Painel de Brancos & Rosés

Brancos & Rosés – Vinhos que Tomei e Recomendo entre R$50 a 80,00

Demorei, mas cheguei nos finalmente. Tanto que as garrafas vazias, como de praxe, que estavam sendo guardadas para a foto, a minha assistente do lar deu um fim nelas! A solução foi correr atrás de imagens na rede para fazer uma montagem. Enfim, o que importa, de qualquer forma, são mesmo os comentários do vinho então, tudo bem. Normalmente minhas faixas vão até R$120 (de 80 a 120), mas neste caso, parei em R$80,00 já que somente tive uma única prova acima deste valor, o estupendo Albariño Don Pedro de Soutomaior 07 (Peninsula), que tratarei com a devida vênia nos posts sobre a minha maratona de aniversário que publicarei dentro de alguns dias, e dentro do contexto de vinhos de verão refrescantes, acho que a seleção apresentada está de bom tamanho.

Entre os posts Tomei e Recomendo, Vinhos da Semana e Desafio Torrontés, foram cerca de 62 vinhos comentados entre brancos e rosés para todos os gostos, estilos e bolsos. Ainda me falta terminar um especial sobre Vinhos Verdes brancos, sim porque os há tintos, que espero publicar muito em breve. Espero que todas essas informações lhe possam ser úteis e finalizarei este tema com a elaboração dos vinhos Branco & Rosés provados que comporiam a minha adega. Agora falemos dos vinhos entre R$50 e R$80 que tomei e recomendo que não são muitos, porém são muito bons, com uma mineralidade que me empolga e os marcados com asterisco são os meus favoritos.

 

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Brancos – Alguns vinhos surpreendentes que realmente fizeram a minha cabeça. Começando pelo estupendo Protos Verdejo 07* (Península) da região de Rueda na Espanha, um vinho vibrante e sedutor dotado de enorme frescor, cítrico, saboroso e longo, que já comentei em maiores detalhes em post anterior, que deixa-nos aquele retrogosto muito especial de quero mais! O Rutini Chardonnay 07* (Zahil) da região de Mendoza na Argentina, traz uma surpreendente mineralidade que me encantou tanto nos aromas como no paladar, possuindo um estilo mais leve, delicado e sedutor com aromas de frutos tropicais e grande equilíbrio de boca com um final de boa persistência lembrando frutas brancas e nuances suaves de baunilha, um belíssimo vinho de muita finesse. Do Chile, o Caliterra Tribute Chardonnay 06 (Wine Premium) fermentado Sur Lie, mostrou uma paleta olfativa gostosa em que se destacam baunilha e algo de abacaxi, enquanto na boca mostrou ser muito balanceado, macio, algo cremoso mostrando boa acidez e boa estrutura com corpo médio, um belo vinho que pede comida e o muito interessante Concha y Toro Riesling Winemaker´s Lot 06 (Expand) algo floral no nariz, bem cítrico, seco, intenso, corpo médio, ótima acidez com uma mineralidade muito presente num final de boca longo e muito saboroso. Da Alemanha, temos um vinho muito especial e introdução aos grandes, finos e inebriantes Rieslings alemães, é o Dr. L 06* (Expand) o vinho “básico” da Dr. Loosen de aromas cítricos sutis e algo florais, enorme frescor, seco, balanceado, de enorme mineralidade, muito leve e agradável, um vinho de grande delicadeza, absolutamente sedutor e, completando este painel, o Aspire Sauvignon Blanc 06 (Expand) da Nova Zelândia, um vinho que possui toda a tipicidade e intensidade dos elaborados com esta cepa nessas terras distantes, mostrando aromas de frutas tropicais com algo de grama molhada num conjunto muito agradável, na boca é bastante cítrico, corpo médio, boa concentração de fruta, muito boa acidez e um final longo com retrogosto que me fez pensar em maracujá.

