DESAFIO de VINHOs

Desafio de Vinhos Ibéricos

                É saí de férias, mas programei este post para vos deixar tentados por esta proposta. Juntar os amigos e despertar os sentidos numa degustação às cegas ou simplesmente curtir os vinhos, a escolha é sua, só a seleção que é minha e garanto que vai ser bem legal.  Dando sequência aos meus Desafio de Vinhos  e aproveitando que a Espanha faturou o campeonato e ganhou de Portugal no processo, pretendo lançar junto com a Vino & Sapore, um Desafio Ibérico diferente. A tradicional banca degustadora se reunirá em dia e local a ser definido após a minha volta, só que desta vez você amigo leitor também poderá participar. Os mesmos vinhos que degustaremos neste embate Portugal x Espanha, você também poderá degustar comprando um kit Desafio Ibérico na Vino & Sapore. Depois, após a publicação do resultado do Desafio aqui no blog, você poderá comparar suas notas e avaliação. Numa caixa de vinho, três representantes espanhóis e três portugueses, uma garrafa de cada:

  • Espanha – Códice (Tierra de Castilla) R$46 / Cuatro Pasos (Toro) R$65 e Viña Sastre Roble (Ribera del Duero) R$78.
  • Portugal – Quinta do Casal Branco (Ribatejo) R$54 / Quinta de Roriz Reserva (Dão) R$67 e Bafarela Reserva (Douro) R$84.

            Todos vinhos de muita qualidade em sua faixa de preço, vinhos que provei, recomendo e cabem no bolso. Um de cada, Espanha e Portugal, na faixa dos R$50, dos R$65 e dos R$80 mais ou menos 5. A preços de prateleira, teríamos um custo total de R$391,00, mas nesta promoção haverá 10% de desconto para uma caixa e 15% para pedidos de duas caixas ou mais. Como estarei de férias, envie sua reserva para comercial@vinoesapore.com.br (não precisa pagar agora) com seu nome, região onde mora, telefone para contato e quantidade de caixas desejadas. Na volta eu trato desse assunto entrando em contato com cada um. Junte sua turma e faça esse Desafio Ibérico, a diversão é garantida e o prazer idem!

          Vejamos se o resultado no copo é igual ao do campo de jogo, eu cá tenho minhas dúvidas! Por enquanto é isso, na volta das féria falamos. Salute e kanimambo.

Desafio de Petit Verdot, Desvendando os Ganhadores

              Adoro estes meus Desafios de Vinhos quando coloco às cegas uma série de rótulos sob um mesmo tema. Falar e provar desta cepa ainda pouco divulgada no mercado foi em si, já um grande desafio e uma experiência riquíssima para mim e, tenho a certeza, também para boa parte da banca degustadora. Aliás, quase deu casa cheia!

     Venho ao longo dos tempos verificando os benefícios que um pouco desta cepa bordalesa nos cortes de diversos vinhos consegue fazer por eles. Sempre em pequenos porcentuais, a Petit Verdot aporta cor, sabor e corpo aos vinhos dando-lhes uma riqueza e complexidade que muito me satisfazem. É uma cepa difícil em sua terra natal, de amadurecimento muito tardio o que muitas vezes faz com que boa parte da colheita se perca tornando seu uso escasso e caro devido à quebra de produtividade. Nos países mais quentes no entanto, esse tempo de amadurecimento se dá de forma mais administrada devido ás condições climáticas. Um exemplo no Velho Mundo são os vinhos espanhóis, região de verões mais quentes e longos, elaborados com ela.

               Já no Novo Mundo, de condições climáticas mais adequadas, a cepa vem sendo vinificada como varietal com a ocorrência de um fato que já verificamos na vinificação de vinhos Tannat, que é a “amansada” nos vinhos, produzindo rótulos mais harmônicos, menos tânicos enquanto preserva suas características de estrutura  e riqueza de sabores. Foi para ver como estes vinhos se comportam que, desta feita, reuni dez exemplares para este Desafio na busca do Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra.

                  Nos reunimos no bonito e bom restaurante Ávila, que por sinal possui uma bela adega climatizada construida pela Joshuá Adegas, onde o Tavares e sua equipe nos atenderam muito bem.  Nove rótulos de que todos tinham conhecimento mais um surpresa, foram servidos ás cegas e em ordem aleatória após alguns saborosos e refrescantes goles de dois espumantes sobre os quais falarei em outra altura. Certamente o que os amigos querem mesmo saber, é o resultado desse gostoso embate, então falemos um pouco de cada um desses vinhos participantes julgados por uma competente banca de degustadores conforme já listado em meu post anterior com a lista dos participantes .

              Como o aereador que iríamos testar não chegou a tempo, os vinhos foram decantados por cerca de uma hora cada um. Eis os vinhos com suas notas conforme ordem de serviço.

Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 representante espanhol de Alicante, trazido pela Peninsula e que possui um preço de mercado ao redor de R$120,00. No nariz uma presença  herbácea e algum foral que fazia lembrar violetas. A fruta apareceu mais no palato, de taninos redondos e macios, complexo, um pouco fechado abrindo-se com o tempo em taça, final algo defumado e quente sem prejudicar o conjunto que agradou bastante e posteriormente acompanhou bem a fraldinha. Média de 86,7 pontos.

Pisano RPF Petit Verdot 2007 representando os bons vinhos uruguaios. Importação da Mistral, custa USD31,50 ou seja, algo próximo a R$57 nas taxas atuais. Uma paleta olfativa muito rica, o que não é tão tradicional á cepa, em que o café com aniz estava bem presente, toffee, baunilha, realmente muito interessante e convidativa. Na boca a boa estrutura da cepa, taninos aveludados e de boa qualidade, algo balsâmico com um final suave onde apreceram alguns toques de especiarias. Obteve a média de 86,20 pontos

Morkell Petit Verdot 2004, sul-africano trazido pela d’Olivino, preço ao redor de R$130,00, o mais evoluído de todos os rótulos participantes. Halo de evolução presentes na taça mostrando sua idade, trazendo ao olfato suaves notas tostadas e fruta vermelha. Na boca é um vinho resolvido, de boa textura e volume de boca adequado, algo de couro com nuances terrosas, maduro, muito rico, complexo, de taninos finos, macios e elegantes, final de boca sutil e saboroso mostrando toques minerais. Um vinho literalmente encantador, sem a pujança que se poderia esperar da cepa, porém mostrando uma personalidade muito própria e impressionando muito positivamente a totalidade da banca degustadora. Um belo Petit Verdot, um grande vinho que merece ser conferido, aliás como a maioria dos outros rótulos presentes, tendo faltado garrafa para tanta demanda. Delicioso e a nota só confirma isso, média de 90,70 pontos.

Perez Cruz Limited Edition PV 2008, o primeiro chileno da noite e ainda não disponível no Brasil. O importador dos bons vinhos deste produtor, a Wine Company, deverá estar por trazê-lo dentro em breve, mas este viajou somente para este encontro. Baseado no preço do Syrah, acredito que deverá chegar por volta dos R$130,00. Nariz complexo, herbáceo, algo de farmácia e um tico a mais de álcool do que necessário, porém sem ser algo marcante que incomode. Na boca, presença de mentol, alguma casca de laranja confeitada, taninos de qualidade ainda um pouco adstringentes, mostrando-se muito novo, grande estrutura, vinho que precisa de mais tempo em garrafa quando deverá mostrar todo o seu potencial. Vinho para guardar por mais uns dois ou três anos. Média de 87,10 pontos.

Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008, o primeiro argentino a se apresentar, novo, com nariz tímido, frutado com algumas nuances florais bem sutis. Na boca sobra um pouco de álcool, taninos um pouco rústicos e doces, final de especiarias com algo de noz moscada, conforme lembraram alguns dos degustadores. Não chega a encantar, mas acredito que precisa de mais tempo em garrafa já que ainda não encontrou seu equilíbrio. Trazido pela Zahil e custando cerca de R$64,00, obteve a média de 84,95 pontos

Landelia Petit Verdot 2005, importado pela Ana Imports e gentilmente cedido pelo colega e membro da banca, o Jeriel da Costa, com preço de mercado ao redor de R$60,00, foi um vinho ansiosamente esperado diversos dos amigos presentes. Foi também o vinho que mais criou polêmica com um pedaço da mesa achando que estava prejudicado e aoutra metade enchendo-o de elogios. No nariz mostrou notas de torrefação e algo químico que foi se dissipando com o tempo. Na boca, fruta compotada, taninos potentes e algo rústicos, alcaçuz, acidez alta e final de boca macio. A nota média não foi das melhores, 83,90, mas por tudo o que falaram deste vinho, certamente é um rótulo que merece uma segunda chance.

Tomero Petit Verdot 2006, mais um argentino presente, desta feita trazido pelas mãos da Domno do Brasil produtor dos saborosos espumantes Ponto Nero, em especial do extra-brut de que tanto gosto. Um vinho que já se encontrou, tendo mostrado sua maturidade tanto nos aromas como no sabor. Fruta madura de boa intensidade com sutis nuances de baunilha, mostrando-se com ótimo volume de boca e boa textura. Os taninos estão sedosos, muito boa acidez, rico, com um final muito saboroso e mineral onde aparece também um toque cítrico muito interessante e cativante. Muito consistente com minhas experiências anteriores, um vinho que obteve a boa média de 88,10 pontos.

Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007, de importação exclusiva da Vinhos do Mundo com um preço de mercado ao redor dos R$89,00, foi um vinho que insisti que estivesse presente já que o tinha conhecido, e adorado, numa degustação da Casa Silva em que estive presente no ano passado. Chileno, demonstrou notas herbáceas, couro e nuances balsâmicas no olfato, formando uma paleta algo peculiar e não muito convidativa. Na boca mostrou-se melhor, redondo, taninos aveludados, bom corpo e um final especiado bastante acentuado de média persistência que não chega a encantar.  Achei que o 2006 (recomendo) que provei estava bem superior a este, talvez mais pronto? Média de 84,45 pontos.

Pomar Petit Verdot 2008, o nosso vinho surpresa e sim, Cristiano, é Venezuelano sem importador no Brasil. Da mesma bodega que nos surpreendeu a todos no Desafio de Cepas Ícones, desta feita ficou aquém do que se esperava e mais um dos rótulos em que as notas variaram demais. Tipo ame-o ou deixe-o!  Nariz intenso, frutado, mas algo monocromático, sem grande complexidade que não chega a empolgar. Entrada de boca algo dispersa que necessita de tempo para se encontrar. Acidez instável, algum álcool em excesso, taninos macios e um final algo doce. Um adolescente irrequieto e imprevisível que melhorou com um tempo em taça e, mesmo com todas essas variáveis, obteve a surpreendente média de 85,11 pontos. Preferi o Reserva, um blend mais equilibrado.

Ruca Malen Reserva Petit Verdot 2007, o último representante de uma noite muito gostosa e intrigante repleta de bons vinhos. Argentino, importado pela Hannover Vinhos, foi para mim a mais agradável surpresa de todas, especialmente em função do preço, somente R$54,00. Possui uma paleta olfativa com forte presença de frutas negras compotadas com um leve toque de farmácia, mostrando-se bastante convidativa. Na boca possui boa estrutura, volume de boca adequado, taninos finos ainda presentes, mas sem qualquer agressividade, equilibrado com uma acidez interessante e gastronômica, final saboroso ainda que a madeira tenha aparecido um pouco.  Nota média de 86,25 pontos.

 Sempre listo a preferência de cada um dos membros da banca degustadora, mas hoje não “carece”! Pela primeira vez em mais de um ano destes Desafios, tivemos uma unanimidade em torno do Melhor Vinho Petit Verdot da noite, o Morkell. Realmente um grande vinho e Nelson Rodrigues que me perdoe, neste caso a unanimidade foi sábia! Para compor o pódio, em segundo lugar o ótimo Tomero, seguido pelo Perez Cruz, Enrique Mendoza e Ruca Malen. Pelo voto direto, a Melhor Compra foi o Pisano RPF e pelo cálculo matemático inventado pelo amigo e confrade (médico fisiologista do glorioso alvinegro praiano, salve/salve, campeão paulista 2010) Dr. Luis Fernando, tivemos como Melhor Custo x Beneficio o Ruca Malen.

             Uma grande noite em que ficou constatado que há muito mais vida além dos cabernets e malbecs que andam por aí. Temos que nos abrir para as novidades, para novas experiências, para as cepas menos comuns, porém extremamente ricas. Kanimambo à banca degustadora pela agradável presença, lembrando que os comentários, assim como as notas, são o resultado da média do pensamento de todos e que, certamente, cada um tem sua própria avaliação/opinião que deverá aparecer nos blogs do Alexandre, Jeriel, Álvaro e Evandro que são sempre ótimas fontes de informação. Por sinal, meus parabéns ao Evandro, seu blog da Confraria 2 Panas está detonando, legal!

              Salute, e agora preciso pensar no próximo desafio, o de Junho. Que tema, que vinhos, que lugar? Nos vemos por aqui.

Novo Desafio de Vinhos – Petit Verdot

                    O primeiro grande Desafio do ano em terras tupiniquins. Em 2010 já promovi o de Aussie Whites na Wine Society, o de espumantes num embate LusoxBrasileiro em Lisboa, um encontro de avaliação de 25 rótulos e agora este, um Desafio de Vinhos Petit Verdot. Esta uva, de difícil trato no Velho Mundo, especialmente em seu berço francês, devido a amadurecer muito tardiamente com perdas muito grandes, aporta corpo, cor e alguns aromas florais muito interessantes aos blends. Por sua dificuldade de cultivo, é tradicionalmente usada em blends com uma pequena parte do corte já que sua presença é muito marcante. No Novo Mundo, com condições climáticas diferenciadas e com a maior tecnologia, tanto de manejo quanto de vinificação, disponíveis hoje em dia, vimos diversos rótulos no mercado com vinhos elaborados com 100% desta cepa. Tenho tido ótimas e positivas surpresas, então nada melhor que colocar diversos destes rótulos frente a frente para buscar aquele que, nesse embate, demonstre todas as suas qualidades na disputa pela triplice coroa. Vejamos quem serão os competidores, lembrando que foram convidadas diversas importadoras e estas abaixo apoiaram o evento:

  • Tomero Petit Verdot – Argentina – Importação da Domno do Brasil
  • Perez Cruz Limited Edition PV 2008 – Chile – Wine Company (ainda não disponível no Mercado)
  • Morkell Petit Verdot 2004 – África do Sul – D’Olivino
  • Ruca Malen Reserva Petit verdot 2007 – Argentina – Hannover Vinhos
  • Pisano RPF Petit Verdot 2007 – Uruguai – Mistral
  • Trumpeter Reserva Petit Verdot 2008 – Argentina – Zahil
  • Enrique Mendoza Petit Verdot 2005 – Espanha/Alicante – Peninsula
  • Casa Silva Gran Reserva Petit Verdot 2007 – Chile – Vinhos do Mundo
  • Landelia Petit Verdot 2005 – Argentina – Ana Import (Contribuição do confrade Jeriel)
  • Surpresa (não tem graça se não tiver um) 2007

     Dez desafiantes ao titulo de Melhor Vinho, Melhor Compra e Melhor relação Custo x Beneficio que passarão pela avaliação e crivo de uma banca degustadora composta por: Denise Cavalcante (jornalista e assessora de imprensa especializada em vinhos), Jeriel da Costa (Blog do Jeriel), Daniel Perches (Blog Vinhos de Corte), Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs), Marcio Marson (Eivin), Álvaro Galvão (Blog Divino Guia), Ralph Schaff (Restauranteur), Ricardo Tomasi (Sommeliere/Specialitá Vinhos), Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), José Roberto Pedreira e Fabio Gimenes (Clube do Vinho de Embu), Marcel Proença/Eduardo Milan e Dr. Luis Fernando (com a faixa de campeão paulista no peito) todos enófilos tarimbados na arte da degustação e euzinho aqui. Uma banca á altura do Desafio e dos vinhos presentes que estão posicionados numa faixa de preços entre R$60,00 a 130,00.

