DESAFIO de VINHOs

ASSEMBLAGE VINHOS – Fruto de uma Paixão.

É assim, com paixão, que a maior parte das coisas boas da vida se iniciam e foi isso que fez com que a Bete e o Marcel decidissem por abrir uma loja de vinhos. Moradores da Granja Viana, sentiam falta de uma loja diferenciada com foco exclusivo em nossa Vinosfera. Foi assim que a loja saiu do papel para a Praça do Sino aqui no centrinho da Granja Viana. Inicialmente sob a bandeira da Grand Cru, desde Abril deste ano a loja se tornou multimarcas, transformando-se na ASSEMBLAGE VINHOS. As amarras foram cortadas e surge uma loja com conceito mais amplo e de maior diversidade. Foi lá que, na Segunda-feira dia 25 de Maio passado, tivemos o privilégio de realizar nosso terceiro Desafio de Vinhos, o Desafio de Vinhos Assemblage do Novo Mundo que Cabem no Bolso sobre o qual, já postei os comentários sobre os vinhos assim como o resultado de Melhor Vinho, Melhor Relação Custo x Beneficio e Best Buy. Este post, no entanto, não é sobre o Desafio e sim sobre a Assemblage Vinhos, então falemos da loja.

Com cerca de 700 rótulos hoje disponíveis, é hoje uma das principais lojas da região mostrando uma grande diversidade em seu portfolio. Vinhos da Grand Cru, obviamente, fazem parte de seu mix que agora possui vinhos também da World Wine, Mistral, Zahil, Vinhos do Mundo, Reloco, Cone Leste, Prima Línea (importador especializado em vinhos italianos, também daqui do pedaço) e, certamente, outros ainda virão. Mas aqui não há só vinhos. Há taças da Schott Swiezel e outros acessórios, uma seleção de cervejas especiais com a carta ainda em fase de expansão, cursos, degustações, eventos, etc. Como diz a Bete, “Claro, a loja é um negócio, mas temos o “gosto” pelo vinho e continuamos achando que a Granja é um mercado interessante. Temos que conquistar os moradores que hoje fazem sua vida (inclusive enófila) por São Paulo e mostrar que aqui o R$ é o mesmo, estamos perto e prezamos pelo cliente, ele não é só mais um número que ligou para o telemarketing da Importadora XXX para fazer seu pedido”. Certamente algo a ser levado em conta.

Dentro os inúmeros bons rótulos constantes do portfolio da Assemblage Vinhos, a Bete e o Marcel pinçaram os que seguem abaixo. De acordo com eles, a loja está repleta de bons rótulos com preços justos, dos de menor ao de maior preço, e eu assino em baixo, mas estes são alguns que eles destacam:

  • Coronas Tempranillo – Catalunya – Espanha –  Intenso nas frutas vermelhas e negras, vinho direto e excelente combinação com queijos cremosos e paelha – R$45,00
  • Yacochuya – Salta / Argentina, um vinho de concentrado, viscoso e complexo, com 92/95 pontos de Robert Parker – R$245,00
  • Lagarde Syrah – Mendoza / Argentina – Com aroma terroso e final de café, remete às frutas secas, menta, tabaco e frutas vermelhas maduras, um excelente exemplar com  Syrah, com excelente custo benefício. – R$44,00
  • Andeluna Malbec –  Mendoza / Argentina – Complexo aroma de frutas e flores diversas, com toque de doce de leite e chocolate, proveniente do carvalho, vinho que também possui a consultoria de Michel Rolland – R$46,00
  • Casa Silva Gran Reserva Carmenere – Valle do Colchagua / Chile – Vinho de cor rubi, profundo e intenso, com aromas de chocolate, ameixas e café, que se completam em perfeita harmonia; Los Lingues é um vinho poderoso, contudo muito elegante e com longos finais – R$90,00
  • Panarroz – Jumilla / Espanha – Vinho de cor Rubi intenso, com notas condimentadas num frutado cheio e rico, tons achocolatados, frutas como cereja e cassis, vinho bem agradável, redondo e equilibardo na boca – R$50,00
  • Catena Malbec – Mendoza / Argentina – um grande Malbec argentino, o Catena já se tornou um grande clássico.- R$61,00
  • Chateau Pichon Baron –Longueville 2004 –  Bordeuax – França – Uma maravilhoso exemplar de Bordeuax, vinho muito marcante e de elegância indiscutível, com 93 pontos de Robert Parker – R$599,00
  • Clos de Lambrays Grand Cru – Borgonha / França  – Domaine de Lambrays – com 94 pontos da Wine Spectator – Um excelente tinto, com notas de cereja, roas e sândalos, estruturado de final forte e refrescante – R$706,00
  • Manso de Velasco – Chile – Complexo e intenso, vinho de força e elegância que em degustação às cegas ganhou de Almaviva e Sena – excelente custo benefício – R$155,00

Aliás, a Bete me confidenciou que chegou um Carmenére novo, por apenas R$25,00 ou próximo disso, que é uma grande pedida! Ou seja, vinhos para todos os gostos e bolsos. Para o dia-a-dia e para comemoração, do simples e gostoso ao sofisticado, fino e essência dos grandes néctares, você escolhe. Loja bonita, gente simpática, bons vinhos, certamente merece uma visita e eu a recomendo como mais uma das lojas parceiras que ajudam a fazer deste blog o que ele é. Na região, diversos bons restaurantes para você desfrutar de um agradável almoço ou jantar aproveitando o passeio. Ah, já estava me esquecendo, dependendo da região e pedido, dá para entregar também. Basta ligar e consultar.

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Rua José Felix de Oliveira, 866 – acesso pela Raposo Tavares Km24 – Tel. 4702.3832 ou 4617-4129

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Salute e kanimambo.

Desafio de Vinhos – Blends que Cabem no Bolso.

Este foi o terceiro Desafio de Vinhos itinerante promovido por Falando de Vinhos e um dos mais interessantes já que busquei trazer desafiantes que fossem fáceis de encontrar e, acima de tudo, que fossem de preço bom, no máximo até R$85,00. Á lista dos sete rótulos previamente definidos: Fantail 2003 / Trumpeter Reserva 2005 / Salton Talento 2005 / Villaggio Grando II / Mitchelton Crescent 2005 / J. Carrau Pujol 2004 e Villard L’Assemblage Grand Vin 2005 , adicionei dois vinhos surpresa; o Palo Alto 2007 e o Rio Sol Assemblage básico 2006, perfazendo nove desafiantes aos titulos de; Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Best Buy da noite. Antes de tudo, os meus agradecimentos à Expand, Decanter, Zahil, Wine Society, Salton, Villaggio Grando e Assemblage Vinhos por terem gentilmente cedido os vinhos para a prova.