 

Rosés – na faixa de preços anterior já tomei alguns excelentes representantes deste estilo de vinho. Agora, finalizo com mais cinco, entre eles três dos melhores; Abadal Rosado 06* (Decanter) de Pla de Bages, uma DOC da Catalunha, espanhol de primeiro nível, cor rosado escuro atraente, frutado, cremoso com ótima estrutura em boca onde a cereja e ameixa vermelha ressaltam ao paladar, untuoso, harmônico e rico, com um final de boca longo em que aparecem sutis toques de especiarias, mais que um aperitivo, é um vinho para acompanhar um preto de frango grelhado, risoto de frutos do mar, talvez uma peixada; na mesma linha,o delicioso Protos Rosado 07* (Península) elaborado com 100% “tinta del pais” (tempranillo) cor vibrante, aromas de boa tipicidade mostrando morangos e cereja, muito fresco, algo cremoso, concentrado e muito equilibrado com leve toque especiado e saboroso final de boca de boa persistência que chama a próxima taça, e a próxima, e a……., bem como aperitivo e melhor ainda se acompanhando uma paella à Valenciana; Vinha da Defesa Rosé 07* (Qualimpor) da Herdade do Esporão no Alentejo em Portugal, corte de Syrah com Aragonês, cor rosado forte e vivo, um páreo duro para os amigos espanhóis acima, mostrando grande intensidade olfativa em que sobressaem frutas vermelhas silvestres, bom corpo para um rosé, untuoso, bom volume de boca, muito boa acidez, vinho com “sustança” que chama comida, apesar de poder ser servido como um delicioso aperitivo acompanhado de umas tapas, digo acepipes, e uma persistência muito boa. Tem mais; tem o Chateau Saint-Roch Lirac 06 (Decanter) corte de Grenache, Cinsault e Syrah da região de Cotes du Rhône, na França com uma linda cor salmão clara e brilhante, aromas sutis e delicados, no palato mostra-se suave, algo ligeiro, mas pleno de sabor e muito fresco, ótima companhia para pratos leves delicioso com queijos brancos, tendo harmonizado especialmente bem com queijo de cabra e o Zolarosa Forli Rosato 06 (Interfood) da região de Emilia-Romagna, Itália, produzido com Sangiovese tem uma cor diferente, algo acobreada, bonita que nos invita a provar, no nariz é tímido difícil de decifrar mostrando-se na boca com um frutado sutil, sabores algo evoluídos, bem balanceado, final seco mostrando ótima persistência e uma leve adstringência, quando harmonizado com um fettucine com paillard de filé mignon grelhado, cresceu incrivelmente, mostrando suas aptidões como um vinho essencialmente gastronômico.

Contate os importadores, os lojistas parceiros ou pesquise junto a seu fornecedor predileto, mas não deixe de aproveitar estas delicias.

Salute e kanimambo

 

Brancos & Rosés – Vinhos que Tomei e Recomendo de R$30 a 50,00.

Tomei e Recomendo vinhos brancos & rosés deste verão, parte dois, é de vinhos entre R$30 e 50,00, em que galgamos um degrau na qualidade com alguns belíssimos vinhos. Alguns estavam num patamar abaixo no quesito preços porém, com o advento dos problemas com o câmbio, lamentavelmente ultrapassaram a barreira dos R$30,00 o que, apesar de não os desabonar do ponto de visto qualitativo, tira-lhes algo da competitividade e glamour do preço. Eram fantásticamente bem “preçados” abaixo de R$30, porém ficaram apenas bons nesta faixa. É o caso dos brancos; Pascual Toso Sauvignon Blanc, Fonte do Nico Fashion ou o Calvet Sauvignon Blanc, todos vinhos muito gostosos e ainda atraentes, porém seriam campeões se estivessem 10% abaixo, alguns um pouquinho mais. Algumas das melhores relações Qualidade x Preço x Prazer vem exatamente desta faixa de preços e espero que você tenha a oportunidade de aproveitar alguns deste bons rótulos.

