DESAFIO de VINHOs

Deu Brasil, 2 x1!

Na Brinde à Vida, confraria que este ano fará cinco anos de muitos brindes e descobertas, este mês por sugestão de nosso querido Barão o tema foi Brasil x Outros. Às cegas, coloquei seis vinhos em disputa. Difícil conseguir mesma safra ou mesmo corte, mas para efeito da brincadeira a que se propunha, foi bem interessante porque paralelamente a nomear o melhor vinho, também exploramos descobrir qual o brasileiro, o país em disputa e a idade do vinho!

Os vinhos foram servidos em três “flights” de dois vinhos cada usando como parâmetro a mesma faixa de preço (mais ou menos 30 Reais) e as mesmas uvas no corte, dentro do possível.

Primeiro Flight, face a face o Villaggio Bassetti Montepioli 2011(SC) x o desafiante Santa Ema Barrel Selection 60/40 2016 chileno. Cinco anos separam os competidores, vinhos elaborados com um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot, porcentuais levemente diferentes, um de São Joaquim e o outro do vale do Maipo na faixa de 85 a 90 pratas. Dois bons vinhos na faixa de preço, mesmas uvas com estilos totalmente diferentes. O chileno é vivo, vibrante, muito frutado com uma acidez muito interessante, um vinho que cativou a maioria por sua exuberância e taninos macios, um vinho fácil de se gostar. O brasileiro, mesmo com cinco anos a mais nas costas e com a cor já mostrando sua idade, encontrou-se mais encorpado, fechado, notas tostadas, bom corpo, taninos mais presentes, como meu gosto pende para vinhos mais evoluídos eu lhe dei “ganho de causa” (rs) porém a turma quase toda optou mesmo pelo chileno ficando o placar em 0 x 1.

Segundo Flight, face a face o Elephant Rouge 2014 (SC)x Michel Lynch Bordeaux Medoc 2014 (França), alguma diferença no corte mas a mesma safra. O Elephant Rouge já falei aqui e voltou a apresentar a mesma performance. Um vinho que começa tímido e se abre aos poucos num crescendo e neste flight a primeira reação dos confrades foi de preferência imediata pelo desafiante francês. Um vinho de frutado mais intenso, impactante, boca densa e franco. Por vezes as pessoas confundem força, potência, estrutura com complexidade, este foi um belo exercício nesse sentido. O francês mais objetivo e contundente tendo atingido sua “velocidade de cruzeiro” (rs) mais cedo, o brasileiro mais complexo atropelou no final ganhando a contenda, um é um sprinter e o outro corredor de meia distância (rs). Dois bons vinhos com características diferentes sendo que o francês custa R$138 versus 108 do brasileiro. Faixa, 130 mais ou menos 20 pratas e score empatado 1 x 1.

Terceiro Flight foi de varietal, dois Syrahs de respeito o Guaspari Vista da Serra 2015 (SP) x  Las Moras 3 Valleys Gran Reserva 2010. Os cinco anos de diferença fizeram uma diferença danada novamente, pois está mais vivo, fresco e frutado, confirmando a fama que o precede, O Guaspari é realmente muito bom. O Las Moras já demonstra uma certa evolução, notas terciárias começam a aparecer, boca mais densa, maior complexidade um tremendo de um Syrah em minha opinião. Para o os confrades deu Brasil, Guaspari, já para mim ganhou a o argentino, mas como não apito nada na confraria, só administro e coordeno, esta escolha deu vitória ao Brasil por 2 a 1! Faixa aqui era de 200 Reais mais ou menos 20, o argentino possui preço ao redor R$225 versus o brasileiro 195,00.

O interessante destas degustações às cegas, é que a gente acaba quebrando (na maioria das vezes) diversos preconceitos e até tabus, inclusive de preço e por isso mesmo sempre tento escolher rótulos de valores similares. Nosso produto nacional já há algum tempo prova que evoluiu muito e já pode, na mesma faixa de preços, disputar qualitativamente contra vinhos de diversas partes do mundo inclusive de nossos hermanos chilenos e argentinos. Lógico que existem alguns absurdos por aí, mas estes ocorrem com vinhos de todas as origens e quando subimos o sarrafo para vinhos entre 200 a 400 Reais, ou mais, aí acho que perdemos a mão.

Enfim, resultado legal, meu placar teria sido igual, só invertendo os ganhadores dos flights 1 e 3, e como sempre uma noite especial Brindando à Vida com a Turma do Fundão que foi quem determinou o resultado, valeu gente!!

Fui, ótima semana para todos, kanimambo pela visita e, se possível, um kanimambo especial do fundo do coração para quem puder ajudar as vítimas do ciclone que atingiu e destruiu o norte de Moçambique com a Beira, segunda maior cidade e capital do norte, sido 90% destruída! Dois links para organizações sérias a quem se interessar e puder ajudar lembrando, que uma garrafa de Reservado (rs) a menos não vai matar ninguém mas poderá ajudar e até salvar alguém. Action Aid e Unicef, your choice! Valeu

Saúde

 

Desafio Sul Americano de Merlots

Pessoalmente, mesmo sendo um grande fã e divulgador da necessidade de diversificar, tendo a acreditar que a grande uva brasileira, mais precisamente do Vale dos Vinhedos, é a Merlot. Produzimos muita quantidade de bons Merlots, talvez na média superiores aos de nossos hermanos argentinos, uruguaios e chilenos. Alguns dos Merlots tops brasileiros brigam pau a pau com seus congêneres sul americanos e quiçá do mundo, mas como ter a certeza?

Tem gente, por outro lado, que não é chegada em Merlot, é tem disso! rs Eu sempre acho que a razão disso talvez seja porque nunca tenha provado ou tomado um grande Merlot. Aliás, para quem me diz que não gosta de Merlot eu lembro que um dos vinhos mais conceituados do mundo é um Merlot, um tal de Petrus, não sei se já ouviram falar? rs

Pois bem, neste próximo dia 11 de Abril, uma Quinta-feira, armei uma degustação às cegas para começar bem o ano agora que o carnaval terminou. Na Vino & Sapore a partir das 20horas, ás cegas, em ordem aleatória degustaremos os três principais Merlots nacionais – Pizzato DNA (R$280), Miolo Terroir (R$175), Valduga Storia (R$260) versus Fabre Montmayou Gran Reserva Merlot (R$220) da Argentina, Santa Ema Amplus Merlot do Chile (R$185) e Bracco Bosca Gran Ombú do Uruguai (R$500).

Teremos apenas 12 vagas para quem se candidatar a compor a bancada de juízes da noite. Para preparar o palato um espumante de primeira e para acompanhar, água, pãozinho, queijos, embutidos, café e estacionamento gratuito. Essa experiência custará R$175,00 por pessoa, pagos no ato da reserva. E aí, vai deixar passar? Fico no aguardo de vosso contato e à disposição no caso de eventuais dúvidas.

A Vino & Sapore fica na Rua José Felix de Oliveira, 875 acesso pelo km 24 da Rodovia Raposo Tavares sentido interior, centrinho da Granja Viana. Saúde, kanimambo e espero vos ver por aqui neste desafio de respeito, quem ganhará?

 

Surpresa no Desafio de Cabernet Sauvignon do Novo Mundo!

Um Desafio de Vinhos às cegas é sempre um enorme ponto de interrogação, tudo pode acontecer. rs Se isso já ocorre quando ditos “especialistas” se reúnem, imagina quando reunimos 12 seguidores de Baco em volta de uma mesa para exercer a função de jurados de uma contenda dessas!. Eu adoro, porque são essas pessoas que compõem o tal de “mercado”, que fazem a roda girar e que, em última instância, são para quem os vinhos são produzidos.

