Brancos & Rosés

Sauvignon Blanc de Classe

A primeira vez que me deparei com este vinho foi nos idos de 2014 numa Expovinis. Fuçava rótulos na época abaixo dos 50 Reais para uma degustação às cegas que elegeria os melhores brancos e tintos nessa faixa. Escolhi dois rótulos, um deles este, o Villaggio Bassetti Sauvignon Blanc 2016!

Sim é de Santa Catarina, São Joaquim para ser mais preciso e segue sendo um vinho que me encanta pelo simples fato de pouco parecer os Sauvignon Blanc a que estamos acostumados; menos intensidade de notas herbáceas, acidez mais balanceada e mais cremoso na boca. Este exemplar de 2016 que encerrou um encontro de amigos após dois tintos, veio mostrar aos amigos que as surpresas vínicas seguem ocorrendo mesmo para gente com avançada litragem. Até na cor ele é diferente, algo mais amarelo menos palha, estávamos diante de um dilema que comprova a máxima de que o enólogo frente ao vinho toma decisões e o enófilo frente a decisões toma o vinho, nós tomamos e nos deliciamos, teve até “alguém” que não é chegado na casta que teve que rever sua posição e tomou bem! rs

Este Sauvignon Blanc mostra-se mais untuoso e estruturado na boca, cremoso com acidez muito bem balanceada, frutos tropicais maduros se misturam a algumas notas cítricas, final de boca algo mineral que desponta mais quando a temperatura é menor (8º C), formando um conjunto de bastante complexidade em função de seu tempo sur lie. Um Sauvignon Blanc fora da curva que me seduz a cada vez que o tomo e na casa dos 85/90 Reais é uma opção para lá de honesta. O Guia Adega o apontou como o melhor desta casta no Brasil em 2018 assim como melhor branco nacional com 92 pontos e Jorge Lucki o apontou como o melhor branco nacional que provou em 2017 o que, comigo, já faz três referências de respeito! rs Brincadeiras á parte, um belo vinho para quem gosta de navegar por mares diferentes e que me deu um enorme prazer tomar.

Mais um branco, sei, mas fazer o quê? Ainda são os vinhos que mais me têm dado prazer de provar e beber, então sigo compartilhando com os amigos essas experiências. Tomar acompanhando o quê? Bem, os óbvios frutos do mar em geral mas desta feita eu adicionaria carnes brancas como peito de peru à Califórnia por exemplo. É isso, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aí, quem sabe no Encontro Mistral semana que vem?

 

Um Chardonnay Abaixo dos 50 Conto!

É, tem sim e bem legal, do jeito que meu amigo Didu gosta (rs)! Como em todos os tipos e estilos de vinhos, há momentos para tudo e ninguém nega, especialmente quem tenha alguma litragem na taça, que os grandes vinhos são experiências únicas, mas também não são para todos e muito menos para toda a hora! Grandes vinhos, grandes preços, não tem como fugir disso e não são para a maioria de nós meros mortais, seguidores de Baco que somos. Esses grandes vinhos ficam restritos a poucos ou, pelo menos, a poucos e raros momentos de nossa vida terrena, mas o bom é que há bons e saborosos vinhos em todas as gamas de preço guardadas as devidas limitações, obviamente, e dentro do contexto em que se encaixam.

Há vinhos descompromissados que não abrem mão de qualidade e eu garimpo esses rótulos, vinhos que tomo regularmente de forma informal. Um desses rótulos que agora compartilho com os amigos é o VSE Classic Chardonnay, vinho chileno elaborado sem passagem por madeira e que já acompanhou com gallardia uma tainha no forno recheada com farofa. A Vina San Esteban, é localizada no Vale de Aconcagua onde a família Vicente possui cerca de 150 hectares de vinhedos acompanhando o rio do mesmo nome encostado nos pés da Cordilheira. Nessa terras elabora, vinhos com três marcas diferentes; a VSE, a In Situ e a Rio Alto. Costumo dizer que a melhor forma de conhecer um produtor é provando sua linha básica, se aí são bons, pode apostar seu rico dinheirinho em seus vinhos de alta gama sem erro! Problema é que tem muito gente produzindo vinhos “Ícones” mas que deixam muito a desejar em suas linhas mais básicas, ainda bem que este não é o caso.