 

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Rosés – Três dos melhores vinhos provados neste painel vieram da Argentina e qualquer um deles é, a meu ver, uma grande escolha para quem gosta deste tipo de vinho. São todos vinhos de muita personalidade, sabor, enorme frescor e “sustança”, vinhos que têm o que nos dizer. Melipal 08* (Wine Company) rosé de Malbec verdadeiramente suculento, boa concentração e incrível textura, um vinho empolgante; Crios 07* (Cantu) mais um delicioso rosé de Malbec sedutor, vibrante, rico, ótima acidez e um longo e agradável final de boca, dois dos melhores provados neste painel, e o Reflejo Rosé de Syrah  (Vinea Store) muita framboesa e fruto doce, um vinho mais gastronômico porém sem perder o frescor e vivacidade, mostrando muita qualidade e equilibrio. Temos, no entanto, bem mais opções de igual nível de encantamento e satisfação; Branciforti Rosato 06* (Wine Premium) da região da Sicília elaborado com Sangiovese é um vinho de linda cor cereja, muito saboroso, boa acidez, que cresce muito com comida mostrando seu caráter eminentemente gastronômico; Majolica 07 (Santa Ceia) um rosé de Montepulciano d’Abruzzo bem balanceado, untuoso e fresco com final de média persistência; o estupendo Goats do Roam Rosé 07* (Expand) um sedutor assemblage sul-africano elaborado com 5 cepas diferentes, de aromas limpos e frescos lembrando frutas vermelhas, acidez excelente, boa concentração de fruta, groselha, mas seco e de boa persistência para um vinho destas características; o Estampa Rosé 07 (Decanter) corte de Cabernet Sauvignon e Syrah chileno de cor rosa pálido, suavemente frutado e delicado na boca, que garante satisfação como um aperitivo fresco e agradável apesar do teor de álcool um pouco alto; o Recorba Rosado 06 (Decanter) espanhol da Ribera Del Duero, de cor cereja escuro, encorpado de teor alcoólico alto, boa acidez e uma certa mineralidade, um vinho que pede comida sem a qual perde muito, complexo e, certamente, não do tipo de rosé que estamos habituados a bebericar sem grandes compromissos; o Rosato di Toscana 07 (Decanter) elaborado com Sangiovese, de boa tipicidade, correto, bem fresco na boca e fácil de beber, pode não empolgar, mas dá conta do recado se tomado como aperitivo num encontro informal de amigos. Para finalizar, dois franceses, um que me entusiasmou e outro nem tanto. O que mais me chamou a atenção foi o encantador Domaine Sorin 06* (Decanter) de linda cor salmonada que nos convida a provar, aromas tímidos, mas bastante agradáveis, boca suave, fresca, saborosa e equilibrada, ótima companhia para um peru à Califórnia ou um bate papo informal e o Domaine de Pontfrac 06 de Cotes de Provence no sul da França, elaborado com Grenache, Cinsault e Carignan, de cor muito característica e bonita dos rosés desta região, salmão bem clarinho, nariz de boa intensidade frutado e fresco com alguns toques florais e na boca parece que vai ………, mas não vai! Tem uma entrada de boca interessante e saborosa, mas some na boca de tão curto sendo interessante como um aperitivo leve.

 

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Brancos – Chardonnays, Vinhos Verdes, Sauvignon Blanc, Riesling, vinhos sedutores e sutis, vinhos francos e vibrantes, tem de tudo um pouco e muito bons. Dos vinhos verdes portugueses com tudo a ver com o nosso clima, farei um pequeno painel num futuro post, mas o Muralhas de Monção 06* (Barrinhas), Quinta do Ameal Loureiro* (Vinho Seleto) e Loureiro Muros Antigos 06* (Decanter), todos revisitados neste painel, e o Varanda do Conde 07* (Casa Flora) recém tomado, são vinhos vibrantes, de baixo teor alcoólico e ótima acidez, algo muito típico da região, verdadeiramente imperdíveis para serem tomados com frutos do mar grelhados, sós ou ainda acompanhando um bolinho de bacalhau ou até um acarajé!  Os portugueses famosos por seus tintos, mostram que seus brancos também são muito bons e vão além dos vinhos verdes afora possuírem preços muito corretos. É o caso do surpreendente Fonte do Nico Fashion 07* (Wine Company) que foi recentemente lançado em 2008 com uma estratégia de preços agressiva, tendo sido pego de calça curta pela crise mundial e o salto do câmbio que levou seus preço de fantásticos R$22 para R$35 o que foi uma pena. Mesmo a uns R$28 (ainda se encontram algumas garrafas por aí a esse preço) seria campeão em sua faixa, mas isto em nada altera seus sabores, frescor e prazer que dá ao ser tomado. Produzido na região de Terras do Sado, apesar de parecer um vinho verde, é um inusitado corte de Moscatel com um leve aporte de Arinto que resulta num vinho absolutamente sedutor e com tudo a ver com o nosso verão, seco na medida, aromas frutados, macio, balanceado de aromas frutados e algo floral bem aparentes, para ser tomado aos goles com seus parcos 10% de álcool. Já o Herdade Paço do Conde 07 (Lusitana) um corte de Antão Vaz e Arinto, é um vinho com mais corpo, curto e menos marcante, em que aparece um floral bastante intenso no nariz, vinho honesto que, se não encanta, também não desencanta,  sem contar todos os outros deliciosos rótulos já provados e comentados ao longo de 2008.