A escolha pelo tema foi a vontade de mostrar como a uva se manifesta nos mais diversos terroirs e idades. Vinhos de 96 a 198 Reais, para que pudessem também avaliar o quanto o preço influencia ou não, porém só após as notas terem sido dadas! No “octógono” seis desafiantes sob pressão, jurados com as taças a postos e deu-se inicio à contenda. Como eu estava de juiz de campo (rs), não anotei nada então de memória vai aqui minha curta opinião sobre a performance na taça de cada um dos desafiantes na ordem em que entraram:

1 – Da Nova Zelândia (Hawkes Bay Ilha no Norte) e sem raka (rs) o desafiante foi o Brookfield Ohiti Estate 2012 – show de elegância e finesse, toque final com uma pimentinha gostosa, cor clarinha longe do que se espera de um Cabernet, ótima fruta, para tomar de golão com enorme prazer, gostei demais, porém contradiz os que apreciam um Cabernet pancadão!! Peso, 198 pratas.

2 – Da Argentina (Mendoza) Carmello Pati 2008 – veio só para este embate e esperava muito dele, conheço produtor e vinho, mas nesta noite não se mostrou bem. Acontece, mas nada que denigra a imagem que tenho dele e com um tempo em taça melhorou mostrando uma fruta bem presente e volume de boca com taninos aveludados, mas não o bastante para virar o jogo. Peso, 175 pratas

3 – Do Brasil (SC) o Torii 2008 – conheço a fera desde Fevereiro 2016 quando estive descobrindo a região produtora Catarinense com um grupo de aficionados pelo vinho. Do vinhedo mais alto do Brasil a 1427m de altitude, o desafiante entrou pesado no tatame mostrando que vinha com grandes intenções. Cor escura, denso, equilibrado, halo aquoso e cor já demonstrando seus anos de luta, mas ainda vendendo saúde. Ótima paleta olfativa já tendendo para aromas terciários onde o couro, curral, fazenda tendem a se projetar, mas a fruta ainda presente na boca em profundo equilíbrio. Brigou bem a fera, mesmo sendo um dos mais idosos, será que foi por isso que me atraiu?? rs Peso, 96 pratas.

4 – Da África do Sul (Paarl) chegou o Mont du Toit Les Coteaux 2010 – uau, violáceo e que riqueza de sabores, meio de boca marcante, fresco, frutado, sedutor, chega chegando! rs Confesso que a escolha foi no escuro, pensem o que quiserem (rs), mas a forma como se apresentou mostrou que a escolha foi acertada e que estávamos frente a frente a um potencial vencedor do Desafio, uma bela surpresa para mim de uma região onde o que manda são os Syrahs e Pinotages. Peso, 198 pratas

5 – Do Uruguai (Canelones) vem o Pisano RPF 2011 –  há poucos meses tive a oportunidade de estar com um 2009 na taça, muiiito bom. Para desafiar essa seleta seleção de adversários, o desafiante veio com aromas químicos que destoaram da maioria de seus opositores, mostrando uma certa rusticidade nos taninos e não muito equilibrado. Pelo que conheço deste desafiante, sei que este não foi um de seus melhores dias porém a voz do povo é a voz de Deus, então aguardemos o veredito dos jurados, eles que mandam! Peso, 150 Pratas

6 – Do Chile (Colchagua) veio o Casa Silva Los Lingues 2012 – figura mais conhecida, porém nem tão reconhecida na taça pela maioria, mostrou-se como esperado de um veterano de qualidade comprovada. Aromas típicos dos Cabernet chilenos com notas vegetais bem presentes e fruta abundante. Na boca médio corpo, bom volume, fruta madura, acidez equilibrada e taninos com final aveludado. Um bom exemplar desta casta no Chile e o destaque para muitos, mas o revés também ocorreu pois foi defenestrado por outros! rs Barato estes testes, me divirto até mais que os “jurados” presentes ao evento.

Ao final, somei as notas dadas pelos jurados, eliminando a maior e a menor nota dada a cada vinho. O resultado mostrou ser uma grande surpresa para a maioria, não pelo vinho que foi muito bem avaliado por todos com notas bastante parelhas entre todos, mas mais pela origem e preço.

6º lugar – Pisano RPF com 144 pontos

5º lugar – Carmello Pati com 155,5 pontos

4ºlugar – Brookfield Ohiti Estate com 193,5 pontos

3º lugar –  Les Coteaux com 197,5 pontos

2º lugar – Casa Silva Los Lingues com 200 pontos

GANHADOR – MELHOR VINHO DA NOITE – MELHOR RELAÇÃO PQP (preço x qualidade x prazer)

1º LUGAR – HIRAGAMI TORII 2008

Com 208 pontos, o ganhador, um brasileiro e o mais barato no embate dos desafiantes. Às cegas o jogo é diferente e a voz do povo assim decidiu, show! rs Na foto abaixo os participantes na ordem de premiação com primeiro colocado à esquerda e o corpo de jurados em plena avaliação!

Valeu aos amigos que estiveram presentes abrilhantando a noite em mais uma agradável noite de descobrimentos e novas experiências vínicas na Vino & Sapore, adoro esses momentos! Kanimambo aos amigos e uma ótima semana a todos.

Saúde

Desafio de Syrahs às Cegas

Há cerca de dois meses promovi mais este Desafio de Vinhos e foi um sucesso com um ganhador que poucos esperavam (eu sim! rs) e algumas performances que deixaram a desejar. Vou resumir aqui um pouco do que achei de cada vinhos e divulgar o ganhador que a banca degustadora, composta de amigos apreciadores de vinho, elegeu como o melhor vinho do Desafio.

Tivemos seis desafiantes presentes ao “ring”; Raka Biography da África do Sul, Brunel de la Gardine St. Joseph 2016 do Rhône – França, Vista da Serra 2015 da Guaspari, São Paulo – Brasil, Las Moras Gran Syrah 3 Valleys 2010 de San Juan – Argentina, Loma Larga 2012 de Casablanca – Chile e Tandem 2011 de Marrocos. Diferentes estilos, porém qualidade acima da média, contendedores de respeito aqui.

Loma Larga 2012 – explode na boca com um monte de especiarias tendo como background uma boa camada de fruta. Talvez o vinho apresentado que mais demonstrou as características que se esperam de um bom Syrah. Preço na casa dos R$230,00

Las Moras Gran Syrah 2010 – muito expressivo no nariz, denso na boca, taninos aveludados, final algo defumado, madeira bem integrada, prima pelo equilíbrio e em função da idade, mesmo que ainda com alguns anos pela frente, mostra uma notas terciárias de couro e tabaco. Sempre um “competidor” de respeito! Preço na casa dos R$220,00

Raka Biography Shiraz – Na cor é escuro como breu, chegando ao nariz com aromas intensos e muito peculiares (café tostado/mineral/tabaco), complexos e inebriantes. Encorpado, entrada de boca impactante mostrando uma personalidade muito própria e diferenciada de todos os outros vinhos tomados. Taninos finos presentes , aveludados, potente e elegante, um grande vinho que surpreendeu muito positivamente a maioria. Preço na casa dos R$180,00

Brunel de la Gardine Saint Joseph 2016 – jovem, muito jovem e …. lamentavelmente apresentou notas aromáticas de redução (sulfa/enxofre) que afetou a avaliação da maioria. Com um tempo em taça esses aromas se reduziram fortemente enquanto o vinho se integrava, mas na boca se mostrou bem como esperado, porém sem a exuberância esperada. Não esteve bem, mas é um grande vinho. Preço ao redor de R$210,00.