          Pela robustez da cepa, creio que os vinhos mais antigos levam alguma vantagem por já se encontrarem mais prontos, mas como não existem verdades absolutas em nossa vinosfera, podemos esperar de tudo. De qualquer forma o ideal será decantar todos esses vinhos, talvez umas duas horas para os mais novos e os 2004/05 por pelo menos uma hora, o que será um pouco complicado já que são dez vinhos. Daí que pensei na solução ideal que encontrei na Expovinis e que explica essa foto aí em cima. O fato de decantar tem duas funções, a de efetivamente decantar resíduos (borra) de vinhos não filtrados e aerear o vinho fazendo com que no contato com o oxigênio, este evolua mais rapidamente amaciando taninos e enaltecendo aromas e sabores. Este “wine gadget” promete fazer isso num piscar de olhos e achei que este Desafio fosse um momento especial para o experimentar. Com a ajuda do Stanley Adwell, responsável pela expansão de negócios da Vinturi Essential Wine Aerator na Améria Latina, vamos ter um kit desses disponível para a prova quando farei o seguinte; para os vinhos mais idosos darei uma passada pelo aereador e os mais jovens duas passadas. Depois falarei mais deste inovativo sistema inventado por Rio Sabadicci nos Estados Unido, mas para os mais impacientes, acessem o link para a Vinturi (inglês) clicando aqui.

             Onde? Sempre muito importante o local que nos recebe para a prova pois o trato e serviço dos vinhos assim como o cardápio do jantar que é servido em seguida, é essencial para a degustação que será feita. Pois bem, já faz um tempinho que a Denise vem me enviando releases sobre o Restaurante Ávila que venho publicando como um local a ser conferido. Agora chegou a nossa vez de conferir pois eles serão nossos anfitriões esta noite. Depois comento como foi, mas para os mais apressadinhos, vejam o site deles, realmente o local é muito agradável e bem montado.

Salute e kanimambo. Nos próximos dias só Itália, confiram aqui os vinhos da I Mori, trazidos da Toscana pela Gam Imports e o resultado de uma bela prova de vinhos Barbera do Piemonte.

Desafio Luso-Brasileiro, Surge o Campeão!

Bem, certamente que os amigos Rui e João Pedro  tecerão seus próprios comentários sobre este agradável encontro com os espumantes e, especialmente, com as pessoas. Quisera eu ter a verbe de um Rui ou de um Luiz Horta para poder colocar exatamente tudo o que foi este evento ocorrido em Loures, próximo a Cascais, com um delicioso jantar promovido pelo Grand Chef Jean-Pierre Carvalhô, um amante não só do vinho como da boa gastronomia, mas vai do meu jeito mesmo. Certamente um dos melhores Desafios de Vinhos que já realizei, até porque o anfitrião fez questão de despejar sobre a  mesa algumas preciosidades engarrafadas, após 11 espumantes! (desses falo num outro dia)

            Pela primeira vez um destes desafios foi efetuado ás claras o que foi uma quebra de paradigma. O Chandon Excellence e o Valduga 130, foram degustados no dia seguinte em uma degustação do Dão com o produtor João Tavares de Pina da Terras de Tavares (mais um de meus célebres desencontros) com a presença de um outro blogueiro luso que não tive a oportunidade de conhecer nesta viagem já que um compromisso de última hora fez com que ele não pudesse comparecer, é o Miguel da Pingamor. O resultado individual então, é a soma das notas dividida pelo número de degustadores e o resultado por país contempla os cinco portugueses e cinco brasileiros excluindo o de maior e o de menor nota média individual.

             O resultado traz à tona a grande fase pela qual passa a produção de espumantes brasileiros sejam eles Brut, Extra-brut, Nature, método champenoise ou charmat, mas também mostra que os os espumantes portugueses são páreo. Não entrarei em detalhes sobre os espumantes brasileiros, deixarei isso para os amigos João Pedro e Rui, até porque no Grande Desafio de Espumantes realizado no final do ano passado teve ampla divulgação e seria chover no molhado. Desta feita, o espumante que mais se destacou entre os brasileiros foi o Miolo Millésime (a melhor garrafa deste espumante que já tomei) ao qual pela primeira vez dei 90 pontos. Divino; complexo, ótima acidez, rico e com uma perlage fina, abundante e persistente, um grande espumante. Um outro que nos trouxe muito prazer ao tomar confirmando sua performance  no Grande Desafio de Espumantes, foi o Ponto Nero Extra Brut um dos menos valorizados rótulos nacionais o que faz com que sua relação qualidade x preço x prazer seja hoje uma das melhores no mercado e espero que assim permaneça. Com uma performance constante, o Cave Geisse Nature é um espumante de grandes qualidades mostrando sua matiz altamente gastronômica que satisfaz sobremaneira, tendo o Salton Evidence e o Villaggio Grando Brut, representando Santa Catarina, confirmado o que deles se esperava e o VG promete um belo futuro já que é sua primeira safra e o único exemplar brasileiro, pelo menos que eu conheça, que tem em sua composição a casta Pinot Meunier, ficando o Chandon Excellence e o Valduga 130 como sempre, entre os melhores da prova.

         Do lado português, a meu ver dois grandes destaques o Vértice Gouveio e o Caves Montanha 2003 da região da Bairrada. Dos desafiantes portugueses, no entanto entrarei um pouco mais em detalhes, lembrando que neste caso, diferentemente dos tradicionais Desafio que promovo, os comentários não são o resultado da média da banca degustadora, mas unicamente uma coletânea de minhas anotações e impressões:

  • Quinta de Cabriz Bruto, um blend de Malvasia Fina e Bical produzido na região do Dão, pelo grupo Dão Sul. Talvez o mais simples de todos os espumantes provados, um rótulo muito em linha com a grande maioria dos bons espumantes médios brasileiros mostrando-se bem agradável de tomar, porém sem grandes atrativos que lhe dessem um destaque digno de ser mencionado.
  • Murganheira Super Reserva Bruto, elaborado com as castas Malvasia Fina, Cerceal e Tinta Roriz na região de Tavora-Varosa a primeira DOC de espumantes a ser implantada e situada na região do Douro. Para minha surpresa, eu que sou um fã dos Murganheiras, apesar de um espumante bastante agradável, foi o que menos me entusiasmou entre o total dos vinhos provados.  Saboroso, fresco, mas pouco marcante no palato apesar do bom nível de acidez, faltando-lhe complexidade. Bom, mas não chega a encantar.
  • Kompassus Bruto, um Blanc de Noir elaborado com Touriga Nacional e Baga na Bairrada, mas que apresenta em seu contra-rótulo a adição de Arinto, uma casta branca, mistério que quem sabe algum amigo português ou o próprio produtor possa nos elucidar. É a coqueluche do momento em Portugal continental, mas não foi um espumante que me cativou achando-o um pouco monocromático.
  • Cave Montanha Bruto Super Reserva 2003, blend muito interessante de Chardonnay com Arinto, também da região da Bairrada. A Arinto, com sua fruta e acidez aporta um frescor muito grande ao vinho cortando um pouco da untuosidade do Chardonnay que me pareceu ter uma leve passagem por madeira, mas posso estar errado. Como não consegui obter grandes informações do site do produtor, fica difícil afirmar. Agora, foi um dos espumantes mais interessantes provados nessa noite, muito complexo, guloso e intrigante, com bom corpo e muita personalidade que não passa despercebido pela taça, deixando rastros e indagações.
  • Vértice Gouveio, o único varietal presente ao Desafio e oriundo da região do Douro. Um belo espumante, mais para o estilo de um cava que de um champagne, mostra-se muito equilibrado, frutado com leves notas de panificação, perlage muito boa e fina mostrando-se bastante persistente com uma acidez cítrica muito atraente que pede sempre mais uma taça. Minha mais alta pontuação entre os espumantes portugueses provados e um caldo vibrante que cativa fácil.

