Brancos & Rosés

Brancos e Rosés Que me Marcaram em 2014

Todos os anos tenho vinhos que surpreendem e marcam minha memória. São vinhos de todos os preços e cores porque minha mente é aberta para provar de tudo e com isso me vejo constantemente quebrando alguns preconceitos, sim também os tenho, e obtendo enorme prazer ao me deparar com essas preciosidades na taça. Abra sua mente e sua taça para novas experiências e sabores, mesmo mantendo seus portos seguros à mão, permita-se viajar !

Os preços estão aumentando, as tabelas que tenho recebido mostram algo entre 10 a 15% dependendo da importadora, então a referência de preços dos rótulos aqui listados é a de final de 2014 em São Paulo onde os impostos sobre vinho são dos maiores! Acreditem, por aqui se paga mais ICMS sobre o vinho do que sobre a cachaça e não é pouco não, quase 40% mais!!

Enfim, esse é papo para outro post, eis minha lista de Melhores de 2014 com a importadora, país e preço médio, estando aqui presentes tão somente vinhos á venda no Brasil. Espero que você curta e lhe possa ser útil. Hoje listo os Brancos e Rosés, na Sexta seguem os Tintos.

Best of 2014

MELHORES VINHOS BRANCOS DE 2014

Bebo, provo, promovo e gosto muito de vinhos brancos, os eternos desconhecidos e, certamente, injustiçados pela eterna obsessão do moderno apreciador de vinhos por corpo e potência. Estamos em outra seara, na das sutilezas! Vinhos de diversas cepas, origens e preços e ainda tem mais dois graaandes vinhos que fizeram parte dos Deuses do Olimpo 2014. Vinhos para momentos, pratos e companhias diferentes, espero que possam curtir alguns dessas ótimas 26 opções que relacionei abaixo e que andaram em minha taça durante o ano.

  • Campos de Cima Viognier – Brasil – R$35,00
  • Vilaflor Branco (blend) – Portugal / Adega Vilaflor – R$37,00
  • Terranoble Sauvignon Blanc – Chile / Decanter – R$37,50
  • Millaman Condor Chardonnay – Chile / Lusitano Imports – R$38,00
  • Viapiana Green (blend) – Brasil – R$38,00
  • Roncier Branco (blend) – França / Vinica – R$39,00
  • Clara Benegas Chardonnay – Argentina / Calix – R$48,00
  • Dona Paterna Alvarinho/Trajadura – Portugal / Premium – R$55,00
  • Protos Verdejo – Espanha / Peninsula – R$62,00
  • Perrin La Vielle Ferme Blanc (blend) – França / World Wine – R$65,00
  • Poker Face Semillon/Sauvignon Blanc – Austrália / KMM – R$68,00
  • La Tunella Rjgialia – Itália / Vinica – R$74,00
  • NQ Chardonnay – Chile / Wine Co. – R$76,00
  • Atamisque Catalpa Chardonnay – Argentina / World Wine – R$78,00
  • Humberto Canale Old Vineyard Riesling La Morita – Argentina / Grand Cru – R$80,00
  • Hugel Gentil (blend) – França / World Wine – R$84,00
  • Loma Larga Sauvignon Blanc – Chile / Wine Mais – R$92,00
  • Val de Sil Godello – Espanha / Peninsula – R$98,00
  • Abbazia de Novecella Kerner – Itália / Vinica – R$99,00
  • Morgado de Sta. Catherina Arinto – Portugal / Palácio dos Vinhos – R$ 100,00
  • Vila Raiano Greco di Tufo – Itália / Decanter – R$125,00
  • Terrunyo Sauvignon Blanc – Chile / VCT Brasil – R$125,00
  • Benmarco Torrontés – Argentina / Cantu – R$130,00
  • Chateau de Tracy Mademoiselle T Pouilly-fumée – França / Decanter – R$145,00
  • Domaine Servin Chablis Vaillon 1er Cru -França / Vinica – R$158,00
  • Qta da Pellada Primus Dão – Portugal / Mistral – R$360,00
  • Chateau Montelena Chardonnay – EUA / Smart Buy Wine – R$420,00

MELHORES VINHOS ROSÉ DE 2014

este ano apenas dois dos vinhos provados realmente disseram a que vieram e valem ser conhecidos. Para ver outras opções basta navegar nas minhas listas de anos passados onde outros bons rótulos estão em destaque.

  • Orlando Contucci Ponno Vermiglio Cerasuolo d’Abruzzo – Itália / Vinica – R$58,00
  • Lagarde Rosé de Malbec (Blanc de Noir) – Argentina / Devinum – R$65,00

por hoje é só, mas aí já tem um monte rótulos interessantes para você começar essa viagem por um eno universo diferente e extremamente rico. Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Salvar

Hummmm, que Delicia!!

Camarões á piri-piri (Moçambique), já publiquei aqui inclusive com a receita, e quando dá ($!) me lambuzo inteiro! Desta feita me tratei em dose dupla, a primeira com esse excelente Sauvignon Blanc da Loma Larga, Camarão piri-piri com Loma Larga Sauvignon Blancelaborado em Casablanca/Chile, que casou à perfeição não sobrando gota para contar a história. Bela acidez bem balanceada, frutos tropicais, fino, grama molhada sem excessos verdes, inebriante e sedutor, notas cítricas de final de boca com alguma mineralidade, estilo mais Loire de ser,  um vinho que certamente voltará mais vezes a minha taça! De entrada tivemos deliciosos mexilhões à vinagrete elaborados por meu genro Julio (bom de cozinha o garoto!) e o casamento com esse Loma Larga foi sublime.