Há momentos para aquele grande Chardonnay e há momentos, vários por sinal, para este pois com preço entre R$45 e 50,00 é um vinho que pode sim visitar nossas taças de forma mais regular. Um vinho que busca a essência da uva sem mascará-la, buscando o frescor da fruta só com fermentação em inox sem qualquer passagem por barrica. Um vinho leve, saboroso, toque de frutas tropicais típicos da casta, sutil, fresco, final algo cítrico, um vinho com cara de verão, muito agradável de se tomar. Para beber solo, só com boa companhia e bom papo, petiscando queijos, frutos do mar grelhados, lula à doré, até um peixe no forno com farofa como esse na foto acima.

É um grande vinho? Não, nem se propõe a isso, porém é bem feito, honesto, vale bem o que custa, dá conta do recado e nessa faixa difícil de achar igual, gosto e pronto. Ainda Sábado passado acompanhou um Penne ao Pesto com amigos, mato a cobra e mostro o pau (rs), vale muito a pena e certamente combinará também com pratos de bacalhau mais ligeiros, um vinho bastante versátil nesta faixa de preço e eimportação de meu amigo Juan da Almeria Vinhos. Kamimambo pela visita, saúde e feliz Páscoa, retomo meus escritos na Segunda.

 

Montes Ermos Códega de Larinho Grande Reserva

Que bela surpresa e um tremendo de um companheiro para seu Bacalhau santo! rs A Códega de Larinho é uma casta pouco conhecida por nós aqui no Brasil, mas isso não é de se estranhar já que acredito que poucos a conheçam também em Portugal. Afinal, a saudosa terrinha tem mais de 250 uvas autóctones então volta e meia acabamos por nos deparar com algo “novo” na taça.

A casta é oriunda do nordeste português em especial no Douro (não confundir com Côdega que na verdade é Siria ou Roupeiro) e em Trás-os-Montes onde costuma participar em blends brancos com a Gouveio e Viosinho sendo pouco comum aparecer em varietal. Boa intensidade aromática, frutos tropicais e floral, é de amadurecimento médio, cachos densos e normalmente apresenta pouca acidez, características estas bem presentes neste vinho.

Monte Ermos Códega de Larinho Grande Reserva 2013, um vinho que na sua maturidade de seis anos, perdeu sua cor citrina adquirindo uma capa amarelo dourado, bonita e brilhante. Monovarietal, já que como sabemos um vinho varietal pode possuir em sua elaboração até 15% de outras castas, o vinho é elaborado com 100% de Códega de Larinho do Concelho de Freixo de Espada à Cinta no Douro superior, pela adega cooperativa do mesmo nome. Toques florais e laranja compotada, sutis notas amadeiradas e lácticas compõem um perfil aromático de boa intensidade. Na boca mostra untuosa textura, bom corpo, acidez balanceada, frutos tropicais maduros, leve abaunilhado e uma dose de mineralidade no final de boca com boa persistência. Muito bom vinho que certamente irá harmonizar com Bacalhau com Natas e receitas de pratos de bacalhau de maior intensidade e estrutura. Preço entre R$130 a 140,00 Reais em São Paulo.

Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima Páscoa para todos, volto depois compartilhando mais novidades. Fui!

 

 

Que Belo Viognier!

Há tempos não tomava um Viognier e este me surpreendeu muito positivamente ou melhor, confirmou o que já sabia dele. O conheço de velhos carnavais, mas é safra 2014 quis ver como estava e uau, estava bom demais mostrando que o vinho evolui muito bem em garrafa. Quem estava por perto acabou levando o estoque, abri na Vino & Sapore, e agora chega nova safra, acho que 2016.

Tinha-me esquecido como esta cepa é agradável e como este vinho é bom de boca! A Viognier é originária do norte do Rhône, Condrieu e Cote-Rotie, mas se espalhou pelo Languedoc de onde vem este vinho. Por característica da uva os vinhos costumam ser muito aromáticos, possuir teor alcoólico mais alto, acidez menos acentuada e normalmente apresentam uma certa untuosidade.

