Dicas Enogastroculturais

Vinhos Portugueses em Restaurantes Paulistanos

            Os vinhos portugueses vêm num crescendo de consumo no Brasil e nos restaurantes isso não seria diferente. Nas cartas que faço e forneço, tenho visto isso mesmo que ainda ainda de forma timida a não ser que, obviamente, o restaurante seja especializado. Com o intuito de fazer crescer o consumo e mostrar o ótimo perfil gastronômico dos vinhos lusos, e ViniPortugal, associação que promove os vinhos portugueses pelo mundo, promove desde a semana passada em São Paulo, o Festival de Vinhos de Portugal em Restaurante, que termina no dia 04 de Dezembro. Mais ainda, durante o período, cliente que carimbar o seu mapa de Portugal três vezes, ou seja, participar três vezes da ação nos restaurantes integrantes do festival poderá participar do sorteio que o brindará com uma viagem a Portugal, com direito a acompanhante. Diz o press release:

Doze restaurantes participarão do festival, cujo objetivo é harmonizar os sabores dos vinhos de Portugal com a culinária paulistana. Os restaurantes participantes são: Ville Du Vin, Trindade (Unidades Itaim e Alphaville), Tasca da Esquina, Bacalhoeiro, Cosi (unidades Santa Cecilia e Vila Nova), North Grill, Antiquarius, Grill Hall, Materello, Purpurina Oficina das Pizzas, Restaurante do Mube, Porto Rubaiyat e O Pote do Rei.

Para promover ainda mais o evento, o chef português Américo dos Santos e o brasileiro Willian Ribeiro gravaram um vídeo com suas receitas de Bacalhau Confitado com Sabores Lusitanos e Lombinho de Cordeiro Grelhado com Açorda de Leite e Salsa Verde, respectivamente. No vídeo com link abaixo, além de mostrar a confecção dos pratos, o sommelier Diego Arrebola destaca como os vinhos portugueses e suas diversidades de sabores harmonizam os pratos apresentados. Assista: http://vimeo.com/31928939

   Bem, eu não sei vocês, mas eu não tenho como deixar de conferir este verdadeiro festival luso, o sangue fala mais alto, e certamente voltarei  contando minha experiência. Para os amigos que estão em duvida sobre subir a bordo comigo no Tour Enogastrocultural por Portugal, eis aqui um aperitivo do tudo de bom que por lá provaremos. Uma ótima semana para todos e tenho a certeza que a receita acima já lhes deu água na boca, certo? Só faltou o acompanhamento musical com o Carlos do Carmo para entrar no clima pra valer! Salute e kanimambo.

Tour Enogastrocultural

       Conhecer os vinhos e gastronomia de um país é sempre um processo de mergulho na cultura de um povo.  Por outro lado, e a história desse povo fora da nossa vinosfera? Pois bem, eu e a amiga Inês Cruz da Viavitis, enóloga portuguesa da região do Dão, unimos esforços para com nosso conhecimento das coisas e vinhos de Portugal, montar uma viajem inesquecível e, modéstia á parte, show de bola!!

           Serão dezesseis noites e dezessete dias, saindo daqui dia 15 de Fevereiro (primeira semana é carnaval)  e voltando dia 3 de Março do ano que vem. Do Minho ao Alentejo descobrindo paisagens e lugares diferentes, conhecendo a cultura de um país pequeno mas repleto de história , aproveitando o melhor da gastronomia da terra que, pasmem (rs), não é só bacalhau e nos deliciando com os vinhos provados in loco em bate-papo com mais de doze produtores conhecendo incríveis vinícolas.

 

          Certamente uma viajem que ficará na memória de cada um dos 20 participantes que nos acompanharão. Em breve passo detalhes, mas quem tiver interesse de subir nesse avião conosco sugiro já antecipar seu desejo enviando-me seu comentário e solicitação de preços e roteiro, logo logo entro em contato. Nossa viagem partirá de São Paulo, mas amigos do Brasil inteiro são bem-vindos. Vamos nessa?!