Tandem 2011 – Sempre uma grata surpresa porque vem de Marrocos que, convenhamos, não possui uma produção vitivinicola de porte, mas há indícios de produção por lá desde os tempos dos fenícios. A colonização francesa e investimentos estrangeiros junto com terroir interessante de altitude tem mostrado alguns bons vinhos, entre eles este Syrah com a mão de um produtor do Rhône de renome, Alain Grillot. Vinho já bem integrado, especiarias, frutos frescos, taninos macios, final de boca de boa persistência, vinho que se bebe bem e se pede bis! Preço na casa dos R$180,00.

Guaspari Vista da Serra 2015 – um vinho paulista que ganhou fama internacional e já se deu muito bem em alguns outros Dasafios. Desta vez não empolgou, mostrou um certo desiquilíbrio, não sei se pelo tempo de garrafa, porém a sensação que ficou é que o vinho perdeu aquela complexidade tipica dele, longe de outras garrafas abertas. Uma pena. Não estava ruim, mas achei que faltou punch e acabou não se classificando bem. Preço na casa dos R$190,00

Desafio de Syrah na Vino & Sapore Abril 2018

O ganhador? Na ordem da esquerda para a direita na foto, a classificação que mostrou o Las Moras Gran Syrah com 245 pontos seguido do Loma Larga com 226, Raka com 215, Tandem com 198 e finalizando com o Guaspari e e Saint Joseph. Mais um belo Desafio de Vinhos realizado na Vino & Sapore na Granja Viana e o próximo será em Junho com um Desafio de Merlots – Brasil x Hermanos! Três dos melhores Merlots nacionais x representantes da Argentina, Chile e Uruguai, ás cegas obviamente, quem vai faturar??

Kanimambo pela visita, saúde e seguimos nos encontrando por aqui ou por aí nas curvas de nossa vinosfera.

 

 

Melhores Desafios de Vinho!

O que são esses Desafios de Vinho e porquê da existência deles? Na minha coluna no Jornal Planeta Morumbi (já falecido) e posteriormente aqui no blog, uma dúvida sempre pairava em minha cabeça, como os vinhos se comportam para nós seguidores de Baco sBlind tastinge omitirmos rótulo, safra, origem desse vinho? Foi dessa duvida que nasceram os Desafios de Vinhos às cegas que posteriormente vim a estender, de forma algo mais didática, nas confrarias que administro e que recomendo a todas.

Como implementar? Encontrei diversos parceiros com espaço e que ao final serviam um prato (pago pelos participantes), eu entrava com os vinhos, em parceria com os importadores e produtores, e taças. Quis sempre executar esses Desafios com uma mescla de experts e “simples” enófilos chegados nestes caldos e muito dos resultados foram enorme surpresas. Entre a turma presente a estes encontros, os enófilos José Roberto Pedreira, Dr. Luis Fernando Leite de Barros e Fábio Gimenes / os blogueiros Álvaro Galvão (Divino Guia), Daniel Perches (Vinhos de Corte), Alexandre Frias (Diario de Baco), Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), Claudio Werneck (Le Vin au Blog) / os lojistas e profundos conhecedores Simon Knittel (Kylix) e Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / o restauranteur Ralf Schaffa / a Denise Cavalcante na época assessora de imprensa e amiga, convidados eventuais como os experts Eduardo Milan, José Luiz Pagliari e Breno Raigorodski entre outros perfazendo sempre um grupo entre 10 a 14 participantes na banca degustadora.

Na Retrospectiva 10 Anos, um dos melhores desses Desafios foi o de Uvas Ìcones realizada nas instalações da Zahil em Setembro de 2009 em que um vinho VENEZUELANO surpreendeu! Este post copio abaixo, porém ao final dou uma série de links para quem quiser explorar outros desses momentos e ver algumas das gratas surpresas encontradas.

Agora quero compartilhar a experiência, comentando um pouco sobre os vinhos conforme a ordem em que foram servidos, lembrando que notas e comentários são a média e coletânea do que colhi nas planinhas de degustação há época (Set/2009) e os preços, óbviamente, não são mais válidos. Ao final listo o vinho preferido de cada degustador e a nota dada por ele. Foi uma tremenda experiência sensorial em função da diversidade de uvas representando cada país e um intruso!

Uvas Ícones 006Barbera Le Orme 2006 de Michele Chiarlo (Zahil) representando a Itália, com 88 pontos da Wine Spectator, é um vinho da região de Asti mostrando bem sua tipicidade com uma cor rubi, brilhante com bastante fruta vermelha ao nariz. Na boca é macio, sedoso e equilibrado, rico com um final muito fresco pedindo comida. Um vinho gastronômico, mas versátil que também se toma muito bem sozinho ou acompanhado de um bom prato de queijos e frios, sendo fácil de agradar desde os mais neófitos dos enófilos até aos mais tarimbados. Muita elegância num vinho que costumo denominar como amistoso e confirmou minha opinião anterior. Obteve a média de 85,73 pontos e custa R$79,00.

 

Uvas ìcones 001Touriga-Nacional Reserva 2005 da Quinta Mendes Pereira (Malbec do Brasil) representando Portugal, recebeu 16,5/20 pontos da Revista de Vinhos portuguesa, tendo-se mostrado á altura das expectativas. De nariz intenso, fruta confeitada e algo balsâmico com sutis nuances florais . Na boca apresentou-se com taninos firmes porém finos, harmônico, saboroso, complexo, acidez no ponto mostrando-se também bastante gastronômico (arroz de pato?) com um final de boa persistência. Um belo vinho que alcançou a pontuação média de 86,36 e custará, assim que chegar, por volta de R$90,00. (Importador mudou)

 

Uvas Ícones 010Zinfandel Pezzy King 2005 (Wine Lover’s) o competidor mais difícil de conseguir já que quem tinha não quis participar e quem queria não tinha o rótulo disponível. Ao falar com a Giselda, por indicação do amigo Álvaro, no entanto, a coisa mudou de figura. Não são muito os rótulos disponíveis no Brasil e, consequentemente, não são sabores a que estejamos acostumados. Este possuía uma paleta olfativa muito intensa e convidativa onde se destacavam toques de licor de cereja, fruta em compota e amoras. Na boca segue intenso, de bom volume de boca, taninos maduros e sedosos, harmônico com um final algo adocicado com coco e chocolate perfeitamente balanceado por uma acidez correta que deixa um retrogosto de quero mais. Belo Vinho que obteve a média de 88,91 e custa R$110,00. Tem uma história de que cliente VIP tem 20% de desconto, então vale conferir no site deles. (hoje tenho na Vino & Sapore safra 2009)

 

Uvas Ícones 005Tempranillo Sierra Cantabria Crianza 2004 (Peninsula) foi o desafiante espanhol que veio com um senhor retrospecto, o de ter obtido 90 pontos da Wine Spectator e ficando entre os top 100 de 2008 dessa conceituada revista. Acho que os 40 minutos de decantação foram pouco para este renomado vinho que se apresentou fechado, nariz tímido em que aparecem aromas de fruta vermelha fresca (ameixa) e algum tostado. Na boca segue fechado, algo austero, taninos ainda jovens e firmes ‘pegando” um pouco, acidez muito boa que convida a comer e pede um prato com “sustança”. Final de boca mostra um certo desiquilibrio, coisa que um tempo mais em garrafa, ou o dobro do tempo em decanter, devem harmonizar mostrando todo o potencial do caldo. Obteve uma média de 83,41 pontos e custa ao redor de R$109,00. Um vinho que necessita de uma segunda visita!