Tudo isso está presente neste Paul Mas Viognier 2014 de produção orgânica que encanta nos aromas com um certo floral e fruta amarela, pêssego e damasco. A cor, costumeiramente mais clara, se apresentava de amarelo brilhante mostrando sua maturidade, no palato estava muito balanceado, ótima textura de meio de boca, bom volume, os frutos amarelos se repetem aqui mas ao final aparece um toque cítrico com muito boa persistência mostrando-se muito mais jovem do que a cor indicava. A passagem de 15% do vinho por barrica francesa de primeiro uso por três meses, ajuda a dar-lhe algo mais de corpo e complexidade sem lhe tirar o frescor. Um vinho para encarar queijos, pratos do mar, mas em função da idade achei que encararia bem carnes brancas e comida thai/indiana. Se você não conhece a Viognier e aprecia vinhos brancos, eis aqui uma ótima opção na casa das 120/130 pratas, eu gostei muito e acho que o vou tornar mais assíduo na minha taça.

Andei provando Pinot Grigio e Arneis, mas depois falo desses vinhos, os brancos andam tomando conta de minha taça! rs Kanimambo pela visita, saúde

 

Pinot Grigio, Uma Grata Surpresa na Taça

Também conhecida como Pinot Gris na França, é uma uva acinzentada mutação da uva Pinot Noir de cor mais clara, porém da qual se fazem somente vinhos brancos. Gosta de regiões mais frias e de maior altitude terroirs onde consegue mostrar-se melhor. Entre nós, vinhos de batalha, baratos e aguados têm feito um mal danado a sua reputação, porém garimpando sempre achamos alguns rótulos bastante interessantes. Sempre gostei muito do Mandorla (hoje na casa dos 70 a 75 reais), mas vinha buscando outras opções no mercado e achei.

Na França (Alsácia) as uvas são colhidas normalmente mais tarde resultando em vinhos mais intensos, untuosos e complexos enquanto na Itália (Alto Ádige e Friulli) os vinhos tendem a apresentar maior mineralidade, acidez mais presente resultando em vinhos mais frescos com notas vegetais. Interessante numa degustação colocar um frente ao outro, algo que penso em fazer num dia desses, deve ser interessante. Quem gosta de Sauvignon Blanc certamente deverá apreciar a Pinot Grigio.

Na semana passada provei um Pinot Grigio que me agradou bastante, foi o Foffani Pinot Grigio Superiore 2015. De vinhedos orgânicos situados na região oriental do Friuli o vinho se encontra um degrau acima dos demais que costumeiramente encontramos por aqui no mercado. Está em seu auge e deve ser tomado durante este ano, acredito que passado este ano ele deve entrar num estágio de decadência perdendo o frescor que é peculiar à cepa. Passagem só em tanques de inox, mas passa uns 3 meses sur lie o que lhe aporta mais corpo e complexidade. Grama molhada com nuances cítricas compõem uma paleta de aromas de intensidade média que convida a levar a taça à boca. Na boca um frescor bem presente, notas de limão, maçã verde, corpo médio, meio de boca cativante e um final mineral de média intensidade. Um vinho muito agradável que deve se dar muito bem com os mais diversos pratos de frutos do mar grelhados e fritos num final de tarde na praia em boa companhia! rs Ceviche, sushi, salmão, as opções são muitas, vale experimentar todas!!

Um vinho que fez feliz e me deixou sorrindo o que nem sempre acontece. rs O preço em São Paulo fica aí entre R$90 a 95 pelo que pude pesquisar na net. Fim de semana chegando, boa dica para quem for para a praia. Kanimambo pela visita, saúde e tenham um ótimo fim de semana.

 

 

Trebbiano & Bacalhau?

Olha, apesar de ter ficado só nos bolinhos de bacalhau, a prova me faz concluir que, definitivamente SIM! rs Para tudo o que é fritura creio que um vinho branco de acidez impactante vai sempre muito bem e tradicionalmente minha escolha recai sobre um vinho verde.

Neste caso os bolinhos foram assados no forno, não fica tão bom nem tão “bronzeado” mas…, porém o resultado teria sido o mesmo, quiçá melhor. Quis enovar,  afinal “navegar é preciso” e eu gosto (rs), tendo gostado do resultado porque este Arenile Trebianno d’Abruzzo produzido pela Cantina Ripa Teatina, uma cooperativa de cerca de 400 viticultores, nos entrega essa acidez bem característica da casta e casou muito bem com os bolinhos.

