João Filipe Clemente

Encontro Mistral Review Part I

Já faz algumas semanas e mal e mal publiquei umas fotos (no Face) de alguns dos vinhos que para mim foram destaque e alguns nem fotografei, gente demais e nem sempre fácil sequer tirar uma foto. De qualquer forma, hoje, finalmente, consegui um tempo para falar um pouco dessa experiência imperdível que é participar deste evento. Visitei alguns produtores já previamente selecionados e me esbaldei nos brancos, para variar, mesmo com alguns grandes tintos na parada.

Vallontano do amigo poeta e “fazedor” de vinhos Luis Henrique Zanini – primeiramente uma prova para matar as saudades de seu divino espumante L.H. Zanini Extra-Brut 2015 (R$100,00), sobre o qual já falei aqui, excelente como sempre e uma compra segura sempre, complexo, fresco, delicia! Do Espumante, só safras especiais e um produção ao redor de 4 mil garrafas, lançado em 2008, 10, 11,12, 13, 15 e 16. Lançamento novo, seu L.H. Zanini Tinto 2013 (R$128), blend de Ancellota, Tannat, Teroldego, Alicante Bouschet e Tempranillo. Pelas uvas já dá para ver que estamos diante de um vinho poderoso, de grande estrutura que requer algum tempo de aeração. Elaborado com uvas parcialmente passificadas no melhor estilo do Veneto, apresenta-se com um ótima intensidade aromática, muito rico, equilibrado, denso de ótima textura, um vinho de respeito que precisa ser apreciado com calma e esta prova só me fez querer tomar mais porque lá não dava. Um vinho de classificação pessoal “I” de Incuspível! rs Certamente um vinho que em breve encontrará seu caminho para minha Adega e na foto o mestre com sua obra.

Joseph Drouhin Borgonha na veia – bons Chablis, mas o Chassagne-Montrachet Marquis de Laguiche 2013 (USD269), um Premier Cru, estava um espetáculo mostrando porquê esses vinhos serem um marco no mundo dos Chardonnays. Um privilégio que deu vontade de pegar uma cadeira e sentar do lado, cuspir esse jamais, mais um classificação “I” coisa que é quase praxe neste evento, mas deste vou ficar na vontade mesmo, tenho cacife não! rs Quem tiver bala na agulha pode mergulhar de cabeça sem medo de ser feliz, tremendo vinho.

Conde de Valdemar Viura Barricado (USD45)- namorava fazia tempo e tive que rever, bom volume de boca, fresco, complexo e longo, um vinho que surpreende e seduz. Muito boa acidez, nariz exuberante, longo final com um toque abaunilhado tipico da fermentação em barrica, um vinho marcante que fez a minha cabeça e que possui um preço justo considerando preços Brasil ou seja, esse dá para tomar volta e meia.

Catena Adriana White Bones (USD159,50) – tremendo chardonnay de Gualtalarry a cerca de 1500 metros de altitude que lhe aporta uma acidez magnifica. Fermentado e envelhecido em barricas de 225 e 500 litros com parcial formação de flor (tipo Jerez) o vinho apresenta notas salinas, cítricas, mineralidade, muito boa estrutura mas a madeira ainda precisa se integrar neste 2015, excelente mas um par de anos mais certamente o transformará num vinho magnifico e assim a que está na minha adega (2014) irá descansar por mais um ano quando a abrirei para comemorar meus 65 anos. Não é “só” um grande Chardonnay, é um dos grandes vinhos argentinos da atualidade com notas altíssimas de tudo quanto é critico. Por sinal, tudo o que sai desse vinhedo é especial, uma preciosidade que preciso visitar!

Tem mais, obviamente, porém não dá para colocar tudo em um post então vou alternando porque tenho bastante coisa acumulada, mas acho que já deu para você entender o nível do evento né? Por outro lado, se vocês desdenha brancos (estação do ano não tem nada a ver!) não sabe o que está perdendo e precisa provar algumas destas preciosidades. Para quem gosta, se esbalde e tem mais a caminho! rs

Abraço, kanimambo pela visita e desculpem minha ausência, tenho andado bastante ocupado e para escrever aqui preciso de tempo, não dá para compartilhar qualquer coisa de qualquer modo, eu não consigo fazer isso e você não merece essa falta de cortesia de minha parte.

Saúde

Vinhos de Portugal de Volta ao RJ e SP!

Falei que entramos na estação das grandes degustações! Pois bem, neste fim de semana no Rio de Janeiro e no próximo em São Paulo mais uma edição desta importante exposição de vinhos lusos das mais diversas regiões produtoras (14) com cerca de 75 expositores e algo ao redor de 600 rótulos a degustar, maratona e tanto. rs Vai pela primeira vez? Então dá uma olhada nestas dicas para você aproveitar melhor o evento e programe seu roteiro de provas previamente.

 

O formato é algo diferente. Você compra uma sessão de degustação, são três horários diferentes, cada uma de duas horas. Após cada sessão a sala de degustação é esvaziada e entra uma nova turma e as sessões têm ingressos limitados, desta forma se evita a zorra que volta e meia a gente vê neste tipo de eventos. O preço em média dos ingressos a cada sessão varia um pouco em função do dia, porém a média é em torno dos 150 Reais e, pasmem, tem meia entrada inclusive para idosos.