      Agora você já deve estar para lá de curioso para saber o resultado final, não? Pois bem, não o farei esperar mais, o desafio quem levou foi o Brasil e o Grande Campeão do Desafio, aquela garrafa a que o Rui tanto se chegou, foi o Miolo Millésime, sendo seguido pelo Vértice Gouveio e logo em seguida pelo Ponto Nero Extra Brut. Completando o pódium com a mesma pontuação média do Ponto Nero, só que bem mais caros, o Valduga 130 e o Chandon Excellence. Veja os resultados gerais na tabela abaixo:

Rótulo Média de Pontos Classificação
Kompassus Blanc de Noir Bruto

87

9

Vértice Gouveio

91

2

Quinta de Cabriz Bruto

86

12

Montanha Bruto 2003

88

7

Murganheira Super Reserva

87

10

Total Portugal

439

 

 

Villaggio Grando Brut

86

11

Cave Geisse Nature 2007

88

8

Miolo Millésime 2006

92

1

Ponto Nero Extra Brut

90

3

Salton Evidence

89

6

Chandon Excellence

90

5

Valduga 130 Brut

90

4

Total Brasil Sem Miolo e Villaggio

446

 

Preferidos dos três:

  • João Pedro – Vértice Gouveio, Miolo Millésime e Chandon Excellence todos com 91 pontos (cerca de 17,3 pontos/20)
  • Rui Miguel – Miolo Millésime com 94 pontos (cerca de 18,3 pontos/20)
  • João Filipe – Miolo Millésime com 90 pontos. (17 pontos/20)

Salute, kanimambo

Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes

            Determinado a fazer meu primeiro Desafio de Vinhos internacional, solicitei ajuda aos amigos João Pedro Carvalho (Copo de 3) e Rui Miguel (Pingas no Copo) para realizar este embate entre espumantes brasileiros e portugueses em minha recente visita a Lisboa para participar da SISAB 2010. O evento foi muito bom, ainda me faltam alguns posts para encerrar minha reportagem, e aí tirei mais meia dúzia de dias para visitar alguns produtores e família assim como conhecer pessoalmente os colegas e respeitados blogueiros do vinho que conseguiram incluir uma data em suas atribuladas agendas para realizarmos esse Desafio.

Representando o Brasil e levados por mim, alguns dos melhores espumantes brasileiros:

  • Miolo Millésime 2006
  • Salton Evidence
  • Marson Brut Champenoise
  • Valduga 130
  • Ponto Nero Extra Brut
  • Chandon Excellence (contribuição do amigo Marcio Marson da Eivin, já que a Chandon não me dá a miníma atenção).
  • Villaggio Grando Brut (também contribuição da Eivin)
  • Cave Geisse Nature

         Destes, houve uma lamentável baixa devido a problema de rolha com a garrafa da Marson, restando sete rótulos no embate. Para enfrentar esse escrete canarinho, uma equipe de porte e diversidade composta pelos seguintes rótulos portugueses:

  • Caves Montanha Bruto Super Reserva 2003
  • Kompassus
  • Murganheira Super Reserva Bruto
  • Vértice Gouveio
  • Quinta de Cabriz Bruto

        Para evitar críticas quanto ao número de “desafiantes” por equipe, resolvi (para efeito de somatória de pontos por equipe) eliminar dois rótulos brasileiros excluindo o de maior nota e o da menor. Deste jeito o embate fica mais justo, mas todos os espumantes competiram ao titulo de Melhor Vinho da Noite e campeão desta disputa internacional.

         

              Quem terá sido o ganhador? Portugal ou Brasil? Qual o espumante que levou o titulo de campeão? Bem, isso veremos depois de amanhã, porém já adianto que dele não sobrou gota para contar a história e fiquei preocupado com o Rui que se abraçou à garrafa assumindo a posse dela. (rsrs).

Salute e kanimambo

Desafio de “Aussie Whites” – Resultados

A Austrália é um país diferenciado e pouco conhecido entre nós apesar de haver um grupo bastante grande de emigrantes brasileiros que se aventuraram por lá. Os vinhos Australianos invadiram o mundo e com seu marketing eficiente conquistaram mercados, mostrando grande criatividade e capacidade no desenvolvimento vitivinicola. Apesar de quase todas as grandes importadores possuírem ao menos um produtor australiano em seu portfólio, foi Ken Marshall quem primeiro apostou neste filão de forma mais consistente com a abertura da KMM. Agora, com a Wine Society, firma-se como o embaixador do vinhos australiano no Brasil.

            Que a Austrália produz excelente vinhos à base de Shiraz e Cabernet Sauvignon, isto estamos cansados de saber, porém e os brancos? Foi com o intuito de melhor conhecer estes vinhos que sugerimos ao Brendan (Gerente Geral da Importadora) via seu competente assessor de imprensa o Carlos Marcondes, que montássemos um Desafio especial com rótulos da importadora à sua escolha e um pedido, que dessa lista de desafiantes fosse incluído um vinho de que gosto muito, o Leasingham BIN 7 Riesling.

             Numa noite chuvosa, para variar, em que não pudemos aproveitar o bonito e agradável “Wine Garden” da Enoteca da Wine society em Moema, juntamos  parte dos já conhecidos membros da banca degustadora de Falando de Vinhos; Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), Ralph Schaff (restauranteur), Simon Knittel (Kylix), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) os enoblogueiros Daniel Perches (Vinhos de Corte)/Alexandre Frias (Diario de Baco/Enoblogs) e Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Dr. Luis Fernando Leite de Barros o mais novo membro da equipe médica do glorioso alvinegro praiano (Santos Futebol Clube)  e os amigos da Clube do Vinho em Embu José Roberto Pedreira e Fabio Gimenes. Lamentamos a falta da Denise Cavalcante, Marcel Proença e Álvaro Galvão que, por diversos motivos de força maior, não puderam estar presentes.

             Como já listado anteriormente, foram todos vinhos varietais (100%) tendo sido contempladas três cepa; três rótulos de Sauvignon Blanc e dois cada Chardonnay e Riesling. Vejamos como os Desafiantes se portaram, quem levou o titulo de Melhor Vinho (resultado da soma de todas as notas com o descarte da mais alta e mais baixa) e os de Melhor Compra (eleição direta da banca) e Melhor Relação Custo x Beneficio (cálculo matemático).

Smithbrook Pemberton Sauvignon Blanc 2007 – Um vinho que tem uma leve passage por Madeira e que, com três anos de vida já passou por seu pico e com tudo isso deu uma boa tapeada nos degustadores, lembrando que a prova é ás cegas.  Cor amarela, aromas florais, cítricos (limão siciliano) e algo mineral com o alcool um pouco aparente mesmo que seu teor seja até baixo,  12.5%. Na boca apareceram frutos tropicais com alguma baunilha, e notas minerais. Dificil de decifrar e quase todos erraram a cepa, inclusive eu! Pouca tipicidade, mas um vinho  agradável e bastante interessante com um preço de R$63,00 que obteve 92 pontos de James Halidday. Nesta noite e diante desta banca, obteve a nota média de 86,73 pontos.

Preece Chardonnay 2007 – um vinho muito agradável, untuoso, denso, cremoso, madeira bem presente com notas tostadas, calda de frutas brancas e um final algo doce. Talvez o que mais mostrou as características típicas do chardonnays amadeirados que fazem fama no novo mundo. James Halliday lhe deu 88 pontos, nota próximo do que obteve nesta noite87,3 pontos. Preço R$49,00.

Bridgewater Mill Sauvignon Blanc 2008 – talvez pela própria idade, o S. Blanc que mais mostrou a tipicidade da cepa. Frtuas brancas como melão, pêra e alguma maçã verde formam uma paleta olfativa de boa intensidade que nos convida a levar a taça à boca onde se mostrou bem fresco e vibrante, frutado, equilibrado e de boa persitência com um final em que despontam algumas notas vegetais. Caldo a que James Halliday deu 89 pontos e que, nesta noite, obteve uma média  muito próxima disso, 87,91 pontos . Preço na Wine Society, R$78,00.