 

Uvas Ícones 007Carmenére Ochotierras Gran Reserva 2005 (Brasart), o representante Chileno desta cepa que possue amantes e ferrenhos opositores. Eu não sou fã, mas gosto de alguns rótulos, entre eles este. Vinho pronto não devendo melhorar mais do que já está. Nariz balsâmico com nuances vegetais e alguma especiaria. No palato apresenta-se redondo, macio, equilibrado com taninos sedosos, boa acidez e estrutura mostrando-se muito elegante e saboroso. Obteve a média de 84,68 pontos e custa em torno de R$90,00. (importador fechou)

 

Uvas Ícones 012Pinotage Morkell PK 2004 (D’Olivino), o desafiante sul africano desta cepa que também é pouco conhecida por aqui com muita coisa bastante rústica e barata (existem exceções) e caldos como este, com muita qualidade, um vinho que enobrece a casta. Classificado por alguns membros da banca como, misterioso e intrigante, mostra no olfato aromas complexos em que aparecem com maior destaque cacau e frutas secas, com boa evolução em taça. Na boca é harmônico, boa estrutura, denso e rico de sabores com um final muito agradável com toques de especiarias. Vinho para tomar com calma e mais uma boa participação dos vinhos desta importadora. Obteve a média de 87,73 pontos e custa ao redor de R$120,00. (Importador fechou)

 

Uvas Ícones 015Pomar Reserva 2006, o nosso vinho surpresa da noite, e que surpresa! Da Venezuela, Bodegas Pomar, região de Lara a 480mts de altitude vem este saboroso corte de 60% Petit Verdot, 23% Syrah e o restante de Tempranillo, um assemblage diferente e criativo que surpreendeu a todos tendo sido escolhido por um dos membros da banca, como o melhor vinho da noite. Como vinho surpresa, posso introduzir qualquer coisa no painel, então a escolha por um vinho que não fosse varietal, mas que trazia consigo uma enorme dose de exotismo. Por ser um corte foi fácilmente identificado pela maioria, porém a sua origem deixou a todos perplexos. Fruta madura, ervas e alguma especiaria compõem uma paleta olfativa muito agradável que convida levar a taça à boca onde se mostra muito equilibrado, elegante, complexo com boa evolução em taça, taninos aveludados e muito gostoso. Um conjunto sem arestas que obteve o reconhecimento de quase todos, houve uma única nota mais baixa, que resultou numa média de 86,45 pontos e não está disponível para venda.

 

Uvas Ícones 018Pinot Noir J. Cacheux Bourgogne Les Champs D’Argent 2006 (Decanter), nosso desafiante  francês e talvez o vinho mais fácil de identificar pois já no exame visual se mostrava com toda a sua tipicidade com uma cor rubi clara, brilhante, quase clarete. Nos aromas muita sutileza com a presença de frutos do bosque como morangos e framboesas assim como leves nuances florais. Na boca, taninos finos e sedosos ainda bem presentes, rico e complexo mostrando nuances de salumeria, um vinho sedutor como são a maioria dos bons Pinots, em especial os da Bourgogne. Obteve a média de 86,45 pontos e custa ao redor de R$119,00.

 

Uvas Ícones 008Shiraz Bridgewater Mill de Adelaide Hills 2005 (Wine Society), o representante da Austrália onde essa cepa virou rainha. De boa tipicidade, nariz discreto mostrando alguma fruta vermelha e especiarias. Na boca aparece uma madeira mais presente, porém sem subjugar o caldo, e álcool um pouco saliente sem ofuscar um conjunto muito agradável, de bom corpo, taninos presentes, aveludado e macio, acidez moderada, elegante com um final bem saboroso que satisfaz e nos faz pedir mais. Obteve 86,91 pontos e custa ao redor de R$87,00. (Importador fechou)

 

Uvas Ícones 017Malbec Rutini 2006 (Zahil), o nobre desafiante desta cepa que já virou sinônimo de Argentina, mesmo sendo francesa (como a maioria), mas que vem crescendo também no Chile e até aqui no Brasil já começam a aparecer alguns exemplares. Rubi violáceo, bem típico da casta, apresenta um perfil aromático composto de frutas escuras, algo vegetal e nuances florais que despistaram muitos da banca. De boa estrutura, no palato é suave, com taninos finos e sedosos, elegante, equilibrado com um final muito agradável e levemente frutado mostrando boa persistência. Um Malbec algo diferenciado que obteve 85,59 pontos e custa R$119,00.

 

Uvas Ícones 009Merlot Valduga Storia 2005 (Portal dos Vinhos), uma cepa que já se tornou símbolo da Serra Gaúcha. Eu que adoro este vinho, não o dentifiquei em função de uma intensidade aromática muito além do que tinha experimentado em vezes anteriores. A forte presença de café tostado, moka, que impacta a primeira “fungada” mostra a forte presença de madeira e a necessidade de um período maior de decantação para que o vinho encontre seu melhor equilíbrio olfativo quando aparece um pouco mais os aromas frutados com nuances florais. Na boca, alguma fruta negra, leve toque químico, untuoso, rico e complexo com um final algo tânico com retrogosto que nos lembra caramelo e muito boa persistência. Obteve uma média de 88,14 pontos e custa algo ao redor de R$110, porém devido à raridade, já se houve falar de R$130 e mais!

 

Uvas Ícones 014Tannat Abraxas 2002 (Dominio Cassis), rótulo premium do produtor, do qual somente 600 garrafas foram produzidas numa região diferente das tradionais áreas produtivas no Uruguai, em Rocha. Mais um dos vinhos que mostraram bem o que são, muita tipicidade num tannat de prima que ainda se apresenta fechado com taninos ainda bem presentes e firmes, porém sem qualquer agressividade, mostrando que ainda tem muito anos de vida e avolução pela frente. Nos aromas, algo herbáceo com nuances frutadas ainda tímidas que evoluem na taça. Na taça é uma explosão de sabores, rico e complexo com alguma madeira ainda por integrar, mas sutil, dando suporte a um conjunto gordo e harmonioso que enche a boca de prazer e ainda promete mais para daqui a alguns anos. As garrafas rareiam por aí, eu ainda tenho uma, e acredito que em 2012 estaremos perante um verdadeiro néctar. Obteve 86,77 pontos e custa por volta de R$105,00. (Hoje o 2011 tem na Vino & Sapore)

Apurados os resultados, o grande campeão da noite, o Melhor Vinho foi o Pezzy King Zinfandel (atropelando por fora). Pelos pontos obtidos e bom preço, a Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Barbera D’Asti Le Orme e o vinho considerado como a Melhor Compra, o Bridgewater Mill Shiraz. Na segunda colocação no rol dos Melhores Vinhos da noite, o nosso Valduga Storia Merlot, seguido do Morkell PK Pinotage, do Bridgewater Mill Shiraz e completando o podio, o Abraxas Tannat 2002. O nosso vinho surpresa vindo da Venezuela direto para este Desafio de Vinhos na Zahil, obteve um honroso oitavo lugar entre vinhos e países produtores já consagrados mundialmente. Mas quais foram os vinhos preferidos de cada membro da banca de degustadores? Pois bem, para matar a curiosidade dos amigos, aqui está:

  • Emilio Santoro – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos
  • Marcel Proença – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • José Luiz Pagliari – Morkell PK Pinotage – 91 pontos
  • Francisco Stredel – Pezzy King Zinfandel – 93 pontos
  • Evandro Silva – Bridgewater Mill Shiraz – 90 pontos
  • Ralph Shaffa – Storia Merlot – 91 pontos
  • Ricardo Tomasi – Storia Merlot – 91 pontos
  • Cristiano Orlandi – Rutini Malbec – 93 pontos
  • Fabio Gimenes – Pomar Reserva – 92 pontos
  • José Roberto Pedreira – Pezzy Kink Zinfandel – 92 pontos
  • Simon Knittel – Storia Merlot – 88,5 pontos
  • João Filipe Clemente – Pezzy King Zinfandel – 89 pontos

Como prometi, eis alguns links para outros interessantes Desafios de Vinho realizados:

Desafio de Vinhos Portugueses Agosto 2009

Desafio Alentejo x Douro Outubro 2009

Desafio de Bordeauxs abaixo de R$100 Julho 2009 – Surpresa com um intruso brasileiro

Desafio Decanter de vinhos Syrah Maio 2009 – um dos preferidos do Zé Roberto e Fabio Gimenes

Desafio Merlots do Mundo Junho 2009 – o Brasil dando as cartas

Desafio Luso x Brasileiro de Espumantes, em Lisboa Fevereiro de 2010 – memorável momento compartilhado com colegas blogueiros portugueses Pingas no Copo e Copo de 3! Saudades dos amigos.

Desafio de Petit Verdot Maio 2010

Blends do Novo Mundo que Cabem no Bolso Junho 2009 – vinhos do novo mundo até R$85,00 e mais uma vez aparecendo a força brasileira.

Divirta-se! kanimambo pela visita e um ótimo fim de semana. Segunda tem mais, fui!

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

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Desafio de Blends – Velho x Novo Mundo

Degustando, Comparando e Aprendendo de forma lúdica, esta é a melhor forma de conhecer um pouco mais sobre vinhos, provando! Brincadeira para gente grande, pelo menos com mais de dezoito, viu crianças! rs Adoro criar temas de degustação de forma a tornar os encontros das confrarias algo mais interessantes, especialmente quando realizadas ás cegas. É um exercício muito interessante já que sem a influência de preço e rótulo a percepção sensorial de cada um muda drasticamente, especialmente quando a comparação é mais direta como, por exemplo, uma só uva.

Numa das Confrarias que administro, montamos um Desafio de Blends muito interessante envolvendo velho e novo mundo,se é que isso existe, uma verdadeira Copa das Nações. Numa primeira etapa provamos seis vinhos do Velho Mundo classificando três. Depois repetimos a dose com os vinhos do Novo Mundo classificando seis vinhos para a grande final que foi muito interessante, vejam só:

Classificatória Velho Mundo – Tinto da Talha Grande escolha 2009 (Alentejo), Grandes Quintas Reserva 2010 (Douro), Villa Antinori Toscana2010*, Clos de Bellane Valreàs Cotes du Rhône 2009*, Peyremorin de Villegeorge 2010 Bordeaux, Señorio de Sarría Viñedo Sotés 2005*

Classificatória do Novo Mundo – Hawequas (África do Sul), Casa Silva 5 Cepas 2013 (Chile), Benegas Finca Libertad 2009 (Argentina), Narbonna Blend 1 2013 (Uruguai) e St. Hallet Gamekeepers 2014 (Austrália) e Wild Rock 2011 (Nova Zelândia)

Classificados os vinhos marcados com asterisco e lògico que esta brincadeira sensorial só poderia acontecer num evento hedonístico como esse pois comparar “alhos com bugalhos” requer um know how e uma experiência além do que a maioria possui, porém o objetivo do vinho não é dar prazer? Pos bem, esse objetivo foi claramente alcançado e isso é o que vale e me deixou feliz. Na grande final seis belos vinhos sem duvida alguma e eu também tive meu ganhador da noite, mas eis os TOP3 que a turma da Confraria Brinde à Vida elegeu como ganhadores da noite:

1 – St. Hallett Gamekeeper´s 2010 – blend de Shiraz e Grenache, um vinho extremamente harmonioso e consistente onde a Grenache se sobrepõe no blend mostrando toda a sua fruta. Fruta madura, que agrada sobremaneira o consumidor brasileiro em geral. Equilibrado, taninos finos, cremoso, acidez dando equilíbrio ao conjunto, dos oito confrades presentes, seis lhe deram o voto de melhor vinho da noite e do Desafio, e olha que já tinha ganho sua classificatória! Barba e bigode como diziam antigamente!! Um vinho de gabarito este e recentemente provei o 2014 que teve a adição de um tico de Touriga Nacional que o deixou ainda melhor e sugiro essa nova safra.

2 – Narbonna Blend 1 2013 – um blend não especificado, mas que tem como protagonista a tannat. Obra de Michel Rolland, este vinhos é sempre uma grata surpresa e as pessoas costumam não acreditar quando digo que é uruguaio. Ótima paleta olfativa, que convida à boca onde ele se mostra denso, untuoso, complexo, unindo força a elegância de taninos, com um final longo muito prazeroso. Mais um vinhos de grande consistência que teve um primeiro lugar e quatro segundos, classificando-se em segundo lugar. Em minha opinião, esta garrafa estava especialmente boa e me seduziu tendo sido o meu primeiro lugar mostrando que os tannats de qualidade, ou seus blends, estão longe de assustar primando por taninos bem mais equilibrados e domados do que as pessoas esperam.

3 – Clos de Petite Bellane Valreás Cotes du Rhône 2010 – Com um primeiro lugar e quatro terceiros, foi o melhor classificado do Velho Mundo e acho que foi bem escolhido, um Cotes du Rhône de um Cru que faz a diferença. A Syrah aparece bem sobre a Grenache, inverso do australiano de mesmo blend, que neste caso é a coadjuvante no blend. Mostra-se bem especiado, corpo médio para encorpado, taninos ainda bem presentes porém de muita boa qualidade sem qualquer agressividade, escuro, deixando claro sua jovialidade, apesar dos seus 5 anos, abrindo-se gradativamente na taça comprovando que o tempo lhe fará muito bem. Um belo Rhône que comprovou o caráter dos vinhos de qualidade da região, anos luz daqueles “rônezinhos” esquálidos que encontramos por aí.

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Um exercício muito interessante e saboroso, inclusive para mostrar que garrafas do mesmo vinho podem gerar sensações diferentes entre si, lembrando que nesta final degustamos os vinhos pela segunda vez já que houve a classificatória. É isso por hoje, e ainda temos 4 vagas para nossa viagem a Santa Catarina e os Vinhos de Altitude, quem vem?!

Cheers, kanimambo e espero poder ter alguns de vocês a bordo dia 28!

Malbec – Qual a Melhor Região Podutora, Um Desafio às Cegas!

Bem, que a uva ícone argentina é a malbec e que ela originou na França a maioria já sabe, só que existe o Chile que corre por fora com algumas outras boas e interessantes opções de bons vinhos. Cerca de 70% dos Malbecs do mundo vêm da Argentina, mas ainda semana passada tomei um ótimo e surpreendente chileno, o Odfjel Orzada, porém hoje não é dia de falar dele nem dos Malbecs chilenos e sim da degustação ás cegas que organizei na Vino & Sapore onde coloquei seis rótulos de três diferentes países numa disputa direta á cegas. Vinhos da França, do Chile e da Argentina, por supuesto!