A prova foi realizada na Assemblage Vinhos (fechada em finais de 2009) aqui na Granja Viana. Aqui compareceram, desta feita, um total de dez pessoas, mais a Bete e o Marcel (proprietários), perfazendo uma eclética banca julgadora de 12 membros. Estiveram presentes o Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), Zé Roberto Pedreira, Fábio Gimenes, Alexandre Frias (Diário de Baco), Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Denise Cavalcante (Assessora de Imprensa), Jaerton e eu. Devido ao maior numero de participantes, optei por anular a pior e a melhor nota dada a cada vinho. Agora falemos dos vinhos e dos resultados obtidos, vamos descobrir quem ganhou a noite.

 

  • Fantail 2003 – corte sul africano de Merlot / Cabernet / Pinotage / Malbec / Pinot e Cabernet Franc – Importador Expand – preço R$55,00. Um vinho que poucos conhecem e que veio substituir um dos meus campeões de custo x benéfico, o Goats do Roam red que queria que o pessoal conhecesse assim como gostaria de ter visto como se comportaria frente a frente com vinhos bem mais caros. Não foi possível, estava esgotado, então veio seu substituto que fez bonito. Aromas não muito intensos onde aparecem suaves frutas do bosque e algo herbáceo. Na boca se apresenta muito macio, redondo com taninos sedosos e sem arestas, num final de boca não muito persistente lembrando café torrado. Obteve uma pontuação média de 83,65.
  • Rio Sol Assemblage 2006 – o mais básico da família elaborado com um corte igual de Cabernet Sauvignon e Syrah, vindo da região do Vale do São Francisco no nordeste brasileiro. Um dos vinhos surpresas da noite, estava aqui por duas razões; preço (carca de R$19 em média) e por ter sido eleito na Expovinis 2008, o melhor tinto nacional conjuntamente com o Marson Cabernet Sauvignon Gran Reserva deixando para trás grandes nomes da produção Brasileira. Esta era a prova dos nove. Pessoalmente, acho o vinho gostoso, fácil de beber, bastante equilibrado e um porto seguro nas horas de caixa mais baixo, concorrente direto dos vinhos argentinos de baixo valor para o dia-a-dia. Nesta noite não empolgou, especialmente na comparação direta com vinhos de maior gabarito, mas teve seus seguidores, inclusive com votos para Best Buy. Nariz tímido sem muita intensidade expressando-se melhor na boca quando apresenta um bom volume, frutado, especiado, final de média persistência com boa acidez e equilíbrio. Obteve a pontuação média de 79,85.
  • Trumpeter Reserva 2005 –  representante argentino, corte de Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Malbec – Importador Zahil – Preço R$64,00. Um dos vinhos das Bodegas Rutini, Trumpeter, menos conhecido no mercado e, a meu ver, um dos melhores desta linha. Nariz frutado e algo floral bastante franco. Na boca é mais complexo, de boa estrutura, equilibrado com taninos maduros e aveludados, final de boca saboroso e elegante de média persistência, fruta, especiarias, algo de caramelo, boa acidez convidando a um bom prato, melhor se for carne. Pontuação média obtida, 85,35.
  • Salton Talento 05 – corte de Cabernet Sauvignon / Merlot e Tannat – Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha – Preço médio de R$58,00 e reconhecidamente um dos melhores vinhos nacionais. O nono e último desafiante a se apresentar na noite com uma diversa linha de opiniões que passando por todos os estágios, de fraco a sensacional, foi um vinho que causou discussão passando longe da uniformidade de pontuação. No olfato, uma certa timidez inicial que vai se abrindo na taça de forma sutil e delicada mostrando aromas de ameixa, cassis com algo de chocolate. Na boca mostra bom corpo, fruta madura, boa acidez, taninos finos e aveludados ainda bem presentes num final de boca bastante redondo e de boa persistência, harmônico enchendo a boca de prazer. Pontuação média obtida 87,10.

Desafio Assemblage 003

  • Villaggio Grando Innominabile II – corte de Cabernet Sauvignon / Cabernet Franc / Merlot / Malbec e Pinot Noir com um toque especial, recebe um blend de 20% do vinho da safra anterior – Santa Catarina – Preço médio ao redor de R$60,00. Um vinho elegante e delicado que tenho recomendado bastante por aqui e tenho visto que o Saul Galvão também lhe tece bastante elogios em seu blog. Nesta noite apresentou-se floral e algo doce ao nariz, fruta madura e toques herbáceos. Halo aquoso bastante amplo na taça, mostrando um vinho já com boa evolução sem grandes perspectivas de maior guarda. Leve, taninos doces já equacionados, final de curta persistência e algo ralo. Pelo que conheço do vinho, mereceria abrir uma segunda garrafa na hora, mas esta estava em casa e fora das condições ideais de serviço. Pontuação média obtida, 78,40.
  • Mitchelton Crescent 2005 – representante australiano, corte de Shiraz, Mouvedre e Grenache importado por Wine Society com preço de R$81,00. Um corte no estilo do Sul da França, regiões de Languedoc e, especialmente, Rhône, muito bem elaborado. Já no nariz começa a mostrar sua complexidade com aromas de amoras silvestres, pimenta algo de cacau. No palato repete a complexidade com bastante elegância, suculento, rico, taninos finos em perfeito equilíbrio com uma acidez que nos dá água na boca e convida à próxima taça. Final saboroso de boa persistência com retrogosto que nos faz lembrar caramelo, café/capuccino. Pontuação média obtida, 86,50.
  • Juan Carrau Pujol Gran Tradicción 2004 – Tannat/Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc – importador Zahil e gentilmente cedido pela ASSEMBLAGE vinhos- Preço ao redor de R$82,00. A meu ver um grande vinho, tanto que fiz questão que ele estivesse presente neste Desafio para mostrar a classe e pujança da industria de vinhos uruguaia. Lamentavelmente a rolha havia vazado e o vinho ficou comprometido. Em algum outro desafio o incluirei, é um belo vinho com uma boa relação Qualidade x Preço x Satisfação.
  •  L’Assemblage Grand Vin 2005 da Villard, um recém chegado rótulo desta excelente vinícola chilena. Corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah – importado pela Decanter com preço de R$78,30. Paleta olfativa de boa intensidade, complexa com muita fruta vermelha, algo balsâmico com nuances florais muito interessantes e bastante cativante. No palato mostra muito boa estrutura, taninos finos firmes, presentes sem qualquer agressividade, muito rico mostrando uma deliciosa complexidade de sabores que nos “obriga” a tomar a taça toda na busca de respostas. Macio, untuoso, final de boca algo mentolada com presença de especiarias e bastante longo. Pontuação média obtida, 86,55.
  • Palo Alto 2007, mais um dos vinhos surpresa da noite produzido por esta bodega chilena que faz parte do grupo Concha y Toro, e importado pela Expand. É um corte majoritário de Cabernet Sauvignon com Carmenére e Syrah que está no mercado por volta dos R$31,00. Fruta madura compotada, café e algo químico no olfato. Na boca é redondo, amistoso, taninos maduros e algo doces, cremoso apresentando uma certa untuosidade, boa persistência e volume de boca, muito fácil de gostar sendo um acompanhamento versátil para a maioria de nossos pratos do cotidiano, uma pasta, pizza de domingo, risoto de funghi, churrasco, etc. Talvez o vinho mais uniforme nas notas, tendo obtido a pontuação média de 85,10.