.O segundo na taça, um ótimo branco luso, não poderia faltar um, o Morgado de Sta. Catherina Reserva da região Lisboa, DOC Bucelas. Um Arinto 100% fermentado em barricas borgonhesas,com 8 meses morgado e camarãosur-lie, que se integra com perfeição á fruta e acidez típicas da casta,com um final mineral e algo especiado. Cremoso e sedutor, é um vinho que me encanta normalmente e que mais uma vez confirma sua aptidão gastronômica. Um grande parceiro ao camarão, num estilo diferente do Loma Larga, um pouco mais encorpado, mas igualmente prazeroso.

Mexilhões, camarão, salada tropical, dois belos vinhos brancos, ótima companhia, nesses momentos a gente até esquece os problemas. Pena que no dia seguinte caímos na real, enfim, life must go on! Este foi meu presente de aniversário comemorado com quem mais amo (minha família) apenas faltando algumas peças nesse quebra-cabeça.Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ótima semana para todos e espero que 2015 possa ser repleto desses momentos para todos nós.

ps. Clique nas imagens para ampliá-las.

Riesling e Joelho de Porco (Eisbein)

Eisbein 2Uma dupla alemã de respeito em mais um encontro da Confraria Saca Rolhas na Vino & Sapore. Já testei essa mesma harmonização e o resultado foi igual, sozinho o alsaciano se destaca porém ao chegar o prato o alemão mostra suas garras e essa foi a sensação da maioria. O Eisbein pelas mãos do chef e cozinheiro de mão cheia Ney Laux estava perfeito e o chucrute divino, porém como temos uma porta voz, deixemos a amiga e confreira Raquel Santos dar sua visão e compartilhar conosco suas emoções de mais este experimento.

Assim como todo vinho tem uma história, as parcerias que ele faz com as comidas, incluído como parte das refeições, coloca-o lado a lado na história da alimentação.

Esta experiência, com um Riesling, tão comum aos povos germânicos, pode parecer estranho para nós que temos alguns parâmetros pré estabelecidos, como aquela máxima que diz que vinhos brancos devem combinar com peixes ou comidas mais leves, ou mesmo que são vinhos para dias quentes de verão. Curiosamente, podemos constatar que toda as regiões nos arredores do Alpes, produzem principalmente vinhos elaborados com uvas brancas.

No nordeste da Itália (Trentino-Alto Adige e Friuli-Veneza Giulia) reinam Chardonnay, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Sauvignon Blanc, Riesling e Gewürztraminer. Assim como na França (Alsacia), onde faz fronteira com a Alemanha, o Riesling do Reno disputam a maestria na elaboração desse vinho, cada um à sua moda. Além da Suíça e Áustria, com suas variedades locais, também dividem sua situação geográfica e o clima alpino.
A harmonização desses vinhos com as comidas típicas de países frios podem parecer à primeira vista algo inusitado. Quando pensamos nos queijos curados, de massa cremosa, ou nas fondues, nos salsichões e joelhos de porco (Eisbein), chucrute, carnes defumadas e condimentadas, o mais óbvio seria pensar num vinho potente, que ampare a gordura e os sabores marcantes. Pois acreditem: Esse vinho pode ser um Riesling! Neste caso a comida entra com o ataque potente e o vinho vem para apaziguar os ânimos mais exaltados. São leves, refrescantes e limpam o paladar, sem deixarem de ser marcantes.

Começamos o encontro bem dentro dos nossos propósitos:
Um espumante italiano da região de Franciacorta. Próximo à cidade de Bressia, as pés dos Alpes, esse DOCG se notabilizou por produzir os melhores espumantes do pais feito pelo método clássico, com a uva Chardonnay:
1. Lo Sparviere Brut 2007 – Gussali Beretta – 100% Chardonnay
Aromas de pão e biscoito amanteigado. Boa persistência, acidez e corpo. Perlage contínua, que se perde um pouco no final. Tinha uma lembrança de outras provas, tratar-se de um espumante com muita pérlage. Daí pode-se perceber que os vinhos não se comportam igualmente em todas as ocasiões.
Na sequencia seria servido o jantar:

Um eisbein suculento que pareceu ter sido cozido na própria gordura, que foi totalmente retirada depois. Acompanhado de batatas cozidas, chucrute e mostarda.
Para acompanhar o prato, dois vinhos:

2. Eugen Müller – Forst – Kirchenstück – 2012
Riesling alemão, da região do palatinado (Pfalz). No início os aromas são tímidos, mas vão evoluindo com o tempo na taça. Percebe-se a mineralidade do solo argiloso, com ótima acidez, corpo persistente e longo. No final, aparecem nuances cítricas e borracha. Muito elegante. Ficou muito bom com a carne que tinha sabores sutis, defumados e da gordura do cozimento.

3. Gustave Lorentz – Vin d’Alsace – Reserve Riesling – 2010
Riesling francês, da região da Alsacia de cor mais dourada, demonstrando alguma evolução. Denso e perfumado. Aromas florais frutas brancas (peras, maçãs e melão). Na boca parecia bem complexo e equilibrado. A mineralidade típica estava presente, com bom corpo e boa acidez. O envelhecimento tirou-lhe um pouco de frescor, sem comprometer, mas dando-lhe mais seriedade. Final com uma doçura que casou muito bem com o chucrute, feito com cebolas caramelizadas e bacon.