Foi um exercício hedonístico realizado com 13 apreciadores de vinhos, seguidores de Baco com sede de conhecimento e descobertas de novos sabores. Coloquei duas faixas de preço como parametrização de comparativo, uma de R$75 a 100 e a segunda de R$100 a 135. Interessante esse parâmetro porque por muitas vezes vimos o mais barato dando pau nos mais caros o que, desta vez, não ocorreu!

Um importante aspecto a considerar também, é que em Cahors (França), berço da uva, a AOC permite que com apenas 70% da cepa o vinho pode ser rotulado como Malbec, sendo comumente cortado com Tannat e Merlot. Outros rótulos presentes também levam um “tempero” de outra uva, porém em porcentuais bem menores. Como sempre, tentei trazer para a taça vinhos menos conhecidos tendo tido para isso o apoio dos importadores Mistral, Decanter, Wine Mais, Almeria e Berenguer imports

Malbecs do Mundo às CegasNa Faixa de R$ 75 a 100 – Chateau Chevaliers Lagrezzete 2005, Riglos Quinto 2010 e Perez Cruz Edicíon Limitada 2012

  • Chateau Chevaliers Lagrezette é francês de Cahors . A Malbec é aqui complementada por cerca de 12% de Merlot e 3% de Tannat, gerando um vinho saboroso, com aromas de média intensidade, taninos finos, retrogosto frutado com leve toque de especiarias . A idade parece que começa a pesar e gostaria de rever este vinho de uma safra bem mais jovem (2010 para cá) pois o potencial estava lá, porém foi sumindo na taça!
  • Riglos Quinto, argentino de Mendoza e o segundo vinho do produtor. Leva 12% de Cabernet Franc e com somente 6 meses de barrica de 2° uso, é pura fruta, nariz intenso, fresco, cremoso na boca, textura sedosa e muito bem equilibrado é um vinho que não nega fogo sempre que é aberto. Elegante, é um vinho que chama a próxima taça.
  • Perez Cruz Cot Edicion Limitada, é o representante chileno nesta gama de preços e para não variar, voltou a se dar bem. Cot é um dos nomes pela qual a malbec era mais conhecida na região de Cahors, a outra era auxerrois, tendo a Perez Cruz usado esse nome no rótulo em função da origem dos clones em seus vinhedos. Tem um temperinho de 5% de Petit Verdot e 2% de Carmenére e um dos vinhos com maior passagem em barrica que provamos nessa noite, 14 meses. A madeira está bem presente, porém sem se sobrepor á fruta, edoso, fruta madura, especiarias, boa textura num corpo médio, final de boca fresco com um leve toque amentolado. Um destaque nesta faixa!

Na Faixa de R$100 a 135,00 – Arroba Malbec de Autor 2009, Loma Larga Malbec 2009 e Chateau de Haut-Serre 2009

  • Arroba Malbec, do enólogo Carlos Balmaceda. ´, com apenas 5.000 garrafas produzidas foi o único 100% Malbec na disputa. De Mendoza, é exuberate no nariz, fruta madura, denso e carnudo, equilibrado, taninos doces e aveludados mostrando sua cara sem excessos e bem integrados, final de boca longa com notas achocolatadas. Um vinho que fez a cabeça de muita gente tendo mostrado muita tipicidade tanto da uva como da região.
  • Loma Larga Malbec, o representante chileno desta faixa de preços mexeu com o sensorial de muitos dos presentes. Vem de Casablanca o que quer dizer uma região mais fria com forte influencia marítima devido a sua proximidade com o mar e levou um tempero de 5% de Syrah. Doze meses de barrica imperceptível, só 20% novas, dando suporte a frutos negros, toque floral muito interessante, meio de boca gordo, acidez bem presente, harmonioso com um final longo e apetecível.
  • Chateau de Haute-Serre , o menos típico de todos os vinhos que se apreentaram. De Cahors, vem com 30% de tannat e merlot o que na minha opinião desvirtua um pouco pois altera em demasia as característica da uva principal que é a malbec. Tendo dito isso, é um vinho surpreendente e marcante que criou alvoroço na mesa. A complexidade impera tanto nos aromas como no palato, notas de salumeria, terra, algo mentolado e até arriscaria um leve alcaçuz, tudo muito equilibrado, ótima textura, bom corpo, taninos muito finos com um final longo com toques de café e cacau, bem diferente e saboroso.

Malbecs do Mundo Vino e SaporeComo estava servindo, as anotações acima foram rabiscadas num papel para posterior consulta e muitas sensações se perdem com o tempo, porém acho que o resumo está bem perto da realidade e os participantes podem, e devem, comentar e corrigir á vontade. Mais uma noite muito agradável em que os três primeiros vinhos foram também os mais caros:

3° Lugar – Arroba Malbec (Argentina/Mendoza)
2° Lugar – Loma Larga Malbec (Chile/Casablanca)
AND THE WINNER IS!
Chateau de Haute-Serre Malbec (França/Cahors)

Chateau de haute-serreUm Belo Vinho!

Na somatória das notas o país vencedor foi o Chile, seguido de França e Argentina. Até um próximo Desafio as Cegas, quando surpresas acontecem! Salute e kanimambo.

Copa de Vinhos – Convocação

Como tinha prometido na semana passada, eis a convocação para mais este Desafio às Cegas, desta feita tendo como tema a Copa do Mundo que se iniciará semana que vem. Dos treze países produtores escalamos sete para participarem deste evento trazendo para a taça os estilos ícones da produção de cada país. Os estilos ou castas que marcam esse país na vinosfera mundial, estarão presentes mostrando o que dada país tem de melhor com rótulos entre R$100 a 150,00. Será um tremendo desafio sensorial ao qual tão somente 14 pessoas terão acesso neste próximo dia 11 de Junho, um dia antes da abertura da da FIFA, veja só os convocados e reserve logo pois as vagas deverão ser tomadas rapidamente!

Flag Button BrasilBrasil – a grande marca da produção nacional de vinhos é sem dúvida alguma o espumante e eu convoquei a Cave Geisse com seu Geisse Terroir Nature, um dos melhores se não o melhor espumante nacional que em Novembro do ano passado levou um Desafio de Espumantes Top que eu montei e lá estavam presentes grandes feras internacionais! Vibrante, complexo, cheio de nuances como o nosso Neymar. Melhor início deste embate é difícil!!!

 

 

Flag button ArgentinaArgentina –não podia ser outra a uva, tem que ser Malbec! Não é só a uva ícone do país, pois a Argentina pôs essa casta de volta no mercado mundial e na própria França onde houve um verdadeiro “revival” em Cahors. Uma outra marca do país é o vinho de altitude, então uni os dois e deu Colomé Autêntico 2012, um vinho marcante da região de Salta e que obteve o segundo lugar em Abril último no Desafio de Malbecs, batendo grandes feras mendocinas, entre eles um Catena Alta Malbec! Mais para Messi do que para Mascherano. (Importação Decanter).