Salute e kanimambo

Portugal a Toque de Caixa

O bom de viajar pela Europa e em especial por Portugal, é que as distâncias são pequenas e a oferta de opções e atrações enorme. Apesar do objeto de minha recente e rápida viagem não ter sido turismo, consegui incluir curtas viagens 20 a 50 kms, até para desanuviar o espírito, visitando alguns locais interessantes. Como a diversos-058Golegã capital do cavalo Lusitano onde fui para almoçar no Cú da Mula (isso mesmo) por recomendação de meu primo Carlos, mas como estava fechado para descanso semanal acabei no Barrigas onde comi um delicioso prato de borrego (cordeiro) assado que acompanhei com um simples mas saboroso tinto do Alentejo, o Loios.

A origem de minha família é no Ribatejo; Vila Nova da Barquinha e Moita do Norte, acompanhando o Rio Tejo que vem desaguar em Lisboa onde ganha fama. A região é terra de touros, cavalos, povo hospitaleiro e gente boa (obviamente) em que pequenas casas antigas e vielas cheias de história se mesclam com a modernidade de construções novas. Tancos, Constância, Arrepiado, Castelo de Almourol, locais próximos que o convidam a relaxar em paisagens idílicas. Os vinhos do Ribatejo têm fama de rústicos, simples sem grande qualidade, mais centrados em vinhos de mesa do que na elaboração de vinhos finos e é vero. Isso, no entanto, começa a mudar com grandes investimentos e busca das castaquinta-da-lagoalvas mais adequadas ao terroir da região. Meus primos Chico e Bia me apresentaram ao Quinta da Lagoalva, vendido aqui pela Mistral, que me surpreendeu positivamente. Este 2004 é um corte de 60% Castelão com Touriga Nacional, muito agradável, macio, cremoso de taninos maduros bem equilibrado que me fez trazer umas garrafas, inclusive pelo preço abaixo de 4 Euros. Uma boa sugestão para os amigos que queiram ter uma ideia dos vinhos da região e que me despertou a curiosidade de conhecer o Quinta da Lagoalva de Cima que dizem ser um dos melhores do pedaço. Fica para uma próxima vez!

quinta-da-lagoaNo Domingo dei um pulo a Nelas, terra do Dão e um pouco mais longe, próximo a Viseu uma viagem de pouco mais de duas horas onde almocei em família. Dei uma passadinha na Quinta dos Roques que estava fechada e passei pela Quinta da Lagoa onde comprei um belíssimo queijo da Serra DOP (denominação de origem protegida) direto do produtor e das mãos de dona Maria Palmeira.

A caminho do Barreiro, sul do Tejo próximo a Almada, Montijo e Coina, uma passada em Lisboa para almoçar no O Caseiro uma deliciosa carne de porco á Alentejana com amêijoas à Bulhão Pato de entrada, delicias-de-portugalatravessar a rua e comer uma par de pastéis de Belém acompanhados por um porto tawny e finalizado com uma bica (cafezinho) cheia. Uma breve passada para um bate-papo com o Jaime na Garrafeira Nacional para comprar uns vinhos e descobrir novidades como os Rieslings que o Dirk Niepoort começa a produzir em Trás-os-Montes. Saindo da Garrafeira, um carrinho com irresistiveis castanhas assadas, mesmo que um pouco de fora de época. No Barreiro, meio caminho entre Lisboa e Setúbal ao sul do Tejo uma curta visita à região do Azeitão (Terras do Sado) para uma visita de médico àdiversos-101r Quinta da Bacalhôa, com suas milenares oliveiras, e à sede antiga da José Maria da Fonseca casa da marca mais antiga de vinhos portugueses, Piriquita, primeiro a engarrafar seus vinhos em 1850 e famosa por seus Moscatéis de Setúbal, onde descobri um Clarete de Malbec! Não sendo uma região somente de vinhos, uma passada relâmpago pela Quinta do Camarate que afora os vinhos é um dos principais produtores de Queijo de Azeitão, também DOP, rodeado de ovelhas, campos e vinhedos. Também a fábrica de azulejos artesanais, Azulejos de Azeitão, um lugar imperdível que merece, como todos os outros locais, mais tempo para mergulhamos em sua cultura e história.