O grande campeão desta agradável noite foi o TALENTO 2005, seguido por decisão no photochart, pelo Villard L’Assemblage  Grand Vin e o Mitchelton Crescent em segundo e terceiro respectivamente, sendo o pódio completado pelo Trumpeter e Palo Alto. Escolhido como a melhor relação Custo x Beneficio o próprio campeão da noite, o Talento e como Best Buy o Palo Alto, o quinto colocado da noite.

Para começar o desafio e prepararmos o palato para os rótulos que estavam por vir, tivemos a presença fresca e mui agradável do .Nero Brut, ponto-nero brutum produto elaborado pelo novo projeto da Famiglia Valduga, a Domno. Elaborado pelo processo charmat longo, é um espumante muito bem feito, balanceado, boa e delicada perlage de média persistência, saboroso com um final bastante tropical em que sobressai o abacaxi. Este novo projeto caracteriza-se por duas frentes de negócios: a importação de vinhos e a elaboração e exportação de espumantes. A sede da nova empresa, fica as margens da RST 470 Km 224 – Garibaldi, terra dos espumantes, em uma área de mais de 60mil m2,cujas atividades comerciais iniciaram em agosto de 2008. Uma bela opção para iniciar os “trabalhos”, brindando ao que estava por vir e aos amigos presentes. Aos amigos da Domno, meus agradecimentos pela gentileza de prestigiar este Desafio, kanimambo!

O Próximo Desafio, de Junho, será de Merlots do Mundo quando espero poder reunir um total de 12 rótulos, depende de logística, dando-nos um perfil bastante eclético dos vinhos desta cepa vindos dos mais diversos terroirs. Sujeito a confirmação, teremos presentes desafiantes da França, Portugal, Espanha, Austrália, Brasil, Chile, Argentina, África do Sul, Estados Unidos e Itália. Em breve darei mais noticias sobre esse evento que promete muito! Um muito obrigado aos amigos (felizes na foto abaixo) que compareceram e abrilhantaram o resultado final de mais este Desafio de Vinhos.

Banca Desafio Assemblage

Salute e kanimambo.

Salvar

Desafio de Vinhos ASSEMBLAGE

          Neste mês de Maio nosso Desafio de Vinhos contempla blends do novo mundo que cabem no nosso bolso. Blends, cortes, tudo é assemblage e nada mais próprio do que fazer esse Assemblage 001Desafio na ASSEMBLAGE VINHOS, uma linda e aconchegante loja aqui na Granja Viana. Na verdade a loja já existe há pouco mais de um ano porém era uma franquia que, como já visto anteriormente, coisa que dificilmente vinga neste setor. Agora os amigos Bete e Marcel ganharam asas para voar e já começaram. Isso, no entanto, será motivo para outro post.

              Hoje quero mesmo é falar do Desafio de Assemblages do Novo Mundo que cabem no bolso, ou seja, entre R$50 a 85,00 no máximo. Porquê assemblages? Pensei nisso porque a grande maioria dos vinhos do novo mundo disponíveis no mercado, são de varietais e nos acostumamos com isso, porém existem alguns ótimos rótulos de cortes para serem garimpados e provados, quis algo diferente. Com a ajuda de nossos parceiros e da ASSEMBLAGE VINHOS selecionamos alguns vinhos a serem degustados. Eis os desafiantes da noite:

  • Da África do Sul, Fantail 2003 – corte de Merlot / Cabernet / Pinotage / Malbec / Pinot e Cabernet Franc – Importador Expand – preço R$55,00
  •  Da Argentina, Trumpeter Reserva 2005 – corte de Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Malbec – Importador Zahil – Preço R$64,00
  •  Do Brasil, Salton Talento 05 – corte de cabernet Sauvignon / Merlot e Tannat – Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha – Brasil – Preço médio de R$55,00
  • Do Brasil, Villaggio Grando Innominabile II – corte de Cabernet Sauvignon / Cabernet Franc / Merlot / Malbec e Pinot Noir com um toque especial, recebe um blend de 20% do vinho da safra anterior – Santa Catarina – Preço médio ao redor de R$60,00.
  •  Da Austrália, Mitchelton Crescent 2005 – corte de Shiraz, Mouvedre e Grenache importado por Wine Society e preço de R$81,00
  •  Do Uruguai, Juan Carrau Pujol Gran Tradicción 2004 – Tannat/Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc – importador Zahil e gentilmente cedido pela ASSEMBLAGE vinhos- Preço ao redor de R$82,00
  •  Do Chile, L’Assemblage Grand Vin 05 da Villard, um recém chegado rótulo desta excelente vinícola chilena. Corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah – importado pela Decanter com preço de R$78,30.

             Listei aqui sete vinhos, mas realmente serão degustados dois mais, perfazendo nove rótulos. Estes sete deixarei na adega climatizada da ASSEMBLAGE VINHOS ainda hoje, já os últimos dois serão surpresa e levarei de casa já envolvidos em papel alumínio de forma a evitar que qualquer um possa ter prévio conhecimento do que se estará degustando. Depois conto como foi.