Eu vou estar na de São Paulo (J.K.) no Domingo dia 7 desde a primeira hora fuçando um pouco para ver se consigo achar algumas pepitas por lá, porque navegar é preciso (está no DNA, rs) e garimpar idem.Obviamente estarei com meu amigo Fernando Rodrigues da Lusitano Import provando os vinhos da DFJ, mas não só porque tem muita coisa a descobrir. Depois dou um feedback por aqui, mas certamente é um programa diferente de fim de semana que pode, inclusive, ser feito em família salvo crianças menores de 18 anos logicamente. Para saber mais da programação, horários, expositores, sessões, preços clique na imagem abaixo.

No meu radar, alguns produtores em especial, por região:

Alentejo

Malhadinha Nova – Tapada de Chaves – Cortes de Cima – Monte da Capela

Bairrada

Kompassus – Niepoort – Luis Pato

Dão

Quinta dos Carvalhais – Casa de Mouraz – Juliana Kelman

Lisboa

DFJ Vinhos – Chocapalha

Setúbal

Pegões – Venâncio da Costa Lima – José Maria da Fonseca

Douro

Alves de Sousa – Quinta do Porttal – Wine & Soul – Niepoort – Ferreirinha

Tejo

Alorna e Falua

Minho (Vinhos verdes)

Ameal – Anselmo Mendes – Lima & Smith – Ponte da barca

Quem for ao evento do Rio e puder adiantar alguma descoberta somos todos ouvidos aqui em São Paulo. Um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e saúde, sempre!

Cota 500 Merlot, Elegância na Taça.

Merlot, uma uva pouco valorizada mas que por aqui se dá muito bem e deveria ter mais respeito dos aficionados do vinho no Brasil, produzimos muitos e bons vinhos, olho vivo aí moçada. Tem gente que até acha que é uma uva “bobinha” sem grande personalidade, mas a esses eu sempre gosto de lembrar de um tal de Petrus e a grande maioria dos Bordeauxs da margem direita que a têm como casta majoritária. Bobinha o escambau! rs

Este não é brasileiro, é da Andes Plateau, um produtor chileno que possui uma linha de vinhos de muita qualidade altamente elogiada e pontuada pelo mais novo Guia Descorchados, uma vinícola de autor (Filipe Uribe) com produção total ao redor de 25 mil garrafas. O Cota 500 Merlot 2017 é sinônimo de elegância com riqueza de sabores e taninos finos e sedosos típicos da casta, um vinho que me agrada muitíssimo sendo de fácil harmonização.  Produção muito pequena que não chega a 850 garrafas, tão pequena que vai ser descontinuada por razões econômicas e a rica fruta ficará restrita a uso em blends. Os vinhedos pertencem a um velho produtor parceiro e possuem mais de 20 anos de idade localizado em Pirque (Maipo).

O vinho elaborado com leveduras indígenas estagia por meros seis meses em barricas usadas, muito mais pela micro oxigenação do vinho do que aporte de algo mais, aqui é só sutileza, um Merlot clássico. Frutos vermelhos em abundância, taninos finos, elegantes e macios sem perder textura, muito boa acidez que lhe dá um frescor muito interessante, corpo médio, um vinho que me seduziu e me surpreendeu porque sempre tive dificuldades em encontrar bons Merlots no chile, não que não os hajam e aprecio  uito os bons; Cuvée Alexandre, Marques de Casa Concha e Amplus Merlot por exemplo, porém não são tantos assim, pelo menos que eu tenha provado. O Guia Descorchados de 2018 lhe deu 93 pontos, eu sou mais comedido (rs), mas certamente entraria na casa dos 90

Importação de meu amigo Wilton da Dominio Cassis, mas uma pena que está acabando, vai deixar saudades. Boa parte do que ainda tinha foi usada na Confraria Frutos do Garimpo, estivesse o mercado algo melhor teria arrematado o lote. Enfim, mais um vinho que se você achar por aí e apreciar esta uva pode mergulhar de cabeça sem medo de ser feliz. Pelo que pesquisei preço em Sampa na casa dos R$130,00.

Kamimambo pela visita, saúde

Adquirindo Litragem e Conhecimento Sem Perder a Noção.

A primeira vez que tratei do tema foi em algum momento em 2012, depois repassei em 2015 e agora volto ao tema porque segue atual e entramos na época das degustações das importadoras, eventos, feiras, etc. e saber nos comportar nesses eventos é essencial para aproveitá-los adequadamente. Sem querer passar por pedante, enochato ou coisas do gênero, porém há normas, escritas ou não, de convívio em sociedade que em determinadas ocasiões devem ser seguidas e nossa vinosfera não é diferente não. Aliás, como falamos de bebida alcoólica, mais importante ainda pois perder o discernimento no processo é facin, facin! rs

Algumas delas são essenciais quando degustamos ou vamos a eventos do tipo onde um monte de gente acotovelada ‘briga” por mais alguns ml em sua taça, mas tenho visto nas inúmeras degustações que organizo ou que visito, que poucas são praticadas então cheguei à conclusão que este post tinha novamente vez, sempre é bom relembrar. A experiência tem me mostrado uma série de “senões’ que devemos levar em consideração quando nos propomos a encarar esse tipo de evento. Em cima dessa experiência, sem querer ditar regras, elaborei uma curta lista de dicas (só 12) que, por mais óbvias que sejam, nem todos as praticam e lhe podem ser úteis nesses momentos para melhor usufruir desses eventos.