Riesling e eisbein 1

Chegou a hora de partir para a sobremesa, mas o que está se tornando tradição nesses nossos encontros novamente aconteceu! A vontade de abrir uma garrafa extra para tirarmos a “prova dos nove”. E a sugestão foi irrecusável: Que tal mais um vinho branco, italiano do Alto Adige, elaborado por uma uva desconhecida por nós? Já ouviram falar em Kerner? A vontade de conhecer foi unânime e igual a qualquer viagem, que quando passamos pertinho de algum lugar interessante, pensamos: Já que estamos aqui tão perto, não custa nada dar uma passadinha lá, não é mesmo?

4. Kerner 2012 – Stiftskellerei Neustift – Abbazia di Novacella
De vinhedos proveniente do Valle Isarco (DOCG), bem ao norte da Itália, quase na divisa com a Áustria, essa uva foi batizada com o nome do médico e poeta Justino Kerner. Plantada principalmente na Alemanha é um cruzamento da Trollinger (ou Schiava) com a Riesling e adaptou-se bem nesse clima dos Alpes. Muito aromático, como pêssegos em calda, maçãs e cítricos. Na boca é muito encorpado, cheio de frutas tropicais(manga). Sua opulência é quebrada pela acidez bem colocada. É daqueles vinhos que quase dá para mastigar! Comparando com o Riesling, o Kerner tem mais fruta, sem perder o mineral, o floral e as notas cítricas típicas da Riesling.

E para encerrar nosso jantar tivemos uma belíssima Tarte Tatin que harmonizou muito bem com mais um Riesling alemão, da região do Mosel, só que com um grau de doçura maior que os anteriores. Um Spätlese, ou seja, de colheita tardia. As uvas atingem um nível de maturação maior antes da colheita e Tartin e rieslingconsequentemente serão mais doces, e mais alcoólicos. Esse me chamou a atenção pela dosagem alcoólica baixa. Apenas 8%.

5. Grans-Fassian 2007 – Piersporter Goldtröpfchen – Spätlese Riesling
Cor âmbar dourado com aromas frutados e minerais. Na boca mostrou certa untuosidade, com bom corpo e refrescância, devido à boa acidez. Sabores cítricos e muita maçã verde. Equilibrado e elegante.

Como podemos ver, nem sempre um vinho feito com uvas brancas significa falta de estrutura para acompanhar pratos mais consistentes ou mesmo, aquela bebida que “quase” poderia substituir a água nos dias de calor. As combinações que podemos fazer entre vinhos e comidas são infinitas e nunca será uma equação matemática. Por isso eu gosto de humanizar essa minha relação com eles. Imaginem uma conversa entre duas pessoas com pontos de vista diferentes. Quando um entende a questão do outro fica mais fácil chegar a uma conciliação. Isso é harmonização!

Montelena Chardonnay Extravaganza!

Quem sabe faz a hora! Ganhei no meu aniversário e o guardava para um momento especial então decidi neste Domingo transformar o dia num dia especial abrindo-o. Acredito que há vinhos que têm essa capacidade, o de transformar o momento, e este confirmou isso!

Montelena 2011Tá certo que o almoço a quatro mãos não ficou atrás, pescada cambuco com molho branco e espinafre (bom pra dedéu), parceiro ideal para as sutilezas e finesse deste vinho que em seus tempos áureos deu um pau nos grandes chardonnays franceses. Ainda há poucos dias conversava com alguns colegas amigos que diziam que o vinho tinha decaído bastante e não era mais o mesmo, mas quem sou eu para dizer algo. Eu o tinha provado há alguns anos e mais recentemente tomei o da safra 2010 que estava sublime e ainda não foi desta vez que ele me decepcionou.

Ok, não está tão bom quanto o 2010, talvez (pelo que me lembro) lhe falte a estrutura e volume desse, porém segue sendo, a meu ver e para meu gosto, um grande vinho que só sinto não ter bala na agulha para me deliciar com ele mais vezes, afinal o preço por estas bandas anda na casa dos R$400,00!! Para um frugal almoço de Domingo, convenhamos que foi uma tremenda extravagancia, mas que diabos eu mereço um carinho especial volta e meia! rs

Este vinho de origem americana se tornou famoso ao ter ganho o Desafio de Paris (quem ainda não viu o filme deve colocar isso na lista como “trabalho de casa”) entre os brancos o que deixou nossa vinosfera boquiaberta há época (1976) e lançou o vinho americano para o mundo. Eu não tenho esse gabarito e tão pouco a litragem de grandes vinhos brancos, especialmente dos franceses, para poder opinar, mas posso confirmar que é realmente um vinho de muita classe e melhor que ele só um Puligny-Montrachet 1ºer Cru que tomei há tempos e está ainda mais caro que isso. Cheio de sutilezas, madeira muito bem integrada e suave dando suporte à fruta abundante, sabores cítricos, lima, macã verde, acidez e mineralidade bem presentes, cremoso, ótimo meio de boca, complexo e longo, um vinho de muitas qualidades (vinho desse preço tem que obrigatoriamente ter, mas nem sempre mostram), que harmonizou muito bem com o prato e me deu muito prazer. Fez meu dia e vai deixar saudades! Valeu filhote, seu presente foi bem curtido, beijo.
Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Um Achado em Chablis, Coisa Rara

Borgonha com chablisAchados, ótimas relações Qualidade x Preço x Prazer, há em todos as gamas de produto, porém em algumas regiões são muito difíceis de se encontrar e quando isso ocorre é sempre motivo de festa, pelo menos para min! Adoro, mas não tomei tantos assim porque a palavra Chablis vem normalmente atrelada a uma série de cifrões os quais dificilmente consigo bancar e acredito que a maioria dos amigos compartilha comigo do mesmo mal! rs Do que tenho provado fica claro que os Petit Chablis e Chablis AOC  disponíveis no mercado não chega a encantar e quando são um pouco melhores já se fala de vinhos na casa dos 100 a 130 Reais. Quando damos um pulo na escada de qualidade e partimos para os Premier Cru  a qualidade sobe assustadoramente e o preço idem, já chegando na faixa dos R$180 a 200 sendo mais comum encontrá-los na faixa dos 200 a 300 reais! Se subirmos mais um degrau na escada, aí a coisa realmente fica séria e haja carteira!!