diversos-125Em Setúbal, nada como um almoço com um amigo saudoso no Novo 10, uma marisqueira de primeira na praça da Fonte Luminosa. Seu arroz de mariscos, quase um ensopado, repleto de gostosuras acompanhado por um delicioso Herdade do Pinheiro branco 2007 (adoro os vinhos deste produtor), corte de Antão Vaz e Roupeiro, foi um pitéu e uma grande finalização para uma conturbada viagem que me aguçou o apetite por uma viagem de férias a valer.

Vinho não existe só. Existe conjuntamente com o queijo, com os azeites, com a vida no campo, com gastronomia, história e cultura de um povo e de uma região. Conhecer o mundo do vinho é mergulhar nesse emaranhado de informações, sabores e imagens. Fazer isso numa terra em que se compartilha o conhecimento pelo mesmo idioma, em que se é bem recebido por um povo genuinamente hospitaleiro e em que os preços são acessíveis é bem mais agradável. Portugal reune um imenso acervo enogastronômico, cultural e histórico a ser explorado e quem ainda lá não foi tem que começar a repensar seus próximos programas de férias. Compartilho com você um pedaço desta curta, porém intensa experiência neste slide show abaixo.

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Salute e kanimambo

 

Salvar

Salvar

Um Pouco Mais de Portugal

                Época de férias e muita gente segue para a Europa, especialmente para Portugal. Muitos já com tudo programado, outros nem tanto. Há uns três meses atrás o amigo Klyber me pediu algumas dicas de onde tomar umas taças de bons vinhos em Lisboa e consegui algumas dicas. Agora gostaria de complementar esse post e fazer uma sugestão de um agradável passeio por terras portuguesas. Gostaria de conhecer muito mais, mas baseado na experiência, no contato com produtores e em farta leitura, creio que estas dicas são de prima. Para começar, vamos ver onde tomar uns goles, comer uns queijos e enchidos para acompanhar ou acepipes dos mais diversos. A revista Blue Wine deu algumas dicas que adiciono ás já divulgadas anteriormente:

  • Lisboa – Taberna do Chiado – Calçada Nova de São Francisco 2 A
  • Cascais – Enoteca de Cascais – Rua Visconde da Luz 17, lj 03.
  • Cascais (Guincho) – Vinhos à Solta no Dão – Av. Nossa Sra. Do Cabo, 101
  • Sintra – Binhoteca – Rua das Padarias 16
  • Porto – BB Gourmet – Rua Antonio Cardoso, 301
  • Porto (Matosinhos) – Degusto – Rua Souza Aroso 540/4

                 Para um agradável passeio por Portugal, a importadora Adega Alentejana tem em seu site algumas excelentes dicas e roteiros que dependerão do tempo de sua viagem e da companhia. Uma boa dica se estiver indo de Lisboa ao Porto, é antes de partir nessa direção, tirar uns três dias para ir até Setúbal passando pela Quinta da Bacalhôa e José Maria da Fonseca (Piriquita) no Azeitão onde também poderá se deliciar com seus deliciosos queijos, e depois dar uma esticada até Évora e Monsaraz o berço dos vinhos Alentejanos e boa gastronomia. Voltando a Lisboa e começando sua viagem ao Norte, não vá pela auto-estrada principal a A1, aventure-se por Cascais, Sintra, Óbidos, Batalha e Fátima, passando por Coimbra, Viseu/Nelas, Lamego, Pinhão, Régua e finalmente as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Em Portugal, essa é a viagem de meus sonhos, visitando algumas importantes e bonitas vinícolas no processo. Certamente uma deliciosa viagem para cerca de 12 a 15 dias, ficando em pequenas e aconchegantes estalagens/pousadas e conhecendo os vinhos do Alentejo, de Terras do Sado, Estremadura, tomar um licor de ginjas em Óbidos e ainda os vinhos do Dão, Bairrada e Douro, viagem para ninguém botar defeito.

