Dicas e Novidades

Famille Perrin, O Rhône Engarrafado!

Os vinhos da Famille Perrin estão entre nós já faz um tempinho, mas agora mudaram de casa e aportaram na Mistral. Eu sou fã desde que tive a oportunidade de desfrutar seu incrível Chateau de Beaucastel, um tremendo Chateauneuf-du-pape que com seus 12 a 15 anos é um verdadeiro néctar que nos seduz, um vinho que precisa de tempo para se expressar e mostrar todo seu esplendor, um tremendo prazer hedonístico. A linha de vinhos deles, no entanto, não se restringe a esse grande vinho entre os melhores da região e a Mistral nos convidou para conhecer um pouco mais desse portfolio.

Tristemente não pude comparecer em função de um problema particular que demandou minha atenção no dia, mas minha amiga e fiel escudeira e confreira Raquel Santos me representou com fidalguia e descreveu assim esse momento em que, mais que provar vinhos, teve uma aula sobre a região que ela agora compartilha conosco. Uma verdadeira viagem, valeu Raquel.

“Recentemente tive o privilégio de participar de uma degustação oficial de lançamento dos vinhos da Família Perrin, promovida pela Mistral, com a participação de Jacques Perrin, 4ª geração no comando da bela história do Château de Beaucastel que começou em 1909.

Foram pioneiros na agricultura orgânica e biodinâmica desde o princípio e tem expandido suas propriedades nas melhores regiões do Vale do Sul do Rhône, dentre elas em Gigondas, Vinsobres, Cairanne, Vacqueyras, Rasteau e Beaumes de Venise. Recentemente iniciou um projeto, com parceiros locais, no norte do Rhône, a Domaine et Maisons Les Alexandrins. Além do Rhône a família tem parceria no Château de Miraval, na Provence.

Quero aqui compartilhar com vocês essa viagem que percorre o Vale do Rhône do norte ao sul.

Os vinhos apresentados foram: 1. Maison Les Alexandrins Condrier AOC Blanc 2019. 2. Châteauneuf-du-Pape AOC Château de Beaucastel Blanc 2019. 3. Château Miraval Côtes de Provence AOC Rosé 2020. 4. Les Alexandrins Crozes Hermitage AOC Rouge 2018. 5. Château de Beaucastel Côte-du Rhône AOC Coudoulet de Beaucastel Rouge 2018. 6. Famille Perrin Vinsobres AOC Les Hauts de Julien Vieilles Vignes 2018. 7. Famille Perrin Gigondas AOC L’Argnée VieillesVignes Rouge 2018.8. Châteauneuf du Pape AOC Château de Beaucastel Rouge 2018. 

O Vale do Rhône está localizado entre os Alpes Suíços e o mar Mediterrâneo. Ao norte está a cidade de Lyon , que além de ser um polo industrial, também possui um entorno rural que abastece toda a região com uma produção agrícola de excelente qualidade. 

Ao sul está a cidade de Avignon que se desenvolveu quando no século XIV o papado mudou o castelo de Roma para a região e começaram a cultivar as primeiras videiras.

Se percorrermos os vinhedos que margeiam o rio Rhône de norte a sul, pode-se perceber uma grande diferença de clima, solo, e variedades de uvas.

Ao norte o clima é continental (Rhône Setentrional) com verões bem quentes e invernos frios. As videiras são plantadas em penhascos pedregosos de granito, entremeados de florestas de carvalho que refrescam o ar pela neblina fria ao amanhecer. A uva predominante é a Syrah. Resultam em vinhos robustos, de cor escura e longevos. Para os brancos, destacam-se a Marsanne, Roussanne e Vionier.

MAISON LES ALEXANDRINS CONDRIEU AOC BLANC 2019

Condrieu é considerada a melhor AOC do mundo para a uva Vionier e esse vinho é feito com 100% dela. Incrivelmente perfumado e mineralidade que reflete o solo de granito. Parcialmente fermentado e maturado em barricas de carvalho que aportam um ótimo corpo, enchendo a boca, com final longo e sensação de cremosidade.

LES ALEXANDRINS CROZES HERMITAGE AOC ROUGE2018

Esse vinho, feito com 100% de uvas Syrah, é praticamente uma aula da tipicidade desta casta. Ótima estrutura e equilíbrio entre o álcool, acidez e taninos bem finos. Suculento e cheio de frutas negras, evolui muito na taça, cheio de complexidade em boca e nariz.

Em direção ao sul (Rhône Meridional) podemos notar que à partir de Montélimar as características da região se transformam. O clima passa a ser mediterrâneo, com influências do mar. Os verões são quentes e o inverno ameno, mas às vezes chega a zero grau. Os ventos frios que vêm do sul (Mistral) fazem as chuvas serem fortes e rápidas, baixando a temperatura rapidamente à noite. Os vinhedos se expõem ao sol forte durante o dia, que também aquecem as pedras que cobrem todo o solo, protegendo as videiras do frio à noite. Outra característica importante é a diversidade do relevo que proporciona grandes variações mesmo em pequenas distâncias. Aqui predomina a uva Grenache que se junta com outras variedades, como as Mouvèdre, Cinsault e a Syrah. Das variedades brancas, encontra-se a Marsanne, Roussanne, Viognier, Clairette, Bourboulenc, entre outras, que são vinificadas para tintos, brancos e rosés.

Além das diversidades de solo e clima, a região do Rhône meridional, é mais recortada no que diz respeito às apelações de origem controlada. A mais conhecida delas é a Côtes du Rhône, usada genericamente. As denominações que indicam o nome das comunas provenientes agregam um fator de maior qualificação. É o que acontece no caso do Côtes du Rhône-Village, que representa 95 comunas (départament) com 22 podendo aparecer no rótulo e outras como Châteauneuf-du-Pape, Gigondas,Vinsobres, Rasteau, etc…

CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE AOC CHÂTEAU DE BEAUCASTEL BLANC 2019

Um vinho branco proveniente desta AOC, é sinônimo de alta qualidade. Elaborado com 80% de uvas Roussanne, e poucas porções de outras brancas autorizadas da região, resulta num vinho particular. Quando jovem (entre 3 a 4 anos), mostra notas aromáticas, suaves e florais com um toque salino. Em boca é bem encorpado, e potente. Depois desse tempo foi-nos aconselhado guardar em adega e só consumir depois de 10 a 12 anos. Esse tempo faz com que ganhe profundidade e complexidade.  

CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE AOC CHÂTEAU DE BEAUCASTEL ROUGE 2018

A comuna do  Châteauneuf-de-Pape é considerada umas das melhores parcelas de produção de uvas em todo Vale do Rhône. Aqui são permitidas 13 variedades de uvas para elaboração do vinho e o Château de Beaucastel está entre os produtores que utilizam todas elas, cultivadas organicamente desde 1960, por tradição. O resultado disso pode ser comprovado na taça, onde a qualidade excepcional, é reconhecida mundialmente. A elegância, o equilíbrio e a capacidade de envelhecimento, fez dele um ícone que nos convida para uma viagem  longa, cheia de capítulos emocionantes, marcando para sempre a vida de quem teve essa oportunidade. Um clássico!

FAMILLE PERRIN GIGONDAS AOC L’ARGNÉE VV ROUGE 2018

Elaborado com uvas de vinhedo com mais de 110 anos de idade, plantado em pé franco em terreno arenoso, é uma raridade e faz parte da linha “Séletions Parcellaires” da família Perrin. O corte da Grenache em maior proporção com a Syrah resulta num vinho único, potente e corpulento com muita elegância, taninos finíssimos e grande complexidade. Um vinho raro!

FAMILLE PERRIN VINSOBRES AOC LES HAUTS DE JULIAN VIEILLES VIGNES 2018

Outro vinho raro, de uma parcela minúscula, vinhedos com mais de 90 anos e o mesmo corte em proporções diferentes (50%Grenache 50% Syrah). Muito aromático, cheio de frutas e taninos aveludados. Mostra muito bem as características de cada casta, alternadamente, resultando num vinho de personalidade

CÔTES-DU-RHÔNE AOC COUDOULET DE BEAUCASTEL ROUGE 2018

Esse vinho possui uma particularidade interessante. Os vinhedos pertencem ao Château de Beaucastel, situado na AOC Côtes-du-Rhône (considerada mais genérica), separado pela estrada A7. Ou seja , do outro lado da via está a AOC Châteauneuf-de-Pape (considerada mais importante).

O vinho porém, mostra muito pedigree, com muita capacidade de envelhecimento. Um vinho enigmático que quebra paradigmas e não é raro causar controvérsias entre especialistas. Eu particularmente achei um vinho muito envolvente.

Ao sul do vale do rio Rhône chegamos ao mar Mediterrâneo onde ele desemboca. Em direção leste, debruçado no litoral, encontra-se a região da Provence. O clima ensolarado predomina e as temperaturas no verão podem ser altas. O vento  Mistral também tem forte influência no clima. Pode ser muito frio no inverno, vindo das neves alpinas e no verão refresca e seca o ar, protegendo as videiras da umidade marítima.

MIRAVAL CÔTES DE PROVENCE AOC ROSÉ 202

O Chateau Miraval se destacou na mídia pela sua ligação com celebridades da música e cinema. Em 1978 seu proprietário foi o pianista de jazz Jacques Loussier, onde montou seu proprio estúdio de gravação (Studio Miraval). Gravou com músicos como Pink Floyd, Elton John, Sting entre outros. Posteriormente, Tom Bove, empresário americano adquiriu a propriedade degradada, convertendo as vinhas lá existentes em produção biológica e ganhando reconhecimento internacional. Em 1993 lança o Pink Floyd Cuvée. Mais tarde se associou com o casal Pitt-Jollie e atualmente pertence apenas ao Brad Pitt que produz o Miraval Rosé juntamente com a família Perrin. Esse apelo mediático fez com que esse vinho fosse muito procurado em todo mundo, impulsionando positivamente o consumo do vinho rosé. Mas como só a mídia não se sustenta sozinha, a qualidade pode ser atestada nesse caso. Trata-se de um rosé bem ao estilo provençal, bem clarinho, delicado, discreto, com ótima acidez, boa estrutura, equilibrado e com um inconfundível aroma de lavandas que nos leva àqueles campos perfumados e ensolarados da região. Um show de vinho que nasceu para ser celebridade!”

Espero que tenham gostado, eu curti essa viagem junto com a Raquel apesar de minha tristeza por não ter podido participar. Kanimambo e nos vemos por aqui, saúde.

Castelo di Montepò, Jantar Harmonizado.

Biondi Santi dispensa apresentações para quem seja aficionado pelos Brunellos de Montalcino, afinal são pioneiros na elaboração desses vinhos e seus rótulos altamante consagrados. O que poucos sabem é que eles possuem um outro investimento, também na Toscana, na região de Maremma o Castelo de Montepó. Diferentemente de seus vizinhos, aqui eles plantaram a Sangiovese Grosso, clones que trouxeram de sua propriedade em Montalcino. Grandes vinhos saem do Castelo de Montepó sendo, talvez, o o mais conhecido o Sassoaloro.

Pois bem, nesta Segunda-feira dia 25, acordem cedo para ver se ainda existem vagas (! rs) Tancredi Biondi Santi, sétima geração de uma das mais reverenciadas famílias do mundo do vinho, e a Mistral montaram um jantar harmonizado com rótulos do Castello di Montepò. .Criadores do grande Brunello di Montalcino, os Biondi Santi têm uma história que se confunde com a trajetória dos maiores vinhos da Toscana. Após um profundo estudo do terroir ao redor do histórico castelo da família em Maremma, Jacopo Biondi Santi – pai de Tancredi – plantou mudas da lendária vinha mãe de Sangiovese BBS11 na propriedade, além de outras castas francesas, perfeitamente adaptadas ao solo e clima da região.

Complexos e saborosos, combinando fruta e um toque terroso com o inegável acento italiano, os vinhos do Castello di Montepò logo se tornaram grandes estrelas do país, entre eles, o famoso Sassoalloro. Jacopo e Tancredi também elaboram quantidades limitadas de alguns dos mais disputados supertoscanos, como Schidione e Sassoalloro Oro. A vinícola também é responsável por um rosado incrivelmente fino e o celebrado Morellino di Scansano, todos selecionados para o jantar.

Serão degustados os seguintes rótulos Castello di Montepò: J&T IGT Toscana Rosé, Braccale IGT, Sassoalloro IGT, Morellino di Scansano DOCG, Sassoalloro Oro Toscana e Schidione IGT 2001. Os vinhos serão harmonizados com um menu de especialidades italianas elaborado exclusivamente para a noite, que inclui:

1. Ravióli recheado com muçarela de búfala ao molho de tomates e manjericão

2. Polenta cremosa com ragu de ossobuco e tomates frescos

3. Cordeiro assado com gnocchi artesanal de abóbora dourado e ervas frescas

4. Torta de maça ao forno com sorvete de canela

Local: Restaurante Mondo Gastronômico – Rua Oscar Freire, 30, Jardim PaulistaPreço: R$ 790,00 por pessoa (em até 3 vezes no cartão de crédito)Reservas: (11) 3372-3401

Saúde e bom proveito! 😉

Provando vinhos do Guia Descorchados 2020.