Leasingham BIN 7 Riesling 2007 – presente mediante solicitação explicita (rsrs) o vinho mais caro este Desafio com preço de R$110,00. Diferente das outras vezes em que o tomei, parecendo um pouco mais evoluído, cor amarelo dourado e seu lado mineral mais acentuado mostrando aromas de petróleo e pedra de isqueiro bastante intensa. No palato, uma riqueza de sabores, complexo, acidez acentuada mas harmônica, mas o final apresentou-se algo curto.  James Halliday lhe deu 93 pontos, eu também já dei, mas hoje esteve um pouco aquém tendo obtido a média de 85,32 pontos.

Banrock Station Sauvignon Blanc 2008 – algo exótico, fruta super Madura, olfato timido sem grande atrativo. Na boca é cítrico, balanceado, boa acidez, elegante, mas de curta persistência. Um vinho que, se não desencantou, também não encantou não tendo apresentado uma performance que merecesse destaque. Gosto muito de seu Sparkling, um espumante muito bom que merece ser provado. Obteve a média de 82,36 pontos e custa R$43,00.

Bridgewater Mill Chardonnay 2007 – vinho que mereceu 92 pontos de James Halliday. De aromas intensos e     complexos em que se destacam nuances lácteas, abacaxi maduro e um leve toque vegetal. A madeira ainda está bem presente, corpo médio para encorpado, denso, untuoso com um final algo quente e de média persistência. Mais um vinho que não nega sua origem e estilo. Caldo que faz a cabeça de quem gosta de Chardonnays amanteigados e bem amadeirados. Obteve a média de 86,86 pontos e custa R$87,00.

Knappstein Ackland Riesling 2008 – maravilhoso. Tudo aquilo que esperava do BIN 7, veio neste vinho delicioso de paleta olfativa intensa, complexa e sedutora em que já transparece seu frescor através de aromas como flor de laranjeira e capim santo com o típico toque mineral do riesling que aparece de forma sutil e fina. Na boca é vibrante, rico, elegante e harmônico. Ótima acidez, um final cítrico muito saboroso com nuances de camomila e muito boa persistência. De James Halliday levou 90 pontos e desta banca de degustadores uma média de 88,45. Preço: R$93,00.

         Mais uma vez a constatação que preço não faz o vinho. O Grande Campeão da noite, tendo obtido o titulo de Melhor Vinho é o Knappstein Riesling 2008, seguido pelo Bridgewater Mill Sauvignon Blanc e Preece Chardonnay. A Melhor Compra e Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Preece Chardonnay um vinho de apenas R$49,00 na Wine Society.

        Não posso deixar de agradecer o apoio do Ken, Brendan, Alejandro e Carlos que colaboraram para mais um Desafio de Vinhos de grande interesse e aprendizado que teve um tempero especial, o local. Sugiro e recomendo aos amigos uma visita a esta agradável e simpática casa. Antes de terminar, vejamos qual foi o vinho que mais marcou cada um dos degustadores e de quem obtiveram a melhor nota:

  • Emilio Santoro –Preece Chardonnay – 88 pontos
  • Daniel Perches – Knappstein Riesling – 92 pontos
  • Alexandre Frias – Bridgewater Mill Chardonnay – 89 pontos
  • Francisco Stredel – Knappstein Riesling – 91 pontos.
  • Evandro Silva – Smithbrook Sauvignon Blanc – 90 pontos
  • Ralph Shaffa – BIN 7 – 86,5 pontos
  • Cristiano Orlandi – Knappstein Riesling – 93 pontos.
  • Dr. Luis Fernando – Knappstein Riesling – 91 pontos
  • Fabio Gimenez – Preece Chardonnay – 92 pontos.
  • José Roberto – Bridgewater Mill Sauvignon Blanc – 91,5 pontos.
  • Simon Knittel – Knappstein Riesling – 88,5 pontos.
  • Ricardo Tomasi – Bridgewater Mill Sauvignon Blanc – 89 pontos
  • João Filipe – Knappstein Riesling – 91 pontos

Como podem ver, mesmo havendo uma certa superioridade do Knappstein Riesling, a diversidade imperou!

Salute e kanimambo

Desafio Wine Society de “Aussie Whites”

       Pensavam que tinha esquecido né? Esqueci não e, se não deu para retomar os Desafios de Vinhos ainda em Janeiro, começaremos cedo em Fevereiro. Para quem não é tão familiarizado com o idioma Inglês, tudo em eu explico. Aussies são como os australianos são chamados nos Estados Unidos e Inglaterra, um apelido carinhoso para o povo de “down under” (da parte de baixo do globo) adotado pelo povo local, ou vice-versa! Interessante coincidência, ou não, que as cores símbolo dos escretes nacionais tanta da Austrália quanto da África do Sul e Brasil são todos verde e amarelo.

        Com este baita calor,pensei num desafio de vinhos brancos e porquê não da Austrália, país mais conhecido por seus tintos à base de shiraz. Como pensar em vinhos australianos em terras brasilis é falar de Ken Marshall, me lembrei que há pouco tive a oportunidade de conhecer os Wine  Gardens da Wine Society e propus ao Brendan (Diretor Comercial) um Desafio In House só com vinhos brancos da casa seguido de um jantar onde, obviamente, não poderia faltar um Shiraz. Desta forma, o Brendan e sua equipe nos prepararam uma prova ás cegas que promete ser muito interessante, até em função das regiões e estilos de vinhos envolvidos, porque os rótulos escolhidos possuem uma faixa de preços bastante ampla provando que há vinhos australianos de bom preço no mercado e poderemos testar, pela enésima vez, qual a verdadeira relação preço x qualidade. Vejam os desafiantes a melhor Vinho da Noite, Melhor Compra e Melhor Relação Custo x Beneficio. Entre eles, um de meus Melhores de 2009 e parte integrante dos 200 Grandes Vinhos de 2009 pela Revista Gula, edição especial de vinhos na banca faz uma semana, o delicioso Leasingham  Bin 7, um pedido meu gentilmente atendido pelo Brendan. Todos vinhos varietais com 100% da uva citada.

  • Banrock Station Suvignon Blanc 2008 com preço de R$43,00
  • Bridgewater Mill Sauvignon Blanc 2008 com preço de R$78,00 e 89 pontos de James Halliday.
  • Smithbrook Pemberton Sauvignon Blanc 2007 com preço de R$63,00 e 92 pontos de James Halliday.
  • Preece Chardonnay 2007 com preço de R$49,00 e 88 pontos de James Halliday
  • Bridgewater Mill Chardonnay 2007 com preço de R$87,00 e 92 pontos de James Halliday
  • Knappstein Ackland Riesling 2008 com preço de R$93,00 e 90 pontos de James Halliday
  • Leasingham  BIN 7 Riesling 2007 com preço de R$110,00 e 93 pontos de James Halliday

           Para quem não conhece, James Halliday é o principal crítico de vinhos da Austrália, assim como John Platter é para a África do Sul e José Penin para a Espanha. É isso gente, querem arriscar palpite? Eu vou chutar baseado no coração, BIN 7 na cabeça! Não pelo preço, não pela pontuação e sim pela emoção pois é um vinho que sempre mexeu comigo quando o tomei. Repetirá ás cegas?! Saberemos muito em breve e logo compartilho com vocês. Quer fuçar na Wine Society, então clique aqui.

           Amanhã é dia da crônica inteligente do Breno e na Segunda uma geral sobre os vinhos tomados entre o Natal e Ano Novo. Nos vemos por aqui. Salute e kanimambo.

Champagne ou Espumante?

       Os dois, mas a escolha depende muito da ocasião e da disponibilidade financeira. Primeiramente, no entanto, tenho que registrar a famosa frase de que; todo o Champagne é espumante, mas nem todo o espumante é Champagne! Sim, porque ainda se confunde muito os termos, então deixemos claro que Champagne são todos os espumantes exclusivamente produzidos nessa região demarcada na França sendo o resto; Cavas, Cremants, Sekts, Proseccos, Sparkling, etc., simplesmente conhecidos como espumantes. Se ainda restarem duvidas sobre o quê é o quê, clique aqui para  informações mais detalhadas.

