DESAFIO de VINHOs

Desafio de Vinhos Portugueses: e o vencedor é?

           Ufa, finalmente chegamos ao resultado deste Desafio de Vinhos que apresentou uma diversidade de vinhos e regiões bastante interessante. Foi um exagero de rótulos o que torna a degustação mais complexa, porém é interessante verificar que os últimos não foram prejudicados nas notas, ou seja, mesmo com tanto vinho o pessoal conseguiu segurar esse rojão.

         Como sempre, começo os comentários dos vinhos com suas respectivas notas conforme a ordem de serviço, uma coletânea de todas as fichas preenchidas pelos degustadores que compuseram a banca deste desafio  e finalizarei com os resultados apurados. São 14 vinhos então, tenha paciência, este seu amigo prolixo tentará ser um pouco mais conciso desta vez.

Desafio Portugal 032Callabriga Douro 2004 (Zahil), produzido pelo gigante Sogrape com interesses também na Argentina e Nova Zelândia entre outros locais. De cor rubi, translúcido, parecia um Pinot na cor, sem grande concentração. Aromas sutis em que aprecem frutos negros frescos, algo herbáceo com toques florais. Na boca é sedutor, delicado, corpo médio, taninos finos, equilibrado e fácil de tomar e gostar mostrando boa persistência. Obteve 87 pontos da Wine Spectator (WS) por sinal semelhante à nota que lhe dei, mas a média obtida nesta prova foi de 85,67 pontos, custa R$93,00.

Desafio Portugal 017Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci), da CVR Lisboa (ex-Estremadura) vinho de qualidade, internacionalmente reconhecida tendo obtido WS89 e RP88 com sua safra de 2004, mas que nesta noite não se houve bem. Fechado, apresenta uma paleta olfativa complexa com fruta madura, chocolate e madeira bem equacionada. Na boca mostrou-se robusto e algo duro, taninos ainda firmes, boa acidez e algum desequilíbrio harmônico com um leve amargor de final de boca. Novo, precisa de mais tempo em garrafa, ou de decanter, para mostrar todo o seu potencial. Obteve uma nota média de 82,28 pontos e custa por volta de R$90,00.

Desafio Portugal 031Altano Reserva 2006 (Mistral),  um vinho do Douro que dispensa apresentações produzido pela família Symington, um grupo que reúne diversas vinícolas na região.  Algo terroso, hortelã e fruta vermelha com toques florais mostrando uma paleta olfativa de boa complexidade. No palato, taninos doces, finos ainda relativamente firmes, fruta compotada, boa acidez e estrutura, equilibrado, com um final lembrando café e caramelo de boa persistência. WS88, porém neste embate obteve a média de 85,72 pontos, custa por volta de R$93,00.

Desafio Portugal 022Esporão Reserva 2006 (Qualimpor), mais um vinho que dispensa apresentações, produzido pela Herdade do Esporão no Alentejo (CVR Alentejo). O da safra de 2005 obteve 89 pontos da Wine Spectator. Muito frutado e especiado, uma paleta olfativa intrigante e de boa intensidade que convida a levar a taça à boca. Na boca é rico, sedoso e macio, frutado, boa estrutura, equilibrado, médio corpo. Um belo e saboroso vinho que pede comida e possui muito boa persistência. Obteve a média de 88,06 pontos, custa em torno dos R$89,00.

Desafio Portugal 018Quinta de Cabriz Reserva 2005 (Winebrands), produzido pela Dão Sul, é um vinho muito agradável e sedutor que teve 89 pontos na Wine Spectator. No Nariz, presença de couro, especiarias e algo de baunilha advindo da madeira ainda por se integrar totalmente e bem balanceada. Na boca é muito harmônico, taninos aveludados ainda presentes, rico, com um final de boca longo que invoca chocolate. Obteve a média de 85.11 pontos e possui uma ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação devido a seu bom preço, em torno de R$65,00.

Desafio Portugal 034Reguengos Garrafeira dos Sócios 2002, (Vinho Seleto 011.3815-5577 ) um vinho alentejano (CVR Alentejo) diferenciado feito á moda antiga com menos álcool, menos fruta intensa, menos taninos, menos novos tempos e novo mundo. Talvez por tudo isso, não tenha se dado tão bem neste embate, mesmo reconhecendo que esta safra está bem inferior à de 2001. O nariz é doce, lembrando frutas doces (assadas) e algo herbáceo com toques de baunilha tudo bem sutil. Cresce bastante em boca onde o vinho ganha corpo, taninos aveludados bem integrados, denso sem perder a elegância , mas faltou-lhe a riqueza de sabores, equilibrio e pujança que lhe são peculiares. A safra não ajudou, mas fica a pergunta, será que a garrafa não tinha algum problema? Não me pareceu . Será que foi somente mal compreendido? Muito diferente do que conheço e nota média de 82,83 pontos e o preço está ao redor de R$80,00.

Herdade ReservaHerdade do Pinheiro Reserva 2003, (Beirão da Serra) um vinho pouco conhecido em terras brasílis, exceção feita ao Rio de Janeiro. É um pequeno produtor alentejano (CVR Alentejo) que possui um belo portfólio em que se destaca este Reserva. Cor granada com halo atijolado já mostrando sua idade, uma paleta olfativa de boa intensidade e atraente com frutas maduras aparentes, mineral, leve amadeirado que lhe confere uma certa complexidade. Na boca é vibrante de ponta a ponta, complexo, muito rico, saboroso, uma acidez muito boa que nos deixa a boca salivando e pedindo comida. Taninos finos, elegantes e macios perfeitamente integrados num corpo médio de ótima textura, harmônico com um final muito longo, gostoso e um retrogosto que sugere uva passa. O Vinho que incendiou a prova e provocou suspiros na grande maioria que lhe deram adjetivos como; fantástico, excelente, encantador entre outros de menor expressão. Um vinho sem arestas que obteve nota média de 92,11 pontos e custa em torno de R$75,00.

Desafio Portugal 033Falcoaria DOC 2004, (D’Olivino) o representante da CVR Tejo (ex-Ribatejo), um vinho robusto de cor rubi intenso, quase retinto, mostrando-se ainda bem fechado. Nariz não muito aromático, fruta sutil com maior ênfase em aromas animais (couro)e algo terroso. Cresce em boca, porém sem despertar grandes encantamentos, mostrando-se um pouco rústico de taninos firmes, mas bastante rico em sabores que demonstram uma certa complexidade. Um vinho interessante e diferente que acredito cresceria muito se acompanhado de um bom cabrito assado da região. Obteve a média de 83,94 pontos e custa em torno de R$74,00.

Terras do PóTerras do Pó Reserva 2004, (Lusitana de Vinhos & Azeites) o único varietal presente à prova elaborado com 100% de castelão uma cepa difícil de ser trabalhada solo, dando-se, tradicionalmente, melhor em cortes. Elaborado pela casa Ermelinda Freitas, um dos bons produtores da região de Terras do Sado (CVR Setúbal), famosa por trabalhar muito bem esta cepa. Aromas animais, na boca é potente mostrando alguma sobra de álcool, macio denso com uma característica diferente de evolução na taça quando, após um tempo, começa a apresentar aromas de mostarda. Nota média obtida 82,94 pontos e custa ao redor de R$72,00.

Desafio Portugal 035Aveleda Follies 2004, (Interfood) um Bairrada diferente que não possui baga em sua composição, mas sim Touriga nacional e Cabernet Sauvignon que obteve 85 pontos da Wine Spectator. É um vinho de aromas vivos de fruta vermelha (ameixa), cativante, com boa e saborosa entrada de boca. Redondo, fácil de se gostar, corpo médio com bom voluma de boca, expressivo, talvez um pouco mais updated do que os demais num estilo mais novo mundo mostrando´se equilibrado com teores de álcool civilizados. Um vinho bastante apreciado que obteve uma média de 85,67 pontos e custa ao redor de R$72,00.