Esta garrafa é de 2016, tendo se mostrado com uma cor algo mais dourada, nariz cítrico mas tímido, na boca médio corpo, seco, notas amendoadas, maçã verde, porém no final de boca uma “limonada” bem fresca se faz presente dando um up no conjunto, um vinho muito agradável e bem balanceado que se deu bem com os bolinhos e certamente irá bem com outras versões de pratos com bacalhau como pataniscas, Bacalhau na brasa, à Brás, à Gomes de Sá, pil-pil, ouse!

A Trebbiano disputa com a Pinot Grigio a coroa de uva branca mais plantada na Itália e está presente em mais de 80 docs. Na França é conhecida como Ugni Blanc sendo muito usada na produção de Cognac e Armagnac. Na Emilia Romagna é base do azeite balsâmico, ou seja, uma uva bastante versátil que se dá bem numa variedade de terroirs. Eu gosto dos vinhos que trazem a influência do mar Adriático e minha sugestão é buscar exemplares dessas regiões. Este está na casa dos 78 a 84 Reais no mercado de São Paulo e é um bom exemplar da casta. O mesmo produtor elabora um delicioso Pecorino sobre o qual falei aqui, prove ele também, uma dupla que vale muito a pena.

 

Chenin Blanc com Risoto de Camarão, Brie e Limão Siciliano

Pouca gente conhece a Chenin Blanc o que é uma pena, é um vinho muito fresco e vibrante que acompanha maravilhosamente frutos do mar e peixes. Originária da região do Loire onde se produzem alguns néctares tanto secos como de sobremesa e espumantes, especialmente na AOC de Vouvray, se deu muito bem na África do Sul onde existe um pouco de tudo entre eles alguns ótimos vinhos como o deste produtor KWV o qual produz também um bom pinotage. A Chenin chegou na África do Sul com os Huguenots expulsos da França por motivos religiosos em 1580, tendo sido uma das primeiras cepas a florescer por lá onde também era conhecida como Steen.

Por muitos anos a superprodução e falta de controle nos vinhedos geraram vinhos de qualidade duvidosa, mas de uns 15 anos para cá novos investimentos, redução na produtividade dos vinhedos e tecnologia aplicada mudaram essa onda. Hoje há muitos grandes vinhos elaborados com Chenin Blanc na África do Sul e normalmente com preços mais acessíveis que os nobres do Loire. Entre eles gosto muito deste KWV Classic Collection que volta e meia habita minha taça.

Neste final de ano, noite de reveillon, preparei um jantar especial a dois, um delicioso (humildade sempre foi meu ponto forte! rs) Risoto de Camarão com Brie e Limão Siciliano que harmonizei com esse vinho de leve nuance floral, crocante, fresco, com notas cítricas bem presentes, maçã verde, ótimo meio de boca e persistente final com um toque mineral que ornou à perfeição. Está certo que a presença de minha loira, a luz de velas e mais uma passagem de ano juntos (a 42º), ajudam a tornar o momento especial, mas a harmonização atingiu seu objetivo com louvor porque, acima de qualquer coisa, ela gostou!

Explorem a Chenin Blanc sul africana, para quem gosta de vinhos brancos e desta casta, acredito que o resultado será muito positivo e eu recomendo muito esse que anda na casa dos R$129 aqui em São Paulo.

Dicas do risoto? Nada complicado. O caldo faço com os rabinhos do camarão, para acrescentar sabor, e um tablete daqueles prontos. Os camarões tempero antes com limão, tico de sal e um pouco de salsinha e deixo descansar por uma meia hora. Refogo cebola, alho e quase todo o camarão ( os maiores reservo para finalização) que ao ficar rosadinho retiro e guardo para acrescentar mais ao final para não cozinhar demais. Arroz, vinho branco e caldo, colher grande manteiga, aos poucos ir acrescentando as raspas do limão (eu também coloco um tico do suco para aumentar a acidez), quando o arroz começar a ficar no ponto acrescento os camarões e finalizo com queijo Brie para dar aquela cremosidade. Na frigideira coloco um tico de manteiga para grelhar os camarões maiores que vão na finalização do prato. É isso, facinho, facinho, mas não esqueça que pilotar o fogão esquenta, mantenha a taça do “chef” abastecida, porque taça vazia dá azar e cozinhar sem vinho não rola e aí o prato pode desandar!! rs

Saúde, kanimambo pela visita e até a próxima!