Nesse cenário, este achado foi para mim a melhor descoberta feita até aqui neste ano, um vinho absolutamente delicioso que possui toda a tipicidade que se espera de um vinho desta classificação e, graças à perseverança e garimpo da amiga Paula Fonyat da importadora Vínica, sem os altos preços que se espera desses mesmos vinhos. Domaine Servin Vaillons Premier Crus Chablis LabelDomaine Servin Vaillons Premier Cru Chablis, um vinho absolutamente sedutor que habitou minha taça neste último fim de semana e já deixou saudade! Sempre gostei muito dos vinhos de Chablis, que para quem não conhece é uma região produtora francesa que faz parte da Borgonha. Sua uva, a majestade Chardonnay! Para quem gosta de chardonnays untuosos, pesados, madeira bem presente, fique com os exemplares do dito Novo Mundo ou até de outras regiões europeias, porque aqui os vinhos são de outra estirpe.

Em Chablis, diferentemente dos vinhos elaborados na Cote D’Or, a madeira é muito pouco usada e quando presente é muito sutil, normalmente usada somente em parte do vinho e na maioria das vezes barricas velhas de forma a preservar sua majestade, a uva.Região fria, mais próximo aos vinhedos de champagne do que os da Borgonha, região a qual pertence, possui um solo muito característico argilo-calcário com sedimentos de conchas marinhas fossilizadas. Uma mineralidade e acidez em perfeita harmonia com um final onde aparece muito sutilmente uma certa salinidade, são marcas registradas destes vinhos.

Este Premier Cru foi elaborado com uvas advindas de vinhedos com 33 anos, sem passageDomaine Servin Vaillons Premier Crus Chablism por madeira, aromas de frutos brancos, algo de melão Orange (viajei?!) na primeira fungada, mineral, toques florais e ao final notas de abacaxi fresco. Dá para deixar o nariz na taça por um bom tempo, pois a paleta olfativa é já bastante complexa mesmo que não explosiva, pois aqui reina a finesse. Na boca, hummm, a mineralidade e acidez em perfeita união, sabores que me levaram num passeio por um pomar de pêssegos e nectarinas, e aquele final leve toque de salinidade muito peculiar.  Pensei em lagosta, ostras gratinadas ou frescas, casquinha de siri e peixes (linguado, salmão, truta) com temperos suaves, spaghetti alle vongole (sem tomate!!) me parecem boas opções de harmonização, mas este dá para tomar só acompanhado de boa companhia e basta! Encontrar este 1ºer Cru por apenas uns 20 a 30 Reais acima do preço de um Chablis AOC,  foi realmente um verdadeiro achado!

              Por hoje é só e precisava compartilhar estas sensações com os amigos. Quem chegou a tempo, tomei com um escondidinho de bacalhau (na foto) que não harmonizou muito bem, ainda tomou uns goles já os outros ficaram no desejo mesmo, sorry. Salute, kanimambo e aguardem minha degustação de Grandes Malbecs ás Cegas (dia 10/04) antecipando a celebração do Malbec World Day e postergamos a data do Riedel Tasting para dia

Um Banho de Sauvignon Blanc no Saca Rolhas

 Sauvignon-blanc-wine-and-grapes-770x537 - wine folly A Confraria Saca Rolhas aproveitou o verão quente para se refrescar numa viagem pelas diversas faces desta saborosa e fresca casta de uvas brancas. A meu ver, a Sauvignon Blanc é, entre as uvas brancas mais conhecidas, a que melhor absorve as características de cada terroir em que é plantada, especialmente quando vinificada sem madeira como é a maioria. Nesta saborosa viagem guiada por Baco, pudemos ter um pouco dessa experiência inclusive com a presença de dois vinhos que fiz questão que estivessem presentes pelo fato de me terem impressionado muito bem em recentes degustações, o chileno Terrunyo e o surpreendente Bellavista Estate Bueno.  A uva proporciona vinhos bastante agradáveis em todas as faixas de preços então neste verão há muito o que explorar e nós fizemos isso! Tendo feito este comentário, transfiro a palavra para a porta voz da confraria, a amiga e confreira Raquel Santos que compartilha conosco suas impressões de mais uma agradável noite de alegria e confraternização. Clique na imagem para maiores informações sobre a uva e suas características de acordo com o site Wine Folly.

Com esse calor estonteante que vem fazendo em São Paulo, quando se pensa em vinhos, a primeira ideia que vem à cabeça são os brancos geladinhos, frescos e leves.

         Optamos por conhecer melhor a uva Sauvignon Blanc, que tem como característica principal, a sua refrescância e jovialidade. Os vinhos provenientes desta casta, raramente passam por madeira e salvo algumas exceções, devem ser consumidos jovens. A peculiaridade da Sauvignon Blanc começa no seu amadurecimento, no vinhedo, que é mais rápido que as outras uvas brancas. Desenvolve-se melhor em regiões frias, onde demora mais para amadurecer, ganhando assim mais tempo para adquirir estrutura e complexidade.