CeirósCeirós Reserva 1998, (BR Bebidas/Vinhos do Douro), o vinho mais antigo da prova sendo elaborado no Douro pela Quinta do Bucheiro, ainda surpreendentemente vivo, pleno de frescor e complexidade mostrando-se em prefeito equilíbrio apesar da idade. Do nariz à boca, mostrou uma personalidade muito própria, boa persistência, corpo médio, algo resinoso e especiado. Muito apetecível, corpo médio, boa acidez que o faz um vinho muito gastronômico e diferenciado. Para mostrar que longevidade não vem de álcool nas alturas, temos aqui civilizados 12.5%! Média de 86, 28 pontos e um preço ao redor de R$88,00.

Desafio Portugal 038Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, (Malbec do Brasil) da região do Dão, um vinho do qual gosto muito tendo sido agraciado com 17 (de 20) pontos, pela Revista de Vinhos portuguesa. Elaborado por pisa a pé, prima por ser um vinho que faz jus à tradição do Dão por vinhos mais encorpados, algo rústicos, porém de grande elegância e complexidade obtidos com tempo em garrafa. Ainda muito fechado após uma hora de decanter, mostra-se robusto, notas de madeira e frutos vermelhos, taninos firmes porém sem agressividade, boa textura e equilibrado, complexo, saboroso, final aveludado e de muito boa persistência com nuances florais e uma acidez que pede comida. Vinho para mais meia dúzia de anos e, pelo que eu conheço do vinho, nesta noite esteve muito aquém de seu potencial. Obteve uma média de 82,89 pontos e custa ao redor de R$95,00.

Desafio Portugal 037Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante que conta com a participação do amigo e enólogo português Miguel de Almeida. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Nota média de 84,89 pontos e custa ao redor de R$50,00.

Desafio Portugal 021Caldas Reserva 2005, (Decanter) do renomado produtor Domingos Alves de Souza tendo obtido 15,5/20 pontos na Revista de Vinhos portuguesa. Fruta doce e especiarias aparecem de forma tímida ao olfato. Cresce na boca, mostrando boa riqueza e complexidade de sabores, taninos finos de presença marcante, médio corpo para encorpado, madeira bem integrada. Obteve média de 84,61 pontos e o preço é de R$100,00.

            Nesta noite, a banca degustadora avaliou e definiu como grande ganhador, o Melhor Vinho deste Desafio, por mais de um corpo de vantagem, o Herdade do Pinheiro Reserva 2003. Em segundo, outro alentejano, o Esporão Reserva 2006 e em terceiro o surpreendente Ceirós Reserva 1998. Completando o nosso pódio com os primeiros cinco vinhos da noite, temos o Altano 2006 em quarto e o Callabriga 2004 em quinto. Na eleição do Melhor Custo x Benefício e Melhor Compra, novamente o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 o primeiro dos vinhos a participar destes Desafios que levou os três prêmios máximos, a tríplice coroa ou, como se diria nos velhos tempos, fez; cabelo, barba e bigode. De ressaltar a boa posição do Castas Portuguesas da Miolo que obteve a oitava colocação e dois votos como melhor compra, votos estes também alocados ao Quinta de Cabriz 2005.

            Normalmente relaciono as notas dadas aos vinhos preferidos de cada jurado, mas como o Herdade do Pinheiro foi o escolhido de doze dos treze degustadores, creio que isso não seja necessário. Ah, o Ralph quebrou a unanimidade escolhendo o Esporão Reserva por meio ponto o que foi bom, porque como já dizia Nelson Rodrigues, guardadas as devidas exceções, “toda a unanimidade é burra”! Finalizamos o Desafio com um jantar regado a Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter) e Quinta Mendes Pereira Dão Touriga-Nacional Reserva 2005, mas esse é papo para outro dia e outro post, só adianto que foi muito bom e os vinhos ótimos.

            Sobraram rótulos não apresentados na prova, então em Outubro faremos um Desafio de Vinhos diferente, um Alentejo x Douro em que o Herdade do Pinheiro, como vencedor desta noite, terá lugar cativo. Será que faturará de novo?! Já em Setembro, nosso Desafio de Vinhos viajará pelo mundo na busca de representantes das cepas ícones de cada país produtor. Alguns vinhos mais conhecidos, outros menos já que estes Desafios também visam garimpar novos vinhos e sabores, mas sempre com rótulos em torno de R$100,00.

Desafio Portugal 006

Salute e kanimambo.

(PS. Houve um equivoco nos cálculos médios das notas que acabei de revisar no texto acima (11:00). Peço desculpas pelo inconveniente, mas pouco alterou o resultado. O efeito maior fo efetivamente nas notas em si.)

Desvendando o Desafio de Vinhos Portugueses

Kylix 003Mais um Desafio de Vinhos ocorreu e desta feita com vinhos portugueses degustados às cegas. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Kylix, onde a degustação ocorreu, e  das importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro.

             Colaboraram os já costumeiros parceiros como Decanter, Interfood, Zahil, Mistral, Vinci, D’Olivino, Lusitana de Vinhos & Azeites,  BR Bebidas, Vinho Seleto (011.3815-5577), Qualimpor e a recém chegada Winebrands, assim como os produtores Herdade do Pinheiro, Quinta Mendes Pereira e Miolo. Sim, a Miolo escalou o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 da Campanha Gaúcha quase fronteira com o Uruguai, que foi o nosso vinho surpresa da noite e, mais uma vez, um vinho brasileiro que mostrou ótima performance num embate com vinhos bem mais conceituados internacionalmente. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Após esta maratona de vinhos, 14 ao total, foi servido um jantar tendo como entrada bolinhos de bacalhau caseiros acompanhado de um saboroso e fresco Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), branco português de ótimo custo x beneficio, um dos que prequentemente visita minha mesa, e um risoto de pato muito bem ancorado por um muito bom Quinta Mendes Pereira Touriga Nacional Reserva 2005, também previamente decantado, finalizando com papos deDesafio Portugal 003B anjo e um cafezinho, bão demais sô!

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes da Confraria de Embu / Leandro Chicarelli (Winery) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Silvia C. Franco (Vinho & Gatronomia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier) / Alex Martins (Pinord do Brasil) / Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio.  O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto e tudo isto você verá no post de amanhã quando desvendaremos os ganhadores e comentaremos os vinhos participantes.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da bodega espanhola Pinord, Desafio Portugal 042através de seu gerente no Brasil o Alex Martins que também participou da banca de degustadores como convidado. Veio com seu Cava topo de gama o ótimo Marrugat Brut Nature Gran Reserva 2004, que estará chegando em breve ao Brasil num projeto tocado a quatro mãos entre o produtor e a Winery Distribuidora, que passa 36 meses em garrafa. Cor amarelo dourado, límpida e brilhante, na boca é cheia, cremosa, seca, porém sem nunca perder o frescor aportado por uma ótima acidez, com um final saboroso e longo. Boa estrutura, perlage muito fina, abundante, de enorme persistência (aproximadamente uns 30 minutos) mostrando todo o seu potencial. Aromas sutis de leveduras e frutas cítricas, uma cava de primeiro nível, muito bem elaborada, de delicado final de boca mostrando muita finesse e elegância. Enorme surpresa que certamente tomará o mercado de roldão quando chegar no final de setembro com um preço final consumidor ao redor de R$60,00, um verdadeiro achado que você não vai querer perder. Seus cavas básicos também são muito bons e deverão chegar por volta dos R$35,00, uma outra grande pedida.

Desafio Portugal 016

Nos vemos amanhã por aqui. Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos Portugueses – II

42-16335804 Começo a semana, depois de um fim de semana preguiçoso, com o Desafio de Agosto, num embate de vinhos das diversas regiões produtoras em Portugal tendo como teto de preço R$100,00.  Grande Desafio, para não dizer uma verdadeira maratona, porque desta feita, não consegui segurar a quantidade e não tenho estrutura para montar duas provas, então teremos 14 Desafiantes presentes e agora, finalmente, definidos. Tradicionalmente tento me manter em dez rótulos que é o que considero tecnicamente adequado e ao mesmo tempo já nos permite ter uma visão bem ampla do tema em pauta, mas enfim, sacrifícios fazem parte! Rsrs Podem não acreditar, mas ainda sobraram quatro rótulos, um do Douro e três do Alentejo, o que me motivou a promover um novo Desafio de Vinhos de Portugal, desta feita um Alentejo x Douro com dez rótulos, provavelmente em Outubro já que o de Setembro já está em fase final de definição e logo, logo compartilharei com vocês qual será o tema.