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Salute e boa viagem para os amigos que tenham a sorte e oportunidade de aproveitar estas férias em terras Lusas. Eu, só pra matar um pouco das saudades, vou de um caldo verde elaborado com belos pedaços de chouriço e o bom azeite português da Santa Vitória, acompanhado de uma taça de vinho tinto sem nome, bem á moda da terra, só faltou a broa!

Bebericando em Lisboa

O amigo Klyber me enviou um comentário e, posteriormente me fez uma consulta que não pude responder por absoluta falta de conhecimento. Não tanto com relação aos vinhos, mas especificamente “onde bebê-los”, vejam o que ele me pediu: “João, que vinho tinto, ou branco, de baixo teor de álcool,para tomar em Lisboa, vc. recomendaria, pra nós, numa 1a viagem à Portugal? Em Lisboa, qual o melhor local para uma degustação? Tipo um Solar ou algum Castelo”. O porquê deste post? Por duas razões sendo que a primeira é que essa duvida que o Klyber tem pode, e deve, ser a de muitos outros então compartilhar a resposta me pareceu apropriado. A segunda é que, a resposta ao meu chamado dado pelo amigo Pingus, experiente “mestre da pena” nos assuntos do vinho português, autor do blog Pingas no Copo foi tão completa que pouco pude adicionar e merecia que fosse publicada como o está sendo.

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Todas as vezes em que perambulei pelas ruas de Lisboa, Vila Nova de Gaia, Cascais, Setubal ou Porto, o fiz com tempo escasso, a trabalho ou com família. Sempre tive pouco tempo para mim e minhas estripulias enogastronômicas, com algumas poucas exceções já aqui narradas, então da mesma forma que compartilho estas informações enviadas pelo Pingus, obviamente baseado nas experiência e gosto dele, também aprendo e deixo na memória para futuro uso. Por outro lado dizer ao Klyber e outros amigos que eventualmente estejam em visita a Portugal, que vinho ainda é um tema gastronômico então seu serviço está normalmente ligado a refeições havendo poucos locais para bebericar tão somente. Até pouco tempo atrás, vinho em taças, como por aqui, ainda eram raridade e somente agora começa a crescer a oferta de restaurantes com esse serviço. Em azul, alguns comentários e sugestões minhas baseado em experiências próprias e leitura. Eis o que Pingus nos disse;

 

“João algumas pistas sobre os vinhos:

Brancos

Quinta do Ameal Loureiro (assino embaixo e já o comentei aqui)

Quinta da Covela (se for o Chardonnay biodinâmico que tomei aqui, é uma delicia)

Soalheiro (um dos melhores Alvarinhos portugueses pelo qual tenho um apreço especial)

Muralhas de Monção (um dos vinhos verdes mais populares em Portugal)

Deu-la-Deu (Alvarinho mais básico e de bom preço, mas igualmente bom)

Casa dos Canhotos Alvarinho

Quinta da Lixa Alvarinho (tenho ouvido falar muito, mas não conheço. Pode trazer de presente, rsrs)

Tiara da Niepoort

Quinta das Maias Malvasia Fina

Quinta dos Roques Encruzado (grande vinho, também aqui comentado)

Quinta de Camarate branco

 

Tintos:

Periquita Reserva (não é o clássico), está modernaço.

Os varietais de Ermelinda Freitas e da Cooperativa de Pegões (Terras do Sado). Feitos pelo mesmo enólogo.

O Vinha Paz convém que lhe digas que os vinhos do Dão, são essencialmente gastronómicos, se bem que a nova geração está a ficar muito parecida com vinhos do Douro.

Quinta da Pellada e Saes

Quinta da Vegia, gosto muito deste produtor.

Quinta dos Roques, o Touriga Nacional 2005 está soberbo

Evel Grande Escolha, um vinho que mantêm constância de colheita para colheita e eu sempre que posso compro as novas colheitas.