         Sua origem se divide entre Bordeaux e o Vale do Loire, na França. Em Bordeaux, tornou-se importante, quase sempre associada a Sémillon na produção de vinhos brancos secos, mais austeros e densos, bem ao estilo dos bordaleses, e doces, como os famosos Sauternes. No Vale do Loire, seus vinhos feitos somente com a SB, são os Sancerre e Pouilly-Fumé. Em duas colinas de calcário e argila, cortadas pelo rio Loire e entremeadas por florestas, que num clima continental, frio, com muita névoa, a Sauvignon Blanc encontrou seu lar perfeito. Seus vinhos expressam esse terroir com tanta naturalidade que quando os provamos, eles nos transportam para aquela paisagem verdejante, como nos contos de fadas, com direito a castelos e lufadas de vento no rosto.

          Fora da França, a Sauvignon Blanc encontrou na Nova Zelândia o clima favorável onde conseguiu mostrar todo seu esplendor. Na ilha do sul, em Marlborough, região setentrional, com muitos ventos vindos do Oceano Pacífico, os dias longos com noites frias, outonos secos, foram propícios para que as uvas amadurecessem lentamente. Nesse clima a Sauvignon Blanc atingiu seu apogeu, resultando em vinhos extremamente vivazes, de grande qualidade que destacaram a Nova Zelândia no mundo. Existem, no entanto, outros lugares onde são produzidos vinhos com a Sauvignon Blanc com qualidade. Nas regiões frias do Chile, África do Sul, e com controle de técnicas de cultivo na Austrália, Califórnia e até no Brasil.

 DOMAINE COLLIN CRÉMANT DE LIMOUX BRUT CUVÉE TRADITION

                 Antes de começarmos a degustação propriamente dita, preparamos nossas papilas com esse ótimo Crémant de Limoux, da região do Languedoc. Trata-se de um espumante elaborado pelo método tradicional, com as uvas Chardonnay, Chenin Blanc, Pinot Noir e Mauzac. Muito fresco, aromático e leve. Além da boa acidez, bom corpo e sabores cítricos, pêra e maçã. Foi uma bela introdução para vinhos de verão.

Saca rolha - Sauvignon Blanc

MAISON SCHRÖDER&SCHŸLER CHARTRON LA FLEUR BORDEAUX SAUVIGNON BLANC 2011

                O 1º vinho da noite veio de Bordeaux, da região chamada Entre-deux-mers, que é o triangulo entre os rios Dordogne  e Garonne, e onde se produz a maioria dos vinhos brancos secos de lá. Esse vinho já havíamos provado no desafio de Bordeaux-margem esquerda x margem direita. Mas sempre é bom repetir o mesmo vinho, porém em um contexto diferente. Nesse caso, ele mostrou toda a personalidade que está impressa no estilo de Bordeaux, com as características da Sauvignon Blanc. Ou seja, muito aromático e fresco, apesar da estrutura densa, encorpada e boa persistência. Um vinho bem complexo, que vai evoluindo sempre. Ótima acidez, que o faz um bom acompanhante de comida e no final, sem perder o frescor, mostrou seu lado mineral, com um sabor de cinza ou fumaça. Muita elegância!

 WILD ROCK INFAMOUS GOOSE SAUVIGNON BLANC 2012

         O 2º vinho, veio justamente fazer um contraste, em relação ao anterior, mostrando a versatilidade que uma única casta, com tratamento diferente (clima, solo, cultura, etc ) proporciona vinhos com a mesma característica, porém com personalidade diferente. Da Nova Zelândia, região de Marlborough, esse chegou marcando  presença! Com uma vivacidade incrível, aromas típicos herbáceos da SB de grama cortada, mineralidade de maresia, cítricos e acidez que fazia salivar. Com o tempo apareceu algo defumado que foi evidenciado pela mousse de haddock e salmão defumado que tínhamos para acompanhar os vinhos. Grande persistência!

 BELLAVISTA ESTATE BUENO SAUVIGNON BLANC 2012

          O 3º vinho, veio da região da Campanha Gaúcha no Rio Grande do Sul. Fruto da fusão entre a Miolo e a Bellavista Estate, de propriedade do Galvão Bueno (o jornalista esportivo ) que se aventurou no mundo dos vinhos e criou a linha Bueno. Contou com a assessoria do enólogo Michel Rolland, e investiu na produção de vinhos de qualidade Premium. Esse, 100% SB, no início causou uma certa estranheza no nariz, algo químico, canforado. Talvez uma mineralidade, que logo foi se transformando. Apareceram ervas aromáticas ( funcho, manjericão ) e um leve frutado ( marmelada ). Boa acidez, bom extrato com frescor. Um vinho muito agradável!

 CASA SILVA COOL COAST SAUVIGNON BLANC 2012

         O 4º vinho, do Vale do Colchágua, no Chile, que é sub dividido em três regiões: Costa ou Paredones, nas escarpas da cordilheira dos Andes. Entre Cordilheiras, zona plana e central e Andes, região de altitude onde está a sub região de Apalta. E foi na região da Costa ou Paredones, de frente para o Oceano Pacífico, que a SB de adaptou melhor por ser uma região mais fria, menos ensolarada, que recebe os ventos oceânicos, além do solo pedregoso. De lá pudemos provar um vinho quase transparente, muito fresco, cítrico, mineral e com ótima acidez. Apesar de sua leveza, tinha uma forte presença aromática e estrutura na boca com certa cremosidade e longa persistência. Acompanhou bem o queijo de cabra, mas acho que escoltaria bem desde  pescados simples, até pratos mais cremosos. Muito versátil!