Salute a kanimambo.

Grande Desafio Decanter de Vinhos Syrah

                   Na aconchegante Enoteca Decanter cercados de grandes vinhos e simpatia, iniciamos nossa degustação através de um bom Logo Enoteca Decantere bem refrescante espumante Espanhol, o cava L’Hereu de Raventos i Blanc Brut muito saboroso, fresco de perlage fina e abundante, quiçá algo curta, de final mineral. Bem o que precisávamos para preparar as papilas gustativas para o que estava por vir. Os vinhos selecionei junto com o Fred Rezende, gerente da casa, e a degustação seguiu as normas já estabelecidas para os Desafios. Veja o que provamos, a avaliação dos grandes críticos da mídia especializada e as notas da banca degustadora composta pelo Emilio Santoro (Portal dos Vinhos), Dr. Luis Fernando Leite de Barros (médico), Evandro Silva, Francisco Stredler, José Roberto Pedreira, Fabio Gimenes, Cláudio Gomes Werneck (Le Vin au Blog) e eu. Também participou o Gelson, sommelier da casa, porém suas notas não foram contabilizadas por razões óbvias. Vejam os contestantes e resultados:

Desafio Decanter Syrah 012

Do norte do Rhône, um Crozes-Hermitage de Jean-Luc Colombo, o Les Fées Brunes 05 com 90 pontos de Wine Spectator e 93 da Wine & Spirits, um clássico da região. Um pouco fechado, talvez devesse ter sido decantado por mais tempo. Nariz tímido sem grandes atrativos, mas já sugerindo um mineral bem acentuado. Na boca mostrou uma certa seriedade e austeridade, encorpado, acidez acentuada que clamava por comida, que não tínhamos! Final refinado, em que aparece o mineral, as especiarias típicas da casta mostrando ser um vinho de qualidade que precisa de tempo para se mostrar, tendo evoluído bem em taça. Prejudicado pela falta de um prato digno do vinho. Preço R$171,00 e nota média obtida 86,13.

Da Argentina, o Callia Magna Shiraz 06 da região de San Juan, onde a Syrah vem despontando como uva ícone da região, um vinho que vem se destacando na mídia internacional estando presente entre os top 10 do concurso Syrah du Monde tanto em 2007 como em 2008 e Parker lhe deu “meros” 94 pontos. Foi escolhido para ser a surpresa da noite já que é um vinho de valor baixo versus a seus oponentes. Corpo médio, aroma frutado intenso. Na boca é macio, equilibrado redondo com taninos sedosos. No final de boca, o álcool aprece um pouco saliente recomendando a manter a temperatura durante o serviço. Fácil de agradar, um Syrah amistoso sem grande complexidade que se mostrou bem saboroso e uma ótima pedida para o dia-a-dia inclusive devido ao bom preço de R$46,50. Nota média obtida 84,44.

Da África do Sul vem o Biography 05, vinho produzido pelo personagem Piet Dreyer em sua vinícola Raka aninhada na ultima cadeia de montanhas do continente africano. Um vinho que já ganhou status de “cult” na África do Sul onde é reconhecido como um verdadeiro clássico, entre os melhores 25 vinhos sul africanos da atualidade de acordo com John Platter um dos mais importantes críticos da região e autor do guia South African Wines. Na cor é escuro como breu, chegando ao nariz com aromas intensos e muito peculiares (café tostado/mineral/tabaco), complexos e inebriantes. Encorpado, entrada de boca impactante mostrando uma personalidade muito própria e diferenciada de todos os outros vinhos tomados. Taninos finos presentes , aveludados, potente e elegante, um grande vinho de longa persistência que nos deixa pensando, pensando,  pens…… Preço de R$130,60 e nota média obtida de 91,63.

Da Austrália, que fez fama em cima da Syrah como uva símbolo do país e aqui denominada como Shiraz, tivemos dois participantes;

  • Killerman´s Rush de Clare Valley 05, produzido pelo maestro (mesmo) Kevin Mitchell proprietário da Kilikanoon, ao qual Parker deu 92 pontos chamando-o de “super-sexy”. Paleta aromática atraente e refinada de boa intensidade sem ser exuberante. Na boca mostra uma certa complexidade, boa tipicidade da cepa, grande equilíbrio, mostrando ser um vinho de grande qualidade que se destaca na boca, Muito saboroso no palato, encorpado pedindo uma maior decantação, consegue harmonizar muito bem sua potência com um caráter elegante que seduz. Um vinho que agradou bastante. Preço R$116 e nota média obtida de 88,19.
  •  Schild Estate Shiraz 05 de grande complexidade segundo a Wine Spectator que lhe deu 93 pontos. Cor rubi puxando para grenada, escuro e denso ao olhar. Nariz efetivamente complexo e sedutor convidando-nos a levar a taça à boca. No palato especiarias (cravo da Índia, pimenta) e muita fruta vermelha (ameixa), corpo médio para encorpado, com ótima textura e volume na boca mostrando grande harmonia na boca com uma riqueza de sabores que impressiona. Final de boca encantador que nos pede para encher a próxima taça, e a próxima, e a próxima, ……Efetivamente um grande vinho e um grande exemplo de que um vinho desta cepa australiano, pode sim ser elegante e refinado. Preço de R$127,00 e nota média obtida de 92,56.

Do Chile o Estampa Gold Assemblage Syrah 04 c/Carmenére, que ficou entre os TOP 5 assemblages tintos do Chile pelo Guia de Vinos de Chile 06, tendo recebido 4 estrelas da Revista Decanter entrando como um dos “TOP 10 Chilean Reds” em 2005. Nariz tipicamente Chileno em que se destaca o Carmenére de forma muita acentuada mostrando especiarias e nuances de goiaba com a madeira se mostrando algo saliente. Taninos firmes ainda presentes, algo aveludados e sem qualquer agressividade. Corpo médio para encorpado, acidez moderada mostrando capacidade de guarda de pelo menos mais uns dois anos quando o vinho deverá evoluir e atingir uma melhor harmonia. Preço R$77,00 e nota média obtida de 82,75.