       Desta feita contarei com o inestimável apoio de um parceiro antigo e participativo, a Kylix. Frequentemente presente nestas páginas, especialmente no Dicas da Semana com diversos eventos e ofertas de bons vinhos a bons preços. Desta feita, usando sua estrutura de eventos e wine bar, o Desafio será feito lá com a presença dos seguintes Desafiantes, agora já definidos:

Altano Reserva 2006, corte de Touriga Franca (30%) e Tinta Roriz produzido pela Symington Family, leia-se Graham’s. Conheço bem seu rótulo básico que é efetivamente uma grande compra e um Best Buy em diversas revistas internacionais, mas este me é desoconhecido. WS 88 – preço médio R$93,00  (Mistral)

Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon 2004. Um Bairrada diferenciado, sem Baga, Medalha de Ouro no maior concurso internacional de vinhos da América do Norte, o Sélections Mondiales des Vins e Bronze no Decanter World Wine Awards. WS85 – preço em média R$72,00. (Interfood).

Terras do Pó Reserva 2004, 100% Castelão produzido pela Casa Ermelinda Freitas, o segundo vinho desta premiada casa de Terras do Sado mais conhecida por seu vinho top, o Leo d’Honor.  Preço médio R$72,00. (Lusitana de Vinhos & Azeites)

Caldas Reserva 2005 de Domingo Alves de Souza, um dos melhores produtores da região do Douro, corte de; Tinta Roriz, Touriga Nacional , Tinta Barroca, Sousão e Tinta Francisca. A Revista de Vinhos deu 15,5/20 pontos a este vinho. Preço médio R$100,00. (Decanter)

Callabriga Douro 2004 , mais um representante do Douro que, em uma degustação às cegas, já o vi bater o famoso Quinta da Leda. Corte de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, WS 87 – preço, R$93,00 (Zahil)

Ceirós Reserva 1998, produzido pela Quinta do Bucheiro, é um corte de Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Nacional, produzido no Douro . Preço por volta de R$85,00. (BR Bebidas/ Vinhos do Douro)

Falcoaria DOC 2004, medalha de bronze no Challenge International du Vin em Bordeaux, é um corte de Castelão e Trincadeira de vinhedos com mais de 80 anos situado no CVR Tejo (Ribatejo). Preço por volta dos R$74,00 (D’Olivino)

Herdade do Esporão Reserva 2006. Mais que tradicional corte alentejano de Aragonês, Trincadeira, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon que dispensa maiores comentários e apresentações. O 2005 obteve WS89 – preço médio por volta de R$90,00. (Qualimpor)

Herdade do Pinheiro Reserva 2003, escolha pessoal minha e um dos grandes vinhos do Alentejo nesta faixa, lamentavelmente pouco conhecido por aqui. Elaborado com as castas Aragonez, Trincadeira e Touriga Nacional com 9 meses de barricas novas francesas e americanas. Best Buy da prazers da Mesa com 91 pontos, 16/20 pontos da Nova Critica, medalha de ouro no Challenge International du Vin 2007, entre uma série de outros prêmios. Sem preço, mas deve andar por volta dos R$85,00.

Quinta da Chocapalha 2005, da Estremadura, hoje CVR Lisboa, um corte de Tinta Roriz, Touriga Nacional, Castelão e Alicante Bouschet elaborado pela premiada enóloga Sandra Tavares da Silva (Pintas e Vale Dª Maria entre outros). A safra 2004 teve WS89 e 88RP – Preço por volta de R$90,00. (Vinci)

Quinta de Cabriz Reserva 2006, um clássico vinho do Dão produzido pela Dão Sul, corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz . O da safra de 2005 obteve WS89 e 16,5/20 pontos na Revista de Vinhos – Preço ao redor de R$65,00.  (Winebrands).

Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, sobre o qual já teci comentários neste blog é um vinho que me encanta, produzido pela amiga Raquel Mendes Pereira, uma brasileira que produz tintos no Dão. Obteve ótimos 17 pontos na Revista de Vinhos (Portugal). Mudou de importadora recentemente e seus vinhos estão por chegar. O preço estimado é de R$95,00. (Malbec)

Reguengos Garrafeira dos Sócios 2001, um dos meus alentejanos preferidos junto com o Herdade do Pinheiro e o Cortes de Cima que, lamentavelmente não estará presente. Estilo diferente, mais tradicional, corte de Aragonês, Trincadeira e Castelão. Medalha de Ouro na Vinalies International em 2007 e Prata no International Wine & Spirits em Londres. Preço ao redor de R$80,00. (Vinhos Seleto)

+ Um vinho surpresa, porque se não perde a graça e não gosto do numeral 13!

         Por falar em vinhos e produtores portugueses, andaram por cá diversos que nos deram alguns bons rótulos a degustar. Ainda durante esta semana publicarei posts com minhas impressões e comentários. São vinhos da vibrante Filipa Pato (Casa Flora), da Herdade do Esporão e da Quinta do Crasto (Qualimpor) e da CVR Tejo. Enfim, uma série de descobertas, surpresas, confirmações e, no geral, a presença da inquestionável diversidade e qualidade dos vinhos portugueses sempre mexendo com nossas sensações e emoções, mesmo quando pelas mãos e criatividade de um australiano (?). Ao fim e ao cabo a realidade é que, se existe um mundo cosmopolita, este é a nossa vinosfera. Em breve publicarei o resultado deste embate!

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Desafio de Vinhos Portugueses

Agosto chegou, mês;  do cachorro louco, da Sexta-feira 13 azarenta, das liquidações de inverno e, Deus sabe lá porque cargas d’água, Dia dos Pais. Não, não vou falar do Dia dos Pais, ainda, mas fica a pergunta no ar, não dava para colocar o Dia dos Pais num mês mais nobre não?!! rsrs

              Bem de volta ao ponto principal, a verdadeira a razão para este post, em Agosto o Desafio de Vinhos será Portugal - mapa e regiões produtorasportuguês! Voltei ás origens e já estava com saudades, apesar de os vinhos portugueses estarem constantemente sobre a minha mesa e na minha taça. Já temos uma série de concorrentes escalados e, pela enorme quantidade de bons rótulos, participantes e regiões, estou achando difícil fechar este Desafio com menos de 14 Desafiantes, o que vai demandar uma atenção redobrada da banca de degustadores. Tentei incluir/convidar alguns rótulos dos quais sou fã, regiões menos conhecidas, mas que vêm despontando, assim como das mais tradicionais e mais representativas. São vinhos de gama média de preços que estão ao alcançe do bolso da maioria, uns mais conhecidos do que outros, porém todos de qualidade inquestionável. Vamos aos que já confirmaram presença, sendo que dois deles eu tive o prazer de negociar presença diretamente na fonte , a Herdade do Pinheiro (dos amigos Ana e Miguel) assim como da Quinta Mendes Pereira (da amiga Raquel):

  • CVR Alentejo: Reguengos Garrafeira dos Sócios 2001 (Vinhos Seleto) / Herdade do Pinheiro Reserva 2003 / Herdade do Esporão Reserva 2006 (Qualimpor)
  • CVR Duriense – DOC Douro: Ceirós Reserva 1998 (BR Bebidas/ Vinhos do Douro) / Altano Reserva 2006 (Mistral) / Caldas Reserva 2005 (Decanter)
  • CVR Lisboa (Estremadura): Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci)
  • CVR Tejo – DOC Ribatejo: Falcoaria DOC 2004 (D’Olivino)
  • CVR Beiras – DOC Dão: Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2003 (Malbec) e Conde de Santar Reserva 2003 (Winebrands), este ainda passível de mudança.
  • CVR Terras do Sado: Barão do Sul Garrafeira 2002 (Lusitana de Vinhos & Azeites)
  • CVR Beiras – DOC Bairrada: Aveleda Follies Touriga Nacional/Cabernet Sauvignon 2004 (Interfood).