Saindo dos portugueses; um vinho alemão, coisa difícil de encontrar nesta faixa de preços, off-dry muito sedutor e equilibrado, um doce muito leve e muito bem equilibrado por ótima acidez, grande pedida como aperitivo é o Forster Mariengarten Kabinett 06* (Decanter) um riesling muito saboroso e agradável de tomar com apenas 10% de teor alcoólico, o estupendo Pascual Toso Sauvignon Blanc 07* (Interfood) argentino, mais um que estava por volta de campeonissímos R$25 e teve que ser aumentado para cerca dos, ainda muito bons, R$32,00, para ser tomado por volta dos 8º, mostra toda sua tipicidade com muita suavidade e boa intensidade aromática e de sabores, um vinho sedutor que encanta fácil e deve acompanhar maravilhosamente bem um spaghetti al vongole (sem tomate) que só de pensar me dá água na boca! Ainda na linha dos Sauvignon Blanc de que tanto gosto, o gostoso chileno William Cole Mirador 07* (Ana Import) ótimo nariz em que ressaltam os aromas de frutas tropicais e algo herbáceo, boa persistência e frescor, mostrando-se na boca com caráter cítrico muito saboroso e boa estrutura que o faz um vinho não só para um agradável bebericar, como para acompanhar um prato como um salmão grelhado, não sendo à toa que é considerado um dos melhores vinhos desta cepa sendo produzidos no Chile, o também chileno Casillero del Diablo Sauvignon Blanc 2008 (VCT Brasil) com screw cap, fechamento usado por eles nos vinhos aromáticos, de que gostei muito. Muito intenso no nariz e muito fino na boca onde apresenta bastante frescor, algo cítrico e uma certa mineralidade que me agradou muito e, ainda, o Francês Calvet Conversation 06 (Interfood) da região de Bordeaux, que só por R$1,50 não caiu na faixa anterior sendo um dos mais competitivos desta faixa, de nariz tímido é na boca que mostra todo o seu valor sendo macio, balanceado, suave, fácil de tomar e agradar sendo grande companhia como um aperitivo num bate-papo informal ou como acompanhante de entradas leves num almoço de verão. Da Espanha vem um delicioso Verdejo da região de Rueda e uma das melhores relações Qualidade x Preço x Prazer desta faixa de preços que é o Vega los Zarzales 07* (Wine Premium) de cor palha dourada como uma espiga de trigo ao sol, aromas de que lembram maça verde e algo floral, mas sendo na boca que ele explode mostrando todo o seu sabor, ótima acidez, cremoso e algo untuoso num conjunto muito agradável de boa persistência que acompanhou muitíssimo bem um prato de antipasti diverso, especialmente uma berinjela com uva passa e castanha de caju, muito yummy.