Da Itália, o Fatasciá Aliré Syrah & Nero d’Avola 05, mais precisamente de Palermo na Sicília, aonde a Syrah também vem crescendo em importância. Aromas intensos de frutas vermelhas maduras, algo defumado mostrando uma certa complexidade. Na boca é sedutor, agradável, amistoso, de boa estrutura, taninos finos e macios mostrando muito equilíbrio e um final de boca muito saboroso com agradáveis toques de especiarias (pimenta do reino) presente no retrogosto de boa persistência. Vinho de R$87,20 e nota média obtida de 87,63.

Panorama Banca Julgadora - Syrah

                  O grande campeão desta noite de vinhos deliciosos selecionados entre um portfolio repleto de preciosidades (veja a expressão de felicidade  nos rostos antes e depois da degustação na foto acima. rsrs) que a Decanter possui e aumenta ano a ano, foi o australiano Schild Estate Shiraz, seguido muito de perto pelo surpreendente sul africano Biography de Raka e em terceiro de novo um australiano o Killerman´s Rush.  Destaque também para; a  melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação, que a meu ver foi  o Aliré, italiano da Sicília um vinho de preço muito bom que superou o francês Lês Fées Brune alcançando a quarta posição e a boa compra do desafio, certamente o argentino Callia Magna Syrah. Mais um grande e interessante Desafio promovido por este blog, desta feita com o apoio irrestrito da Decanter. O próximo será de blends do Novo Mundo que cabem no seu bolso, tendo como teto R$85,00. Quais serão os rótulos que conseguiremos com nossos parceiros para este novo desafio você saberá muito em breve. O local? Desta vez será na Granja Viana na Assemblage Vinhos, (ex-Grand Cru Granja Viana) que tem tudo a ver com o tema do Desafio (corte/blend/assemblage – tout le même chose!). Desde já os meus agradecimentos à Bete e Marcelo por receberem este Desafio itinerante. Acompanhem por aqui  logo, logo mais noticias sobre este evento.

Salute e Kanimambo

Desafio Decanter de Vinhos Syrah

               Como já disse antes, o Desafio de Vinhos deste mês de Abril será uma degustação às cegas de grandes vinhos Syrah do ótimo portfolio da importadora Decanter. Parceiro antigo de Falando de Vinhos, a Decanter possui um projeto de Enotecas, já são cinco (Camboriu/Santos/BH/Curitiba/São Paulo), tendo a de São Paulo sido inaugurada em 2008. São 350 m2 em que você encontra todo o portfolio dos produtos importados pela Decanter, e uma vasta e especial seleção de vinhos disponíveis à taça no wine bar, ambientados num projeto arquitetônico de muita beleza e extremo bom gosto num ambiente super aconchegante. Sua área para cursos e degustações, onde faremos o desafio, é de primeira, muito aconchegante e espaçosa.

No wine bar, O «Le Verre du Vin», equipamento desenvolvido na Inglaterra e trazido ao Brasil com exclusividade pela Decanter, é uma máquina que, depois de abertas as garrafas, preserva a frescura do vinho por até 3 meses, na medida em que lhes retira o ar que ficou entre o líquido e a rolha, criando um vácuo e evitando assim que o néctar oxide. Nesse wine bar, 50 rótulos diferentes fazem a festa dos enófilos que queiram desfrutar de bons vinhos à taça e degustar alguns acepipes elaborados pelo renomado chef italiano Sauro Scarabotta do Fricó.

Um grupo de experientes sommelieres, capitaneados pelo gerente Fred Rezende, o atenderão e assistirão na compra dos mais diversos rótulos de mais de 100 produtores. Dos vinhos mais em conta como os saborosos cortes elaborados pela Estampa (Chile) e Callia (Argentina) até grandes vinhos como um Cote-Rotie la Divine de Jean-Luc Colombo ou um Barolo Ornato de Pio Cesare ou, ainda, um Champagne Grand Cru como o Millésime Brut 1998 da Barnaut, há néctares para todos os gostos e bolsos. São mais de 700 rótulos, então impossível conhecer todos, mas eis uma lista de alguns dos vinhos que conheço e recomendo:

  • Domaine du Salvard – Cheverny Le Vieux Clos – branco do Loire, apaixonante e de bom preço.
  • Chateau de Tracy – Mademoiselle de T – um Pouilly Fumée delicioso com um dos melhores preços do mercado.
  • Prosecco Bedin – um dos melhores disponíveis no mercado.
  • Despagne – Chateau Bel-Air Perponcher Reserve – um Bordeaux diferente feito por gente diferente.
  • Pio Cesare – Barbera d’Alba Fides – um verdadeiro elixir dos deuses, sem contar o Barolo e Barbaresco!
  • Castellani  I Castei – Valpolicella Clássico Superiore Ripasso Costamaran – grande vinho por um preçinho! Toda uma linha de excelentes vinhos entre eles o divino Amarone Cinque Stelle.
  • Nicodemi – Vinhos da região de Abruzzo tanto brancos, elaborados com a Trebbiano, como os tintos com Montepulciano d’Abruzzo. Todos, muito bons.
  • Luis Canas – Rioja Crianza – um belo vinho de boa tipicidade por um preço bem abaixo de outros Riojas do mesmo nível.
  • Domaine Bouzeron – o Puligny-Montrachet 1er Cru Champs gains é verdadeiramente inebriante, um grande vinho.
  • Domaine Pierre Labet – muito bom o Bourgogne Pinot Noir Vieilles Vignes, uma bela introdução ao mundo da Borgomnha.
  • Abadal – Rosado Pla de Bages – Delicioso e um dos campeões de meu painel de vinhos rosés.
  • Anselmo Mendes – Loureiro Muros Antigos – um dos excelentes brancos de Anselmo que possui uma bela relação Qualidade x Preço x Satisfação.
  • Quinta dos Roques – Encruzado – um dos melhores vinhos brancos portugueses da atualidade, divino!
  • Raka – produtor Sul-africano com uma série de ótimos rótulos com destaque para o Figurehead (um complexo blend) e o Biography (Syrah).
  • Estampa – Gold Assemblage Syrah – um dos muitos bons rótulos deste produtor que ainda por cima tem preços muito camaradas.
  • Bouza – produtor urugaio produzindo vinhos maravilhosos e cheios de caráter. Entre eles o Albariño, Tannat/Merlot, Tempranillo/Tannat e Monte Vide Eu .
  • Luigi Bosca – dispensa apresentações, mas o Cabenet Sauvignon Reserva e o Malbec DOC são dois dos meus preferidos.
  • Viña Alicia – Tiara, um branco divino e único produzido com Riesling, Albariño e Savagnin.
  • Bodega Callia – um produtor em ascenção na região de San Juan fazendo vinhos de corte (maioria bi-varietais) e varietais de muito bom nível com preço lá em baixo! Olho nos Syrah e Magna Viognier, muito interessante.
  • Domingos Alves de Souza – o Quinta do Vale da Raposa Touriga Nacional e o o Porto  Quinta da Gaivosa LBV são estupendos.