1 – Coma um lanche cerca de meia hora, algo neutro sem grandes temperos não vá se entupir de curry apimentado (rs), antes só para que a degustação não ocorra com estômago vazio. Tendo a possibilidade de ir mordiscando algo ao longo dos eventos, melhor ainda!

2 – Evite perfumes e colônias. Atrapalha a análise olfativa dos vinhos e, muitas vezes, até o vizinho. Incrível como até gente envolvida no business do vinho se atém pouco a esse essencial aspecto de uma degustação. Já vi importador de vinho chegando num jantar degustação e, de tanto perfume, acabar com ambos!

3 – Evite o uso de batom, inclusive os de cacau, pois atrapalhará sua análise gustativa, mas sem neuras, pelo menos aqui sua escolha não atrapalha mais ninguém

4 – Tome bastante água, ajuda a equilibrar e diluir o teor alcoólico consumido. A hidratação nestes eventos é fundamental.

5 – Coma paõzinho, normalmente disponibilizado nos eventos, que ajuda a dar “sustança” (rs), porém mais que isso, é auxiliar na preparação gustativa limpando a boca para o próximo vinho.

6 – Sempre prove do vinho mais suave para o mais estruturado. Comece pelos espumantes e brancos; rosés do evento e depois volte aos produtores para os tintos, terminando com o de sobremesa e fortificados.

7 – Não fique batendo papo com seus amigos em frente ao estande bloqueando o acesso de outros visitantes do evento ao produtor. Pegue sua “dose” e ceda espaço para outros chegarem.

8 – Dê uma chance ao produtor provando boa parte de seus vinhos em vez de só mergulhar no vinho mais conceituado ou top do produtor. Isso em nada melhorará seu conhecimento e os melhores produtores se mostram mesmo é nos seus vinhos de entrada, pois produzir grandes vinhos, a grosso modo, quase todos conseguem em escala limitada! Agora, quem produz bons vinhos de entrada certamente entregará grandes 021001_WineSpitting_Maincaldos nas gamas mais altas e esse cara você tem que conhecer! Ainda tem um plus, na maioria das vezes os grandes vinhos são acompanhados de grandes preços a maioria fora de nosso alcance, então provar o que podemos comprar é também um exercício de inteligência financeira num país onde tudo, inclusive o vinho, custa os olhos da cara.

9 – Numa degustação de muitos rótulos, cuspa a maior parte do vinho para evitar eventuais excessos etílicos. Todo mundo faz, não adianta torcer o nariz, faz parte! Já vi, no entanto, até “grandes” sommeliers se arrastando nesses eventos, juízo gente.

10 – Nesses eventos as provas (doses) são bem diminutas porque o objetivo é esse, provar! Não fique perturbando quem estiver servindo pedindo doses exageradas de vinho, não é bom para você e tão pouco é socialmente aceitável nesse tipo de evento. Existe o provar, o degustar e o tomar, cada um tem seus diferente ml em taça que devem ser respeitados. Na maioria destes eventos você foi convidado ou comprou convite para provar, respeite essa premissa.

11 – Quando a degustação é limitada, poucos rótulos e menos gente, dê chance aos vinhos.  Prove-os e depois deixe-os respirar enquanto prova outros, voltando ao vinho inicial posteriormente. Uma série de vinhos evoluem muito bem na taça então dê-lhes uma chance de mostrarem todo seu potencial com calma.

12 – Evite ir de carro! Metrô, taxi, ônibus, Uber e outros aplicativos, carona, invente algo e evite dirigir. Afora os possíveis problemas com a lei, você está mais propenso a causar acidentes e mesmo que o cara que te “acerte” esteja totalmente errado e você certo, podes crer que vai sobrar no teu colo!

Como em tudo na vida, etiqueta e boas maneiras, respeito ao próximo e civilidade, coisas que até andam meio que em desuso, também devem imperar em nossa vinosfera então lembre-se sempre que sua liberdade cessa onde começa a do outro. Por outro lado, existem formas bem mais baratas e mais eficientes de se tomar um porre e vinho não é uma delas, então prove com parcimônia e moderação até para poder efetivamente  aproveitar a viagem pelos caldos de Baco.

Boas degustações; respeite-se, respeite os outros, respeite quem lhe serve! Saúde, kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos.

World Wine Experience Península Ibérica.

Começaram as grandes degustações! Na próxima Segunda dia 27 tem Mistral, na semana seguinte também na Segunda tem a World Wine Experience Peninsula Ibérica, mais um evento a que não deixarei de comparecer, sempre grandes produtores e ótimos vinhos.

 

Dos dias 3 a 7 de junho, acontece mais uma edição da World Wine Experience. Tanto para iniciantes quanto para experts no universo do vinho, essa edição da feira tem como tema a Península Ibérica, onde reúne grandes rótulos de vinícolas tradicionais que inovam na tecnologia e na produção, e que exaltam, principalmente, a uva e as técnicas de vinificação.

O encontro tem como objetivo aproximar grandes produtores que compõem seu portfólio ao público interessado em enocultura, desmistificando todos os mistérios ainda presentes na bebida. Assim eles podem ter contato direto com quem produz, conhecer a história das vinícolas e as novidades, tudo isso no melhor formato: degustando!