Quinta do Crasto Colheita e Vallado Colheita

Poeira (Douro), um vinho fresco.

Redoma Niepoort

Já agora, que tente beber o Quinta do Crasto Old Vines que se pode encontrar a menos de 30€. (o 2005 foi 3º lugar no TOP 100 de 2008 na Wine Spectator e um vinho incrível de grande complexidade – esse eu compraria para trazer e guardar por mais uns dois anitos)

No Alentejo os vinhos de João Portugal Ramos, principalmente o Marquês de Borba (super fácil de beber, macio, frutado, taninos doces, dizem que o 2007 está especialmente bom).

Na Bairrada, experimentar os vinhos de Campolargo, com vinhos para todos os gostos. Calda Bordaleza 2005 está muito bom.

 

Para beber um copo, a coisa fica mais apertada, mas aconselhava o Nariz de Vinho Tinto. No que respeita a garrafeiras – wine shop, elas geralmente não servem vinho ao ser quando está ser feita a divulgação de um ou vários produtores. No entanto é sempre bom passar por umas quantas para ver se existe algum evento ou perguntar se têm alguma coisa para provar. Sempre com espírito latino.

Coisas do Arco do Vinho, da qual faço parte do painel de prova. Fica em Belém, no Centro Cultural de Belém. Dá para ir a um restaurante que é a Commenda que também fica no Centro Cultural de Belém. Pode até falar com os donos da garrafeira para ser aconselhado. Este restaurante tem uma bela vista para o rio. Garrafeira de Campo de Ourique, Wine O’Clok tem quase sempre provas abertas ao público, grátis. Geralmente são ao sábado.

Deli Delux, junto à estação de Santa Apolónia (comboios), também regularmente provas de vinho. (pela localização e vista do Tejo, está bem dentro do solicitado pelo Klyber. Sempre dá para escolher uma garrafa na prateleira e pedir para servir na esplanada, terraço, apesar de que nesta época do ano deve fazer frio)

Clube Gourmet do El Corte Inglés tem muitas coisas de interesse e também existem provas. Existe também sitio para comer, mas aqui estamos a falar de um centro comercial. Mas é um local incontornável em Lisboa.

Outro sítio que dá para comer e tem uma boa lista de vinhos a copo é a York House, a caminho do Museu de Arte Antiga. Se puder comer no jardim, vai ficar bastante agradado. O Director é bastante afável.

Um abração”

 

Em minhas pesquisas também descobri a Enoteca de Belém, o Néctar Wine Bar, Alfaia Garrafeira e um que me deixou bastante curioso, O Chafariz do Vinho. Se gostarem de um Vinho do Porto, não há como deixar de visitar o Solar do Vinho do Porto em Lisboa, instalado em um solar construído em 1747, e tomar um vinho do porto acompanhado de um queijo da serra. Para ver, quase, tudo isso, eis um site que acho pode ajudar a todos que queiram pesquisar, fuçar e planejar sua visita a Portugal , “Lifecooler, o Guia da Boa Vida”.

Com relação aos vinhos, o que posso acrescentar é que, em geral, os vinhos verdes feitos com Loureiro, Trajadura e, especialmente, Alvarinho são sempre boas pedidas sendo bastante frescos e de teor de álcool mais comedido, fáceis de tomar. Abra um e peça umas Ameijoas à Bulhão Pato, jamais esquecerá! Ainda nos brancos, um delicioso Grainha 06 da Quinta Nova (Douro), Loureiro Muros Antigos de Anselmo Mendes (Monção) ou Monte da Penha 07 (Alentejo) e nos tintos, vinhos fáceis, mas cheios de sabor, como Quinta do Camarate (Terras do Sado), um Vale da Clara 05 ou Vila Jusâ 03 (Douro) e Quinta de Cabriz 05 (Dão) também são boas pedidas. Sempre que possível, mesmo nos vinhos mais jovens, tome vinhos tintos com dois a três anos de garrafa, certamente estarão mais redondos e macios.

De resto meus caros, só espero que apreciem as dicas do Pingus e algo que eu tenha acrescido, quem sabe acertamos. A quantidade de bons rótulos, de todos os estilos e regiões, produzidos em Portugal é uma enormidade para o tamanho do país! Dizer o que você poderá encontrar em cada uma dessas lojas, garrafeiras, wine bars e restaurantes é impossível prever e, ainda mais, que bata com seu gosto, então a sorte está lançada. Se achar um Chryseia 2001 (Douro) ou Malhadinha 2003 (Alentejo), duas obras de arte em pleno apogeu, compre e traga para tomar sossegado num jantar especial em casa, quando ficar com saudades de Lisboa e sua gente. Para maiores dicas, pesquise em Categorias – Degustações, Tomei e Recomendo e Vinhos da Semana em que comento diversos vinhos portugueses, visite os blogs dos amigos de Portugal (links aqui do lado) e divirta-se. Por outro lado, passar em Lisboa e não trazer uma ou duas caixas de vinho na bagagem, não passar na Fábrica de Pastéis de Belém e não comer umas castanhas assadas quentinhas compradas na rua, agora é época, é crime de lesa pátria! Veja as boas dicas do que comprar e trazer, aqui. Boa escolha e bon voyage.

Salute !

Almoçando e Jantando em Portugal

               Pensando bem, devia ter escrito e publicado este post no inicio do mês já que poderia ter gente indo para lá nas férias. De qualquer forma, guarde para a próxima. Portugal tem uma das mais deliciosas e ricas gastronomias do mundo, com um custo comparativamente baixo. Uma boa dica para quem estiver programando uma viagem por lá, é pesquisar o blog (link aqui do lado) Krónicas, que tem sempre interessantes posts sobre o assunto. Por outro lado, tive algumas ótimas experiências ao longo dos três anos que viajei por lá a negócios, que gostaria de compartilhar com os amigos.

  • A começar por Vila Nova de Gaia, terra das caves do Vinho do Porto, um passeio imperdível com links também aqui do lado. Ali, existe um pequeno restaurante familiar, bem ao estilo das melhores tascas portuguesas. Comida, simples, saborosa e farta. Ameijoas à Bulhão Pato, Sardinhas Assadas e muitos outros acepipes e pratos da deliciosa e tradicional cozinha Portuguesa. É a Casa Adão na Av. Ramos Pinto 252, que margeia o rio e o cais.
  • No Porto, para quem quer uma excelente e requintada refeição, não pode deixar de passar no Dom Tonho. O nome é esquisito, mas a comida e serviço, são impares. Está localizado num restaurado e muito aconchegante armazém de bacalhau no Cais da Ribeira. Se puder, reserve uma mesa no andar de cima próximo á enorme janela panorâmica de onde se avista o rio Douro e o cais. Bem mais caro, sendo outra proposta, mas um lugar a ser visitado. Lá, comi um polvo assado no forno acompanhado por um Alvarinho, que foi de lamber os beiços. Isso, sem falar das entradas em que uma sardinha escabeche estava dos deuses. É caro, mas é uma experiência que deve ser vivida pelos gourmets de plantão. www.dtonho.com
  • Ainda perto do Porto, um lugar bem diferente e, ao mesmo tempo, bem característico de Portugal. É o 1715, anexo á Capela de Santo Antonio na Ribeira da Venda, construída em, em, em ……. 1715! É um pequeno vilarejo chamado Argoncilhe saindo da EN 1. O lugar é lindo e a comida, bem, esta é especial. Lá comi um dos pratos que mais me marcaram, um Javali na Púcara com Castanhas Portuguesas. Escoltado por um Quinta da Bacalhôa 1996 e com a companhia de meu bom amigo José Eduardo Oliveira, companheiro da maior parte destas experiências enogastronômicas, foi de agradecer aos Deuses, de joelhos, por terem me brindado com esse privilégio. Absolutamente divino! www.restaurante1715.com.pt   
  • Perto de Coimbra, na beira da Estrada, um dos mais tradicionais restaurantes de Portugal, o Pedro dos Leitões. Imperdível e não se esqueça de escolher um bom vinho da Bairrada para acompanhar. É bom demais!  www.pedrodosleitoes.com
  • Chegando já perto de Lisboa, em Cascais onde não me negaria a morar, um restaurante divino sobre as rochas com o mar batendo e levantando espuma. Lugar idílico e muito especial. Só pelo local, já vale a visita. Ali, um dos melhores peixes no sal que já tive oportunidade de comer, tendo como entrada uma deliciosa Sapateira. Não, não vou falar o que é uma Sapateira, só que é uma iguaria imperdível. Passear ali pela costa; em Estoril, Cascais e Gincho é um deleite para os olhos e para a alma. www.montemar.pt . Mais barato, menos sofisticado, mas igualmente delicioso, o Restaurante Mar do Inferno, também é uma ótima opção na região
  • Ainda em Cascais e estando com uma certa disponibilidade financeira que lhe permita uma estripulia, passe um fim de semana no Hotel Albatroz. Um dia você janta no Montemar e no outro aproveite o fantástico restaurante do hotel. Uma experiência para ser, preferencialmente, compartilhada com alguém muito querido. Não há palavras para descrever e, certamente, será inesquecível.
  • Em Lisboa, existem algumas dezenas de excelentes locais para se comer, alguns muito conceituados no mundo gastronômico. Eu gosto mesmo é do Caseiro. Carne de Porco à Alentejana, é mais uma daquelas estranhas iguarias Portuguesas que mistura carne de porco cortado em cubos com ameijoas, ou vongoli como o conhecemos por aqui. Estranho? Muito, mas absolutamente divino! O problema é que esse é um prato que minha tia faz à perfeição, então o páreo é duríssimo. No Caseiro, encontrei uma que faz bonito. Melhor, fica do outro lado da rua da Fábrica de Pasteis de Belém, na Rua Belém, 35. Se você começou a viagem pelo Porto e passou por todas estas experiências gastronômicas, então você termina o almoço no Caseiro e role até á Fábrica onde desfrutará da sobremesa dos Deuses, saindo do forno quentinho. Acompanhe com um cálice de Vinho do Porto. Duvido que você consiga comer um só!! Para fazer a digestão, vá, a pé, visitar o Mosteiro de Jerônimos, Torre de Belém, e todo aquele pedaço incluído-se o novo Centro Cultural.
  • Para terminar, do outro lado do rio Tejo, um restaurante especializado em peixes, de primeiríssimo nível, e uma vista deslumbrante, Lisboa. Do lado de lá do Tejo, em Almada, um restaurante que encanta pela vista maravilhosa, pela comida deliciosa e por uma carta de vinhos impecável. Restaurante Amarra ò Tejo. Não vá sem reservar, fica no Jardim do Castelo – tel. 212 730 621. Ali comi uma estupenda Açorda de Camarão seguida de uns Filetes de Peixe-galo devidamente escoltados por um vinho á base de uva Loureiro que, pelo que me lembro, foi um Quinta do Ameal. Muito bom, os preços dos vinhos são bem acessíveis, margens comportadas, e a carta é ótima. Uma maravilha!!
  • Ainda existe Évora, no Alentejo, terra de bons vinhos e ótimas comidas. No caminho, não deixe de conhecer a Quinta da Bacalhôa, ali bem pertinho de Almada. Em Évora, o famoso Fialho, o Aqueduto, Luar de Janeiro, Tasquinha do Oliveira e o Lis, estes todos recomendação de um amigo que volta e meia anda por aquelas bandas. Eu ainda preciso terminar meu aprendizado por aquelas bandas.
  • I.S.P.   e três quilos mais pesado, mas FELIZ!!!

         Gente, fiquei com fome e com saudade, já faz dois anos que por lá não ando. Chega, vou abrir uma garrafita de um bom vinho Português e relembrar os bons momentos vividos com a família e os amigos em terras de Portugal. Salute, kanimambo e Bom Apetit!