Tem muito mais, mas estas são algumas dicas para você se iniciar nos vinhos da Decanter e se deliciar no wine bar da Enoteca que fica na Rua Joaquim Floriano 838, Itaim, logo após a João Cachoeira, Tel. (11) 3073-0500. Delicie-se com o slide show de fotos que tirei de lá, mais um Parceiro de Falando de Vinhos. 

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Embate de Syrahs na Enoteca Decanter

logo-enoteca-decanterO Desafio de Vinhos iniciado no mês passado com o Desafio Torrontés, desta vez será realizado na bonita Enoteca Decanter com um grande Desafio Decanter de Vinhos Syrah. Nesta próxima semana terei o privilégio de dar uma volta ao mundo conhecendo os diversos estilos de vinhos elaborados com a cepa Syrah em 6 países diferentes, acompanhado de nove amigos e leitores convidados a participar da banca avaliadora deste incrível desafio. Vejamos quem serão os concorrentes desta disputa:

  • Do norte do Rhône, um Crozes-Hermitage de Jean-Luc Colombo, o Les Fées Brunes com 90 pontos de Wine Spectator e 93 da Wine & Spirits, um clássico da região. Este produtor, por sinal, produz um dos melhores vinhos que já tomei e que fez parte de meus “Deuses do Olimpo 08”, o Cote-Rotie La Divine.
  • Da África do Sul, aonde esta cepa vem ganhando grande destaque, vem o Biography, vinho produzido pelo personagem Piet Dreyer em sua vinicola Raka aninhada na ultima cadeia de montanhas do continente africano. Um vinho que já ganhou status de “cult” na África do Sul onde é reconhecido como um verdadeiro clássico, entre os melhores 25 vinhos sul africanos da atualidade de acordo com John Platter um dos mais importantes críticos da região e autor do guia South African Wines.
  • Da Austrália, que fez fama em cima da Syrah como uva símbolo do país, temos dois participantes; Killerman´s Rush de Clare Valley, produzido pelo maestro (mesmo) Kevin Mitchell proprietário da Kilikanoon, ao qual Parker deu 92 pontos chamando-o de “super-sexy” e o Schild Shiraz de grande complexidade segundo a Wine Spectator que lhe deu 93 pontos.
  • Da Argentina, especificamente da região de San Juan, onde vem despontando como uva ícone da região, o Callia Magna Shiraz, vinho que vem se destacando na mídia internacional estando presente entre os top 10 do concurso Syrah du Monde tanto em 2007 como em 2008 e Parker lhe deu “meros” 94 pontos.

Para sentir como este vinho se dá em assemblage, escolhi dois vinhos de regiões bem diferentes entre si.

  • Do Chile o Estampa Gold Assemblage Syrah que ficou entre os TOP 5 assemblages tintos do Chile pelo Guia de Vinos de Chile 06, tendo recebido 4 estrelas da Revista Decanter entrando como um dos “TOP 10 Chilean Reds” em 2005.
  • Da Itália, mais precisamente de Palermo na Sicília, aonde a Syrah também vem crescendo em importância, o Fatasciá Aliré Syrah & Nero d’Avola.

Serão sete “competidores” de primeiro nível lutando pela atenção e preferência da banca de provadores na busca pelo titulo de vinho da noite, o grande ganhador do “Desafio Decanter de Vinhos Syrah”. As garrafas e seus rótulos estarão encobertos por papel aluminio e os membros da banca não os verão até ao final da degustação, já que esta se dará às cegas. Imperdível e somente viável pelo apoio da Decanter e Enoteca Decanter a este evento, a este blog e ao amigo leitor que terá todas informações sobre esta admirável noite de degustação, aqui mesmo em Falando de Vinhos.

Salute e kanimambo.

Desafio Torrontés

        Para o primeiro Desafio de Vinhos, que aconteceu na semana passada na Portal dos Vinhos contando com a presença de 8 amigos, escolhi os vinhos brancos elaborados com a uva Torrontés que está para os brancos como a Malbec para os tintos em terras argentinas. A banca de degustação foi composta de; dois outros blogueiros amigos o Alexandre do Diário de Baco e o Cristiano do Vivendo Vinhos, o Emilio proprietário da casa e profundo conhecedor, 4 enófilos leitores amigos do blog (Evandro Silva, José Roberto Pedreira, Fabio Gimenes e Dr. Luiz Fernando Leite de Barros) e euzinho aqui. Participaram do evento 9 rótulos de 7 diferentes importadoras, todos argentinos à exceção de um que era uruguaio. Enormes surpresas, algumas decepções e incrível como uma degustação às cegas pode contribuir para resultados inesperados.

Em um encontro descontraído, provamos os seguintes vinhos; Lorca Fantasia 06 de Mauricio Lorca (Ana Import), Crios 08 (Cantu/Br Bebidas), Alta Vista Premium 07 (Épice/Casa Palla), Santa Julia 07 (Expand), Alamos 07 (Mistral), La Linda 07 (Decanter) Don David 07 (Bruck/Portal dos Vinhos), Pisano Cisplatino 07 (Mistral) o único do Uruguai e o Colomé 06 (Decanter). Todos deram notas de degustação seguindo planilha básica e costumeira para este efeito, analisando-se os quatro parâmetros padrão; Visual, Olfativo, Gustativo e Final em que se determina o nível de equilíbrio e persistência em boca assim como o “conjunto da obra”. A soma de pontos dados por cada um foi somada e dividida pelo numero de membros da banca, apurando-se assim a média aritmética das notas, razão pela qual chegamos em notas fracionadas. Para efeitos comparativos, acho interessante, e sempre que disponíveis, relaciono n.os resultados as notas obtidas por estes vinhos na midia especializada tanto nacional como internacional.

Agora falemos dos vinhos, na ordem em que foram provados, que é o que interessa e razão pela qual você entrou neste post. Os comentários são uma composição das observações encontradas nas fichas de degustação tendo as garrafas sido cobertas por papel alumínio, numeradas e colocadas em baldes de gelo sendo servidas em torno de 7 para 9º.