Nesta edição, serão apresentados 17 produtores, sendo 8 de Portugal e 9 da Espanha – que representam diferentes tecnologias, dinamismo e autenticidade na produção dos vinhos.

AS MARCAS PRESENTES SÃO:

PORTUGAL:

Herdade do Rocim, CARM, Quinta da Falorca, Quinta do Pessegueiro, Val da Ucha, Wiese & Krohn, Quinta Nova e Quinta da Calçada

ESPANHA:

Marques de Murrieta , AALTO, Borsao, Vivanco, Ponce, Pere Ventura (Cava), Barbadillo, Valderiz e Garmon Continental

De dia 03 de Junho a dia 7 o evento circulará boa parte do Brasil, mas lamentavelmente para meus amigos do sul do país, nenhum dia por aquelas bandas! Eis a programação e preços:

São Paulo dia 3 – R$260,00 / Rio de janeiro dia 4 – R$260,00 / Brasilia dia 5 – R$170,00 / Recife dia 6 – R$100,00 e Belo Horizonte dia 7 – R$150,00.

Esta é a verdadeira formação de qualquer enófilo, prova! Só litragem (rs) e conhecimento de rótulos é que lhe aportarão o verdadeiro conhecimento e, por outro lado, lhe trarão maior segurança na hora de ir às compras. Aproveite estas oportunidades, outras haverão por aí, as importadoras voltam a estar mais ativas, então esta é a hora. Quer saber mais, garantir seu lugar contate a World Wine ou se para o evento de São Paulo clique aqui para compra online > https://www.eventbrite.com.br/e/world-wine-experience-2019-sao-paulo-tickets-62069171563?aff=ehomesaved. É isso, mais uma boa dica, aproveite o fim de semana e kanimambo pela visita, saúde!

Sauvignon Blanc de Classe

A primeira vez que me deparei com este vinho foi nos idos de 2014 numa Expovinis. Fuçava rótulos na época abaixo dos 50 Reais para uma degustação às cegas que elegeria os melhores brancos e tintos nessa faixa. Escolhi dois rótulos, um deles este, o Villaggio Bassetti Sauvignon Blanc 2016!

Sim é de Santa Catarina, São Joaquim para ser mais preciso e segue sendo um vinho que me encanta pelo simples fato de pouco parecer os Sauvignon Blanc a que estamos acostumados; menos intensidade de notas herbáceas, acidez mais balanceada e mais cremoso na boca. Este exemplar de 2016 que encerrou um encontro de amigos após dois tintos, veio mostrar aos amigos que as surpresas vínicas seguem ocorrendo mesmo para gente com avançada litragem. Até na cor ele é diferente, algo mais amarelo menos palha, estávamos diante de um dilema que comprova a máxima de que o enólogo frente ao vinho toma decisões e o enófilo frente a decisões toma o vinho, nós tomamos e nos deliciamos, teve até “alguém” que não é chegado na casta que teve que rever sua posição e tomou bem! rs

Este Sauvignon Blanc mostra-se mais untuoso e estruturado na boca, cremoso com acidez muito bem balanceada, frutos tropicais maduros se misturam a algumas notas cítricas, final de boca algo mineral que desponta mais quando a temperatura é menor (8º C), formando um conjunto de bastante complexidade em função de seu tempo sur lie. Um Sauvignon Blanc fora da curva que me seduz a cada vez que o tomo e na casa dos 85/90 Reais é uma opção para lá de honesta. O Guia Adega o apontou como o melhor desta casta no Brasil em 2018 assim como melhor branco nacional com 92 pontos e Jorge Lucki o apontou como o melhor branco nacional que provou em 2017 o que, comigo, já faz três referências de respeito! rs Brincadeiras á parte, um belo vinho para quem gosta de navegar por mares diferentes e que me deu um enorme prazer tomar.

Mais um branco, sei, mas fazer o quê? Ainda são os vinhos que mais me têm dado prazer de provar e beber, então sigo compartilhando com os amigos essas experiências. Tomar acompanhando o quê? Bem, os óbvios frutos do mar em geral mas desta feita eu adicionaria carnes brancas como peito de peru à Califórnia por exemplo. É isso, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aí, quem sabe no Encontro Mistral semana que vem?

 

Mais de Um Século na Taça, Pireko Malbec.

Soa meio estranho, mas o Pireko é bom! rs O nome de origem indígena significa “água do degelo das montanhas” e vem de Perdriel, sub região conceituada de Lujan de Cuyo em Mendoza, onde Rodolfo Spielmann se deparou com esta propriedade na Calle Cobos com 17 hectares de vinhas de Malbec plantadas até 1910 em pé franco. Porquê comprá-lo, porquê não comprá-lo, foi lá e comprou-o em 2009 como investimento de retorno a sua terra natal. Para tocar enologicamente o projeto, ninguém mais ninguém menos que Pepe Galante que para os aficionados dos vinhos argentinos dispensa maiores apresentações.  Hoje provei meu primeiro vinho, o de entrada deles, que me deixou muito boa impressão, o vinho não tem 100 anos, mas as vinhas que geram o caldo são e fazem diferença!