Ainda tenho mais dois convidados que não escalaram Desafiante, então poderemos chegar a 14 o que inviabilizaria a presença de um rótulo surpresa. Enfim, tenho mais uns dias para finalizar isso e depois divulgo. Também ainda preciso definir o local do embate e o jantar para o qual já tenho assegurado o vinho branco e o tinto, faltando tão somente o Porto ou Moscatel para encerrar este épico Desafio de Vinhos de Portugal até, mais ou menos 100 Reais. E aí, vai arriscar um palpite de quem será o ganhador?!

Desafio Bordeaux, Desvendando os Ganhadores

               Mais do que meramente desvendar os resultados de mais este gostoso Desafio de Vinhos mensal, mostro um resumo dos comentários sobre cada vinho, obtido das fichas de degustação preenchidas pelos 13 membros da banca. São valores e avaliações médias, nem sempre condizentes com que um ou outro membro do painel sentiu ao provar o vinho e no final mostramos a nota e vinho preferido de cada degustador.

              O sucesso destes eventos tem sido garantido pelo apoio de nossos parceiros os quais já mencionei ontem quando relacionei todos os Desafiantes a quem, mais uma vez reitero meus agradecimentos. Este Desafio foi especialmente prazeroso por ter sido realizado no Jardim Gourmet da Vinea Store que tem um astral muito especial, um local belíssimo recheado de gente muito especial e de muito charme. Afora os agradecimentos ao corpo diretivo da casa; Adriana, Ivan e troupe, tenho que ressaltar a extrema competência e simpatia da equipe do João Manoel; o Alexandre e a Fabiana, show de bola! Mais do que os vinhos, foi o carinho dessas pessoas e a alegria dos membros da banca de degustação convidados, que fizeram deste evento e desta noite, um momento marcante na história dos Desafios até agora promovidos. Cada um destes Desafios é uma história e o bom é que são todos estupendos porque as pessoas o fazem assim. Você, no entanto, veio para obter informação, então chega de blá, blá, blá e vamos aos finalmente!

             Onze vinhos, onze personalidades e um painel, na minha avaliação, muito equilibrado já que a minha menor nota foi 85 e a máxima 89,5. Agora vamos ver o que o grupo achou e o resultado final deste embate relacionando os vinhos por ordem em que se apresentaram (serviço):

 

Bordeaux 011Chateau Desclau Cuvée Marguerite 2002 (Vinea) – Fruta latente, delicada, algo vegetal com toques minerais numa paleta olfativa inicialmente bastante tímida e pouco complexa. Ao levar a taça á boca, encontramos taninos finos já domados, muito bem equilibrado com uma acidez presente lhe dando um agradável frescor, leve, saboroso com um final meio mentolado de média persistência. Com um tempo em taça, desenvolve uma complexidade de aromas impressionante e uma riqueza de sabores que encanta. O vinho que, ao longo da degustação, mais necessitou de ajuste para cima em função de sua evolução em taça. Mesmo sendo um 2002 que tinha sido decantado por uma hora, ao servi-lo dê-lhe tempo para desabrochar e se mostrar por inteiro. Média de pontos 86,82.

Bordeaux 002Chateau La Raze Beauvallet 2005 (Vinea) – Vinho que mais me tinha impressionado no evento “Bordeaux ao seu Alcance” (inspirador deste Desafio) organizado pela CIVB (http://www.bordeaux.com/Civb.aspx ) no mês passado.  Apesar de uma primeira impressão olfativa bastante atraente indicando uma certa complexidade  aromática, vai morrendo na taça mostrando-se algo monocromático com  forte presença de couro. Melhora muito na boca com taninos finos aveludados, corpo médio, saboroso com um final de boa persistência. Agradou mas não encantou, tendo sido prejudicado por sua performance olfativa em taça. Um vinho que merece uma nova avaliação num futuro próximo, hoje não foi bem tendo obtido uma nota média abaixo de seu potencial, ou assim penso, de 84,05.

Bordeaux 008Chateau Noaillac 2005 (Decanter) – Paleta olfativa complexa em que aprece bastante fruta compotada, caramelo, baunilha, algo floral com algumas nuances de defumado, muito interessante e convidativo. Na boca mostrou-se ainda algo novo, apesar de já muito saboroso e apetecível, com taninos finos ainda algo firmes, mas sem qualquer agressividade, corpo médio para encorpado, bom volume de boca, rico, harmônico com um final muito agradável de boa persistência. Nitidamente um belo vinho de maior guarda, que se beneficiará, e muito, com mais um par de anos em garrafa (*** na revista Decanter), que obteve uma média de 86,68 pontos.

Bordeaux 005Chateau La Guérinnière 2005 (D’Olivino) – nariz algo químico, fruta madura, evoluindo na taça para uma paleta láctea, café, baunilha, chocolate de bastante complexidade mesmo que não muito intensa, esbanjando elegância. Na boca é estupendo, para usar um dos muitos adjetivos usados pela banca, mostrando bom volume de boca, taninos firmes e sedosos, ótima acidez e de grande harmonia, com um final literalmente apetitoso que chama mais taça e chama comida. Vinho de muita personalidade que encantou a grande maioria dos mebros da banca degustadora tendo alcançado a nota média de 90,27 pontos.

Bordeaux 010Chateau Lamblin Cuvée Hommage 2003 (La Cave Jado) – paleta olfativa diferenciada (lembro que é orgânico, apesar de não saber se isso é efetivamente relevante nesta análise olfativa) com uva passa, algo floral e incríveis nuances cítricas. Muito boa textura, taninos ainda firmes mostrando ótimo potencial de guarda, acidez moderada, bem equilibrado, corpo médio para encorpado com bom volume e textura mostrando um final sedoso de boa persistência. Muito bom vinho que cresce bastante com tempo em taça, então curta sem pressa de ser feliz. Obteve uma média de 86,09 pontos .

Bordeaux 001Chateau Puycarpin 2006 (Zahil) – este desafiante escalado pela importadora é já bastante calejado no mercado mostrando-se ser muito confiável e constante safra após safra, um verdadeiro campeão de regularidade. Este não foi diferente mostrando boa intensidade aromática, fruta compotada e algo químico (verniz/acetona). Corpo leve para médio, equilibrado e saboroso, fácil de gostar e agradar. Macio, correto, honesto, um vinho que não tem erro, um verdadeiro porto seguro quando falamos de vinhos Bordeaux de gama de entrada. Obteve a média de 86,5 pontos.

Bordeaux 004Calvet Reserve Rouge 2005 (Interfood) – mostra-se agradável no nariz, com fruta madura, salumeria e algo resinoso, mesmo que algo sutil sem grande intensidade aromática. Na boca é leve, franco, sem grande complexidade, redondo e fácil de beber mostrando uma faceta mais moderna e vibrante, perdendo em caráter e tipicidade. Final de boca especiado e um pouco quente de média persistência. Não chega a empolgar, mas é um vinho fácil de se tomar e agradar, tendo obtido a média de 84,77 pontos.

Bordeaux 007Chateau La Monastére 2005 (Expand) – herbáceo, algo floral, balsâmico compondo um perfil aromático interessante, de boa intensidade e complexo. Na boca é leve, suave, taninos sedosos, macios, saboroso e bastante equilibrado, fácil de beber com um final mineral e algo de couro. Não é um blockbuster, mas é um vinho bastante agradável e amistoso que cumpre bem o seu papel mesmo que não transmitindo fortes emoções. Para um evento em que se queira fazer bonito sem gastar muito, esta é uma boa opção. Obteve uma média de 85,32 pontos.

Bordeaux 003Villa Francioni 2005 (Villa Francioni) – fruta madura, especiarias, algo defumado vibrante e franco ao nariz. Boca harmônica com as sensações aromáticas, mostrando-se algo apimentado, saboroso, ótima estrutura, taninos finos e elegantes ainda que levemente verdes neste momento, muito saboroso, equilibrado, complexo, boa textura, final longo, consistente e com grande evolução na taça. Pleno de caráter, não passa despercebido e marca posições apesar de a maioria não o ter identificado como fora de Bordeaux, enquanto outros entenderam que este era o rótulo surpresa, porém o identificaram mais como um top chileno. Dançaram, este é brasileiro mesmo, tendo obtido uma média de 88,73 pontos.