Gratas surpresas, mesmo que não necessariamente para meu bolso, mas encontrei rótulos fora da curva que me seduziram, então, me realizei! rs

Na ausência do evento anual físico ao qual tradicionalmente não vou por achar muito difícil produzir algum resultado numa aglomeração tremenda de gente e vinhos, desta feita a organização optou por um outro formato. Pequenos grupos provando in loco com distanciamento e participação virtual do Tapias e dos produtores. Formato que gostei bastante, pena que só pude participar da primeira parte que era pela manhã quando provamos 14 vinhos com foco no Chile e Uruguai.

Dos 14 vinhos, os quais comentarei de forma suscinta abaixo, com o preço sempre que possível, dois me encantaram e gostaria de eventualmente colocar no portfolio da Vino & Sapore caso haja condições comerciais para isso. Óbvio que muito depende de preços, mas esses dois me encantaram.

Bodega Océanica José Ignacio Albariño (uruguaio) – sou luso, meu parâmetro de Alvarinho é Minho e Galicia, então tenho uma certa dificuldade em encontrar tipicidade desta uva nos vinhos desta uva produzidos na América do Sul. É um bom vinho, mas falta tipicidade na minha opinião. GD 95 pontos e sem importador no Brasil, pelo menos que eu saiba.

Dagaz Itatino Cinsault (Chile) – gosto deste estilo de vinho e a Cinsault reina lá pelos lados de Itata. Passagem por ovos de cimento e ânforas de cerâmica preservam a fruta gulosa, taninos suaves, fresco, leve um vinho para tomar refrescado nesta primavera verão que está por chegar. Preço na casa dos 120 a 130 Reais. GD 92 pontos

Bisquertt La Joya Single Vineyard Merlot 2016 (Chile) – não fez minha cabeça. Às cegas diria que era um carmenére com toques verdes bem pronunciados, algo químico, me pareceu um pouco desiquilibrado com muitas arestas. Preço na casa dos 200 Reais e GD 91 pontos. Estou achando que não entendi o vinho.

Baron Philippe de Rothschild Escudo Rojo Reserva Carmenére 2018 (Chile) – muito boa safra no Chile e este vinho mostra isto me surpreendendo já que não é das uvas que mais me atraem. Poucas notas verdes, taninos finos, boa fruta, equilibrado e final aveludado. Preço na casa das 150 pratas, dólar não está ajudando! GD 90 pontos

Korta Barrel Selection Reserva Carmenére 2016 (Chile) – da região de Curicó, notas verdes bem presentes, final especiado, num estilo que não me seduz e um que, a meu ver, destoou, dos demais. GD 88 pontos

Montes Alpha Carmenére 2018 (Chile) – mais um vinho de 2018 com boa tipicidade, cor densa, bom volume de boca, 12 meses de barricas mix de novas e usadas, algo quente na boca, vinho que não nega nem a uva nem seu produtor. Preço no importador, 220 pratas. GD 92 pontos

Viu Manent Secreto Carmenére 2019 (Chile) – de Colchagua, 15% de outras uvas não divulgadas (secreto), cor rubi escura, nariz mais frutado, colheita parcialmente antecipada para obter maior acidez, barricas para somente 30% do lote, final herbáceo de taninos finos. Interessante, preço na casa das 140 pratas. GD 92 pontos

Esse foi o último do flight de carmenéres. Como disse, não é uma uva que me encanta, porém gosto e qualidade não são necessariamente a mesma coisa e a qualidade estava lá. Em minha humilde opinião, a maior surpresa inclusive com relação a custo foi o Escudo Rojo e o meu escolhido como melhor Carmenére entre os provados.

Los Boldos Vieilles Vignes Cabernet Sauvignon 2018 (Chile) – Mudamos de uva, mas ficamos na safra! De Cachapoal Alto (Andes), leva um tico de Syrah, que pode variar entre safras de 5 a 10%, que se mostra numa certa picancia de final de boca. Fruto maduro sem excesso, elegante, sem aquela presença por vezes irritante de piracina (pimentão), equilibrado, taninos aveludados, uma grata surpresa, mas na casa das 290 pratas tinha que performar e o fez. GD 92 pontos

Perez Cruz Pircas 2015 (Chile) – de Maipo Alto (Andes), mostrou uma cor rubi vibrante, é um clássico Cabernet Chileno com a piracina aparecendo de forma sutil sem “queimar” o conjunto. Notas mentoladas, frutos frescos, taninos finos e muito boa estrutura. A Perez Cruz é famosa por seus Cabernets, mesmo não sendo num estilo que me agrada, é um belo vinho na casa dos 220 Reais. GD 94 Pontos

Miguel Torres Manso de Velasco 2014 (Chile) – do gigante espanhol que produz na Espanha um dos melhores Cabernets Sauvignon que já tive a oportunidade de provar (Mas La Plana), possui um forte braço no Chile onde já atua há mais de 40 anos e também nos EUA. É um clássico Cabernet Sauvignon chileno muito cultuado e advindo de vinhedo centenário em Curicó, notas tostadas, especiarias, fruta abundante, ainda jovem, taninos ainda bem presente mostrando grande estrutura, herbáceo bem presente,  é um vinho para guardar e tomar lá para 2024, mas não chega a seduzir apesar de ter uma legião de fãs dele e do estilo. Não é para muitos, produção pequena, ícone, preço acompanha, algo acima dos 400 Reais.

Errazuriz Max Reserva Cabernet Sauvignon 2018 (Chile) – Mais um clássico da uva e da região. De Aconcagua, um tremendo de um Cabernet Sauvignon que mesmo tão jovem já mostra toda sua grandeza. Muito rico meio de boca, nariz sedutor de boa intensidade, ótima textura, muito equilibrado com bom volume de boca e taninos muito finos com final de grande persistência. Tremenda elegância, estilo e vinho que me conquista o coração, então, para mim, melhor Cabernet Sauvignon entre os provados que está no mercado por algo como 200 pratas o que acho ser uma baita relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer), a melhor entre os vinhos provados. GD 92 pontos

Familia Traversa Noble Alianza 2018 (Uruguai) – o primeiro dos blends provados (foram 3) é uruguaio e um curioso corte de Tannat com Cabernet franc e Marselan de uma safra que, também por lá, foi muito boa. A ideia por trás da escolha das uvas foi; Tannat pela cor e estrutura, Cabernet Franc pelo frescor e a Marselan pela fruta e capacidade de arredondar o corte. No nariz a Marselan se mostra mais presente, mas sinceramente não acho que funcionou pois mostrou-se algo desiquilibrado, um certo amargor de final de boca, não rolou, mas … Enfim, em torno das 50 pratas, vale testar, vai ver o Tuga aqui está sendo crica demais! rs GD 92 pontos, acho que este também não entendi! rs