 

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Alamos Torrontés 2007, produzido por Catena Zapata na região de Mendoza, importado pela Mistral com 87 pontos na Wine Spectator. Sem nenhuma passagem por barrica com boa tipicidade da cepa, mostrando um floral muito presente no nariz com algumas nuances de frutas tropicais. Na boca é suave fresco, equilibrado em seus parcos 13% de teor alcoólico, não muito comuns neste vinhos, com agradável final de boca com leve amargor que não chega a incomodar. Preço por volta de R$38,00 e nota média final obtida 80.43 pontos.

Colomé 2007, produzido em vinhedos biodinâmicos de cerca de 90 anos de idade, na região de Salta pela Bodega Colomé entre 1700 a 2300 metros de altitude, importado pela Decanter. Obteve 88 pontos da Wine Spectator. Uma paleta olfativa muito interessante e de boa intensidade lembrando maça verde e algo de chiclete, tipo tutti-fruti. Na boca mostrou um certo desequilíbrio alcoólico (teor de 13.6%), seco, com um final de boca amargo faltando-lhe frescor. Preço ao redor de R$42,00 e nota média final 73.86 pontos.

Don David 2007, produzido pelo grupo El Esteco, mais conhecido por aqui como Michel Torino, na região de Cafayate/Salta a 1700 metros de altitude. Importadora Bruck, tendo o vinho sido gentilmente cedido pela Portal dos Vinhos. O diferente deste vinho é que 10% do lote fica por três meses em barricas “sur lie”, um dos poucos torrontés no mercado que possui alguma passagem por madeira, tendo Robert Parker lhe dado 90 pontos e a Wine Spectator 81. Possui um nariz mais tímido, porém sedutor em que desponta o floral típico e algo de frutas brancas com toques de baunilha . Entrada de boca impactante, seco de bom frescor com algumas notas cítricas e um final de boca algo doce. Preço ao redor de R$37,00 e nota média final 77.43 pontos.

Cisplatino 2008, produzido no Uruguai pela Pisano, um dos melhores produtores daquela terras, com teor de álcool de 13.5% e trazido pela Mistral. Obteve 17 pontos/20 de Jancis Robinson. Nariz de grande complexidade, intenso e algo mineral que vai se abrindo na taça quando aprecem nuances de abacaxi, casca de laranja. Untuoso na boca, ótima acidez, leve, fresco, um torrontés diferente com uma personalidade muito própria, o que mais mexeu com as sensações dos presentes gerando calorosos comentários. Daqueles vinhos que precisa de um tempo em taça para se mostrar e o faz bastante bem mostrando um final de boca agradável e de média persistência. Preço ao redor de R$34,00 e a nota média final foi de 81.57 pontos.

Santa Julia 2007, linha de entrada da Família Zuccardi região de Mendonça na Argentina, importado pela Expand e com 83 pontos da Wine Spectator. O vinho apresentou-se com um nariz de uma certa tipicidade com um floral bastante intenso e só. Na boca é muito leve, magro, bastante desiquilibrado, final curto, algo verde com amargor forte. Pelo que conheço dos vinhos deste produtor, apesar da garrafa não aparentar quaisquer problemas, ainda acredito que tivemos azar com esta garrafa. Um dos membros da banca (Cristiano) tinha tomado um havia pouco tempo e estranhou a própria nota dada não se conformando até hoje! rsrs Acho que este vinho merece uma outra chance, até porque os R$23 permitem facilmente uma nova prova, porém desta feita a nota média final foi de 65.43 pontos.

Lorca Fantasia 2006, o único com um pouco mais de idade, é trazido pela Ana Import (www.anaimport.com.br) sendo produzido na região de Mendoza pela Bodega Mauricio Lorca de vinhedos de elevada densidade, apresentando um teor alcoólico de 14%. O Nariz e de boa tipicidade abrindo-se na taça quando aparecem aromas que lembram pêssego e damasco. Na boca é seco, untuoso, macio, algo desiquilibrado faltando-lhe frescor, final um pouco curto  com um amargor bastante presente. Em fevereiro de 2008 em uma degustação na ABS-SP, recebeu 86 pontos. Acho que a idade deve estar pesando. Preço em torno de R$36,00 e nota média final 71.29 pontos.

Crios 2008, um produto produzido nas Bodegas Domínio Del Plata na maestrina Suzana Balbo na região de Cafayate/Salta a 1760 metros de altitude, com 13.8% de teor alcoólico e importado pela Cantu. Paleta olfativa intensa e muito sedutora em que aparece maçã verde com nuances de algo químico. Balanceado, bastante cítrico, ótima acidez o que o deixa muito fresco e apeticível na boca que faz com que acabe rapidamente na taça. Final saboroso, vibrante e de muito boa persistência lembrando casca de laranja. O da safra de 2006 recebeu 84 pontos da Wine Spectator e ganhou medalha de ouro no último Argentina Wine Awards. O preço no mercado anda à volta de R$45,00, tendo recebido uma nota média final de 84.57 pontos.

Alta Vista Premium 07, mais um vinho da região de Cafayate/Salta trazido pela Épice e gentilmente cedido pela Casa Palla (Tel. (11) 4612-9402  e-mail casapalla@casapalla.com.br) para esta degustação. Possui 87 pontos na Wine Enthusiast e um teor de álcool de 14.5%. Bem claro, de aromas florais com algo de lichia e um jasmim desabrochando depois de um tempo em taça, na boca é macio e bem equilibrado, apesar do alto teor de álcool, agradável , bastante rico em sabores, fresco e vivo, final de boca de boa persistência e algo cítrica. Com preço em torno de R$50 teve uma nota média final de 81 pontos.

La Linda 2007, produzido pela Luigi Bosca na região de Cafayate/Salta é importado pela Decanter, possui 14.7% de teor alcoólico e passa 3 meses sur lie antes de engarrafar. Tem uma paleta olfativa muito intensa, mas delicada com algo que lembra flores do campo como lavanda, algo de rosas. Na boca fruta confeitada, seco, forte amargor, o álcool se mostra bem presente, mesmo variando a temperatura, o que desequilibra o conjunto. Na boca não cumpre as promessas do nariz, termina com uma persistência média e algo doce.  Preço em torno de R$35 e nota média final 70,56 pontos.