 

Casa do Lago Rosé, Campeão do Wine Tasting!

É, foi na Vino & Sapore no último Sábado! Afora os vinhos dos amigos da Lusitano Import e da Almeria, tivemos também a presença do Bruno Mestre Queijeiro, da Pé de Geleia e da Raquel com seus pães artesanais. Muito provavelmente dia 24 de Novembro outro Wine Tasting com a companhia de outros parceiros do vinho, mas desse falarei em outra hora!

Porquê campeão? Melhor vinho? Não, mas foi o que o pessoal mais comprou e os elogios foram muitos, tanto que tive que repor estoque nesta semana. Realmente um vinho delicioso, muito fresco, frutado, cerejas frescas,leve mas não ligeiro! Cem porcento Touriga Nacional da região Lisboa, só passagem por inox, um mês em garrafa e já está sendo distribuído, vinho para ser tomado jovem em seus primeiros três anos de vida, mas quanto mais jovem melhor. Vinho de verão, para acompanhar frutos do mar, comida japa, para bebericar com os amigos sem compromisso mas com qualidade que é uma marca da DFJ que o produz. Cheio das medalhas, rs, foi apontado como o melhor rosé de 2016 pela revista portuguesa Grandes Escolhas.

Toda esta linha de vinhos é muito boa e de preço acessível, havendo também um branco muito bom (mais um que vendeu muito), um blend tinto esgotado todos na casa dos 70 a 74,00 Reais e um inusitado Gran Reserva Cabernet Sauvignon num patamar mais alto de preços e que surpreende! Importação da Lusitano Import

É isso, kanimambo pela visita e em breve nos encontraremos novamente por aqui. Sáude

Pecorino na Taça, Pode?

Todo mundo conhece o queijo Pecorino né, mas não é dele que vou falar não, é do vinho produzido com a uva xará! Para quem não sabe Pecorino tem a ver com gado, ovelhas, daí o queijo Pecorino elaborado com o leite delas. O porquê da uva ter esse nome? Não obtive muita informação, porém a que se mostrou mais plausível dentro do que pesquisei é de que o nome tenha surgido porque as ovelhas da região se alimentavam dessas uvas quando passavam pelos vinhedos nas trocas de pastagens. Por falar em ovelhas, sabia que em Portugal há uma casta de nome “rabo de ovelha”?

Voltando à Pecorino, uma cepa branca, esta quase entrou em extinção em função de sua baixa produtividade tendo boa parte dos vinhedos sido trocados por Verdicchio e Trebbiano de maior produtividade e potencial comercial. Hoje existem apenas cerca de 1200 hectares plantados a sua maioria na região de Marche (de onde é nativa) e Abruzzo na região adriática da itália. Há vinhedos também na Umbria, Lazio e Toscana, porém em menor quantidade e tende a ser mais usada em cortes em função de sua boa acidez, intensidade aromática e um teor alcoólico um pouco mais elevado.

O Primeiro Pecorino (vinho) que provei não esqueço e olha que já faz um tempinho! rs Foi numa feira de vinhos promovida por meu amigo Simon Knittel em sua linda loja na Av. Angélica, a Kylix que lamentavelmente já fechou suas atividades físicas. Foi lá nos idos de 2009 num Wine Day por ele promovido quando entre outros ótimos vinhos descobri o Casal Vecchio Pecorino que foi para mim o vinho mais surpreendente da mostra. Sumiu do mercado por um bom tempo, porém hoje há bem mais opções no mercado e a cepa voltou à minha taça recentemente.