Bordeaux 006Chateau Mamin 2003 (D’Olivino) –  no nariz mostrou-se bastante quimico, vegetal com alguma fruta madura compotada. Houve menção a casca de laranja, mas sinceramente, não a consegui sentir. Na boca é macio, redondo, corpo médio, madeira sutil com acidez adequada e bem equilibrado. Absolutamente pronto a beber não devendo evoluir muito mais em garrafa. Vinho elegante, agradável e fácil de se gostar, tendo obtido a boa média de 86,27 pontos.

Bordeauxs 008Chateau Reynon 2006 (Casa Flora) – chegou em cima da hora, decantou, mas não descansou o que pode ter prejudicado um pouco sua performance. Notas vegetais, canela, mofo, algo floral que lembra violetas, compondo uma paleta olfativa nada sedutora e estranha apesar de a garrafa estar íntegra. Melhora muito na boca quando se mostra muito saboroso, bastante equilibrado, taninos doces e sedosos, cremoso com bom volume de boca e boa persistência com um final com toques de chocolate. Não empolga, mas é um vinho correto que obteve 87 pontos do Robert Parker. Nesta noite obteve a média de 84,68 pontos e mais um vinho que mereceria uma segunda chance.

 

            O resultado final mostra que sim, existe vida fora dos grandes bordeauxs. Com menos complexidade e sofisticação, mas estes “plebeus” estão aí confirmando ser vinhos amistosos e agradáveis, uma bela introdução aos vinhos de Bordeaux cabendo aos amigos fazerem sua própria avaliação, provando-os e confirmando, ou não, os resultados de mais este Desafio de Vinhos. Nesta noite e neste desafio,  esta banca de degustadores assim definiu:  Melhor Vinho , indiscutivelmente, o Chateau La Guérinnière tendo na sua cola o Villa Francioni que se confirma como um dos grandes vinhos brasileiros da atualidade. Em terceiro, com um sprint final impressionante para um vinho que começou mal e evoluiu muito na taça o Chateau Desclau Cuvée Marguerite que deixou para trás o Chateau Noaillac em quarto e o Chateau Puycarpin em quinto, completando o pódio . Com o Melhor Custo x Beneficio o La Guérinnière e a Melhor Compra o Chateau Puycarpin, preço imbatível, com votações quase que unânimes.

          Desta feita, somente dois vinhos foram aquinhoados com a maior nota de cada degustador, só confirmando o quanto estes dois rótulos se sobressaíram sobre os outros. Vejam os preferidos de cada degustador e suas notas:

Chateau La Guérinniére – O Campeão da Noite

  • Marcel Proença – 91,5
  • Alvaro Galvão – 89
  • Francisco Stredel – 91
  • Evandro Silva – 88
  • Dr. Luis Fernando Barros – 90,5
  • Fabio Gimenes – 95
  • José Roberto Pedreira – 93
  • João Filipe Clemente – 89,5

Villa Francioni 2005 – A surpresa

  • Jaerton Eduardo – 90,5
  • Ricardo Tomasi – 93
  • Simon Knittel – 88
  • Ralph Schaffa – 87,5
  • Emilio Santoro – 90

Para finalizar, um delicioso risotto de funghi acompanhado de um vinho italiano da casa (Vinea Store), para dar uma mudada na boca e nos sentidos, um gostoso Rosso Salento “Santi Medici” 2005 elaborado com 100% da uva negroamaro, vinho macio com taninos doces e muito agradável.

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Salute e um kanimambo muito especial a todos que apoiaram e ajudaram a fazer mais este Desafio de Vinhos.

Desafio de Vinhos Bordeaux Abaixo de R$100,00

DSC04501É meus amigos, mais uma vez enormes surpresas numa degustação às cegas, desta feita num Desafio de Bordeauxs muito interessante que realizei com o apoio da Vinea Store, que nos cedeu o local assim como dois vinhos, os costumeiros parceiros Expand, Decanter, Interfood e Zahil afora o aporte de novos como a Cave Jado, D’Olivino e Casa Flora, os quais desde já agradeço pela gentileza e apoio. Como sempre, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Tivemos uma exceção à regra de preço, privilégio da anfitriã, para um rótulo de R$127,00.

               Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas) / Zé Roberto Pedreira, Fábio Gimenes, e Jaerton Eduardo da Confraria de Embu / Marcel Proença (Assemblage Vinhos) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Álvaro Galvão (Divino Guia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier)  e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio. O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da Vinícola Aurora que nos apresentou um espumante lançadoAurora pinot brut 016 no final do ano passado e, pelo que sei, o único Blanc de Noir presentemente produzido no Brasil, o Aurora Pinot Noir Brut, elaborado pelo método Charmat longo. Espumante saboroso e muito fresco que obteve comentários positivos de todos os presentes que se surpreenderam com sua qualidade e mais ainda pelo preço que varia de R$23 a 30 dependendo de loja e Estado. Dourado e brilhante na cor, perlage constante e de bom tamanho, na boca apresenta-se cremoso com ótima acidez que lhe aporta um frescor muito gostoso que pede sempre mais uma taça e deixa na boca um gostinho de quero mais. Um espumante algo diferente, menos cítrico com nuances aromáticas sutis, porém de boa intensidade, que nos fazem lembrar frutas vermelhas frescas, algo de levedura, bom corpo sendo, certamente, um espumante muito fácil de agradar e difícil de não gostar. Ótima opção de um bom espumante nacional com preço super interessante, uma grande dica para festas, casamentos e aquele agradável encontro com os amigos. Este vai freqüentar minha mesa e minha taça com uma certa assiduidade, até porque é difícil eu não abrir um espumante nos fins de semana. Achado!

              Dei inicio ao Desafio com uma surpresa, os 10 vinhos a serem provados não seriam 10, mas sim 11, já que tinha inserido na prova um rótulo totalmente às escuras podendo ser qualquer um, de qualquer origem e cepa, a tal da pimenta no angu que gosto de adicionar aos Desafios, tornando-os ainda mais interessantes. Eis a lista dos Desafiantes da Noite.

Château La Guérinnière 2005

  • Produtor: Lataste SAS Negociant
  • AOC: Saint Emilion – Aessemblage 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon;
  • Importador: D’Olivino – preço: R$98,00. (na Portal dos Vinhos)

Chateau Le Monastere 2005

  • Produtor: Jean Baptite Audy
  • AOC : Côtes de Bourg (Mombrier e Lansac) – Assemblage: 60 % Merlot, 35% Cabernet Sauvignon e 5% Malbec.
  • Importador : Expand – preço: R$ 60,00

Calvet Reserve Rouge Bordeaux 2005

  • Produtor: Calvet
  • AOC: – Bordeaux – Assemblage 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon.
  • Importador: Interfood – preço R$75,00

Cuvée Hommage 2003

  • Produtor: Chateau Lamblin (Orgânico)
  • AOC: Côtes de Bourg – Assemblage 60% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon e 20% Malbec
  • Importador: La Cave Jado – preço R$92,00

Chateau Puycarpin 2006 (Bordeaux Superieur)

  • Produtor: SCA Chateau Puycarpin (GVG – Grands Vins de Gironde)
  • AOC: Côtes de Castillon – Assemblage 60% Merlot, 30% Cabernet Sauvignon e 10% Cabernet Franc.
  • Importador: Zahil – preço R$69,00

Chateau Noaillac 2005 (Cru Bourgeois)

  • Produtor: Chateau La Tour de By
  • AOC: Médoc – Assemblage: 55% Merlot, 40% Cabernet Sauvignon e 5% Petit Verdot
  • Importador: Decanter – preço R$104,00

Chateau Desclau Cuvèe Marguerite 2002 (Bordeaux Superieur)

  • Produtor: Chateau Desclau
  • AOC:  – Assemblage 43% Merlot, 25% Cabernet Sauvignon, 23% Cabernet Franc, 7% Malbec e 2% Petit Verdot.
  • Importador: Vinea Store – Preço R$98,00

Chateau Fleur Mamim 2003

  • Produtor: Lataste SAS Negociant
  • AOC: Graves – Assemblage 70% Merlot e 30% Cabernet Sauvignon
  • Importador: D’Olivino – Preço R$89,00 (na Portal dos Vinhos)

Chateau Reynon 2006

  • Produtor: Denis Dubourdieu
  • AOC: Premiére Côtes de Bordeaux – Assemblage de 80% Merlot e 20% Cabernet Sauvignon.
  • Importador: Casa Flora preço R$100,00

Chateau la Raze Beauvallet 2005 (Cru Bourgeois)

  • Produtor: Chateau La Raze Beauvallet
  • AOC: Médoc – Assemblage 60% Cabernet Sauvigon, 34% Merlot, 5% Petiti Verdot e 1% Cabernet Franc.
  • Importador : Vinea Store preço R$127,00

 e o elemento surpresa gentilmente cedido pela Villa Francioni de Santa Catarina.