 

Flag button ChileChile – pensei muito, Cabernet ou Carmenére? Dúvida cruel, porém o Terranoble CA1 Andes Carmenére, com 91 pontos da Wine Spectator e da Wine Enthusiast, acabou tendo a preferência e se não é a uva mais plantada e que gera os melhores vinhos do país, certamente está sempre presente nos cortes e se tornou a marca do Chile, tipo Valdivia?! (importação Decanter)

 

 

Flag Button ItáliaItália – mais uma vez dúvidas, Piemonte ou Toscana entre outras regiões com um monte de belos vinhos e cepas? Optei por algo diferenciado (diversidade sempre!) que me chamou a atenção faz uns dois anos, o Palistorti Rosso di Valgiano 2009, um super toscano biodinâmico elaborado com Sangiovese / Merlot e Syrah com 92 pontos de Parker. Como Buffon e Pirlo, sempre confiável. (Importação Vínica)

 

 

Flag Button FrançaFrança – desta feita a dúvida ficou entre Bordeaux e Rhône, mas acabou mesmo ficando na margem esquerda de Bordeaux. Convoquei para representar o país, um Cru Bourgeois com uma leve predominância de Merlot (55%), Cabernet Sauvignon e um leve toque de Petit Verdot, de uma safra excepcional na região, é o Chateau Noaillac 2009. Tomei a safra de 2005 e amei, Jancis Robinson deu 16,5/20 pontos para esta safra que provaremos juntos! Como Ribéry, muito consistente. (Importação Decanter)

 

Flag Button EspanhaEspanha – Rioja, Ribera del Duero, Bierzo, Priorat, Navarra, as opções são muitas, mas acabei optando por um exemplar mais moderno de Rioja Alavesa, o Biga de Luberri Crianza 2010 a que Robert Parker deu 90 pontos na safra de 2010 e 91 na de 2007 assim como recebeu de Stephen Tanzer 91 pontos na safra de 2009. Esse não conheço, mas vindo de Rioja tem jeito Iniesta!  Resta-nos provar e conferir! (Importador Almeria)

 

 

Flag Button PortugalPortugal – Optei pelo Douro como poderia optar pelo Alentejo, Dão, Lisboa ou Tejo! Os vinhos portugueses estão numa fase excepcional, como Cristiano Ronaldo, e este Grandes Quintas Reserva 2010 que obteve medalha de Ouro no International Wine Challenge 2013 e 17,5/20 pontos da Revista de Vinhos portuguesa, é uma clara mostra disso. Mais interessante ainda é de que na lista de protagonistas desta Copa de Vinhos, é o mais barato! (Importador Adega Vilaflor)

 

vinosapore_400x400_1Como reservas técnicas, ainda temos dois vinhos, sendo um do Uruguai e outro da Austrália que poderão, ou não, aparecer neste evento e por isso mesmo não os relacionarei para não criar expectativas. Ainda teremos umas comidinhas ou pizza no final do evento para forrar o estômago enquanto somamos as notas e apuramos o ganhador da Copa. Tudo isso por meros cem reais, é melhor correr porque só de falar com alguns amigos já temos 6 reservas! Como sempre promoverei mais este evento nas intimistas instalações da Vino & Sapore (km24 da rodovia Raposo Tavares) onde estaremos rodeados por mais uns 400 rótulos, nossas testemunhas! Quer reservar, então envie sua mensagem para comercial@vinoesapore.com.br “a la brevedad”.
Por hoje é só, mas durante a semana tem mais. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui e outros lugares de nossa vinosfera.

Hoje é Dia Mundial da Malbec – Resultado do Desafio ás Cegas!

Malbe day       O dia é hoje, porém em função da véspera de feriado decidimos celebrar no último dia 10 com um Desafio de Grandes Malbecs ás Cegas. Graaaandes malbecs estão pela hora da morte, com preços entre os R$500 a 1200,00 então optamos por encontrar vinhos de grande qualidade porém com patamares de preço algo mais viáveis, entre R$150 a 200 com uma surpresa no meio. Deveriam ter sido seis vinhos mais um espumante, porém na hora apareceu um penetra e completamos o Desafio com sete contendores ao trono de Melhor da Noite!

No salão, 12 jurados (!) apreciadores de bons vinhos, amantes de Malbec de vários níveis de conhecimento (uma fotografia do mercado). No balcão, os desafiantes devidamente cobertos por papel alumínio e numerados enquanto preparamos as papilas gustativas com um muito bom espumante Alma Negra Rosado de Malbec Brut da Mistral. Descobri esse espumante o ano passado nas mesmas festividades e desde lá volta e meia está presente nas mesas dos eventos que promovo. Marcante, surpreende na taça e no palato, um rosé de malbec que encanta desde os aromas sedutores até sua performance em boca, um espumante com mais corpo, rico, fresco, com uma ótima perlage. Bom solo e eu arriscaria tomá-lo acompanhando uma costelinha ou uma boa linguiça toscana na braza ou melhor ainda, um chorizo uruguaio! Ótima forma de começarmos nossa celebração da Malbec!

Bem, agora falemos dos vinhos tranquilos presentes e o resultado deste embate de pesos meio pesados testados em taças Riedel Overture.

  • Catena Alta Malbec 2009 (Mendoza) – Uma referência no mercado e um vinho para lá de premiado. Um bom vinho, estrutura média, frutado com um final algo apimentado, boa entrada de boca, equilibrado, pouco marcante e algo curto na taça. Preço R$210,00
  • Colomé Autêntico 2012 (Salta) – Fiquei preocupado a principio pois o vinho era muito novo, dei uma passada rápida pelo magic decanter, mas não negou fogo mesmo que fosse algo mais duro de inicio. Muito aromático, marcante meio de boca e de grande evolução em taça. Vinhedos centenários com clones das primeiras vinhas da região com mais de 150 anos. Preço R$155,00
  • Viu Manent Single Vineyard San Carlos Malbec 2008 (Chile – Colchágua) – Um adversário chileno que veio para brigar par a par com os rótulos argentinos. Taninos mais presentes, um vinho mais robusto, muito bom volume de boca, notas de especiarias bem marcantes, frutos negros, final de muito boa persistência. Vinhedos centenários. Preço R$175,00
  • Lagarde Primeras Viñas 2009 (Mendoza) – Aromáticamente marcante como um “pote” de frutas exuberantes sob a mesa. Equilíbrio total entre taninos, álcool e acidez, muito bom de entrada, meio e final de boca. Taninos são muito finos, daqueles que se apresentam sedosos na ponta da boca, sem excessos, bom volume de boca, untuoso. Um estilo bem sofisticado e menos over. Vinhedos de 1906 e 1936, as primeiras vinhas do produtor. Preço R$178,00
  • J. Alberto 2009 (Patagônia) – Pura finesse e elegância desde a primeira ‘fungada”! rs Fruta fresca, algum floral com um toque de madeira de fundo muito bem colocada que “levanta” o conjunto. Vinho denso, muito rico, com um meio de boca delicioso e marcante, taninos aveludados e muito longo. Leva uns imperceptíveis 5% de merlot no corte. Vinhedos de 1955. Preço R$195,00
  • Casarena Jamilla’s Vineyard Pedriel 2010 (Mendoza) – Confirmou na taça tudo o que venho falando dele desde que o descobri na Wines of Argentina do ano passado. Pedriel costuma gerar vinhos algo mais duros, mas este exemplar quebrou esse paradigma. O vinho se apresentou muito fino com uma bela e convidativa paleta aromática, fresco, taninos aveludados, elegante, madeira muito bem integrada, um vinho muito bom num estilo, digamos, mais europeu de ser com taninos aveludados, cremoso na boca e incrivelmente sedutor! Preço R$147,00

Chegou o Penetra! Na França, de onde origina, a malbec era também conhecida como Auxerrois e Cot. O penetra chegou trazendo COT no rótulo, porém não era francês não, era chileno!