Arenile*, da Cantina Ripa Teatina é um vinho em que o primeiro impacto é literalmente esfuziante pois seus aromas intensos e florais, são inebriantes e tomam conta de nossas sensações. Flores brancas do campo, frutas brancas, pêssego, é uma festa! rs na boca muita fruta com a nectarina se impondo na entrada de boca, numa segunda camada me dei conta de pera, talvez melão, final seco, acidez muito boa e sem excessos, notas minerais completam um conjunto deveras agradável e sedutor de final seco e fresco. Daqueles vinhos que uma pessoa não sabe se funga ou se bebe, na dúvida muito de ambos!! rs Um vinho marcante que comentei aqui em Janeiro de 2018 mas que há tempos não passava por minha taça, estava com saudades e não posso mais deixar tanto tempo passar sem ele! Preço mais que justo, em minha opinião, entre R$75,00 a 80,00 no mercado de São Paulo, vale muito a pena e é algo diferente sensorialmente falando.

Um ótimo fim de semana, kanimambo pela visita e saúde!

 

 

Rosés na Taça

Diversidade sempre e isso vale também para as cores do vinho, exceção feita ao azul que é drink e não vinho! rs Adoro brancos, curto os tintos e me divirto muito com os Rosés das mais diversas matizes, cada um com seu potencial de harmonização. Pode ser Paella, Camarão na Moranga, Bouillabaisse ou um simples Rolinho Primavera e Frango Agridoce, cada prato ou momento tem seu vinho. Desta feita quatro vinhos de uma só vez, cada um numa diferente faixa de preços:

Colorea Tempranillo Rosé – um vinho que não complica, é pura diversão, fresco, frutas vermelhas tipicas, mas o mais importante sequinho. Fácil de tomar e de agradar, casou muito bem com o Rolinho embebido naquele molho agridoce típico. Comer nem é tão importante aqui, afinal a proposta do vinho é só uma, fazer você feliz e creio que cumpre bem seu papel pois, ainda por cima, é barato abaixo das 45 pratas.

VSE Classic Rosé – Corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Carmenére vinificados separadamente. Cor bonita (salmonada), brilhante, fresco, frutado característico, ótima acidez, vibrante, final de boca bem sequinho, gostoso, para tomar várias num dia de sol quente e uma ótima pedida para o fim de semana na praia ou na piscina acompanhado de camarões empanados. Este passa um poucos das 50 pratas, dificil é achar por aí! rs

Villaggio Bassetti Rosé – Corte de Merlot com Cabernet Sauvignon bem clarinho, num estilo provence, mas cheio de sabor, vivacidade com ótima acidez e final de boca bem seco, vindo de Santa Catarina uma grata surpresa brasileira na taça. Este eu me esbaldaria tomando-o solo só com boa companhia e prosa, mas acompanharia muito bem qualquer prato de camarão, caranguejada ou, havendo a disponibilidade, lagosta!! Cada um muito bom na sua faixa de preços, porém este o melhor de todos os anteriores então, conseguentemente, o maior preço algo acima das 70 pratas sempre considerando São Paulo.

Protos Rosado – de tempranillo, espanhol de Ribera del Duero, um vinho de cor bem escura com bastante extração e bem mais corpo que os demais. Um vinho algo mais sério que teste, após teste comprova ser o grande companheiro para a famosa Paella Valenciana Mista. Sempre faço o teste colocando este x um branco e um tinto de taninos leves e o resultado é sempre o mesmo, Protos na cabeça. Quase tânico, é um vinho que certamente agradará aqueles que gostam de vinho com pegada, porém sem perder o frescor que faz a fama dos rosés. Por volta das 80 pratas

Essas matizes dos vinhos rosés me encantam, dos mais claros aos mais escuros cada um com seu estilo, sua harmonização mas um só propósito, nos dar prazer e nos botar para cima!

Para quem não é chegado nos brancos, porém quer algo mais fresco, esta pode ser uma opção e vamos deixar algo claro (rs), não existe estação para tomar rosés como não tem para brancos ou espumantes! Está frio, e daí?? Para quem gosta de comer bem e aprecia um bom vinho, tudo depende do que está sendo servido afinal um belo prato de camarão não rola com malbecão, né? E aí, só vai comer camarão no verão? rs

Converse com seu sommelier de confiança e explore estes vinhos ainda sem o reconhecimento que merecem por aqui em terras tupiniquins. Quer saber mais sobre como se elaboram os vinhos rosés que não, não são uma mistura de tintos e brancos salvo os espumantes? Então clique aqui. Saúde, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui.