Mendoza – Na Garagem de Don Carmelo

Não a van não pifou e a garagem não era qualquer uma, era a de Don Carmelo Patti e sua El Lagar! Nem todos morreram de amores pelo local ou por seus vinhos enquanto outros amaram, é um estilo diferente de ser e de fazer e, até por isso, algo cult e controverso. Pessoalmente gostei muito desse estilo despojado, onde tudo é feito em casa por quatro pessoas, etiquetagem à mão e vinhos com pouquíssima influência de madeira, cerca de 65.000 garrafas anuais! Sem consultores estrangeiros, modas viníficas e exóticas, sem compromisso de agradar ninguém mais que a si mesmo e seus clientes. Fazendo vinhos há mais de 40 anos, desde 98 montou sua própria bodega onde basicamente produz três vinhos e um espumante em minúsculas quantidades. Os protocolos de produção estão em sua mente e seu palato, vai provando e quando acha que está no ponto engarrafa, simples assim! O verdadeiro vinho de autor, artesanal e minimalista feito por um homem que vive o vinho como poucos e, mesmo com toda sua humildade, se orgulha de nunca ter tido que fazer um telefonema para vender vinho. Isso é reconhecimento!

Carmelo Full Clipboard

A garagem é na verdade um galpão com uma saleta onde ele nos recebeu, passou dicas (uma delas já conhecia bem, sobre a temperatura no uso do decanter, e compartilhei aqui há alguns anos), bateu papo e nos deu a degustar um Malbec, Um Cabernet Sauvignon e um Assemblage, não me lembro ao certo as safras já que a esta altura do campeonato eu já estava algo cansado e, tenho que confessar, me deixei tomar por uma certa emoção. Nem fotos tirei durante a degustação, só depois do interior da cantina. São vinhos diferenciados com uma personalidade marcante e única, disso não restam duvidas sendo um complemento interessante à diversidade de estilos, um vinho artesanal se contrapondo a tudo o que já tínhamos visitado. Prensas hidráulicas, tanques de cimento antigos, etiquetagem manual, um museu em pleno funcionamento! Provamos três rótulos

O Malbec, para mim o menos empolgante de seus rótulos mesmo que muito bom. Moderado no teor alcoólico, médio corpo, alguma especiaria, taninos finos com madeira bem integrada sem exageros de extração, fruta madura sem doçura, bom volume de boca, um vinho algo rude mas sem aparas, redondo e longo. Um degrau um pouco abaixo dos outros dois, em minha opinião, mas como a escala é alta….!

O Cabernet Sauvignon, este já “falou” mais comigo com uma estrutura de boca muito boa, intenso, marcante, frutos negros, rico meio de boca e final longo, elegante, um senhor vinho elaborado por um senhor enólogo demonstrando que os cabernets da região também podem gerar grandes vinhos!

O Gran Assemblage, desde muito tempo o meu preferido e mais marcante de seus rótulos é elaborado com Cabernet Sauvignon, Malbec, Cabernet Franc e Merlot variado os porcentuais anualmente dependendo da qualidade das uvas em cada safra. Um vinho de forte personalidade, sofisticada textura, complexo, para beber com calma tentando descobrir todos os seus segredos.

Não resisti e trouxe dois rótulos, o Gran Assemblage 2002 e o Cabernet Sauvignon 2004 que, mesmo com tão pouca produção e tão antigos, possuem preços na cantina, muito acessíveis o que também surpreende! Está vindo para o Brasil via importador de Santa Catarina, porém com os impostos a serem adicionados por quem pretende revender em Sampa, 48%, fica quase que inviável.

Bem, última bodega do dia visitada era hora de voltar á base. Já no hotel, um tempo para descanso e um leve tremor de terra (forte no Chile) que deixou alguns de nós algo tontos (como se precisasse disso a estas alturas) e estranho ver a parede se mexer! Para os locais, algo normal, então se era normal, porquê não retomar o caminho!

Maria Antonieta vinhos bebidos 1

Loja de vinhos, compra de cinco rótulos diferentes que levamos para o jantar no gostoso Maria Antonieta. Ótimos vinhos, porém com alguns destaques especiais para o Ricitelli, Casarena Pedriel Malbec e para o Siesta Syrah que até agora não entendi porquê a Mistral o deixou de trazer ao Brasil!Uma bela seleção e de abertura o Carlão ainda nos presenteou com algumas gotas do Colomé Torrontés!

Maria Antonieta Clipboard

Maria Antonieta, um restaurante muito gostoso, atendimento algo complicado ao inicio (sair fora do script por aqui é quase igual a tentar fazer isso na Alemanha!) mas que que gradativamente se acertou. Pratos diversos e muito gostosos, ótimos risotos, pastas e uma carne muito saborosa de acordo com alguns, porque eu fui mesmo é de risoto. Preços bacanas e honestos, um pão feito na casa que era de lamber os beiços e lá fomos nós ara mais uma noite de descanso e preparação ara o nosso último dia em Mendoza com almoço de despedida na Domínio del Plata, realmente um Gran Finale para uma viagem para lá de legal até agora, cheio de novos sabores e novas emoções.

Salute, kanimambo e esta semana termino meus posts sobre esta gostosa viagem a Mendoza; intensa, rica, diversa, tudo aquilo que me encanta em nossa vinosfera. Uma ótima semana para todos e aguardem o novo

Logo NOVO Falando de Vinhos

 

Salvar

Harmonizando Boeuf Bourguignon

Oba, finalmente mais um encontro do Orfãos da Cozinha do Ney, cozinheiro de mão cheia e pratos idem! É, hoje em dia os pratos são lindos, a qualidade nem sempre acompanha, e periga de sair com fome mesmo tendo que deixar uma bela grana para trás. A cozinha do Ney é diferente e seus pratos idem, quem o conhece pode confirmar. Pois bem, estou na reta final de venda de convites para o nosso próximo encontro reservado a tão somente 12 participantes e já temos nove reservas então ainda há espaço para três privilegiados!

O  BOEUF BOURGUIGNON do Ney é famoso por aqui na Granja Viana e o encontro tem o objetivo, afora matar saudades, de harmonizar os pratos que o Ney prepara. Desta feita escolhi dois vinhos dos quais serviremos 100ml cada; O francês Saint-Roch Côtes du Rhône e um australiano, o Peter Lehman Cabernet/Merlot que espero funcionem adequadamente. Os livros falam de Pinot da Borgonha, mas tem que ser de uma AOC que gere vinhos de maior estrutura como Gevrey que, por aqui, possuem preços bem salgados, Poderíamos tentar um Pinot sul-americano, porém há que diversificar e sempre tentar coisas novas! De sobremesa, bolo de chocolate com calda e um vinho de sobremesa (surpresa) para acompanhar (50ml), café e água.

Será DIA 2 de Outubro na Vino e Sapore (Rua José Felix de Oliveira 875 – centrinho da Granja Viana – cliuqe no link do lado para acessar mapa) a partir das 20 horas como serviço do jantar sendo inicializado ás 20:30. Preço que inclui tudo, inclusive estacionamento no local, é de R$135,00 por pessoa a serem pagos no ato da reserva e casais (2 pessoas ou mais) pagam R$250,00. Contate-nos no e-mail comercial@vinoesapore.com.br, pessoalmente na loja ou por tel. (11) 4612-6343 de Terça a Sábado das 10:30 ás 19 horas ou por aqui mesmo.

Esta semana foi complicada de tempo então os posts da Argentina atrasaram, mas  semana que vem, de cara nova, retorno com eles. Tenham um ótimo fim de semana e quem estiver pela Granja neste Sábado dê uma passada na Vino & Sapore pois estarei abrindo alguns vinhos para prova a partir das 12h. Salute, kanimambo e nos vemos por aqui ou nos mais diversos caminhos de nossa vinosfera.

“Degustação de Pontos” ás Cegas – Um Exercício Sensorial

Pontuação     É meus caros, desta feita vamos “degustar pontos” e fazer um experimento! Vai dizer que você nunca comprou vinho por pontuação? Nunca?!! Duvido, mas enfim, não interessa se comprou ou não eis aqui uma chance de esclarecer na taça e ás cegas uma pergunta; Vinhos com pontuação são melhores do que os que não têm pontuação? Vinho de pontuação mais alta é melhor que um de pontuação mais baixa?

Para colocar isso á prova, dia 8 de Outubro vou montar uma degustação na Vino & Sapore com 4 vinhos entre 92 a 94 pontos (Wine Spectator, Robert Parker, Stephen Tanzer, Penin ou Guia Descorchados) um entre 85 a 90 pontos e um último vinho sem pontuação em nenhuma dessas principais mídias e tão pouco de outros consagrados críticos.

Após esse exercício, somaremos as notas que os degustadores presentes tenham dado aos vinhos e apuraremos os três principais rótulos pontuados que em seguida serão revelados e as notas recebidas pelos críticos mostradas. Será a que a sua nota acompanhará?

A escolha dos vinhos será minha e não os divulgarei antes, serão servidos totalmente ás cegas, então quem vier terá que confiar no meu taco quanto ás qualidades dos vinhos a serem apresentados. O que posso antecipar é que haverão vinhos de diversas origens; Argentina, Chile e Europa certamente! Somente 12 cadeiras na mesa, quem vai encarar? Preço R$95,00 por pessoa, casal (duas pessoas ou mais) pagam R$180,00 que deverá ser efetivado no ato da reserva. Aguardo a confirmação dos amigos, porém já sabem, se demorar as vagas acabam! Para quem estiver interessado ligue para a Vino & Sapore no número (11) 4612-1433 entre as 11 e 19 horas, envie seu e-mail para comercial@vinoesapore.com.br ou ou contate-me pelos comentários aqui.

Como Trazer Vinhos de Viagem

Bem, a primeira premissa é saber quantas garrafas! Pela presente legislação cada passageiro pode trazer até 16 garrafas de vinho de 750ml (igual a 12 litros) desde que dentro de sua cota de USD500. Mais detalhes você pode ver aqui e aqui. Eis algumas dicas boas e baratas.

Se for trazer umas duas ou três garrafas, mais fácil é colocar na mala mesmo e bem condicionadas no meio dela, bem aninhada. Pode quebrar, mas é difícil. Para evitar maiores danos há duas opções; a primeira é optar por uns envelopes próprios para isso e fechados com zíper (veja fotos abaixo). Caso ocorram acidentes fica tudo dentro do saco e evitam-se maiores danos, porém não é fácil de encontrar por aqui sendo mais comum nos Estados Unidos e também encontrei em Mendoza. Como um quebra galho barato, uma sugestão é envolver a garrafa em bastante plástico bolha ou numa fralda infantil colocando-a dentro de um saco plástico. Pode não ser tão bonito, mas por relatos recebidos funciona e o ditado já diz; “quem não tem cachorro caça com gato”! Afinal, vivemos ou não no país da criatividade e da improvisação? rs (clique nas imagens para ampliá-las)

Clipboard wine skins

Ah, mas vai trazer um número maior de garrafas! Bem, nesse caso a melhor opção são as malas especialmente desenvolvidas para isso e no Brasil, que eu saiba, há pelo menos duas empresas que as produzem, mas aí já falamos em um investimento mínimo de 1.000 reais então, ou você viaja bastante para compensar o investimento, ou fica cara a brincadeira!! Uma outra opção bem mais em conta é comprar, caso já não tenha, uma mala de tamanho médio e pedir ao seu fornecedor habitual de vinhos a gentileza de lhe conseguir umas caixas de vinhos horizontais de papelão mesmo. Se for um bom cliente da loja ela certamente lhe conseguirá uma ou duas que possuem o tamanho certo para colocar na mala, veja as fotos abaixo. Embrulhe as garrafas em plástico bolha, rede ou meias e acondicione as garrafas na mala. Forre o fundo da mala com camisetas, malhas, coloque sapatos e chinelos nas pontas, termine com mais roupa por cima e pronto! Essa eu usei já por diversas vezes e nunca tive um acidente sequer, sem contar que a mala fica bem pesada o que não permite que o operário no aeroporto “catapulte” a mala nas esteiras! rs

Clipboard Mala vinhos

Não pensou que iria comprar muitas garrafas, mas se empolgou né? Pior, não estava preparado! Nesses casos é ver se a loja tem caixas especiais para despacho aéreo com nichos de isopor, basta passar plástico shrink na caixa e despacharOLYMPUS DIGITAL CAMERA, também funciona bem. Há companhias aéreas mais chatas que outras então, de qualquer forma, é sempre melhor conferir com a que estará viajando para ver se há alguma limitação imposta por eles e qual o custo por quilo de excesso de bagagem (cada garrafa pesa em tono de 1,3kg). Evite aquelas garrafas muito pesadas, há ótimos vinhos em garrafas comuns, de resto aproveite para trazer bons vinhos, aqueles que aqui são bem mais caros ou aqueles rótulos que aqui não estejam disponíveis já que todo esse trabalho para economizar centavos não vale a pena né?! Ah, nada de vinho a bordo exceto o comprado no free shop de saída, conforme regulamentação internacional, apesar de já ter visto autoridades em aeroportos fazendo vistas grossas para isso!

É isso, ao longo da semana finalizo os posts sobre a viagem a Mendoza e já deixo aqui um “Save the Date” para quem esteja interessado em ir lá comigo. Já estamos por finalizar os detalhes e vos avisaremos, porém as datas já estão confirmadas, sairemos dia 21 com volta dia 26 Janeiro

Quinta Divina Comemora 1 Ano

Tenho o privilégio de recepcionar mensalmente quatro confrarias e é sempre motivo de muito orgulho poder celebrar mais um ano de vida, neste caso o primeiro, pois de alguma forma isso vem demonstrar que o nosso trabalho está sendo apreciado o que me faz muito feliz já que me dedico a isso com paixão. Na loja as Enoladies (a primeira confraria) irão comemorar quatro anos dentro em breve, a Saca Rolha já completou três, a Vino Paradiso (de harmonização) já passou de dois anos e agora aniversariou a Quinta Divina!

Para comemorar, pedimos ao amigo Ney Laux que nos preparasse um jantar à altura do momento que tentaríamos harmonizar com dois diferentes vinhos. Sempre um espumante para abrir os “trabalhos” e como o jantar seria algo mais tarde, abrimos duas garrafas que tinha para prova como um “esquenta”. Eis minhas impressões.

quinta divina - ano 1

Cava Juve y Camps Vintage Brut Cinta Purpura – Para min é um clássico entre as cavas e nesse patamar de preço (R$120) difícil encontrar coisa melhor. Um espumante que aprecio muito e fez jus a este grupo de confrades tão especial quanto o vinho. Uma bela forma de iniciar o 12º encontro do grupo.

Lagarde Cabernet Franc 2010 – comprovou o que já tinha degustado na Lagarde quando de recente visita. Um belo vinho com muitos anos de vida pela frente, rico, médio corpo para encorpado que depois de um tempo abre muito bem na taça. Decantar por uma meia hora vale a pena e certamente será um vinho que vai para o trono! rs

Benegas Don Tiburcio 2009 – mais um bom vinho que provo da Benegas que prima por seus belos assemblages. Vinho de muita estrutura, denso, complexo, com taninos firmes e madeira bem integrada, frutos negros, um vinho que parece de uma gama mais alta do que é e que também abre bem na taça. Grande potencial de evolução por mais um bom par de anos. Aprovado.

Chegou o Ney, Oba! Como prato um delicioso Goulash de Filé Mignon sobre uma cama de Spaetzel que estava, como sempre, excelente com tempero na medida, a páprica no ponto. Teve gente, não vou falar quem (rs) que repetiu três vezes!! rs Para harmonizar, um teste com dois vinhos; o Lan Reserva 2007 de Rioja e um Loma Larga Syrah 2009 de Casablanca no Chile, dois vinhos de que gosto muito. Cada um reagiu de um jeito à comida o que foi um exercício muito interessante.

  • O Lan (Tempranillo com mazuelo e garnacha) já com sete anos de vida, mostrou algumas gostosas notas de evolução e amaciou o prato formando uma harmonização mais delicada. Um vinho com muita tipicidade que encanta no nariz e na boca.
  • O Loma Larga Syrah de zona fria (Casablanca) com seu perfil mais cheio de especiarias, ótima fruta e acidez algo mais afiada levantou o prato e foi uma explosão de sabores acentuando as especiarias do prato. O Malbec deles leva a fama e é muito bom, porém este Syrah é impressionante!

Duas harmonizações muito boas, questão de gosto, com resultados opostos o que nunca tinha experimentado. Gostei demais! Pensa que terminamos, terminamos não pois ainda estava por chegar a Tarte Tartin (torta de maçã para facilitar) do Ney que é famosa aqui na região da Granja Viana em que ele teve restaurante por 25 anos. Adoro harmonizar este prato com o Anselmann Gewurztraminer Spätlese que nasceu para isso, delicioso! Pode colocar junto com apfelstrudel que é outra ótima harmonização.

Enfim, café para alguns e hora de combinar o próximo encontro e o tema a ser abordado. Mais um delicioso momento de alegria e descontração num encontro de boa gente com boa gastronomia ressaltada por vinhos marcantes, sempre um privilégio! Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos. Semana que vem finalizo os posts sobre Mendoza, até lá.