Por ultimo deixei três chardonnays muito agradáveis e diferentes entre si; Primeiramente o Trio Chardonnay 07* (Expand) da Concha y Toro chilena que é um corte muito bem elaborado tendo como protagonista a chardonnay muito bem escoltada por partes iguais de Pinot Grigio que lhe agrega frescor e Pinot Blanc que traz elegância e estrutura ao vinho, um daqueles vinhos que mostram a aptidão desta vinícola para produzir bons vinhos por bons preços e este não nega a raça, cremoso, macio mostrando estar muito balanceado com um frescor muito agradável e um final de boca com leves nuances de abacaxi e algo mineral que me agrada muito; os argentinos Família Gascon Chardonnay 07* (Wine Company) sem os excessos de madeira típico dos chardonnays da região, foi uma grata surpresa que me encantou por sua delicadeza de aromas de frutas tropicais com nuances leves de baunilha, pleno de frescor e sabor com ótima acidez e um saboroso final de boca de média persistência que nos deixa aquela sensação de quero mais e o Fabre Montmayour Chardonnay 07* (Wine Premium) elaborado com cepas extraídos de vinhedos de cerca de 60 anos, de grande estrutura, nariz intenso de ananás e algo de baunilha (mas sem madeira), na boca, todavia, aquela sugestão de madeira desaparece, é balanceado, rico, saboroso, delicioso final de boca, um vinho cativante e essencialmente gastronômico.

Afora o painel especifico de Vinhos Verdes que publicarei um pouco mais adiante, nesta próxima semana farei uma prova às cegas com alguns rótulos elaborados com a cepa Torrontés. Para este “Desafio Torrontés” separei alguns rótulos interessantes como o Crios, Alta Vista Premium, Alamos, Santa Julia, Colomé, Mauricio Lorca, Pisano Cisplatino e, talvez, mais um ou dois a serem definidos. Aguardem!

Assim que der darei sequência com os vinhos acima de R$50,00 que não são muitos, mas são de prima! Ao longo dos próximos dias seguirei mostrando um pouco mais de vinhos brancos e rosés provados, até porque o verão segue e as descobertas também, então continue passando por aqui. Gostou das sugestões, quer provar? Aproveite algumas das promoções ainda disponíveis no mercado e faça seu estoque. Contate os importadores, os lojistas parceiros ou pesquise junto a seu fornecedor predileto, mas não deixe de aproveitar estas delicias.

Salute e kanimambo

Brancos & Rosés – Vinhos que Tomei e Recomendo até R$30,00

Cá estamos em pleno verão e este calor, intercalado por chuvas incessantes, (ou seria o inverso?) clama por comidas mais leves e vinhos mais suaves e frescos. Invariavelmente, vem-nos à mente o delicioso vinho branco com suas sedutoras e sutis nuances aromáticas assim como os, agora na moda, vinhos rosé. Para que se tenha uma idéia, no Reino Unido, um dos principais centros de consumo do mundo, as vendas de vinho rosé aumentaram 17% em 2008 e, muito, em função de sua versatilidade. No verão passado fiz matéria quase que só sobre vinhos brancos, porém neste ano optei por fazer um painel de vinhos brancos e rosés tomados e provados no ultimo trimestre de 2008, junto com uma série de novos rótulos neste ultimo mês de Janeiro. Desse volume razoável de rótulos, cerca de sessenta, algumas muito boas relações Qualidade x Preço x Prazer, as quais começarei e listar hoje neste post de Tomei e Recomendo até R$30,00.

 

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A maioria dos vinhos obtidos para montar este painel, foram de brancos, mas recebi alguns bons rosés e tentamos manter os preços o mais convidativos possível. Por outro lado, no caso dos rosés mencionarei alguns vinhos tomados no ano passado, mas que creio importante incluir para ter um universo de prova maior.  No palato, os rosés mais claros (de pouco contato com as peles) e suaves acabam tendo a mesma “funcionalidade” dos brancos, inclusive no quesito harmonização, mostrando muita delicadeza e frescor como a grande maioria dos vinhos franceses da região de Provence. Já os mais escuros (maior contato do mosto com as peles) costumam ser mais robustos, possuem sabores mais concentrados e ricos podendo chegar a ser, até, levemente tânicos. Em ambos os casos, no entanto, a origem tinta é muito evidente com uma forte presença de aromas e sabores de frutas silvestres como amoras, morangos e até groselha. Para quem quiser mais detalhes, publiquei um post há dois dias mostrando como se elaboram os rosés.