  • Perez Cruz Cot Limited Edition 2011 (Chile – Alto Maipo) – um belo vinho. Carecia da mesma estrutura e complexidade da maioria de seus oponentes, eram de outra categoria (este é meio-médio), mas cumpriu com brilhantismo seu papel fazendo seus oponentes suarem! rs Sedoso, fruta madura, especiarias, boa textura num corpo médio, final de boca fresco com um leve toque de mentol. O vinho mais barato do encontro, R$98,00 mas que fez bonito e leva um tempero de Petit Verdot e Carmenére .

AND THE WINNER IS

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           È gente, quando a degustação é às cegas e não se sabe o que está em sua taça nem o preço, as coisas mudam e este vinho realmente surpreendeu a maioria sendo o mais barato dos desafiantes originais, sem contar o penetra. A foto abaixo mostra a ordem (direita para esquerda) da classificação dos vinhos nessa noite e para esse grupo de pessoas. Todos vinhos de muita qualidade e uma noite realmente surpreendente para 12 privilegiados participantes de mais este Desafio de Vinhos às Cegas, uma já tradicional marca deste blog que desde 2008 iniciou esses embates e que agora voltei a realizar só que desta vez na Vino & Sapore.

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O meu resultado foi algo diferente com o Lagarde em primeiro sendo seguido por Casarena, J.Alberto e Colomé muito próximos, todos entre 92 a 94 pontos! Para quem gosta de Malbecs, uma bela seleção de vinhos. Aproveitem, hoje abram uma boa garrafa dessa uva ícone de nossos hermanos argentinos, mas não fechem suas mentes e taças a vinhos de outras origens, pois há muita coisa boa por aí a se provar.
A favor da diversidade e contra a mesmice, salute, kanimambo e Feliz Páscoa.

 

Desafio de Cabernets do Chile

         No último dia 26 de Outubro, tivemos o prazer de realizar na Vino & Sapore um embate bastante interessante. Importante diferencial é que ele foi feito com consumidores e não críticos de vinho, consequentemente entendo que seja uma visão mais hedonística e privilegiada do pensamento de boa parte do mercado. Nesse desafio às cegas com cerca de apenas 30/40 minutos de aeração dos vinhos, colocamos frente a frente um Ícone dos cabernets chilenos o consistente e respeitado Don Melchor com suas 22 edições, este o de 2007, e da mesma safra também o Manso de Velasco que dispensa apresentações. Afora esses dois mais conhecidos, mais três rótulos menos midiáticos porém, a meu ver, de grande valor o que me fez escolhê-los para este embate; Anya Ícono 2010, William Févre Chacai 2008 e Casa Lapostolle Cuvée Alexandre  2009. Óbvio que melhor seria se todos fossem da mesma safra, porém isso é um pouco complicado de se conseguir.

        O mais interessante, mais uma vez provando que conceitos genéricos neste mundo do vinho não têm vez, é que cada um desses vinhos mostrou uma cara bem diferente dos outros. Vejamos como cada um se comportou:

Concha y Toro Don Melchor 2007 –  com 3% de Cabernet Franc mostrou ser, como sempre, super consistente tanto que creio que em 22 edições somente em uma meia dúzia andou por baixo dos 90 pontos na visão da grande critica. A referência em cabernets chilenos junto com mais uma meia dúzia de importantes e renomados rótulos. Eu o considerei bastante pronto a beber apesar de ainda ter aí mais uns bons seis anos pela frente de franca evolução. De inicio fechado no nariz, abre-se aos poucos mostrando-se bastante frutado. Muito equilibrado na boca, taninos muito finos, complexo, boa acidez, ótimo final de boca, muito boa persistência, um vinho sem arestas e muito apetecível, feito para agradar. Um caldo muito bom, mas acho os sugeridos R$400 de preço de venda algo fora de propósito, porém é um vinho que tem seu histórico, seus séquito e quem pague então a vinícola o precifica bem sendo que até no Chile anda caro, por volta dos 130 dólares. Este exemplar veio de um amigo que o trouxe da Inglaterra, 50 libras, especialmente para este momento. Importação  VCT Brasil.

Casa Lapostolle Cuvée Alexandre 2009 – com 15% de Carmenére, ainda muito jovem e algo desbalanceado com o vegetal da carmenére se sobrepondo ao cabernet sauvignon e álcool aparente tanto no nariz como na boca. Os 40 minutos foram pouco e creio que deveria melhorar com mais uma hora de aeração quando deveria encontrar seu ponto de equilibrio. Custa ao redor dos R$120,00 mas neste embate mostrou-se um patamar abaixo dos restantes competidores. Importação Mistral.

Torres Manso de Velasco 2007 – um 100% Cabernet Sauvignon de vinhas velhas, potente, complexo, rico, equilibrado com taninos ainda bem presentes, encorpado porém com taninos finos e aveludados de muita qualidade. Um senhor vinho, melhor de boca que de nariz, que faz jus a sua fama e vai durar muitos anos ainda, vinho que não é para gente ansiosa! rs Dê-lhe tempo, compre agora e tome daqui a dois ou três anos acompanhada por uma paleta de cordeiro ou picanha suculenta! Vinho na casa dos R$190/200,00 aqui em Sampa. Importação Devinum.

William Févre Chacai 2008 – com 15% de Cabernet Franc, um vinho absolutamente sedutor no nariz que te convida a levar a taça à boca. Aromas intensos de frutos vermelhos e alguma especiaria. Na boca mostra uma certa complexidade, rico, boa estrutura, taninos finos e sedosos, final de boca muito agradável e fresco que pede o próximo gole. Certamente o vinho mais pronto e vibrante de todos apresentados, tendo entusiasmado a maioria. Custa ao redor de R$130,00 porém a nova safra que obteve 93 pontos no Descorchados 2012 (igual ao Don Melchor), deve chegar por volta dos R$190,00 e virá em quantidade minguada que deve sumir rapidamente! Importação Dominio Cassis.

Anya Ícono 2010 – o mais jovem dos vinhos e o que mais se ressentiu da falta de um maior tempo de aeração. Foi também o mais intrigante dos vinhos provados neste noite com aromas animais, estrebaria se sobrepondo á fruta que aparece mais ao longo do tempo na taça. Na boca é cheio, untuoso, encorpado pedindo comida e certamente será um grande companheiro para uma carne suculenta como um bife de chorizo! Recebeu 92 pontos da revista Vinho Magazine e custa ao redor dos R$115,00 o que o transforma no best buy deste embate e um vinho para comprar e guardar abrindo uma garrafa aqui outra daqui a seis meses, depois mais seis,…… Importador Palácio dos Vinhos.

         Óbvio que a esta altura vocês já está mesmo é querendo saber quem foi o ganhador e concordo, já não é sem tempo! Há no entanto, que se considerar que o painel foi muito parelho tendo havido votos de primeiro lugar para 4 dos 5 competidores. Eis a classificação abaixo:

  1. William Févre Chacai 2008

  2. Don Melchor 2007
  3. Manso de Velasco 2007
  4. Anya Ícono 2010
  5. Cuvée Alexandre 2009

     Mais um desafio realizado e mais uma vez a constatação de algo que ao longo dos anos neste blog acontece muito amiúde em nossos painéis e desafios, nome não ganha campeonato! Ás cegas, o que vale mesmo é vinho na taça assim como no futebol é bola na rede. Por isso curto tanto a diversidade e o garimpo por coisas novas saindo da mesmice, é isso que faz viajar por nossa vinosfera uma experiência única e tão prazerosa. Por falar em viajar, um amigo leitor, o Guilherme, vai compartilhar conosco sua experiência pelos vinhedos da África do Sul nesta próxima Quinta-feira, não deixe de sintonizar neste canal! Salute e kanimambo.