 Villa Francioni (VF) 2005

  • Produtor: Villa Francioni
  • Região: São Joaquim, Santa Catarina, Brasil
  • Assemblage: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec
  • Preço : Por volta de R$105,00

Desafio Bordeaux 015

Acima os Desafiantes ao final da prova, quem terá sido o ganhador, o melhor custo x beneficio e a melhor compra? Isso vocês saberão amanhã já que este post já está demasiado longo e ainda teria que falar de todos os vinhos o que, mesmo para os meus padrões (rsrs), se estenderia para além do tolerável. Sorry, respeitem minha mamma (rs), e nos vemos amanhã por aqui.

Salute e kanimambo.

Desafio Bordeauxs Até R$100,00

Existem bons vinhos de Bordeaux abaixo de R$100? Sim existem e já são inúmeros os rótulos de vinhos originados Mapa bordeaux 2desta região disponíveis nos importadores e lojas. Há pouco tempo atrás estive num evento em que diversos desses rótulos foram degustados e daí a idéia de fazer este Desafio. Afora os vinhos provados e comentados no Garimpando Bordeaux, conheço diversos bons rótulos no mercado que mereceriam estar presentes neste Desafio de Bordeauxs até R$100, prova de que mesmo nessa região reconhecidamente cara, existe sim vida fora do universo dos grandes vinhos e não é pouca. Sejam da margem esquerda, direita ou entre entre-deux-mers este Desafio, junto com eventos como o de “Bordeaux ao seu Alcance”, promovido pelo CIVB (Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bordeaux), visam divulgar essa mensagem e ao mesmo tempo compartilhar com os amigos algumas dessas descobertas.

             Estes Desafios de Vinhos que promovo, como já sabem aqueles que regularmente acessam o blog (valeu gente!), é itinerante e pretende não só falar dos vinhos, mas também falar dos novos lugares que conhecemos e compartilhá-los com o leitor. Desta feita vamos estar num lugar super especial e sobre o qual falo muito, mas ainda não tinha mostrado. É um local super aconchegante, charmoso, simpático e único na cidade em função de suas características, é a Vinea Store. Loja e importadora de vinhos com um incrível Jardim Gourmet, é um lugar idílico com vinhos para todos os gostos e, importante, bolsos também.

Clipboard Vinea 1

           Enviei um e-mail para os meus principais parceiros e alguns já apontaram seus representantes aos títulos de; Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra. Outros ainda estão por se definir ou enviaram, mas ainda não chegaram o que talvez venha a resultar em algum “forfait”. De qualquer forma, eis alguns dos Desafiantes já confirmados com a Vinea podendo escalar dois por ser a anfitriã do evento:

  • Vinea Store – Chateau Desclau Cuvèe Marguerite 2002

                         –  Chateau la Raze Beauvallet 2005 – Médoc

  • Decanter – Chateau Noaillac 2005 – Médoc
  • D’Olivino – Château La Guérinnière 2005 – Saint Emilion
  • Zahil – Chateau Puycarpin 2006 – Côtes de Castillon
  • La Cave Jado – Cuvée Hommage 2003 – Côtes de Bourg
  • Expand – Chateau Le Monastere 2005 – Côtes de Bourg
  • Interfood –   Calvet Reserve Rouge Bordeaux 2005

Casa Flora, Ana Import, Vinci e Mistral ainda estão por definir, mas pelo menos um deles está confirmado só que tenho que soltar o post, então depois faço a revisão. Desta feita não sei se incluirei um vinho surpresa totalmente às escuras, ainda estou por definir, mas é algo que gosto de fazer já que dá um têmpero interessante à degustação. Depois detalho os vinhos, mas por enquanto fica a dúvida, quem será que faturará mais este embate? É as cegas, então tudo pode acontecer.

Aurora Blanc de Noir 004Como sempre, começaremos o Desafio preparando o palato para o que está por vir e para isso, poucos caldos são tão próprios quanto uma boa taça de espumante. Nesses dias, busco trazer rótulos menos conhecidos ou recém lançados para que a banca de degustadores possa conhecer esse novo produto que depois será compartilhado com os amigos leitores. Desta feita, provaremos o único Blanc de Noir brasileiro, de que tenho conhecimento, o Aurora Brut elaborado pelo método charmat com 100% de Pinot Noir. Eu já provei, mas não vou adiantar nada não!

Salute e kanimambo.

Desafio Merlots do Mundo – Resultado

            Bem, eis finalmente os resultados desta gostosa prova com desafiantes de todos os lados de nossa vinosfera, um total de 10 países presentes ao Desafio. Prepare-se, são doze vinhos então este post tem chão! Como sempre, ressalto o fato de que o conceito destes Desafios de vinhos é tentar mostrar uma visão do produto por parte do consumidor através de um perfil bastante heterogêneo dos participantes da banca degustadora não sendo, consequentemente, uma visão de criticos profissionais do setor. Ou seja, aqui, afora aspectos técnicos, considera-se a emoção que o vinho despertou ao ser tomado. Não é para isso que você toma vinho? 

          Exceção feita ao Casillero Del Diablo Merlot 2007, todos os outros vinhos foram decantados, tendo depois voltado para a garrafa e adega, de forma a não perder a temperatura de serviço. Antes de iniciar, quero agradecer aqueles que contribuiram para que este Desafio pudesse ser realizado; A Trattoria do Pietro no Shopping Open Center no Morumbi, os importadores, Expand / Interfood / Decanter / Mistral / Wine Society / Casa Flora / Portuscale / Vinhos do Mundo e VCT Brasil assim como a Miolo e Valduga.

             Eis o resultado conforme ordem de serviço, lembrando que a degustação foi feita totalmente às cegas. Por serem 12 membros na banca, optei por eliminar as menores e maiores notas dadas a cada um dos vinhos. Ao final, listo os jurados e a escolha de cada um como melhor vinho da noite e, afora este resultado, apuramos também, o Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra através do voto de todos. Não tive muito tempo para pesquisar pontuações internacionais de cada vinho, para mero efeito comparativo, porém como tenho acesso à Wine Spectator, pesquei o que deu lá. Quem tiver outras fontes de pontuação e queira colaborar, basta enviar-me a informação como comentário. Os comentários são um mix do que os degustadores marcaram em suas fichas padrão ABS. Vamos lá.

Label La ButteChateau La Butte Viellies Vignes 2005, o desafiante Francês de Bordeaux, berço da Merlot, originado de vinhedos com mais de 50 anos. Preço USD43,50 estando disponível na Mistral. Aromas delicados de frutas madura, algo resinoso com nuances herbáceas, na boca mostra-se saboroso, com taninos sedosos, boa acidez algo ligeiro e não muito longo. Um vinho com uma personalidade “amistosa” , fino e elegante, corpo médio, bastante agradável e fácil de tomar. Nota média obtida 82,15.

 

Label Fabre Montmayou Gran Reserva MerlotFabre-Montmayou Patagônia (Infinitus) Gran Reserva 05, a Argentina não é berço de grandes Merlot, mas este eu conhecia e fiz questão de o colocar na roda como digno representante de nuestros irmanos! Com 89 pontos na Wine Spectator, é um vinho de que gosto bastante e tem um preço de R$98,00 estando disponível na Expand. Balsâmico, especiarias, com nuances químicas no nariz. Na boca é bastante complexo, de bom corpo, boca cheia, equilibrado e muito saboroso com final de boa persistência em que aparece baunilha e algo de chocolate. Nota média obtida 86,25 pontos.