 JOSE PARIENTE SAUVIGNON BLANC 2009

         O 5º vinho veio de uma região que não tem a tradição da Sauvignon Blanc. Na Espanha, em Castilla y Leon, uma grande planície ao longo do rio Duero, encontra-se uma D.O. (denominação de origem) chamada Rueda. Nesse local a uva principal é a Verdejo, mas a SB também é autorizada. Aqui mais uma vez, o clima é o grande determinante na produção de uvas com qualidade para criação de vinhos frescos e bem estruturados. Com dias de grande amplitude térmica, verões quentes e longos, e invernos muito frios, influência marítima do oceano Atlântico pelos ventos que se guiam através vale do rio Duero (o mesmo que atravessa Portugal, como Douro ).

         Esse vinho começou timidamente mostrando alguns aromas vegetais, herbáceos e com algum tempo, toda a tipicidade do SB apareceu com força. Muito bem equilibrado na acidez, corpo, e sensação alcoólica na boca de calor. No final, me pareceu um pouco pesado (acho que o fator idade influenciou), deixando de lado aquele frescor que sempre se espera desse tipo de vinho.

 CONCHA Y TORO TERRUNYO SAUVIGNON BLANC 2011

          Nosso 6º vinho veio do Chile, mais precisamente do Vale de Casablanca. Trata-se da linha Premium da gigante Concha y Toro, que possui vinhedos nessa região, com vocação para o cultivo das castas Chardonnay e Sauvignon Blanc. Suave no nariz, mostrando muita elegância e sutileza. Sem arestas que chamem a nossa atenção para algo, a despeito de qualquer outra. É o que se pode dizer de um vinho com equilíbrio. Acidez e frescor que cumprem a expectativa que se espera de um Sauvignon Blanc.

CHATEAU DE TRACY MADEMOISELLE “T” POUILLY FUMÉ 2011

               O 7º, e último vinho da noite! Voltamos  à região onde tudo se originou. Pouilly-Fumé, no Vale do Loire na França. São vinhos excepcionais e profundos, principalmente como de uma maneira natural, simples e direta, conseguem descrever, todo aquele “terroir” presente ali há tantos anos. Seus SB são secos, minerais e refrescantes com um leve toque defumado e esse não fugiu à regra. Um vinho para viajar! 

          A Sauvignon Blanc, depois da Chardonnay, é a casta branca mais conhecida e plantada no mundo. Os vinhos elaborados com ela, apresentam grandes variações, expressando as características dos diferentes terroir aos quais ela encontra facilidade em se adaptar. Gosta de climas marítimos, frios, nebulosos, solos calcários e arenosos. Os vinhos geralmente são frescos, sem amadurecimento em madeira, para serem consumidos jovens, com comidas leves. Por isso são ótimos no verão e combinam muito com o nosso clima e a nossa culinária costeira de peixes e frutos do mar.

         Aproveite esse verão, que pelo jeito será longo, e ponha sua garrafa de SB no gelo e refresque-se! ”   Bem meus amigos, por hoje é só e semana que vem tem mais. Falando de vinhos, Garimpando Gostosuras com a amiga Rejane, dicas e curiosidades de nossa vinosfera e “otras cositas más”! Um ótimo fim de semana para todos, salute e kanimambo.

        

  

   

 

 

Três Brancos Frescos Para Apaziguar o Calor do Verão

 Vinhos brancos, espumantes e rosés têm tudo a ver com o clima quente que nos atinge com grande intensidade neste inicio de ano. Da mesma forma que nossos hábitos alimentares tendem a ser mais light com pratos menos untuosos, também os vinhos devem seguir essa tendência. Ainda há muito desconhecimento e preconceito para com os vinhos brancos então decidi falar um pouco sobre eles e sugerir alguns vinhos vibrantes e frescos para quebrar de vez com essa tendência e amenizar este calorzão que não nos dá trégua.

         Como já mencionei em post recente com uma lista de diferentes uvas brancas, existem no mundo algo ao redor de 1.250 uvas viníferas em uso, no total são cerca de 3.000, e destas 350 são de castas brancas, porém a grande maioria dos conumidores  se atém a basicamente duas; Chardonnay e Sauvignon Blanc, eventualmente a Riesling, a Torrontés  ou a Pinot Grigio ou seja, não mais de meia dúzia! Minha dica de hoje é viajar por outros caminhos e sabores, deixando-se levar de mente aberta e paladar idem, no sentido de descobrir novas experiências sensoriais.

              Tanto nos brancos como nos tintos, existem os mais diversos estilos disponíveis no mercado. Dos mais complexos e caros grandes vinhos da Borgonha  aos mais ligeiros que comumente chamamos de vinhos de piscina, para tomar sem compromisso. Entre eles, um mundo incrível de sabores e preços então optei por falar hoje de três vinho diferentes; Três regiões, Três origens, Três castas porém um só perfil e de uma só faixa de preço intermediária entre R$60 e 70,00. Privilegiei, acima de tudo, o  intenso frescor destes vinhos que têm tudo a ver com o momento  queeeeente (!) que estamos vivendo. Afora acompanharem muito bem pratos mais leves como saladas, comida asiática, carnes brancas, peixes e crustáceos, sendo também ótima companhia para um bate-papo com os amigos,  queijos e petiscos enfim, uma agradável forma de se iniciar uma refeição. Deixe seus preconceitos de lado e solte-se, viaje, saia da mesmice e curta a diversidade de nossa vinosfera, salute!