El Capricho Winery Aguará Tannat Blend 2018 (Uruguai) – pequena e jovem bodega de meros 7 hectares de vinhedos situados a 250km ao norte de Montevideo. Capacidade instalada para apenas 80 mil garrafas mas ainda longe desse volume, a bodega nasce de um “capricho” de dois amigos querendo fazer vinhos de autor de alta qualidade, com baixa intervenção e práticas de sustentabilidade nos vinhedos e cantina. Se for pelo exemplo deste vinho, objetivo alcançado, gamei! rs Meras 1100 garrafas produzidas e o blend com Cabernet Sauvignon e passagem de 18 meses por barricas novas francesas. Power com tremenda elegância, entrada de boca marcante e muito rica, bom volume, frutos negros abundantes com notas abaunilhadas muito bem trabalhadas, vinho que costumo classificar como egoístico, não dá para dividir a garrafa com muitos não! O preço acompanha, não tem jeito, e não é para o meu bico, mas as 400 pratas que pedem por ele no mercado valem dentro do que é nossa realidade tupiniquim de preços. GD 93 pontos.

Bodega de Aguirre Pater Familiae Heredium 2015 (Chile) – este chileno foi mais um que mexeu com minhas emoções, tremendo vinho. Um corte de Cabernet Sauvignon de Colchagua com Carmenére de Peumo (melhor região para esta casta) que mais uma vez me fez cair o queixo. Aromas sedutores, muito boa e rica entrada de boca, ótima textura de meio de boca, fino, elegante, taninos aveludados e final longo mostrando-se um conjunto sem arestas e muito equilibrado. Um vinho sofisticado que me deixou curioso para explorar o restante de sua linha de produtos e mais um vinho egoístico nessa prova, os dois que mais me seduziram entre diversos bons exemplares apresentados. O preço é em linha com este nível de vinho e ainda por cima com o câmbio desfavorável o que não ajuda em nada, anda na casa das 400 pratas mais ou menos 20. GD 94 pontos.

Tenho que confessar que minhas pontuações (não divulgadas salvo quando participo de alguma bancada de degustação em que isso seja necessário) ficam tradicionalmente bem aquém das avaliações do GD, todavia no caso do Aguará e do Heredium, periga eu dar até um ponto extra! rs É isso, o que era para ser curtinho se estendeu bastante, me entusiasmei, faz tempo que não escrevo e ando represando artigos devido à falta de tempo. Kanimambo, saúde sempre!!

Vinho em Latinha, Modismo ou Veio Para Ficar?

Um monte de colegas e amigos cronistas do mundo do vinho levantaram essa bola recentemente e aí me lembrei de que já comentei isso em 2008 (clique no link para ler). Sempre achei que poderia ser algo interessante, um projeto que pudesse atrair um público mais jovem para momentos mais descompromissados. Mais para vinhos brancos e rosés frescos, espumantes e, eventualmente, algum tinto leve. Pesquisando vi que já tem um monte de produtos no mercado e até alguns grandes players do mercado estão entrando nessa e aí me lembrei que em 2009 dei uma notícia sobre o tema que achei interessante e tratava de qualidade, algo que sempre me preocupou, “Vinho em lata, eis que me chega a notícia de que no Berlin Wine trophy 2009, com mais de 3400 vinhos de mais de 40 países, o Baroke Cabernet/Shiraz/Merlot fez história ao ganhar a primeira medalha de ouro num concurso internacional de respeito. É gente, podemos olhar de esguelha para essas latinhas, mas acho que temos que olhar com mais cuidado o seu conteúdo”. Sempre quis conferir e sem preconceitos porque acho que em cada faixa de preços se pode encontrar qualidade e vinhos palatáveis, vinhos descompromissados de preço idem, porém, como sabemos, quanto menor for a faixa mais complicado será o garimpo, mas há!

Como nos Bag-In-Box que acabaram ficando, na sua grande maioria, restrita a vinhos de baixíssima qualidade, esta talvez seja a maior dificuldade de todas, colocar nessas latinhas um vinho minimamente de qualidade com um preço que seja tão descompromissado como o projeto pretende ser. Vender uma latinha desse vinho por 16,50 a 35 Reais a latinha (3 latas = 1 gfa 750ml) como tenho visto por aí, não me parece que seja algo que vá pegar, pode virar moda numa elite em balada chique, mas será que atrairá mais seguidores à causa? Duvido, o preço não é condizente e não vai atrair um público cativo, talvez uma ou outra para prova. Sou aberto a todas as vertentes, exploro, gosto disso e está no meu DNA luso, sempre busquei falar mais de vinhos “terrenos”, buscar os vinhos que entregam uma percepção de valor superior ao preço pago e tem momento para tudo, afinal, como já dizia o poeta, tudo vale a pena quando a alma não é pequena, mas … Por uma questão de quantidade, meia garrafa ou até um quarto são boas opções e se encontram produtos de qualidade no mercado a preço convidativo.

Foto da coluna da Suzana Barelli no caderno Paladar do Estadão em 21/02/20

Há uns dois anos provei os vinhos da Baroke, finalmente, e sinceramente não me entusiasmei a falar deles não. Verifiquei inclusive que havia problemas de envelhecimento precoce e espero que as latinhas venham com data de validade, pois diferentemente das garrafas seu tempo de maturação é outro e parece que possuem um shelf time bem menor. Para quem importa volumes maiores e o produto não escoe como previsto, certamente um possível problema a encarar a não ser que se jogue no colo do consumidor!

Certamente não seria algo que eu compraria, mas cada um é cada um, preferiria uma prática garrafa de rosca, um vinho (tranquilo ou espumante) de 60 pratas e um copo de plástico, coisa que já fiz e voltaria a fazer numa boa dependendo da circunstância, talvez até uma boa cerveja artesanal nessa faixa de preço a um vinho fraquinho. Sem preconceito algum a questão é outra, critério de qualidade independentemente do invólucro. Se tomaria? Lógico que sim e dependendo da situação, porém não gastaria meu suado dinheiro nisso, como disse, teria outras alternativas.

Tiro o chapéu para os empreendedores e inovadores de tudo o que é setor da economia, torço para que dê certo, mas não sou tão otimista assim, o tempo dirá como o consumidor brasileiro aceitará essa inovação a esses preços. Isso sou eu, pois, como já disse anteriormente, cada um é cada um e que seja feliz como melhor lhe prouver, sem frescuras! Saúde e Kanimambo pela visita.