 

label - Miolo TerroirMerlot Terroir 2005, o primeiro de nossos representantes tupiniquins com um preço ao redor de R$65,00 tendo sido pontuado na degustação da Freetime, com 88,7 pontos. Frutas negras, madeira algo de tabaco no nariz. Na boca apresenta-se frutado, equilibrado mostrando boa acidez e taninos aveludados, bom volume de boca, saboroso com um final de boca longo deixando um leve amargor residual que não chega a incomodar. Obteve a média de 85,35 pontos.

 

Label Planeta MerlotPlaneta Sicília Merlot 2005, o desafiante italiano, que conheci numa degustação promovida pela Interfood, o importador deste produtor. Preço R$143,00 possuindo uma pontuação de 85 pontos na Wine Spectator. Eu dei mais, a média deu menos, uma degustação ás cegas é isso mesmo e tem que ser respeitada. Aromas de frutos negros, algo de especiarias, talvez cravo, na boca é um vinho encorpado de perfil moderno, robusto com o álcool um pouco predominante. Final longo e complexo, talvez presicasse de um pouco mais do que a uma hora que teve de decantação e, certamente, cresceria muito com comida. Nota média obtida 84,20.

 

Label Marques de Casa ConchaMarqués de Casa Concha 2006, desafiante chileno (produzido pela Concha y Toro) e mais um que fiz questão que estivesse presente até porque é reconhecidamente conceituado como um dos melhores Merlots chilenos, neste caso com 90 pontos da Wine Spectator e um preço na Expand, sua importadora, de R$78,00. Bastante químico no nariz, fruta madura e nuances de café que se intensificam com o tempo em taça. Equilibrado, firme e harmônico com taninos finos, corpo médio, cremoso com taninos aveludados e muito saboroso com bom volume de boca e bastante longo. Confirmou o que se esperava dele tendo obtido uma nota média de 88,35 pontos.

 

Merlot Storia labelStoria 2005, mais um Desafiante tupiniquim produzido pela Casa Valduga e merecidamente reconhecido hoje como um dos melhores vinhos nacionais tendo obtido 88,7 pontos na degustação de Merlots brasileiros da Freetime. Saiu para o mercado a R$85,00, mas as poucas  garrafas que se acham no mercado estão entre R$110 a 120,00. Complexo nos aromas, fruta madura, capuccino, algo floral entrada de boca marcante, denso, fruta compotada, taninos doces em total equilíbrio com a boa acidez deixando-o redondo, rico, aliando potência e elegância num final de muito boa persistência. Alguns dos adjetivos das fichas; belo, vinhaço, espetacular o preferido de seis dos doze degustadores. Efetivamente um grande vinho que se comportou especialmente bem no Desafio desta noite tendo obtido uma nota média de 90,75 pontos.

 

Label Smithbrook MerlotSmithbrook 2005 foi o Desafiante australiano e o único com uma maior participação de outras cepas que não Merlot. A regra é no mínimo 85% e este apresentou 86%, com o restante sendo composto de 12% Cabernet Sauvignon e 2% Petiti Verdot. Já tinha provado, e gostado, deste vinho em uma outra ocasião e apesar de esta não ser uma uva relevante na produção australiana, assim como na Argentina, este mostrou-se um digno representante. É trazido pela Wine Society e é comercializado por cerca de R$75,00. No nariz mostrou-se algo químico, especiado com nuances de menta. Na boca é bastante rico, bom volume de boca, complexo com alguns toques herbáceos, taninos aveludados, corpo médio, de final elegante e bem equilibrado que evolui na taça para aromas achocolatados. Obteve a média de 86,80 pontos.

 

Label Fleur du Cap UnfilteredFleur du Cap Unfiltered Merlot 2005, importação da Casa Flora com preço sugerido ao consumidor, em torno de R$83,00 e foi o Desafiante que representou a África do Sul nesta agradável noite. Aromas de boa tipicidade e intensidade. Taninos doces ainda com forte presença, equilibrado, algo fechado mostrando todo o seu potencial de guarda. Mais um país onde a Merlot não é das uvas de maior destaque, mas este mostra muitas qualidades, boa persistência e potencial de desenvolvimento. Nota média obtida 86,70.

 

Label Casillero MerlotCasillero Del Diablo Reserva 2007, o vinho surpresa da noite, colocado na lista sem o conhecimento de nenhum dos convidados. O Pizatto Reserva 2005, o outro surpresa que pretendia colocar, lamentavelmente foi um “no show”, então este ficou sozinho disputando contra rótulos de valor agregado bem mais alto. O vinho é importado e distribuído pela VCT Brasil (Concha y Toro) e custa em média R$30,00. Aromas, mais uma vez, mostrando fruta madura, nuances herbáceas e algo químico uma constante em boa parte dos vinhos provados. Na boca é macio, rico de sabores, redondo, taninos doces e sedosos, acidez balanceada, um vinho muito saboroso e fácil de se gostar. Talvez não apresente a mesma complexidade de outros vinhos, mas é muito bem feito, confirmando minha primeira impressão ao degustar toda a linha 2007 da Casillero em meados do ano passado, este varietal é certamente um dos melhores. Na Wine Spectator obteve 85 pontos e neste Desafio obteve uma média de 86,05 pontos sendo o preferido de dois dos degustadores.

 

Label Abadal 5Abadal 5, o representantes espanhol trazido pela Decanter é um corte de cinco clones de origens (Califórnia, França e Itália) e parcelas diferentes dentro do vinhedo. Seu preço estão ao redor de R$113 e esperava ansioso por conhecê-lo. É tímido nos aromas algo balsâmicos e químicos com fruta compotada em segundo plano. Na boca mostrou-se algo herbáceo, taninos ainda firmes e adstringentes, carnoso e untuoso, boa estrutura, aparecendo um certo desiquilibrio e amargor final que incomodou a maioria. Como o Innominabile II no Desafio Assemblage, acho que este vinho merece uma segunda chance pois, apesar de a rolha não apresentar problemas aparentes, é certo que não se apresentou bem neste embate. A Wine Spectator deu-lhe 78 pontos e o Guia Penin 89, aqui ele obteve a média de 80 pontos.

 

Label Wente Crane RidgeWente Crane Ridge Merlot 2004, elaborado por um dos mais antigos produtores americanos, este californiano representou a terra de Tio Sam, 79 pontos da Wine Spectator, neste Desafio. Este foi o segundo rótulo que não era 100% merlot, apresentando um corte de 2% , acreditem, de Touriga Nacional. É trazido pela Vinhos do Mundo e custa em torno de R$98,00. Lembrando que o Desafio era às cegas, os principais comentários aos seus gostosos e intensos aromas era de que nos lembrava Vinho do Porto! Será que 2% de Touriga podem fazer toda essa diferença? Untuoso, rico, ótima estrutura com bom volume de boca, taninos sedosos, macios, muito harmônico com um longo e saboroso final de boca lembrando bala toffee. Um vinho que talvez fosse tecnicamente inferior a alguns outros, mas que teve a ousadia de mexer com as emoções das pessoas tendo gerado um burburinho na mesa. Só por isso já levou uns pontos a mais tendo totalizado a média de 89,30.

 

Label Ma PartilhaMá Partilha 2001, produzido pela Quinta da Bacalhôa nas Terras do Sado em Portugal, é o digno representante Luso, mostrando que os vinhos varietais de uvas internacionais também têm vez por lá. Como o La Butte, é um vinho mais elegante e fino, pronto a beber, talvez até já mostrando alguma fadiga pelo tempo já que era o único no painel com 8 anos de vida. Em função disso, somente o decantamos por meia hora, evitando uma maior oxigenação do vinho. Nos aromas é algo tostado, frutas secas e café sem muita intensidade. Na boca é sedoso, macio e harmônico, faltou-lhe um pouco mais de corpo (idade?), saboroso, mostrando uma certa finesse que normalmente a idade nos traz. Odiado por uns e esnobado por outros, a nota final obtida foi de 86,05.