Vinhedos velhos neste nível, cerca de 109 anos, são poucos produzindo comercialmente e possuem algumas características bastante valorizadas porque transmitem ao vinho particularidades diferentes. Apesar de alguns projetos mais apressados, um vinhedo novo começa a produzir alguma coisa aceitável por volta de 3 anos e atinge um patamar de produtividade/qualidade comercial adequada a partir de 5 anos, aqui falamos de 109 anos! A produtividade foi para a glória, o número de cachos por planta é pequeno, porém a concentração, intensidade e acidez se acentuam e os taninos se tornam mais amistosos. Tudo isto me pareceu muito presente neste vinho de entrada e me aguçou a curiosidade para conhecer seus outros rótulos. Da linha Pireko só provei este Malbec centenário, mas ainda há o Cabernet Sauvignon e o Pedro Gimenez.

Pireko Malbec Centenário 2016, (primeira safra lançada) é um single vineyard sem passagem por madeira somente inox, traz uma textura e volume de meio de boca deliciosos. Cor de rubi intenso, aromas de frutos vermelhos frescos, levemente encorpado sem pesar, taninos firmes mas sedosos, fruta abundante  sem excessos de madurez, acidez balanceada, longa persistência algo apimentada que deixa um retrogosto de quero mais na boca. Um vinho que vai se abrindo na taça e melhorando a cada gole, vinho para derrubar qualquer eventual preconceito para com os vinhos Malbec e que se beneficiará de uma meia horinha de aeração. Para um vinho de entrada, de pequena produção (750 caixas), surpreende duplamente começando pela qualidade mas também no preço, na casa das 100 pratas hoje de acordo com o importador que é o próprio produtor.

Como curioso que sou, agora quero descobrir o resto e quero conferir se meu conceito de que quem faz um vinho bom de entrada não nega fogo conforme subimos a escada se confirma mais uma vez. Tem um corte que leva Petit Verdot, já esfregando as mãos! rs Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana para todos.

Encontro Mistral Está em Sua Nona Edição!

Tenho andado sem tempo para Falar de Vinhos, semana que vem retorno, porém não poderia deixar de comentar a nona edição do Encontro de Vinhos Mistral semana que vem e que, desta feita, trará 68 renomados produtores de vinho para o evento de 2019. Criado em 2003 e realizado a cada dois anos, o evento chega a sua 9ª edição como um dos mais respeitados eventos de vinho do Brasil. Em São Paulo, acontece nos dias 27 e 28 de maio, no hotel Grand Hyatt, e no Rio de Janeiro, no dia 29, no Belmond Copacabana Palace.

Vinícolas das principais regiões produtoras de 14 países serão representadas por seus proprietários ou enólogos, que apresentarão pessoalmente ao público mais de 450 grandes rótulos. Grandes nomes do vinho estarão presentes nesta edição. Entre destaques do Velho Mundo estão o espanhol Miquel Ángel Cerdà, proprietário da Ànima Negra e Terra de Falanis; o francês Jean-Louis Despagne, da Château Tour de Mirambeau; e os italianos Roberto Stucchi, enólogo da Badia a Coltibuono, Paolo Coppo, da Coppo, além de Paolo Campagnola, da Campagnola e Luca Speri, da Speri, duas vinícolas que entraram recentemente para o portfólio da importadora.

Portugal também tem representantes de prestígio no evento, como  o enólogo Luis Patrão, da Herdade de Coelheiros, Luis Cerdeira, proprietário da Soalheiro, e voltam ao país produtores já conhecidos do público, como Diogo Campilho, da Quinta da Lagoalva, Maria Castro, da Quinta da Pellada, e Luis Pato, uma das maiores celebridades do vinho português.

Do Novo Mundo, participam os chilenos Maria Paz e Matias Garcés, proprietários da Viña Garcés, e os enólogos Bernardo Troncoso, da Viña Montes, Emily Faulconer, da Viña Carmen, e Andrea Leon, da Lapostolle; o argentino Ernesto Catena, proprietário da Tikal; e os brasileiros Luís Henrique Zanini e Ana Paula Valduga, proprietários da Vallontano.

O público poderá também provar rótulos de consagradas propriedades, como as francesas Joseph Drouhin e Georges Vigouroux; as gregas Gaia, Boutari e Cambas; as espanholas Vega Sicilia, Alión, Pintia, Pesquera e Viña Bujanda; as alemãs Selbach Oster e Robert Weill; as sul-africanas De Wetshof e Boekenhoutskloof; a húngara Oremus; e as argentinas Catena Zapata, El Enemigo e Bodegas Caro.

A lista completa de expositores segue abaixo e dentro de tantos e tão bons, fácil se perder! A verdadeira escolha de Sofia e cada um tem a sua, mas eu já selecionei (com asterisco) aquelas que eu visitarei. Se der, ainda incluo mais umas duas ou três, mas vou ter que chegar cedo!! Programa para dois dias na verdade e se começasse às 16h melhor, vai faltar tempo para o papo. rs Para quem tiver bala na agulha um belo programa é os dois dias com jantar e pernoite no hotel, da hora né??