      Pois bem, ainda não escolheu com que espumante vai comemorar este final de ano? Eu, se tivesse que fazer uma escolha hoje, certamente iria de Brédif Vouvray Brut (Vinci), um espumante francês do Loire que me surpreendeu nessa maratona de espumantes realizada nos últimos 45 dias. Qualidade de Champagne, tanto que bateu diversos numa degustação às cegas, com preço de espumante (abaixo de R$90) o que o tornou um dos meus favoritos tendo obtido uma relação Qualidade x Preço x Prazer díficil de bater e um de meus grandes achados em 2009. Entre todos os outros, se grana não fosse levada em consideração, mais dois estupendos néctares; o Champagne Zoémie de Sousa Marveille Brut (Decanter) e o Cremant de Bourgogne Cuvée Jeaune Thomas Brut de Louis Picamelot (D’Olivino). Algumas outras agradáveis surpresas, com preços bem acessíveis, que me entusiasmaram foram; Ponto Nero Extra Brut (Domno do Brasil), El Portillo Brut (Zahil) e o Barton & Guestier Chardonnay Brut (Interfood) espumantes que, a meu ver, entregam mais prazer pelo valor cobrado, isso em falar do Santa Julia Brut (Ravin), nosso grande campeão no quesito Custo xBeneficio. Todos esses e mais algumas ótimas opções, você poderá ver aqui mesmo no blog nos diversos posts já publicados sobre o Grande Desafios de Espumantes promovido em Novembro (foram um total de 66 rótulos provados entre os vários estilos). Tem Champagnes, espumantes Moscatel, Rosés, brasileirosdiversas outras regiões produtoras, e até uma lista de espumantes bons e baratos que recomendo.

        Se, no entanto, ainda estiver com duvidas, afora meu comentário de ontem sobre o Villaggio Grando Brut, uma saborosa novidade no mercado, eis mais quatro rótulos para você escolher, espumantes estes que se classificaram abaixo dos top 20 (já comentados), porém todos de muita qualidade que me agradaram e tiveram os seguintes comentários da banca degustadora. Quatro rótulos, quatro países, quatro blends diferenciados, porém a mesma satisfação, prazer e frescor.

Trapiche Extra Brut (Interfood) – uma das boas relações Custo x Beneficio do Desafio de espumantes e mais uma surpresa argentina no mercado, um verdadeiro achado. Desta feita um corte diferenciado elaborado com 70% Chardonnay, 20% Semillon e 10% de Malbec pelo processo Charmat longo em que permanece em contato com as leveduras por até 4 meses. Nariz intenso, muito perfumado, fresco, aromas de frutas cítricas com leves nuances de fermento muito sutis. Muito boa perlage, abundante e persistente, adorável acidez, equilíbrado, aguçando o palato e deixando a boca limpa e pronta para o que der e vier. Um ótimo espumante para abrir uma reunião ou acompanhar frutos do mar e ainda por cima tem um preço bem camarada, em torno de R$35,00. Com um formato de garrafa diferenciado, é um produto que deixa sua marca tanto no visual como onde mais interessa, no palato.

Freixenet Cordon Negro (Preebor) – este cava produzido na região de Penedés pelo método tradicional com as uvas autóctones da região Macabeo, Xarel-lo e Parellada, possui um nariz suave com sutis notas de padaria e algo citrico, cor palha brilhante com bolhinhas finas e persistentes. Na boca mostra-se bastante elegante e fino com a perlage “agulhando” a boca com muita delicadeza, ótima acidez, e um final bastante fresco e mineral. Preço ao redor dos R$49,00.

Bridgewater Mill Sparkling (Wine Society) – elaborado pelo método tradicional, é um corte clássico de Pinot Noir com Chardonnay e único representante australiano neste Grande Desafio de Espumantes. Nariz algo tímido onde aparecem aromas que nos recordam maracujá doce. Na taça uma perlage de muito boa qualidade formando um colar de espuma atraente que convida à boca onde se mostra mais cítrico com um toque mineral bastante interessante, cremoso e um final algo mais doce e fácil de agradar. Preço ao redor de R$78,00.

Moinet Prosecco Millesimato Brut 2007 (Winery) – diferente de seus pares mais comuns no mercado que são extra-dry, este é Brut e surpreende. Blend da uva Prosecco com um tempero de 10% de Chardonnay que lhe agrega complexidade, sem que lhe tire a classificação DOC. No nariz é uma explosão de aromas florais e tropicais em que se destaca o abacaxi. Na taça é espumoso, boa perlage, fina mas algo curta, boca gostosa, bom corpo, algo de frutas brancas como pêra e melão apresentando um final com algum açúcar residual.  Um dos bons espumantes Proseccos de categoria superior disponíveis  no mercado. Preço ao redor de R$65,00.

           Agora, está de bolso recheado e querendo comemorar para valer? Então sugiro visitar o blog dos meus amigos da Confraria 2 Panas que botaram para quebrar com alguns dos melhores Champagnes e o Evandro ainda cumpriu uma maratona de quase 100 rótulos! Clique aqui e aqui.  Se quiser acessar o importador para saber onde mais próximo de você estes espumantes estão disponíveis,  clique em “Onde Comprar” .

Salute e kanimambo

Rioja x Ribera del Duero, um Grande Páreo.

           Como em Portugal em que existem duas grandes e principais regiões produtoras de maior reconhecimento internacional Alentejo e Douro, a Espanha também tem as suas; Ribera Del Duero e Rioja. Ambos os países são extremamente ricos em diversidade de terroir e regiões, mas estas são as principais conhecidas. Pensando bem, cada país produtor do velho mundo tem lá sua rivalidade viníca de maior destaque; na Itália é Piemonte e Toscana, na França Bordeaux e Bourgogne, na Alemanha Mosel e Rhein, etc. A revista Freetime, uma revista que todo o executivo deveria ter em casa ou escritório pois tem uma diversidade editorial muito interessante, recentemente fez uma degustação às cegas de vinhos destas duas principais regiões produtoras e, gentilmente, nos cedeu a matéria. Todas as amostras dos vinhos foram escolhidas e enviadas diretamente pelas importadoras e casas especializadas. Foram convidados cerca de 14 experts para formar a banca degustadora que se utilizaram de fichas de degustação padrão de 50 a 100 pontos, em que o aspecto visual vale 10, o olfativo 30, e o gustativo 60, básicamente a mesma que uso em meus Desafios de Vinhos.   Na média das notas, visando evitar distorções, toma-se o cuidado de eliminar a nota mais alta e a mais baixa de cada vinho analisado.

            Foram um total de 25 vinhos em prova, dos quais 16 de Rioja e 9 de Ribera Del Duero. Como não houve número igual de participantes, tomei a liberdade de pegar somente os primeiros nove colocados de Rioja para efeito comparativo tendo dado Rioja com um total de 805,90 pontos contra os 798,7 alcançada pela Ribera Del Duero. No entanto, os dois primeiros colocados foram de Ribera Del Duero, tendo o incrível Pago de Santa Cruz da Vina Sastre, sido o grande campeão. Aliás, quando somamos todos os pontos por região e apuramos a média, aí a Ribera Del Duero leva uma pequena vantagem ou seja, um páreo duríssimo. O pago de Santa Cruz é um estupendo vinho que tive o privilégio de provar recentemente e um dos meus melhores provados em 2009, então fico feliz com esse resultado. Por sinal, o Prado Rey Elite, também biquei e é outro grande vinho que me chamou a atenção em uma degustação de vinhos de Espanha de que participei. Bem, mas chega de lero, na verdade você está interessado mesmo é em saber como os participantes da prova “perfomaram”, então vamos ao que interessa, eis os vinhos e comentários em ordem de classificação na prova:

PAGO DE SANTA CRUZ – VIÑA SASTRE – RIBERA DEL DUERO – 2003  Rubi profundo com alta concentração e leve halo de evolução. Complexo, frutas vermelhas em compota, ameixas, chocolate, café, lácteo, toffee, especiarias, tostado, lembra um Bordeaux. Carnudo com ótima acidez, taninos muito finos, envolvente, volumoso, persistência longa e retrogosto frutado com toques de alcaçuz. PENÍNSULA – (011) 3822- 3986 – Preço R$ 429,00 – Nota 91,2

 PRADO REY ELITE – RIBERA DEL DUERO – 2005 – Rubi violáceo, alta concentração, sem halo. Complexo, frutas negras, cerejas, floral, violetas, resinoso, tostado bem integrado, toques lácteos. Estruturado, alta acidez, taninos ainda verdes mas muito finos, persistência longa e retrogosto frutado, um vinho ainda jovem que irá evoluir muito. DECANTER – (047) 3326-0111 – Preço R$ 303,00 – Nota 90,4

CONDE SIRUELA RESERVA – RIBERA DEL DUERO – 2001 – Violáceo, alta concentração, sem halo. Nariz instigante, frutas negras, defumado, café, baunilha, chocolate, herbáceo e toques terrosos. Redondo, ótima acidez, taninos finos, encorpado, persistência longa e final de boca frutado, traz características de vinhos do Novo Mundo. D’OLIVINO – (011) 5532-1820 – Preço R$214,00 – Nota 90,2

 SOMSIERRA RESERVA – RIOJA – 2002 – Granada, média concentração e halo de evolução. Muito complexo, frutas vermelhas maduras, ameixas, chá-preto , funghi, ervas aromáticas, menta, ligeiro químico e toques terrosos. Elegante, acidez correta, taninos finos, corpo médio e persistência longa com final de boca frutado lembrando figos secos. CASA DO WHISKY – (011) 5055-5244 – Preço R$ 96,20 – Nota 90,2

 OSBORNE MONTECILLO GRAN RESERVA – RIOJA – 1998 – Granada, média concentração, halo de evolução presente. Balsâmico, ameixa, chá, toques terrosos, sottobosco, animal e tostado agradável lembrando madeira de longo uso. Macio com acidez correta, taninos maduros e finos, bom corpo e persistência, final de boca vivo e fresco com retrogosto frutado.  MIOLO – (0800) 9704165 – Preço R$ 131,00 – Nota 90,1

DON JACOBO GRAN RESERVA – RIOJA – 1995 – Granada, média concentração, leve halo de evolução. Frutas passas lembrando figo e uva, floral, chá, chocolate, caramelo e toques herbáceos. Alta acidez, taninos bem presentes, encorpado, persistência longa, com final de boca muito elegante. Retrogosto balsâmico. Vinho evoluído que não perdeu o vigor. SEM IMPORTADORA – BODEGAS CORRAL www.donjacobo.es . Preço R$? – Nota 90,1

 AMAREN LUIZ CAÑAS – RIOJA – 2002 – Rubi violáceo, média concentração, sem halo. Frutas lembrando cereja, floral, violetas, tostado elegante, café, especiarias, anis, toques balsâmicos.  Excelente exemplo de vinho equilibrado, acidez correta, taninos finos, bom corpo e persistência, retrogosto frutado e final de boca muito agradável. DECANTER – (047) 3326-0111 – Preço R$ 284,00 – Nota 90,0

FUENTESPINA RESERVA – RIBERA DEL DUERO – 2001 – Rubi, boa concentração e halo de evolução. Complexo, Frutas negras em compota, chá-preto , tabaco, animal, carne, terroso, chocolate,  borracha, ligeiro mentolado e tostado agradável.  Alta acidez, taninos marcados, corpo amplo e persistência longa, retrogosto frutado. EXPAND GROUP – (011) 3847-4700 – Preço R$275,00 – Nota 90,0

MARQUÉS DE RISCAL GRAN RESERVA – RIOJA – 2000 – Rubi com toques de evolução, boa concentração. Predominância de aromas terciários, tostado, animal, couro, especiarias, sottobosco, frutas vermelhas maduras, floral, violetas. Redondo, acidez correta, taninos finos, encorpado e persistência longa, retrogosto frutado. INTERFOOD CLASSIC – (011) 2602-7255 – Preço R$ 243,30 – Nota 89,8

ONTAÑON RESERVA – RIOJA – 2001 – Violáceo,  média concentração, sem halo. Frutas passas, ameixas, especiarias, couro, tabaco, herbáceo e toques florais. Ótima acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, retrogosto frutas passas. D’OLIVINO – (011) 5532-1820 – Preço R$ 141,00 – Nota 89,7

 VINA ARDANZA RESERVA – RIOJA – 2006 – Rubi com baixa concentração, leve halo. Frutas maduras, ameixa, madeira bem presente, baunilha, sottobosco e toques terrosos. Elegante, com ótima acidez, taninos finos, corpo médio, persistência longa. GRAND CRU – (011) 3062-6388 – Preço R$ 198,00 – Nota 89,6

 PROTOS RESERVA – RIBERA DEL DUERO – 2003 – Rubi,  boa concentração, sem halo. Frutas vermelhas maduras, floral, violetas, tostado, baunilha, chocolate, pimenta-do-reino. Alta acidez, taninos finos, bom corpo e persistência, retrogosto frutado. PENINSULA – ( 011)  3822-3986 – Preço R$ 261,00 – Nota 89,1

 RODA RESERVA – RIOJA – 2004 – Rubi,  média concentração, sem halo. Predominância de aromas terciários, tabaco, tostado, especiarias, pimenta, frutas negras e toque lácteo. Ótima acidez, taninos firmes e doces, bom corpo e persistência, retrogosto frutado.  EXPAND GROUP – (011) 3847-4700 – Preço R$ 198,00 – Nota 88,8

 BÁRBARO RESERVA – RIOJA – 2005 – Violáceo, boa concentração, leve halo de evolução. Aromas de frutas vermelhas maduras, floral, anis, tostado agradável, toque químico. Acidez alta, seco, taninos ainda verdes, corpo e persistência longa, vinho jovem de muita potência. SEM IMPORTADORA – BODEGAS FRANCO ESPAÑOLAS www.francoespanolas.com – Preço R$? – Nota 87,6

TORRES CELESTE CRIANZA – RIBERA DEL DUERO – 2005 – Rubi escuro, boa concentração, sem halo. Aroma terroso, funghi, bala de cevada, frutas negras, tostado agradável, pimenta-branca, toque herbáceo. Boa acidez, estruturado, taninos ainda jovens, bom corpo e persistência, final de boca muito agradável. RELOCO – (021) 2215-8055 – Preço R$ 160,00 – Nota 87,5

 TAMARAL CRIANZA – RIBERA DEL DUERO – 2003 – Granada, média concentração, leve halo. Complexo, chá-preto , frutas vermelhas evoluídas, ameixa, funghi, terroso, chocolate, caramelo e toque resinoso. Alta acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, retrogosto lembrando ameixas. CASA DO WHISKY (Barrinhas)-  (011) 5055-5244 – Preço R$ 107,00 – Nota 87,4

 OSBORNE MONTECILLO RESERVA – RIOJA – 2005 – Rubi brilhante, média concentração, halo de evolução. Aromas terciários, chá-preto, tostado, chocolate, especiarias, frutas secas, herbáceo, toque químico. Acidez correta, taninos presentes, corpo médio e persistência longa. MIOLO – (0800) 9704165 – Preço R$ 71,00 – Nota 87,1

 ATALAYAS DE GOLBAN CRIANZA – RIBERA DEL DUERO –  2005 – Rubi, alta concentração, sem halo. Floral, violetas, frutas vermelhas, tostado, chocolate, menta, terroso com ligeiro toque químico. Acidez correta, taninos presentes, corpo médio e persistência longa, retrogosto de after eight (menta e chocolate). MISTRAL – (011) 3372-3400 – Preço R$ 130,00 – Nota 86,8

 ORBEN CRIANZA – RIOJA – 2005 – Rubi, alta concentração, sem halo. Frutas vermelhas maduras, especiarias, canela, herbáceo, erva-doce, tostado. Alta acidez, taninos ainda verdes, corpo médio e persistência longa, retrogosto lembrando erva-doce. Bom potencial de envelhecimento. PENINSULA – ( 011)  3822-3986 – Preço R$ 198,00 – Nota 86,7