Muros Antigos Loureiro Escolha 2011Muros Antigos Loureiro

Originalmente do Minho,  região norte de Portugal, mais conhecida pelos famosos Vinhos Verdes, a Loureiro é uma uva que preza pelo grande frescor, aromas intensos e boa mineralidade. Este exemplar não nega essa tipicidade e mostra-se um vinho vibrante, de aromas intensos com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Bolinhos ou pataniscas de bacalhau, cataplana de mariscos, polvo à lagareiro e caldeirada de lulas, são ótimas companhias. Hummmm, já aguei todinho!

Poggio del Sasso VermentinoPOGGIO VERMENTINO (3)

Desta feita a uva é italiana, sendo originária da Sardenha, porém também com belos vinhos vindo do sul da Toscana sendo este um dos belos e saborosos exemplos disponíveis em terras brasilis. Cor palha brilhante, sedutores aromas de flores campestres que nos convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra muito vivo, rico, profundamente equilibrado com uma acidez refrescante e final bastante longo que nos deixa pedindo bis! Sushi e todo tipo de comida japonesa, salada césar com tiras de frango, spaghetti c/ vongole (sem tomate), ostras frescas, um festival de gostosuras!

Protos 2Protos Verdejo

Uva símbolo da região de Rueda na Espanha normalmente resulta no que os críticos gostam de chamar, um vinho “crocante”! Cor clara com reflexos esverdeados, exuberante paleta olfativa onde aparecem frutos tropicais sob um fundo levemente mineral. Na boca é seco, de boa estrutura e uma explosão de frutas como maçã verde e maracujá muito bem balanceados por uma acidez mordaz de final apetitoso que pede a próxima taça. Polvo ou mexilhões á vinagrete, lulas á doré, camarão grelhado, patatas bravas, comida thai levemente apimentada ou salmão grelhado devem ser ótimas combinações, experimente!

           Neste próximo dia 26 ás 20:00 horas pretendo montar uma degustação especial e exclusiva para no máximo 12 pessoas, só com algumas destas uvas brancas diferentes, ou pelo menos pouco usuais como; Rabigato, Avesso, Viognier, Chenin Blanc, Greco di Tufo, Torrontés, Encruzado, Gewurztraminer, Grillo, Viura, Verdejo, Vermentino, Albariño, Grechetto e Rjgiallia, acompanhados de salmão defumado da Marithimus, mousse de haddock do “Chez Maria” e queijo de cabra para a gente brincar de harmonização. Na confirmação da reserva você escolhe as uvas que gostaria de conhecer e degustaremos a as seis mais votadas! Será uma preparação para o Carnaval que está chegando, um “refresca goela”! rs Tá afins, então me avisa aqui através da opção de comentários e liste quais as seis destas castas você gostaria de conhecer e lhe passo detalhes, mas deverá ser na Vino & Sapore e custar R$75,00 por cabeça.. Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Cerasuolo, o de Abruzzo não tem nada a ver com o da Sicília

        Já não chegava a confusão entre a uva e a região de Montepulciano (um em Abruzzo e o outro na Toscana), Abruzzo também é palco Atum selado do Philippede mais uma confusão italiana a Cerasuolo. O Cerasuolo Vittoria é um  DOCG tinto da Sicilia,  normalmente elaborado como um blend de Nero ‘dAvola e Frappato. Já o Cerasuolo d’Abruzzo é um DOC de Abruzzo, com quatro regiões produtoras, em que a uva Montepulciano (min. 85%), cepa ícone da região, é vinificada em rosé. Neste Domingo tive a felicidade de abrir uma garrafa de Cerasuolo d’Abruzzo e me dei muito bem! Já faz alguns anos, mais precisamente em dezembro de 2009 , que tomei um rosé italiano harmonizado com atum selado no Philippe Bistro (aqui em Sampa na linda rua Normandia, rua de uma quadra só!) e nunca mais esqueci.

       O prato estava fantástico e a harmonização foi perfeita, porém desde aquela época que buscoVermiglio Cerasuolo um rosé daquele estilo (o importador cessou atividades) e finalmente achei, Vermiglio Cerasuolo d’Abruzzo 2012, que agradável surpresa, pena que faltou o atum, mas tinha boa companhia para compensar! Acabou rápido demais, uma tendência que os vinhos bons tendem a mostrar (sniff!), mas deixou boas lembranças. Esqueça os rosés de verão, aqueles leves e suaves para tomar na beira da piscina (quem tiver!), o Vermiglio milita em outro time, o dos vinhos gastronômicos. Cor linda, um vermelhão vivo (daí o nome?) e brilhante,  aromas de boa intensidade que chamam a taça á boca. Médio corpo, denso, fruta vermelha fresca e abundante, equilibrado e muito saboroso. Não é por nada não, mas senti falta daquele atum!! Kanimambo, salute e ainda temos 4 vagas para a degustação de Vinhos de Altitude na Vino & Sapore na próxima Quinta! se estiver afins me envie e-mail para comercial@vinoesapore.com.br. Uma ótima semana para todos!

Nossa Vinosfera, a Cada Taça uma Descoberta!