O podium fica então composto de: Crios 08, que ganhou este desafio, seguido do Alta Vista Premium, Cisplatino, Alamos e Don David.  Grato aos que participaram deste primeiro encontro, que serviu de aprendizado e preparação para os próximos a serem realizados, assim como a todos que cederam os vinhos para degustação devidamente sinalizados abaixo com o link para seu site. Lembrando, ser o ganhador do Desafio não necessariamente quer dizer que esse vinho seja melhor que todos os outros e sim a confirmação de que, nessa noite especifica; esse vinho, dessa garrafa caiu mais no agrado dos participantes de Desafio. Como um experiente atleta pode perder um jogo ou uma competição num dia e ganhar em outro, estar bem num dia e mal no outro, assim são os vinhos e nossa vinosfera.

Existem muitos outras dezenas de rótulos no mercado, impossível conhecer a todos, mas estes foram os rótulos que mais me tinham chamado a atenção. Uma avaliação importante resultante desta prova, e de alguns outros Torrontés tomados ao longo dos tempos, é que quanto mais jovens forem tomados melhor. Pela pesquisa que fiz e pelos vinhos que tenho provado, aparentemente esta cepa não envelhece bem, sendo recomendado seu consumo em até dois anos, até por uma margem de segurança. Então, compre e consuma com esta dica em mente

Salute e kanimambo

 

                                  

             

 

                             

 

      

Desafio de Vinhos

novidade

Esta é mais uma seção que estréio agora em Março com o “Desafio Torrontés”. Neste desafio, um painel composto de 6 a 8 vinhos sob um mesmo tema, preferencialmente da mesma safra e de faixa de preços similares (dentro das minhas já conhecidas faixas de Tomei e Recomendo), serão avaliados por um grupo de pessoas escolhidas a dedo (máximo 12), entre lojistas parceiros, colegas blogueiros, restauranteurs, enófilos, degustadores, sommeliers, colunistas e pesquisadores, enfim, um punhado de gente experiente nos caldos de baco. Nada de grandes críticos, somente gente que lida com o vinho, enófilos e apreciadores de vinho em geral. Uns com um pouco mais de experiência, outros menos, mas todos sem qualquer vinculo profissional com os vinhos e seus doadores ou seja, sem ter qualquer compromisso com nada a não ser com o vinho na taça e o seu prazer, um perfil do consumidor brasileiro. Aliás, incrível como tenho visto vinhos bem cotados pelos grandes críticos nacionais e internacionais, terem notas bem baixas na avaliação dos enófilos! O porquê disso, creio, é que a análise técnica deixa de lado o mais importante do vinho, o lado sensorial, deixando-se de considerar o prazer que esse vinho provoca na boca. Nestes “Desafios”, procuraremos, dentro do possível, dar maior ênfase à satisfação de cada um, sem deixar de lado aspectos práticos e técnicos. Neste caso, para evitar quaisquer influências externas, a degustação será sempre às cegas o que é melhor ainda e extremamente entusiasmante para quem participa, pois garrafa a garrafa, vai aumentando a expectativa sobre o que se tomou.

Como sabem, me recuso a dar notas ao vinho, mas neste caso será impossível não fazer isso. Usando uma planilha de degustação, cada participante dará sua nota, eventualmente comentários, e a soma das notas dadas por todos os presentes e dividido pelos numero de participantes, tirando-se a mais alta e a mais baixa para evitar eventuais restrições, será a nota média alcançada pelo vinho. A maior nota média ganha o Desafio, quando então, as garrafas serão descobertas e saberemos o rótulo ganhador. Simples e objetivo sem frescuras, com descontração e alto astral. Vejam o significado dessas notas:

  • Abaixo de 70 pontos – Vinho fraco, ralo, sem qualidade. Vinho a esquecer.
  • 70 a 74 pontos: Vinho médio, que se não encanta também não desencanta e, ao preço certo, até dá conta do recado.
  • 75-79 pontos : Bom vinho que já desperta sensações diferentes
  •  80-84 pontos: Muito bom vinho de boa tipicidade que já lhe desperta a atenção e lhe traz prazer.
  •  85-89 pontos:  Ótimo vinho,  daqueles que já despertam sua curiosidade e comentários na mesa, trazendo grande satisfação.
  •  90-94 pontos: Excelente vinho de primeira linha que já lhe oferece sensações diferenciadas, que marcam seu palato e seu olfato de forma marcante.
  •  95-100 pontos: Vinhos excepcionais, estupendos, grandes e todos os superlativos juntos! Vinhos de exceção e reflexão que marcam a memória e a alma, além do olfato e palato.

Ser o ganhador, por outro lado, não quer dizer que esse vinho seja necessariamente melhor que todos os outros e sim a confirmação de que, nessa noite especifica; esse vinho, dessa garrafa caiu mais no agrado dos participantes da banca de degustadores do Desafio. Como um experiente atleta pode perder um jogo ou uma competição num dia e ganhar em outro, assim são os vinhos e, nossa vinosfera. Certamente que ser o ganhador do Desafio é uma coisa interessante e terá o seu merecido destaque aqui no blog. Pretendo que se realize um por mês e conto com a ajuda de lojistas/restaurantes/wine bars/importadores e produtores para que as mesmas aconteçam de forma regular como programado. A idéia será realizar o evento em locais diferentes e com temas dos mais diversos. Poderemos, eventualmente, ter um convidado especial que será nosso guia da degustação, preferencialmente um sommelier, mas isso ainda depende de muito papo. rsrs.

Na semana que vem, publicarei o resultado do primeiro Desafio, piloto para os outros que virão, o “Desafio Torrontés” realizado na Portal dos Vinhos, quando, aproveitando o tema de Brancos & Rosés do mês, foram provados nove rótulos variando entre R$25 a 50,00 – Fantasia de Mauricio Lorca 06 (Ana Import), Alamos 07 (Mistral), Crios 08 (Cantu/Br Bebidas), Alta Vista Premium 07 (Èpice/Casa Palla), Pisano Cisplatino 08 (Mistral), Santa Julia 07 (Expand), Michel Torino Don David 07 (Bruck/Portal dos Vinhos), Colomé 06 (Decanter) tendo sido incluído, posteriormente, um La Linda 07 (Decanter).

Salute e kanimambo

 

PS. Patrocinadores serão bem-vindos!