Dos rosés provados, alguns se destacaram por sua delicadeza de sabores, por seu equilíbrio ou, ainda, por sua intensidade aromática, sabor ou cor. Na grande maioria são vinhos muito agradáveis e fáceis de tomar já encantando pela cor. Já nos brancos, evitei falar daqueles já listados anteriormente no blog, exceção feita àqueles que revisitaram minha taça. Tanto nos brancos como rosés, tenho uma preferência por vinhos frescos e vibrantes de baixo teor alcoólico então muitos destes vinhos certamente revelarão essa influência, apesar de ter gostado de vinhos que não necessariamente atendam a esse quesito. Podem-me retrucar que teor de álcool não tem nada a ver se bem equilibrado, mas ai eu lembro do teste da terceira taça que neste tipo de vinho é essencial.  Uma pena que os aumentos de preço, tema que já comentei por diversas vezes, nos tenha limitado um pouco a disponibilidade de vinhos nesta faixa de preços, especialmente rosés, porém creio que ainda nos restaram uma porção de bons rótulos a serem apreciados. Bem, chega de lero e vamos logo as finalmente, aos vinhos que Provei e Recomendo lembrando que os meus preferidos eu marco com um asterisco, estes são aqueles com algo mais, que me seduziram.

Até R$30,00 – Não canso de repetir que a qualidade do vinho não está no preço da garrafa e sim em seu conteúdo e aqui, mais uma vez comprovo isso. Todos mais leves, frescos e fáceis de beber com teor de álcool comedido e muito agradáveis, alguns com preços campeões, especialmente aproveitando esta época de promoções e todos, dentro de seu contexto, de muita qualidade. São vinhos descompromissados, porém muito saborosos que valem muito o preço cobrado.

 

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Rosés – É o caso do sul africano Obikwa 07* (Interfood) elaborado com Pinotage, um vinho que me surpreendeu por seu imenso frescor, e riqueza de aromas e sabor, bem com a cara do verão; os argentinos Santa Julia 07* (Expand) rosé de Syrah, cor clarete, melhor na boca que no nariz, leve, refrescante e fácil de agradar e o Finca La Linda 07 (Decanter) rosé de Malbec, algo seco e sem o frescor esperado com final de boca quente em função do álcool, quando reduzida a temperatura para cerca de 6º, ficou mais amistoso; do espanhol Artero 07* (Decanter) rosé de Tempranillo com aromas de frutos silvestres tipo amora e morango, na boca é um pouco mais encorpado que os outros nesta faixa de preço, boa acidez, um estilo mais gastronômico, mas que também vai bem como aperitivo; os portugueses Quinta de Cabriz 07 (Expand) um corte meio a meio de Touriga Nacional com Alfrocheiro uvas típicas do Dão, é bem aromático tipo tutti-frutti, na boca é bem agradável, leve e fresco com uma certa dose de mineralidade e um leve residual de açúcar que deixa o final de boca meio adocicado, interessante opção para uma beira de piscina com petiscos variados e o Terra d’Uva 07* (Lusitana) elaborado com Aragonês possui linda cor cereja e os aromas repetem o visual, boa fruta, média concentração e textura muito agradável com ótimo frescor e álcool comportado, persistência boa, muito saboroso, um bom aperitivo que deve acompanhar bem pratos leves. Para finalizar, o brasileiro Fausto 07 (Pizzato) elaborado com Merlot é um vinho leve, bem frutado e fácil de tomar, delicado, saboroso, acidez balanceada que o deixa bem refrescante devendo ser tomado, idealmente, bem refrescado próximo dos 6º.