È um pouco assim que sinto, pois por mais litragem que tenha há sempre algo novo a se encontrar numa taça de vinho. Prestar atenção nisso, apreciar o vinho e não somente tomá-lo é DSC03245um tremendo de um barato e o que faz desse hábito algo salutar e muito prazeroso sempre que praticado de forma moderada. As surpresas vêm normalmente de onde menos se espera e nesta Segunda veio numa taça de um rosado argentino, olhem só essa cor!

O visual na garrafa já é um convite a abri-la, ainda mais porque em seu rótulo aparece “Blanc de Noir”, algo mais comum em espumantes, enquanto o vinho é rosado! É na taça, no entanto, que o vinho inicia sua dança de sedução com essa cor linda e cheia de brilho já dando uma dica do que está por vir. Aromas de frutos do bosque frescos te convidam a levar a taça à boca onde ele surpreende a todos aqueles que dele esperam o básico moranguinho e groselha de muito dos vinhos rosados por aí no mercado. Sem qualquer residual de açúcar perceptível ao palato, o vinho, que não passa em madeira é seco e puro frescor, mas tem DSC03241mais! Os aromas vão dançando na taça em contínua metamorfose mostrando algo diferente que nos intriga enquanto acaricia a boca com um frutado intenso e fresco, vibrante que nos faz lembrar verão, férias, mar, mostrando que a “art de vivre” muitas vezes se encontra nas coisas mais simples, como numa taça deste saboroso vinho que no deixa nos lábios um sorriso de satisfação. Aliás, a satisfação que era uma das principais bandeiras defendidas pelo saudoso Saul Galvão que dizia; “ o vinho existe para te dar prazer e se o fez, cumpriu com seu papel”, é vero! !  Tem tudo a ver com nosso verão e nossa ceia de Natal, com o peru á califórnia e até o tender deve ficar da hora, ou para frutos do mar em geral ou, ainda, num voo solo somente com boa companhia, porque isso é essencial. Versátil e apetecível, é um vinho que curti demais e recomendo.

Blend de 50/50 Malbec com Pinot Noir,  é vinificado como branco com uma curta maceração e 48 horas de contato pelicular que lhe dá essa bonita cor salmonada. Um vinho sedutor com um ritmo próprio e marcante que eu harmonizaria com diversão e alegria, mas principalmente com boa companhia e alto astral ao som algo picante da salsa cubana de Rey Caney; Ajo, Cebolla y Tomate, porém como não mais está disponível na net, faço um link aqui para Luna Llena que também harmoniza!! rs  Have fun, salute e kanimambo! 

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Verão – Bebendo Bem Sem Gastar Muito

662519-9834-it      È gente, chegamos, ou quase! Mais alguns dias e entramos no verão, apesar de que o calor teima em não nos deixar desde o verão anterior, mas enfim dia 21 está aí marcando uma nova estação! Como sempre, a mudança de estação marca também a mudança de hábitos e neste final de ano férias, praia, pratos mais leves e a volta dos brancos e rosés.  È também época de festas e muito espumantes, mas desses falarei mais adiante na semana com as dicas de Sexta. Hoje quero compartilhar com os amigos alguns gostosos e frescos vinhos “low budget” de verão.

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais!

Mann Vintners Chenin Blanc – originária da região do Loire na França, esta cepa se deu muito bem na África do Sul onde encontramos alguns vinhos muito bons. Este vinho é de gama de entrada para ser tomado bem geladinho, ao redor dos 6 para 7ºC, é super refrescante para acompanhar petiscos variados inclusive frutos do mar e queijos de cabra. Para quem gosta dos Sauvignons Blanc, vale enveredar por vinhos desta cepa pois apresentam características de frescor muito similares. Um degrau acima, o Tormentoso Chenin da mesma casa produtora é da hora!Vinhos de verão 2012

Terras do Pó Branco – de volta ao mercado depois de um tempinho ausente e……..mais barato! Não é sempre, mas volta e meia ocorre e o consumidor agradece. Um blend de Fernão Pires e Arinto da região de Setúbal em Portugal, um vinho muito saboroso, fresco de boa paleta olfativa onde aparecem notas de frutos tropicais que nos convidam a levar a taça à boca onde os aromas se confirmam, final seco, bom para bebericar e já dá conta de um prato não muito pesado como lulas á doré ou até um tradicional peixe com molho de camarão.

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal.

VillaVid Blanco – mais um espanhol de ótima relação qualidade x preço x prazer, coisa que tem se tornado costumeiro encontrar em boa parte dos vinhos espanhóis encontrados nas prateleiras dos pontos de venda de vinho espalhados no mercado. A uva Verdejo prima pelo frescor e aqui se junta à Macabeo para produzir um vinho muito saboroso de frutas tropicais,  fresco, algo cítrico na boca mas com um tempero a mais!

Falernia Pedro Ximenez – mais um que sai da mesmice, tanto no quesito região, uma nova zona quase desértica no norte do Chile – Vale do Elqui, quanto na uva em si que, na Espanha, é tradicionalmente usado na elaboração de vinhos doces na região de Jerez. Este é vinificado de forma diferente gerando um vinho fresco de aromas intensos lembrando frutas cítricas e tropicais e um leve toque mineral. Na boca, é fácil de gostar, tem uma acidez gostosa, bom volume de boca, é delicado e com um final, equilibrado e seco. Por sinal, o Viognier deles também é bem legal e vale a pena.

       Existem muitos mais rótulos interessantes que valem a pena ser provados, mas o bom destes é que a média de preços anda ao redor dos 40 Reais o que é uma prova de que para se beber bem não há necessidade de grandes gastos. Explore, aventure-se por novos sabores e curta estes vinhos mais refrescantes pois a estação pede por isso.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.