               O resultado final comprovou a fama e mostrou uma performance incrível de nosso representante Brasileiro o Storia da Casa Valduga como o grande campeão da noite, um verdadeiro “Best in Show” especialmente bom neste Desafio mostrando porque o elegi como um dos Melhores Vinhos de 2008 ! Só para que se tenha uma idéia, a nota mais baixa recebida pelo Storia nesta noite, foi de 88,5 pontos. Este eu gostaria de ver em mais degustações ás cegas num embate com os grandes de outros países tanto do velho como no novo mundo. A meu ver, é um vinho que extrapola a origem tendo se transformado num vinho marcante em qualquer lugar do mundo. Opinião de plebeu, mas vero!  Logo a seguir, em segundo lugar, uma das grandes surpresas da noite, o desafiante americano Wente Crane Ridge e em terceiro o sempre seguro Marquès de Casa Concha, o representante chileno nesta disputa. Para finalizar o pódio, em quarto lugar o australiano Smithbrook e em quinto o sul africano Fleur du Cap Unfiltered. Como Melhor Relação Custo x Beneficio o Casillero del Diablo 2007,  escolhido por unanimidade, e a Melhor Compra o Wente Crane Ridge, provavelmente em função de sua capacidade de emocionar.

           Como disse ontem, acho que a banca mostrou uma certa tendência “novo mundista” neste embate de bons e representativos Merlots do Mundo, mas não acredito que isto possa ter influência direta já que os primeiros lugares dificilmente mudariam em qualquer outra circunstância.  Alguns vinhos poderiam ter se dado melhor, mas o resultado e a performance dos ganhadores, nesta noite específica, é incontestável. Pois bem, estes foram os vinhos escolhidos como o melhor da noite por cada um dos membros da banca e sua pontuação:

  • Emilio – Storia – 92 pontos
  • Denise – Wente Crane Ridge – 93pontos
  • Evandro – Casillero – 91 pontos
  • Luis Fernando – Marqués – 89 pontos
  • Cristiano – Storia – 91 pontos
  • Marcel – Wente Crane Ridge – 90 pontos
  • Jaerton – Storia – 94 pontos
  • Fabio – Storia – 90 pontos
  • Francisco – Casillero – 90 pontos
  • Zé Roberto – Wente Crane Ridge– 92 pontos
  • Alexandre – Storia – 93 pontos
  • João Filipe – Storia – 93 pontos (tinha dado 90 na Freetime)

Panorama Desafio Merlots da Trattoria do Pietro

Trattoria do Pietro – Av. Dr. Guilherme D. Vilares 1210 – Shopping Open Center – Morumbi – São Paulo – Tel. (11) 2579.6749

Grande Desafio Merlots do Mundo

Fotos Pietro 006Realizado nas agradáveis instalações da Trattoria do Pietro, onde fomos muito bem recebidos pelo Juan, Armando, Roberto e equipe na última segunda-feira dia 23, tivemos algumas gratas surpresas e outras nem tanto. Foram 12 vinhos provados, tivemos um “no show”, todos de boa qualidade, mas verdade seja dita, a banca mostrou estar mais inclinada ao estilo novo mundo do que ao do velho o que pode ter influenciado o resultado final deste Desafio.

               Para começar nossas atividades e preparar o palato para uma maratona que nos esperava, iniciamos com a degustação de um espumante muito Casillero brutagradável e novo no mercado. É o Casillero Del Diablo Sparkling Brut Reserva, elaborado com 100% de uvas Chardonnay do Vale do Limari. Padrão Concha y Toro, que dificilmente erra a mão, e certamente uma grande adição à linha da Casillero Del Diablo. Muito mineral, fresco, vibrante, perlage abundante, fina e persistente, cítrico com um toque suave de leveduras, muito saboroso, bem feito e de boa persitência. Com um preço ao consumidor aproximado de R$73 a 75,00, surpreende por se tratar de um produto para o qual o Chile não tem mostrado muita aptidão até agora.

               Após a prova, tivemos o prazer de aproveitar o que tinha nos sobrado nas taças acompanhando uma massa e um chateaubriand ao molho madeira servido pela Trattoria. De ressaltar a leveza deste ravioli recheado de mussarela de búfala coberto por um saborosíssimo molho Pietro, uma especialidade da casa que recomendo. Para terminar esta introdução ao Desafio, os resultados e resenha dos vinhos apresento amanhã, não poderia deixar de agradecer ao Roberto que nos atendeu maravilhosamente bem junto com sua equipe e ao Pires do estacionamento do Open Center que, devido ao adiantado da hora e necessidade de fechamento do estacionamento, teve a gentileza de retirar todos os carros e estacioná-los na rua em local apropriado.

             Sempre há correções a serem feitas, estamos apenas no quarto Desafio, mas certamente foi mais uma agradável noite de descobertas e conhecimento. Presentes os degustadores costumeiros:  Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas) / Zé Roberto Pedreira, Fábio Gimenes, e Jaerton Eduardo da Confraria de Embu / Alexandre Frias (Diário de Baco) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa), Marcel Proença (Assemblage Vinhos) e eu.  Abaixo a fotos dos desafiantes perfilados após o embate. Amanhã veremos quem faturou o titulo de; Melhor Vinho / Melhor Relação Custo x Beneficio e melhor Compra.

Merlots do Mundo 009

Salute e Kanimambo

Novo Desafio – Merlots do Mundo.

Meus amigos, mais um Desafio de Vinhos se avizinha, desta vez com 13 rótulos! Não será um Desafio, será uma maratona, mas vamos que vamos. Colocarei na disputa Merlots do Mundo com a inclusão de dois fortes participantes brasileiros o Miolo Terroir e o Storia, ganhadores que foram da degustação de merlots nacionais realizada pela revista Freetime. Vejam abaixo a lista dos Desafiantes a; Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, títulos que serão outorgados pela média de notas e votação dos membros da banca presentes.

  • De Portugal o Má Partilha 01, para mostrar que o país não só vive de uvas autóctones – Quinta da Bacalhôa / Portuscale – R$120,00
  • Da Argentina o Fabre Montmayou Patagonia Gran Reserva 05, vinho que provei há uns tempos atrás e me encantou mostrando que a Merlot também dá bons vinhos por lá – Expand – R$98,00
  • Da Espanha o Abadal 5 de 2003, um corte de cinco clones de origens (Califórnia, França e Itália) e parcelas diferentes dentro do vinhedo – Decanter – R$113,60.
  • Da Australia o Smithbrook 05, dentro do limite mínimo exigido pela banca (85%) possuindo 86% de Merlot. Um dos poucos a não ser 100% Merlot – Wine Society – Austrália– R$75,00.
  • Do Chile o Marqués de Casa Concha 05, desafiante que dispensa apresentações – Expand – R$78,00
  • Da África do Sul o Fleur du Cap Unfiltered Merlot 05 – África do Sul – Casa Flora – R$83,00
  • Do Brasil o Storia 05Valduga – Brasil – R$105,00 (de R$90 a 120)
  • Do Brasil Miolo Terroir 05Miolo – Brasil – R$65,00
  • Da Itália o Planeta Merlot 05, mais precisamente da Sicília e um dos Desafiantes mais respeitados e conceituados – Interfood – R$143,00.
  • Dos Estados Unidos o Wente Crane Ridge Merlot 04, de um dos produtores americanos mais antigos, este vinho contém 98% de Merlot, os outros 2% conto depois – California/EUA – Vinhos do Mundo – R$98,80
  • Da França o Chateau La Butte Vieilles Vignes 2005, um Desafiante de peso vindo da região berço da Merlot no mundo – Bordeaux/França – Mistral – USD43,50.

Afora estes onze Desafiantes listados acima, escalei dois desafiantes surpresa que serão apresentados somente após o término da contenda que, como de praxe, será realizada às cegas. Como 13 não é um Fotos Pietro 005número que traz bons fluidos, talvez ainda inclua um décimo-quarto desafiante ainda a ser escolhido. O Embate será realizado nas aconchegantes instalações da Trattoria do Pietro no Morumbi, ali próximo ao Portal do Morumbi na Av. Guilherme D. Vilares 1210, no shopping Open Center. Parceiro da Decanter, como este blog, possui uma carta de bons vinhos e pratos saborosos com preços honestos, tendo tudo para vir a se tornar mais um parceiro de Falando de Vinhos.

Em breve retorno com mais noticias sobre este embate. Quem ganhará, brasileiro ou estrangeiro? Quer arriscar um palpite?

Salute e kanimambo.