PAÍS PRODUTOR
África do Sul Barista
África do Sul Boekenhoutskloof*
África do Sul De Wetshof
Alemanha Domdechant Werner
Alemanha Hans Wirsching
Alemanha Robert Weill
Alemanha Selbach Oster*
Argentina Alamos / Catena Zapata
Argentina Bodegas CARO (Catena Zapata & Château Lafite-Rothschild)
Argentina El Enemigo
Argentina Ernesto Catena*
Áustria Riedel
Brasil Vallontano*
Chile Lapostolle
Chile Viña Carmen
Chile Viña Garcés Silva
Chile Viña Montes
Espanha Anima Negra / Terra de Falanis*
Espanha Bodegas Julian Chivite / Gran Feudo
Espanha Bodegas Luzón*
Espanha Bodegas Valdemar
Espanha Castell del Remei / Celler de Cérvoles
Espanha Pesquera/ El Vinculo / Dehesa La Granja
Espanha Vega Sicilia / Alión / Pintia / Macan
Espanha Viña Bujanda / Finca Valpiedra / Cosecheros y Criadores / Finca Antigua
EUA Drouhin Oregon*
França Chateau Tour de Mirambeau
França Georges Vigouroux
França Joseph Drouhin
França M.Chapoutier*
Grécia Boutari
Grécia Cambas
Grécia Gaía
Hungria Oremus
Itália Badia a Coltibuono *
Itália Berta (Grappa)
Itália Campagnola
Itália Castello di Montepó *
Itália Coppo
Itália Masciarelli
Itália Lungarotti
Itália Speri
Itália Tenuta Capezzana
Portugal Blandy’s
Portugal Symington (Graham’s / Altano / Prats&Symington)
Portugal Herdade de Coelheiros
Portugal Luis Pato
Portugal Quinta da Lagoalva*
Portugal Quinta da Pellada / Quinta de Saes*
Portugal Quinta do Côtto*
Portugal Quinta do Vale Meão
Portugal Soalheiro*
Uruguai Pisano*

Ainda dá tempo e vale muito a pena, mas corra que os ingressos estão se esgotando e não haverá venda no local. Fica a dica, kanimambo e saúde

ENCONTRO MISTRAL 2019

São Paulo: 27 e 28 de maio – Grand Hyatt (Av. das Nações Unidas, 13301)

Rio de Janeiro: 29 de maio – Belmond Copacabana Palace (Av. Atlântica, 1702)

Horário: das 17h às 21h30

Preço: R$350

Reservas e informações:

(11) 3372 3400

encontro@mistral.com.br

www.mistral.com.br/encontro

 

Um Rosé de País na Taça.

Tinha prometido compartilhar com os amigos duas preciosidades que recentemente tive a oportunidade de provar num evento da importadora inglesa Berkmann Wine Cellars, pois aqui estou cumprindo a promessa com o primeiro deles, o J. Buchon Rosé de País 2018, uma das mais gratas surpresas dessa degustação que me foi apresentado por um dos dois irmão que hoje tocam a vinícola, o Juan Buchon (da foto), o outro é o Julio.

Originária de Castilla-La-Mancha (Espanha) onde é conhecida como Listán Prieto, esta casta responde por uma série diferente de nomes dependendo de onde se encontra. Trazida pelos colonos e missionários espanhóis,  é conhecida como País no Chile, Criolla na Argentina, Mission nos Estados Unidos, Misión no México e como Negra Corriente ou Negra Peruana no Peru. Parece que se plantou inicialmente no México por volta da metade do século XVI de onde viajou ao Peru e posteriormente à Argentina e Chile, onde é a segunda variedade de vitis mais plantada depois da Cabernet Sauvignon. Os vinhedos são prolíferos e as uvas de difícil vinificação, tendo sido por muito anos usada na elaboração de vinhos tintos e rosés coloniais baratos. De uns dez anos para cá, como aconteceu na Argentina com a Criolla, gestão de vinhedos e novos processos de vinificação possibilitaram elaboração de vinhos mais finos, porém os famosos Pipeños (que não me agradam) viraram meio cult de uma nova tendência de retorno às origens e a País começa a ganhar um espaço de destaque com grandes produtores investindo pesado na produção e divulgação de novos vinhos, por vezes muito caros.

Tenho provado deliciosos vinhos tintos de Criolla na Argentina, mas sinceramente nada do que provei do Chile até agora me agradou e não compraria. Pois bem, o primeiro País que me seduziu por completo é este, elaborado como Rosé. Pensando bem, uma vez (2015) provei um espumante rosé desta uva que também achei bastante interessante, O Santa Digna Estelado Rosé da Miguel Torres, que mesmo que não tenha me encantado por completo me despertou o interesse por essa uva. Fica a pergunta no ar, será que o caminho não é o rosé em vez de insistir nos tintos?? A história da uva no Chile parece que corrobora isso, só precisava ser melhor trabalhada.

Este delicioso e festivo Rosé era elaborado até 2017 com uma maior participação de Cabernet Sauvignon e um toque de País, em 2018 a País aparece solo e brilha. Estamos diante de um vinho que prima pelo frescor, um vinho vibrante cheio de vida, um vinho para cantar em verso e prosa! O melhor rosé do mundo? Tem gente que que adora essas coisas, rs, não, não é, porém é certamente um dos mais prazerosos e festivos que já tive a oportunidade de tomar nos últimos tempos. Este não só provei como já tomei, sim porque provar (quando se gosta) dá uma vontade danada de tomar.

A cor de casca de cebola (tradicional junto com a cor salmão em rosés) e brilhante já é um baita convite a abri-lo e encher a taça. Aromas frutados onde aparece de tudo, de cítricos a frutos vermelhos, nectarina, na verdade uma tremenda e fresca salada de frutas que repete na boca com um aporte de acidez que lhe dá uma crocância e vivacidade como poucos. Um vinho que acompanhará bem a culinária japonesa, peruana, frutos do mar em geral mas que, acima de tudo, combina comigo, com minha loira e com felicidade, eta coisa boa, puro prazer engarrafado e ainda vou tomar muitas delas! Preço na casa das 85 a 90 pratas nas boas casas do ramo (rs).

Um ótimo fim de semana para todos, retorno semana que vem para falar do Mendraka Bizkaiko Txacolina. Kanimambo pela visita, saúde e bons vinhos sempre.

 

 

Explorando o Portfolio da Berkmann.

Vou falar um pouco sobre este gostoso evento promovido pela importadora Berkmann Wine Cellars de origem inglesa no sentido de mostrar a seus potenciais clientes e alguns formadores de opinião, blogueiros, sommeliers etc. um pouco de seu portfolio, tinha vinho para dedéu!! rs Consegui provar 50 dos quais 27 se destacaram, entre eles selecionei alguns que fizeram minha cabeça tendo descartado os que não cabem no bolso da maioria como o incrível Querciabella Batár 2013 um incrível blend de Chardonnay com Pinot Blanc, biodinâmico, vinho para bocas mais treinadas e bolsos cheios porque custa no mercado algo entre 800 a 900 pratas, mas se tiver mergulhe de cabeça, divino.

 

Áustria e Alemanha : Gosto bastante da uva austríaca Gruner Veltliner, sempre muito fresca porém algo cara para o que entrega, o Zero-G é uma grata exceção apresentando a notas típicas da casta com um uma textura bem gostosa e um preço estimado entre 120 a 125 pratas, o que mesmo não sendo barato, é um bom preço comparado ao mercado e outros rótulos disponíveis. Gostei bastante também do Riesling alemão White Rabbit em que nem o nome nem o rótulo ajudam muito (rs), mas o que interessa é o conteúdo e esse mostrou a boa mineralidade e tipicidade da casta, sem exageros, bem balanceado. Para vinho alemão de qualidade, os 150 a 160 Reais está de bom tamanho porque a maioria começa a partir de 180, gostei, apesar do rótulo. rs

 

Argentina. – De la Rioja a bodega San Humberto apresentou alguns bons vinhos entre eles um baita Petit Verdot raçudo e potente o Nina Gran Reserva, mas o que mais me seduziu foi o Nina Gold Torrontés. Tem gente que vira a cara para a Torrontés, eu não sou um deles, e há ótimos produtos no mercado entre muita zurrapa, tenho que reconhecer e estes não têm ajudado em nada na divulgação dos vinhos dessa cepa, mas estamos diante de um exemplar primoroso desta uva. De mais corpo, ótima intensidade aromática sem exageros que muitas vezes prevalecem nestes vinhos, boca de ótima textura, vivaz um vinho para quebrar preconceitos, pena que o preço seja algo puxado na casa dos 200 Reais.

 

Brasil: Vinhetica, franceses fazendo vinhos no Brasil e trabalhando com uvas dos dois melhores terroirs brasileiros, Campanha Gaúcha e Serra Catarinense. Dois vinhos me surpreenderam, um mais tradicional mas de corte fora dos padrões regionais e um blend de brancas não filtrado. O branco é o Terroir de Blanc, blend das uvas Sauvignon Blanc, Fiano de Avelino e Robolla Gialla da Serra catarinense, que poderá assustar os mais incautos por não ser filtrado sendo bem turvo, estilo visual Shweppes Citrus! rs Me fez lembrar os espumantes sem degorgment hoje disponíveis mercado, muito interessante, vinho a se descobrir com notas cítricas bem acentuadas e um toque vegetal que lhe aporta a Sauvignon Blanc que é mais presente no corte e boa textura de boca. Provei o filtrado também, bom, mas este me despertou mais a atenção e o preço na casa dos 75 a 80 Reais. O tinto Terroir d’Elegance é o, a princípio, mas tradicional com passagem em barricas por 12 meses porém um corte algo diferente; Cabernet franc, Teroldego, Cabernet Sauvignon, Ancellota e Tannat da Campanha com boa pegada, corpo médio, bom volume e taninos sedosos bom vinho com preço entre 80 a 85 Reais, bem honesto para o que entrega.

 

Chile – o produtor presente foi a J. Bouchon que depois de uma fase mais “popular” volta a presentar vinhos de muito bom nível que me agradaram bastante. Gostei bastante dos Canto Sur e Canto Norte, dois cortes muito bem feitos, O Norte bem bordalês com Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, porém foi o Sur que mais me seduziu com um corte diferenciado de Carmenére, Carignan e País bastante complexo, fresco, de taninos muito elegantes ambos na faixa de 130 Reais. A linha Block Series é um nível acima, vinhos mais robustos e estruturados, tanto o Malbec quanto o Cabernet Sauvignon, porém foi este último que mais me chamou a atenção. Belíssimo Cabernet de boa tipicidade sem aquela marca que me incomoda (coisas do Tuga! rs) de pimentão e goiaba que faz a cabeça de alguns. As notas vegetais são suaves, a fruta se mostra mais presente, notas tostadas um vinho de 2015 com ainda muitos anos pela frente de evolução, gostei muito e aqui já chegamos na casa dos 150 a 160 Reais que já começa a ser para poucos, mas vale a pena. A linha Granito é soberba, especialmente o branco de Semillon com 12 meses de passagem por barrica, tremendo vinho e o preço acompanha (talvez um pouco exagerado) chegando já na casa dos 350 Reais, mas tendo disponibilidade, compre logo a dupla! rs Seduzido mesmo fui pelo vinho mais barato desta leva provada o J. Bouchon Reserva Rosé de País 2018 que merece um post separado num futuro breve, o primeiro País (uva regional também conhecida como Criolla Chica por aqui e Criolla Grande na Argentina) 100% que realmente gosto, o resto não rolou nenhum até agora, e que é para tomar de caixa, delícia com preço de cerca de 89 Reais.

 

Espanha – Aqui separei dois vinhos que valem muito a pena, um bem barato o outro já na gama mais alta de preços porém condizente com seu status. O primeiro é um Tempranillo de Rioja o Casa Roja Tempranillo que possui um preço algo abaixo das 60 pratas e que nesta faixa mostrou que entrega algo a mais, muito bem feito, corpo mais leve mas cheio de sabor, bem bom! Já a Finca del Marquesado apresentou três vinhos também de Rioja, dos quais dois me chamaram a atenção, o Crianza com bons  135 Reais de custo ao consumidor o que o torna muito competitivo nessa classificação e é um vinho muito bem feito e rico, mas o Gran Reserva 2009 é da hora e o preço condizente com este nível de qualidade, idade e classificação, tremendo de um vinho que pode tranquilamente evoluir por mais uma meia dúzia de anos e fez minha cabeça. Preço beirando as 300 pratas. A grande surpresa e uma delicia de vinho, com uma acidez no nível dos Vinhos Verdes e vinhos da Galícia, estilo que me agrada muito, um vinho Basco, o Mendraka Bizkaiko Txacolina. Este vinho, como o Rosé de País da J. Buchon, vai merecer um post solo pois é deveras interessante. Txacoli é o estilo, Bizkaico é região demarcada na área rural de Biscaia e as uvas Hondarrabi Zuri e Zerretua, simples assim! rs Na boca explode em sensações vibrantes e frescas, acidez lá em cima, limão, maçã verde, adorei e tudo a ver com nossas regiões costeiras, frutos do mar, adorei! Vinho na casa dos 110 Reais e vale.

 

França – não me dediquei muito a este país e três foram os vinhos que achei bastante interessantes com preços idem, porque a busca é por qualidade com preço. Vinho bom e caro tem de monte, tem que garimpar por “acessibilidade vínica” rs! Guy Allion é o produtor de dois deles, o Les Quattre Pierres Cabernet Franc do Loire de boa tipicidade e preço razoável (130 a 140 pratas) e um belo Cremant do Loire Blanc de Blancs Brut 2016 na mesma faixa de preço e elaborado com um blend de Chenin Blanc (80%) e Chardonnay com autólise de 18 a 24 meses, método champenoise, mousse incrível, ótima perlage, fresco porém complexo, brioche, cítrico, o mais perto de champagne que provei nos últimos anos e por cerca de 140 pratas, menos de metade do preço destes!

 

Da Hungria – Produtor Sauska. Não sou chegado em Furmint seco, tomei poucos que me agradaram e este é certamente um deles, saboroso, ótima boca, aromas sedutores, por um preço de 110 pratas é uma boa pedida para quem gosta de brancos diferentes e explorar uvas menos conhecidas. Seu Tokaji Late Harvest Cuvée Sauska na faixa dos 350 Reais é muito bom, mas me parece que o 5 Puttonyos é bem mais negócio por cerca de 60 pratas a mais.

 

Portugal – Ermelinda de Freitas da região Setúbal é o protagonista e vi para minha alegria, mesmo não estando lá para prova, que os vinhos Terras do Pó Branco, tinto e Reserva estão de volta ao mercado pelas mão desta importadora com preços bem competitivos. Do que provei se destacaram dois rótulos da linha Casa do Rosário Branco e em especial o Rosé elaborado com Castelão cortado com Syrah e Touriga Nacional de cor mais intensa, bela pedida para companhar Paella Mista e a um preço bem moderado na casa dos 75 conto.

 

Itália – Alguns bons vinhos de produtores renomados como Fenocchio (Barbera d’Alba duro e muito jovem) e Maculan (delicia de Vespaiolo) de preços algo mais salgados. Na linha mais acessível, o Villa Rossi Sangiovese,  ligeiro e gostoso, da Emilia Romagna por 59 Reais é um belo companheiro para o macarrão da mámma ou a pizza de Sábado e o Visconti della Rocca Primitivo de Salento, um primitivo fácil de gostar na casa dos 75 Reais, preço bem honesto para vinhos dessas uva no mercado

Fazia tempo que não dava essas saídas de garimpo, pena que tirei poucas fotos, estava com saudades e foi muito bom rever alguns amigos presentes. Diversos vinhos interessantes, outros nem tanto e isso faz parte do jogo, mas “overall” uma seleção que deixou algumas (diversas, rs) pulgas atrás da orelha e certamente esses acima destacados são para os amigos marcarem no caderninho na próxima visita a um restaurante ou loja preferida.

Um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou na Vino & Sapore, onde dou plantão de Quarta a Sexta das 14 às 20h ou aos Sábados das 10 às 19h dia em que sempre tenho algo aberto para receber os amigos. Fui, saúde