 

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Brancos – Dos vinhos brancos, que teimamos em só dar valor nesta época do ano, tomei alguns sensacionais. De diversos estilos e cepas e para todos os bolsos. A partir de R$20 já se encontram vinhos extremamente agradáveis, frescos e ótima companhia para aquele camarãozinho grelhado, bolinho de bacalhau ou lulas à dorê no final de tarde vendo o sol se pôr no horizonte. Sol, praia/piscina, frutos do mar, a combinação perfeita à qual só falta adicionar o vinho e companhia certos para atingir o nirvana. Vinhos da uva riesling, verdejo, verdichio e sauvignon blanc com sua boa acidez e frescor, são dos que melhor combinam com esse programa de final de tarde, especialmente se tiverem um baixo teor alcoólico e um preço condizente, que caiba facilmente no bolso. Mas não esqueça dos chardonnays, dos cortes, vinhos verdes, loureiro, semillon, etc… São inúmeros os rótulos e cepas a serem conhecidas e aproveitadas em todo o seu esplendor! Nesta faixa de até R$30,00 encontramos muitos destes vinhos. Rótulos como os nossos Salton Volpi Sauvignon Blanc 08* que me surpreendeu por sua tipicidade, equilíbrio e frescor e ainda por cima é um dos que tem melhor preço, uma bela opção e o Valduga Gewurtzraminer 08* um dos melhores produzidos no Brasil, com bastante tipicidade e bem refrescante, um companheiro fiel de meus pratos de curry; os chilenos Sucre 08* (Wine Company) produção própria num projeto super interessante buscando qualidade com preço baixo, com objetivo totalmente bem sucedido neste Sauvignon Blanc muito saboroso e suave e o Misioneros Del Rengo 07* (Épice) um Sauvignon Blanc que volta e meia está na minha taça e é um grande achado com boa intensidade aromática, balanceado, muito fresco, leve e fácil de agradar; todos estes S. Blanc são muito frescos e fáceis de encantar, ótima pedida para um aperitivo e até acompanhamento de pratos leves e menos condimentados como um peixe grelhado ou um fettucine com salmão. Mas tem mais; o italiano Verdichio dei Casteli di Jeisi de Umani Ronchi 07* (Expand) uma delicia de vinho, bem cítrico, mineral e muito refrescante, um verdadeiro achado nesta faixa de preços que acompanha maravilhosamente bem frutos do mar grelhados; o chileno Cono Sur Riesling 07* (Wine Premium) outro companheiro inseparável de meus pratos com curry, mas também ótimo para somente bebericar com os amigos, o uruguaio Filgueira Sauvignon Gris 07 (Decanter) um vinho elaborado com uma uva não muito comum e, a meu ver, um vinho muito saboroso com um pouco mais de corpo que serve como aperitivo, mas cresce quando acompanhando um prato. Tem mais; da Argentina o Trapiche Torrontés 07 (Interfood) um pouco tímido no nariz, seco e faltando-lhe um pouco de acidez dando conta do recado, mas não encantando, bom para bebericar descompromissadamente com os amigos e bem geladinho e o Septima Chardonnay/Semillon 06 (Interfood) um bom vinho, mais sério e seco, bem equilibrado, corpo leve para médio, que pede comida, devendo ser um ótimo acompanhamento para fondue de queijo, pizza mussarela ou, quem sabe, até um bacalhau cozido à portuguesa. Por falar em coisas portuguesas não poderia faltar o vinho verde neste caso um campeão na relação Qualidade x Preço x Satisfação o ótimo, Quinta da Aveleda 07* (Interfood) corte de Loureiro/Alvarinho/Trajadura de muito frescor, equilíbrio e sabor, ótima companhia para grelhados e frituras como um bolinho de bacalhau. Portugal, no entanto, não é só vinho verde e o Dão Quinta de Cabriz Branco 07 (Expand) corte de Encruzado, Cerceal, Bical e Malvasia-fina é um vinho muito correto, saboroso e fácil de beber tanto como aperitivo quanto acompanhando algum prato leve tanto á base de peixe e frutos do mar quanto de uma carne branca. A meu ver, uma seleção de vinhos que valem o preço cobrado e que podem fazer a festa neste verão sem grandes rombos no seu bolso.

Gostou das sugestões, quer provar? Aproveite algumas das promoções ainda disponíveis no mercado e faça seu estoque. Contate os importadores, os lojistas parceiros ou pesquise junto a seu fornecedor predileto, mas não deixe de aproveitar estas delicias. Na segunda-feira tem mais quando apresentarei vinhos um pouco mais elaborados e mais complexos, outros nem tanto, porém todos muito agradáveis de tomar só ou acompanhados, são os vinhos entre R$30 a 50,00. Tanto brancos como roses, algumas preciosidades imperdíveis. Talvez não para comprar de caixa, como alguns destes aqui acima, mas certamente ótimas opções para sua adega.

Salute e kanimambo.

Brancos & Rosés, um Mundo de Cores

Antes de começar a postar alguns dos vinhos que Tomei e Recomendo dentro os vinhos provados neste painel de Brancos & Rosés, com tudo a ver com o nosso quente e chuvoso verão, creio interessante explicar como se faz um vinho rosé. Como sempre, muitos já saberão como, porém também existe muita gente por aí que desconhece os métodos usados e está curiosa, porém tímida de perguntar. Como um dos objetivos deste blog é também compartilhar conhecimento, vamos lá, vejamos as formas de elaborar um vinho rosé. Existem basicamente três formas de vinificação de rosados; mistura de tintos e brancos, prensagem e sangria.

 

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Mistura de tintos e brancos. Afora Champagne, onde a mistura de vinhos brancos e tintos é permitida na elaboração do Champagne Rosé, esta forma não é aceita pelo mercado e proibida na maior parte dos países produtores. Gera produtos be baixo nível de qualidade e pode, eventualmente, ser encontrado em vinhos de mesa elaborados de uvas americanas.

Prensagem direta como nos vinhos brancos. O vinho rosado de prensa é feito de uvas tintas esmagadas e a seguir prensadas em temperatura bem elevada com uma parcela dos pigmentos sendo dissolvida no mosto. Neste caso, a intensidade da cor dependerá da intensidade da prensagem utilizada. O mosto rosado é então fermentado sob as mesmas condições do mosto de uvas brancas a baixas temperaturas e bem protegido de oxidação.

Maceração rápida ou curta, método em que se obtém vinhos de melhor qualidade sendo o mais comum hoje em dia. Neste caso, a maceração (contato do mosto com as cascas das uvas) é restrita a um curto período de tempo, de cerca de 10 a 12 horas podendo chegar até 24 horas, até atingir a extração de cor e sabores que o enólogo deseja. Após esse tempo, o tonel é “sangrado” para remover de um terço a um quarto de seu conteúdo para elaboração do rosé, e o restante segue para a produção de vinho tinto.

         Abaixo segue uma figura, extraida do site Vins de Loire, que mostra claramente, mesmo que com legendas em francês, a diferença entre estes dois últimos métodos de vinificação de vinhos rosados.

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Os vinhos rosés podem ser elaborados com uma infinidade uvas, tanto como varietais como em cortes, depende da criatividade de cada enólogo e região produtora. Lá se vão os tempos de vinhos fracos, desiquilibrados e mal feitos. Hoje os vinhos rosados estão na moda em função do grande aumento de qualidade havendo diversos ótimos vinhos no mercado seja para um aperitivo descompromissado com os amigos num happy hour, ou vinhos mais elaborados e requintados que acompanham muito bem uma refeição e são bastante gastronômicos. Harmonizam bem com saladas, frutos do mar, paella, carnes brancas (frango e peru), comida chinesa (especialmente com molhos agridoces), salmão grelhado, lanches, etc.. Opte por buscar vinhos de menor teor alcoólico e boa acidez, tomando-os jovens (entre um a dois anos de garrafa), e bem refrescados entre 6 a 10º muito como você faria com um branco.

Ao longo dos próximos trinta dias postarei diversas matérias sobre deliciosos vinhos brancos e rosés pesquisados e provados ao longo dos últimos 60 dias. Foram cerca de 60 rótulos dos mais diversos estilos e preços, uns leves para bebericar outros mais evoluídos e gastronômicos no todo um painel que me agradou muito e deixará saudades. No final postarei a lista dos vinhos que mais me encantaram e comporiam a minha adega. De todos os vinhos, tentei evitar aqueles sobre os quais já falei em matéria especifica sobre brancos que publiquei aqui  e aqui , no ano passado. Alguns revisitei neste painel, mas poucos dentro do universo provado.

Salute e kanimambo