Nasceu o Caviste Online, Ufa!!

Um parto, dizem (rs), é muito doloroso e certamente iniciar e lançar um novo projeto comercial também não é mole não! Tá bom, a dor é incomparavelmente menor, sei (rs), mas a ansiedade e o longo trabalho até o nascimento é igualmente angustiante e depois que nasce, quantos ses!!

Bem meus amigos, espero que agora entendam a minha ausência, me desculpem, o foco tem estado em fazer nascer a Caviste.Online (assim mesmo sem .com nem .br) e prepará-la para enfrentar esse mundo virtual assim como, paralelamente, ter passado o difícil ano de 2019 correndo atrás do vil metal.

Foi a convite de um amigo, Fábio Barnes que se tornou sócio desse projeto, que este projeto iniciou sua construção e seu nome veio de um vídeo que outro amigo fez comigo na Vino & Sapore, quando ele me “rotulou” (rs) como um Caviste que nada mais é do que um verdadeiro fuçador, um garimpador de pepitas nesta vasta vinosfera.

A ideia foi construir um site comercial de vinhos na internet que aliasse:

  • Atendimento personalizado dentro das óbvias limitações de uma plataforma virtual. Uma maior interação, consultoria e interatividade com os clientes aficionados pelos caldos de Baco.
  • Compartilhamento de conhecimento, informação e curiosidades de nossa vinosfera. O objetivo não é só vender, é informar, é quebrar paradigmas, é abrir a mente para novos e interessantes sabores e incentivar descobertas mesmo que apresentando alguns portos seguros.
  • Uma seleção de vinhos feita dentro dos meus critérios > Diversidade (não só o que eu gosto), vinhos menos midiáticos, vinhos diferentes (mas não só), vinhos de boa a ótima qualidade com preços terrenos (80% do portfolio abaixo dos 150 Reais), vinhos que surpreendam (por preço, por uva, por estilo, por origem) e emocionem, vinhos de produção limitada, vinhos orgânicos, etc..

Ontem, apesar do desastre das águas em São Paulo, fizemos o lançamento junto à mídia especializada no bonito espaço do Gola Solta, na Rua Loefgren, Vila Clementino, a apenas duas quadras do metrô Hospital São Paulo. Ali, falamos um pouco do projeto que agora se materializa e colocamos 20 vinhos em prova como mostra, na prática, do que estamos trazendo ao mercado. Apesar da litragem, muitos dos amigos se depararam com vinhos e castas que não conheciam, região desconhecida e tudo isso nos foi muito grato, era isso que queríamos mostrar. Esta nossa vinosfera é um mar a ser navegado sem parcimônia, ninguém sabe tudo e não existem verdades absolutas, por isso ser um mundo para as almas inquietas!

Bem, mais não falo, ainda tem “fine tuning” a fazer, coisinhas a corrigir, mas desde já conto com os amigos para visitar e divulgar, ficarei imensamente grato pela ajuda. Se puderem comprar ótimo, se puderem dar feedback inclusive sugerindo melhorias melhor ainda, se gostarem gritem ao mundo! rs Cliquem no link acima para acessar o site, sigam no Insta e no Face, agora acho que posso votar às minhas atividades por aqui de forma mais amiúde, já negligenciei demais o Falando de Vinhos, a partir da semana que vem tem mais.

Kanimambo, sempre, pela paciência, por seguir me visitando aqui. Saúde

PROVINO está chegando!

Esta feira é exclusivamente focada nos profissionais do ramo, porém sei que muito dos amigos leitores estão de alguma forma ligados ao setor profissionalmente, então deixa eu compartilhar aqui este evento que talvez nem todos estejam a par. Eu estarei fuçando por lá no dia 15, quem sabe não nos encontramos? Eis o release recebido com detalhes.

Entre os dias 15 e 17 de outubro, São Paulo sediará a primeira edição da Provino – Feira Profissional de Vinhos e Destilados, direcionada integralmente ao público profissional, que terá acesso aos lançamentos, tendências e novidades do setor através das marcas expositoras e do conteúdo do Fórum Provino, com temas práticos do segmento.

Para ter acesso à feira, que se realizará no Transamérica Expocenter, é necessário realizar o credenciamento, que já está aberto no site oficial da Provino, é gratuito e exclusivo para profissionais do setor. Basta acessar: www.provino.com.br/inscricao, preencher o formulário e aguardar a confirmação da organização da feira. Criada para fomentar o segmento como um todo, a Provino tem como meta se tornar uma importante plataforma para o contato entre produtores e importadores de diversos países com distribuidores, sommeliers, comerciantes e importadores do Brasil e da América Latina.

Além do intercâmbio com os principais nomes da indústria mundial, os profissionais vão fazer negócios, aprimorar-se profissionalmente e ampliar o network. A organização estima a participação de 250 marcas expositoras e visitação de 10 mil profissionais nos três dias de evento. Muito interessante também é se programar par participar de alguns dos forums de discussão e palestras, veja a agenda aqui > http://provino.com.br/forum .

Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana!

World Wine Experience Península Ibérica.

Começaram as grandes degustações! Na próxima Segunda dia 27 tem Mistral, na semana seguinte também na Segunda tem a World Wine Experience Peninsula Ibérica, mais um evento a que não deixarei de comparecer, sempre grandes produtores e ótimos vinhos.

 

Dos dias 3 a 7 de junho, acontece mais uma edição da World Wine Experience. Tanto para iniciantes quanto para experts no universo do vinho, essa edição da feira tem como tema a Península Ibérica, onde reúne grandes rótulos de vinícolas tradicionais que inovam na tecnologia e na produção, e que exaltam, principalmente, a uva e as técnicas de vinificação.

O encontro tem como objetivo aproximar grandes produtores que compõem seu portfólio ao público interessado em enocultura, desmistificando todos os mistérios ainda presentes na bebida. Assim eles podem ter contato direto com quem produz, conhecer a história das vinícolas e as novidades, tudo isso no melhor formato: degustando!

Nesta edição, serão apresentados 17 produtores, sendo 8 de Portugal e 9 da Espanha – que representam diferentes tecnologias, dinamismo e autenticidade na produção dos vinhos.

AS MARCAS PRESENTES SÃO:

PORTUGAL:

Herdade do Rocim, CARM, Quinta da Falorca, Quinta do Pessegueiro, Val da Ucha, Wiese & Krohn, Quinta Nova e Quinta da Calçada

ESPANHA:

Marques de Murrieta , AALTO, Borsao, Vivanco, Ponce, Pere Ventura (Cava), Barbadillo, Valderiz e Garmon Continental

De dia 03 de Junho a dia 7 o evento circulará boa parte do Brasil, mas lamentavelmente para meus amigos do sul do país, nenhum dia por aquelas bandas! Eis a programação e preços:

São Paulo dia 3 – R$260,00 / Rio de janeiro dia 4 – R$260,00 / Brasilia dia 5 – R$170,00 / Recife dia 6 – R$100,00 e Belo Horizonte dia 7 – R$150,00.

Esta é a verdadeira formação de qualquer enófilo, prova! Só litragem (rs) e conhecimento de rótulos é que lhe aportarão o verdadeiro conhecimento e, por outro lado, lhe trarão maior segurança na hora de ir às compras. Aproveite estas oportunidades, outras haverão por aí, as importadoras voltam a estar mais ativas, então esta é a hora. Quer saber mais, garantir seu lugar contate a World Wine ou se para o evento de São Paulo clique aqui para compra online > https://www.eventbrite.com.br/e/world-wine-experience-2019-sao-paulo-tickets-62069171563?aff=ehomesaved. É isso, mais uma boa dica, aproveite o fim de semana e kanimambo pela visita, saúde!

Encontro Mistral Está em Sua Nona Edição!

Tenho andado sem tempo para Falar de Vinhos, semana que vem retorno, porém não poderia deixar de comentar a nona edição do Encontro de Vinhos Mistral semana que vem e que, desta feita, trará 68 renomados produtores de vinho para o evento de 2019. Criado em 2003 e realizado a cada dois anos, o evento chega a sua 9ª edição como um dos mais respeitados eventos de vinho do Brasil. Em São Paulo, acontece nos dias 27 e 28 de maio, no hotel Grand Hyatt, e no Rio de Janeiro, no dia 29, no Belmond Copacabana Palace.

Vinícolas das principais regiões produtoras de 14 países serão representadas por seus proprietários ou enólogos, que apresentarão pessoalmente ao público mais de 450 grandes rótulos. Grandes nomes do vinho estarão presentes nesta edição. Entre destaques do Velho Mundo estão o espanhol Miquel Ángel Cerdà, proprietário da Ànima Negra e Terra de Falanis; o francês Jean-Louis Despagne, da Château Tour de Mirambeau; e os italianos Roberto Stucchi, enólogo da Badia a Coltibuono, Paolo Coppo, da Coppo, além de Paolo Campagnola, da Campagnola e Luca Speri, da Speri, duas vinícolas que entraram recentemente para o portfólio da importadora.

Portugal também tem representantes de prestígio no evento, como  o enólogo Luis Patrão, da Herdade de Coelheiros, Luis Cerdeira, proprietário da Soalheiro, e voltam ao país produtores já conhecidos do público, como Diogo Campilho, da Quinta da Lagoalva, Maria Castro, da Quinta da Pellada, e Luis Pato, uma das maiores celebridades do vinho português.

Do Novo Mundo, participam os chilenos Maria Paz e Matias Garcés, proprietários da Viña Garcés, e os enólogos Bernardo Troncoso, da Viña Montes, Emily Faulconer, da Viña Carmen, e Andrea Leon, da Lapostolle; o argentino Ernesto Catena, proprietário da Tikal; e os brasileiros Luís Henrique Zanini e Ana Paula Valduga, proprietários da Vallontano.

O público poderá também provar rótulos de consagradas propriedades, como as francesas Joseph Drouhin e Georges Vigouroux; as gregas Gaia, Boutari e Cambas; as espanholas Vega Sicilia, Alión, Pintia, Pesquera e Viña Bujanda; as alemãs Selbach Oster e Robert Weill; as sul-africanas De Wetshof e Boekenhoutskloof; a húngara Oremus; e as argentinas Catena Zapata, El Enemigo e Bodegas Caro.

A lista completa de expositores segue abaixo e dentro de tantos e tão bons, fácil se perder! A verdadeira escolha de Sofia e cada um tem a sua, mas eu já selecionei (com asterisco) aquelas que eu visitarei. Se der, ainda incluo mais umas duas ou três, mas vou ter que chegar cedo!! Programa para dois dias na verdade e se começasse às 16h melhor, vai faltar tempo para o papo. rs Para quem tiver bala na agulha um belo programa é os dois dias com jantar e pernoite no hotel, da hora né??

PAÍS PRODUTOR
África do Sul Barista
África do Sul Boekenhoutskloof*
África do Sul De Wetshof
Alemanha Domdechant Werner
Alemanha Hans Wirsching
Alemanha Robert Weill
Alemanha Selbach Oster*
Argentina Alamos / Catena Zapata
Argentina Bodegas CARO (Catena Zapata & Château Lafite-Rothschild)
Argentina El Enemigo
Argentina Ernesto Catena*
Áustria Riedel
Brasil Vallontano*
Chile Lapostolle
Chile Viña Carmen
Chile Viña Garcés Silva
Chile Viña Montes
Espanha Anima Negra / Terra de Falanis*
Espanha Bodegas Julian Chivite / Gran Feudo
Espanha Bodegas Luzón*
Espanha Bodegas Valdemar
Espanha Castell del Remei / Celler de Cérvoles
Espanha Pesquera/ El Vinculo / Dehesa La Granja
Espanha Vega Sicilia / Alión / Pintia / Macan
Espanha Viña Bujanda / Finca Valpiedra / Cosecheros y Criadores / Finca Antigua
EUA Drouhin Oregon*
França Chateau Tour de Mirambeau
França Georges Vigouroux
França Joseph Drouhin
França M.Chapoutier*
Grécia Boutari
Grécia Cambas
Grécia Gaía
Hungria Oremus
Itália Badia a Coltibuono *
Itália Berta (Grappa)
Itália Campagnola
Itália Castello di Montepó *
Itália Coppo
Itália Masciarelli
Itália Lungarotti
Itália Speri
Itália Tenuta Capezzana
Portugal Blandy’s
Portugal Symington (Graham’s / Altano / Prats&Symington)
Portugal Herdade de Coelheiros
Portugal Luis Pato
Portugal Quinta da Lagoalva*
Portugal Quinta da Pellada / Quinta de Saes*
Portugal Quinta do Côtto*
Portugal Quinta do Vale Meão
Portugal Soalheiro*
Uruguai Pisano*

Ainda dá tempo e vale muito a pena, mas corra que os ingressos estão se esgotando e não haverá venda no local. Fica a dica, kanimambo e saúde

ENCONTRO MISTRAL 2019

São Paulo: 27 e 28 de maio – Grand Hyatt (Av. das Nações Unidas, 13301)

Rio de Janeiro: 29 de maio – Belmond Copacabana Palace (Av. Atlântica, 1702)

Horário: das 17h às 21h30

Preço: R$350

Reservas e informações:

(11) 3372 3400

encontro@mistral.com.br

www.mistral.com.br/encontro

 

Explorando o Portfolio da Berkmann.

Vou falar um pouco sobre este gostoso evento promovido pela importadora Berkmann Wine Cellars de origem inglesa no sentido de mostrar a seus potenciais clientes e alguns formadores de opinião, blogueiros, sommeliers etc. um pouco de seu portfolio, tinha vinho para dedéu!! rs Consegui provar 50 dos quais 27 se destacaram, entre eles selecionei alguns que fizeram minha cabeça tendo descartado os que não cabem no bolso da maioria como o incrível Querciabella Batár 2013 um incrível blend de Chardonnay com Pinot Blanc, biodinâmico, vinho para bocas mais treinadas e bolsos cheios porque custa no mercado algo entre 800 a 900 pratas, mas se tiver mergulhe de cabeça, divino.

 

Áustria e Alemanha : Gosto bastante da uva austríaca Gruner Veltliner, sempre muito fresca porém algo cara para o que entrega, o Zero-G é uma grata exceção apresentando a notas típicas da casta com um uma textura bem gostosa e um preço estimado entre 120 a 125 pratas, o que mesmo não sendo barato, é um bom preço comparado ao mercado e outros rótulos disponíveis. Gostei bastante também do Riesling alemão White Rabbit em que nem o nome nem o rótulo ajudam muito (rs), mas o que interessa é o conteúdo e esse mostrou a boa mineralidade e tipicidade da casta, sem exageros, bem balanceado. Para vinho alemão de qualidade, os 150 a 160 Reais está de bom tamanho porque a maioria começa a partir de 180, gostei, apesar do rótulo. rs

 

Argentina. – De la Rioja a bodega San Humberto apresentou alguns bons vinhos entre eles um baita Petit Verdot raçudo e potente o Nina Gran Reserva, mas o que mais me seduziu foi o Nina Gold Torrontés. Tem gente que vira a cara para a Torrontés, eu não sou um deles, e há ótimos produtos no mercado entre muita zurrapa, tenho que reconhecer e estes não têm ajudado em nada na divulgação dos vinhos dessa cepa, mas estamos diante de um exemplar primoroso desta uva. De mais corpo, ótima intensidade aromática sem exageros que muitas vezes prevalecem nestes vinhos, boca de ótima textura, vivaz um vinho para quebrar preconceitos, pena que o preço seja algo puxado na casa dos 200 Reais.

 

Brasil: Vinhetica, franceses fazendo vinhos no Brasil e trabalhando com uvas dos dois melhores terroirs brasileiros, Campanha Gaúcha e Serra Catarinense. Dois vinhos me surpreenderam, um mais tradicional mas de corte fora dos padrões regionais e um blend de brancas não filtrado. O branco é o Terroir de Blanc, blend das uvas Sauvignon Blanc, Fiano de Avelino e Robolla Gialla da Serra catarinense, que poderá assustar os mais incautos por não ser filtrado sendo bem turvo, estilo visual Shweppes Citrus! rs Me fez lembrar os espumantes sem degorgment hoje disponíveis mercado, muito interessante, vinho a se descobrir com notas cítricas bem acentuadas e um toque vegetal que lhe aporta a Sauvignon Blanc que é mais presente no corte e boa textura de boca. Provei o filtrado também, bom, mas este me despertou mais a atenção e o preço na casa dos 75 a 80 Reais. O tinto Terroir d’Elegance é o, a princípio, mas tradicional com passagem em barricas por 12 meses porém um corte algo diferente; Cabernet franc, Teroldego, Cabernet Sauvignon, Ancellota e Tannat da Campanha com boa pegada, corpo médio, bom volume e taninos sedosos bom vinho com preço entre 80 a 85 Reais, bem honesto para o que entrega.

 

Chile – o produtor presente foi a J. Bouchon que depois de uma fase mais “popular” volta a presentar vinhos de muito bom nível que me agradaram bastante. Gostei bastante dos Canto Sur e Canto Norte, dois cortes muito bem feitos, O Norte bem bordalês com Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, porém foi o Sur que mais me seduziu com um corte diferenciado de Carmenére, Carignan e País bastante complexo, fresco, de taninos muito elegantes ambos na faixa de 130 Reais. A linha Block Series é um nível acima, vinhos mais robustos e estruturados, tanto o Malbec quanto o Cabernet Sauvignon, porém foi este último que mais me chamou a atenção. Belíssimo Cabernet de boa tipicidade sem aquela marca que me incomoda (coisas do Tuga! rs) de pimentão e goiaba que faz a cabeça de alguns. As notas vegetais são suaves, a fruta se mostra mais presente, notas tostadas um vinho de 2015 com ainda muitos anos pela frente de evolução, gostei muito e aqui já chegamos na casa dos 150 a 160 Reais que já começa a ser para poucos, mas vale a pena. A linha Granito é soberba, especialmente o branco de Semillon com 12 meses de passagem por barrica, tremendo vinho e o preço acompanha (talvez um pouco exagerado) chegando já na casa dos 350 Reais, mas tendo disponibilidade, compre logo a dupla! rs Seduzido mesmo fui pelo vinho mais barato desta leva provada o J. Bouchon Reserva Rosé de País 2018 que merece um post separado num futuro breve, o primeiro País (uva regional também conhecida como Criolla Chica por aqui e Criolla Grande na Argentina) 100% que realmente gosto, o resto não rolou nenhum até agora, e que é para tomar de caixa, delícia com preço de cerca de 89 Reais.

 

Espanha – Aqui separei dois vinhos que valem muito a pena, um bem barato o outro já na gama mais alta de preços porém condizente com seu status. O primeiro é um Tempranillo de Rioja o Casa Roja Tempranillo que possui um preço algo abaixo das 60 pratas e que nesta faixa mostrou que entrega algo a mais, muito bem feito, corpo mais leve mas cheio de sabor, bem bom! Já a Finca del Marquesado apresentou três vinhos também de Rioja, dos quais dois me chamaram a atenção, o Crianza com bons  135 Reais de custo ao consumidor o que o torna muito competitivo nessa classificação e é um vinho muito bem feito e rico, mas o Gran Reserva 2009 é da hora e o preço condizente com este nível de qualidade, idade e classificação, tremendo de um vinho que pode tranquilamente evoluir por mais uma meia dúzia de anos e fez minha cabeça. Preço beirando as 300 pratas. A grande surpresa e uma delicia de vinho, com uma acidez no nível dos Vinhos Verdes e vinhos da Galícia, estilo que me agrada muito, um vinho Basco, o Mendraka Bizkaiko Txacolina. Este vinho, como o Rosé de País da J. Buchon, vai merecer um post solo pois é deveras interessante. Txacoli é o estilo, Bizkaico é região demarcada na área rural de Biscaia e as uvas Hondarrabi Zuri e Zerretua, simples assim! rs Na boca explode em sensações vibrantes e frescas, acidez lá em cima, limão, maçã verde, adorei e tudo a ver com nossas regiões costeiras, frutos do mar, adorei! Vinho na casa dos 110 Reais e vale.

 

França – não me dediquei muito a este país e três foram os vinhos que achei bastante interessantes com preços idem, porque a busca é por qualidade com preço. Vinho bom e caro tem de monte, tem que garimpar por “acessibilidade vínica” rs! Guy Allion é o produtor de dois deles, o Les Quattre Pierres Cabernet Franc do Loire de boa tipicidade e preço razoável (130 a 140 pratas) e um belo Cremant do Loire Blanc de Blancs Brut 2016 na mesma faixa de preço e elaborado com um blend de Chenin Blanc (80%) e Chardonnay com autólise de 18 a 24 meses, método champenoise, mousse incrível, ótima perlage, fresco porém complexo, brioche, cítrico, o mais perto de champagne que provei nos últimos anos e por cerca de 140 pratas, menos de metade do preço destes!

 

Da Hungria – Produtor Sauska. Não sou chegado em Furmint seco, tomei poucos que me agradaram e este é certamente um deles, saboroso, ótima boca, aromas sedutores, por um preço de 110 pratas é uma boa pedida para quem gosta de brancos diferentes e explorar uvas menos conhecidas. Seu Tokaji Late Harvest Cuvée Sauska na faixa dos 350 Reais é muito bom, mas me parece que o 5 Puttonyos é bem mais negócio por cerca de 60 pratas a mais.

 

Portugal – Ermelinda de Freitas da região Setúbal é o protagonista e vi para minha alegria, mesmo não estando lá para prova, que os vinhos Terras do Pó Branco, tinto e Reserva estão de volta ao mercado pelas mão desta importadora com preços bem competitivos. Do que provei se destacaram dois rótulos da linha Casa do Rosário Branco e em especial o Rosé elaborado com Castelão cortado com Syrah e Touriga Nacional de cor mais intensa, bela pedida para companhar Paella Mista e a um preço bem moderado na casa dos 75 conto.

 

Itália – Alguns bons vinhos de produtores renomados como Fenocchio (Barbera d’Alba duro e muito jovem) e Maculan (delicia de Vespaiolo) de preços algo mais salgados. Na linha mais acessível, o Villa Rossi Sangiovese,  ligeiro e gostoso, da Emilia Romagna por 59 Reais é um belo companheiro para o macarrão da mámma ou a pizza de Sábado e o Visconti della Rocca Primitivo de Salento, um primitivo fácil de gostar na casa dos 75 Reais, preço bem honesto para vinhos dessas uva no mercado

Fazia tempo que não dava essas saídas de garimpo, pena que tirei poucas fotos, estava com saudades e foi muito bom rever alguns amigos presentes. Diversos vinhos interessantes, outros nem tanto e isso faz parte do jogo, mas “overall” uma seleção que deixou algumas (diversas, rs) pulgas atrás da orelha e certamente esses acima destacados são para os amigos marcarem no caderninho na próxima visita a um restaurante ou loja preferida.

Um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou na Vino & Sapore, onde dou plantão de Quarta a Sexta das 14 às 20h ou aos Sábados das 10 às 19h dia em que sempre tenho algo aberto para receber os amigos. Fui, saúde

 

 

Um Chardonnay Abaixo dos 50 Conto!

É, tem sim e bem legal, do jeito que meu amigo Didu gosta (rs)! Como em todos os tipos e estilos de vinhos, há momentos para tudo e ninguém nega, especialmente quem tenha alguma litragem na taça, que os grandes vinhos são experiências únicas, mas também não são para todos e muito menos para toda a hora! Grandes vinhos, grandes preços, não tem como fugir disso e não são para a maioria de nós meros mortais, seguidores de Baco que somos. Esses grandes vinhos ficam restritos a poucos ou, pelo menos, a poucos e raros momentos de nossa vida terrena, mas o bom é que há bons e saborosos vinhos em todas as gamas de preço guardadas as devidas limitações, obviamente, e dentro do contexto em que se encaixam.

Há vinhos descompromissados que não abrem mão de qualidade e eu garimpo esses rótulos, vinhos que tomo regularmente de forma informal. Um desses rótulos que agora compartilho com os amigos é o VSE Classic Chardonnay, vinho chileno elaborado sem passagem por madeira e que já acompanhou com gallardia uma tainha no forno recheada com farofa. A Vina San Esteban, é localizada no Vale de Aconcagua onde a família Vicente possui cerca de 150 hectares de vinhedos acompanhando o rio do mesmo nome encostado nos pés da Cordilheira. Nessa terras elabora, vinhos com três marcas diferentes; a VSE, a In Situ e a Rio Alto. Costumo dizer que a melhor forma de conhecer um produtor é provando sua linha básica, se aí são bons, pode apostar seu rico dinheirinho em seus vinhos de alta gama sem erro! Problema é que tem muito gente produzindo vinhos “Ícones” mas que deixam muito a desejar em suas linhas mais básicas, ainda bem que este não é o caso.

Há momentos para aquele grande Chardonnay e há momentos, vários por sinal, para este pois com preço entre R$45 e 50,00 é um vinho que pode sim visitar nossas taças de forma mais regular. Um vinho que busca a essência da uva sem mascará-la, buscando o frescor da fruta só com fermentação em inox sem qualquer passagem por barrica. Um vinho leve, saboroso, toque de frutas tropicais típicos da casta, sutil, fresco, final algo cítrico, um vinho com cara de verão, muito agradável de se tomar. Para beber solo, só com boa companhia e bom papo, petiscando queijos, frutos do mar grelhados, lula à doré, até um peixe no forno com farofa como esse na foto acima.

É um grande vinho? Não, nem se propõe a isso, porém é bem feito, honesto, vale bem o que custa, dá conta do recado e nessa faixa difícil de achar igual, gosto e pronto. Ainda Sábado passado acompanhou um Penne ao Pesto com amigos, mato a cobra e mostro o pau (rs), vale muito a pena e certamente combinará também com pratos de bacalhau mais ligeiros, um vinho bastante versátil nesta faixa de preço e eimportação de meu amigo Juan da Almeria Vinhos. Kamimambo pela visita, saúde e feliz Páscoa, retomo meus escritos na Segunda.