 CANTIGA DE DANIEL PURAS CRIANZA – RIOJA – 2004 – Granada, média concentração, leve halo. Nariz austero, sottobosco, tostado marcado,frutas negras maduras,químico, toque de ervas aromáticas. Acidez correta, quente, taninos finos, corpo e persistência longa, final ligeiramente adocicado. TERROIR – ( 011)  3168-2200 – Preço R$ 105,00 – Nota 86,1

 RACAMONTE CRIANZA – RIBERA DEL DUERO – 2004 – Violáceo, média concentração, sem halo. Floral, violetas, alcoólico, pimenta-do-reino, frutas negras, ameixas, toque herbáceo. Acidez correta, taninos verdes, encorpado, persistência longa. Ainda muito alcoólico. SEM IMPORTADORA www.grupoyllera.com – Preço R$ ? – Nota 86,1

VIÑA CERRADILLA CRIANZA – RIOJA – 2004 – Rubi, média concentração, sem halo. Floral, lavanda, sottobosco, frutas em compota, especiarias, chocolate, leve mentolado. Alta acidez, taninos ainda verdes, corpo médio e persistência longa. SEM IMPORTADORA www.vallemayor.com – Preço R$? – Nota 86,1

 MILETO CRIANZA – RIOJA – 2005 – Granada, média  concentração, leve halo. Frutas maduras, cereja, chocolate, químico e toques florais, madeira de longo uso. Boa acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, retrogosto lembrando cereja. SEM IMPORTADORA www.bodegasalvar.com – Preço R$? – Nota 85,9

 ALLENDE CRIANZA – RIOJA – 2004 – Rubi, boa concentração, sem halo. Frutas vermelhas maduras, químico, pimenta-do-reino, tostado bem integrado, chocolate. Alta acidez, taninos finos, corpo médio e persistência longa, ligeiro amargor. PENÍNSULA – (011) 3822-3986 – Preço R$ 159,00 – Nota 85,4

DON FAUSTINO VII JOVEN – RIOJA – 2007 – Granada, média concentração, leve halo. Frutas vermelhas maduras, tostado intenso, caramelo, toque químico. Acidez correta, taninos presentes, corpo médio e persistência média. Rústico. CAVA DE VINHOS – (011) 3467-9917 – Preço R$ 60,00 – Nota 84,9

 Os campeões em suas classes:

 Gran Reserva

Pago de Santa Cruz – Ribera Del Duero – Nota 91,2 – Península – Preço R$ 429,00

Reserva

  • Somsierra – Rioja  – Nota  90,2 – Barrinhas /Casa do Whisky – Preço R$ 96,20
  • Conde de Siruela – Ribera Del Duero – Nota 90,2 – D’Olivino – Preço R$ 214,00

Crianza

Torres Celeste – Ribera del Duero – Nota 87,5 – Reloco – Preço R$ 160,00

          Interessante o resultado de dois vinhos que, a meu ver e mesmo não tendo estado presente nessa degustação, me chamaram a atenção pois mostraram possuir uma tremenda relação custo x beneficio que foram o Somsierra (na minha regra de desempate, menor preço, seria terceiro na classificação geral) e o Osborne Montecillo Reserva, dois rótulos que entram na minha lista de vinhos a conferir e os seus? Quais são os rótulos que lhe aguçaram a curiosidade? Podendo, não hesite em tomar o Pago de Santa Cruz, um dos grandes vinhos de Espanha.

Salute e kanimambo

Espumantes – Sequência de Resultados do Grande Desafio

           Nem todos podem ser vencedores e, como numa prova atlética, tem dia que não é dia! O que ficou claro, porém, é que no geral os espumantes presentes a este Grande Desafio foram de boa qualidade, alguns ótimos. Como sempre acontece, alguns podem não ter estado bem no dia, outros estão muito jovens e, outros ainda, podem simplesmente não terem sido entendidos por mim e pela banca degustadora. Faz parte do processo.

         Como insisto em deixar claro, estes Desafios são uma fotografia do que aconteceu naquele dia, com aquela garrafa, naquele local e com aquele grupo de pessoas. Sem contar que a ordem de apresentação é aleatória o que, neste caso especifico onde diversos estilos e origens foram misturados, algum pode ter dado o azar de ter sido degustado logo a seguir a um dos bons champagnes. Fechar os olhos para todas essas variáveis é querer negar a realidade tentando trazer um processo binário para um mundo extremamente sensorial. Então, interpretemos os resultados com a devida parcimônia lembrando que estamos diante de um evento essencialmente hedonistíco. Altere um desses fatores da equação e, certamente, os resultados também serão alterados, mesmo que parcialmente. De qualquer forma, existem três ou quatro rótulos que farei questão de revisitar durante este próximo ano de 2010 para rever minha avaliação.

       No dia 1 de Janeiro deste ano, tomei uma resolução, tomar mais espumante e aprofundar meu conhecimento sobre estes deliciosos e festivos vinhos.  Um espumante faz a diferença e transforma qualquer hora em um momento muito especial, então decidi criar um montão de momentos especiais ao longo do ano, porque não celebrar todo o fim de semana? Acho que consegui cumprir essa resolução tendo compartilhado com os amigos essas experiências ao longo do ano e agora neste Desafio, mas vejamos agora como ficou a classificação do restante do embate:

Class.

Rótulo

Pontuação Preço Médio Prod/Imp.
21 Trapiche Extra Brut 84,50 35,00 Interfood
22 Valduga 130 84,42 65,00 Valduga
23 Casillero Sparkling Brut 84,08 75,00 VCT Brasil
24 Cremand Cuvée Plaisir Perlant (Alsace) 83,92 86,00 La Cave Jado
25 Moinet Prosecco Millesimato 83,42 65,00 Winery
26 Marrugat Cava Gran Reserva Nature 2004 83,42 75,00 Winery
27 Freixenet Cordon Negro 83,25 49,00 Preebor
28 Spumante Incontri Muller Thurgau 82,98 73,00 Vinea
31 Pizzato Brut 82,58 45,00 Pizzato
30 Bridgewater Mill Sparkling (Austrália) 82,58 78,00 Wine Society
29 Juve y Camps Gran Reserva Nature 2004 82,58 168,00 Peninsula
32 Marco Luigi Reserva da Familia 2008 82,50 30,00 Marco Luigi
33 Do Lugar Brut 82,50 32,00 Dal Pizzol
35 Dal Pizzol Brut Tradicional 82,50 44,00 Dal Pizzol
34 Incontri Prosecco VSAQ 82,50 97,00 Vinea
36 Cuvée Sylvain Brut 82,33 59,00 La Cave Jado
37 Villaggio Grando Brut 82,17 40,00 Villaggio Grando
38 Don Giovanni Brut Ouro 30 80,75 75,00 Don Giovanni
39 Irresistibile Brut (Portugal) 80,42 40,00 Sem Importador
40 Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 80,00 90,00  Valduga
41 Don Giovanni Nature 79,92 50,00 Don Giovanni
42 Trivento Nature 78,67 45,00 VCT Brasil

         Cada um da banca degustadora tem sua própria “verdade” e suas preferências que certamente pipocarão em seus blogs, mas este é o resultado da média.  Os meus top 10 foram, pela ordem; Champagne Zoémie de Sousa Marveille Brut / Brédif Vouvray Brut  / Cremant de Bourgogne Cuvée Jeaune Brut / Champagne Taittinger Reserve Brut / Champagne Piper-Heidsieck / Champagne Tsarine Cuvée Premium Brut /  Champagne Drappier Carte D’Or Brut / Chandon Excellence Cuvée Prestige / Cava L’Hereu e El Portillo.

         Ao longo do mês irei publicando posts com comentários sobre os espumantes desta segunda metade da tabela, sempre em grupos de quatro ou cinco. Uma última observação, no caso de empate em pontuação, o desempate se dá sempre pelo preço mais baixo, ok?

Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.