Brancos & Rosés

Prova Freetime de Chardonnays do Novo Mundo

                           A Chardonnay é a uva branca mais conhecida e consumida no mundo. Originária da Borgonha e com excepcional poder de adaptação, espalhou-se por todos os países produtores, brindando-nos com vinhos de alta qualidade que servem de referência para as outras variedades brancas. Para surpresa de muitos não é a França seu maior produtor, ficando em segundo lugar, mas sim os Estados Unidos com 48 mil hectares plantados; dos países do Novo Mundo, vem a Austrália em terceiro e a África do Sul fica em sexto, o Chile em sétimo, a Argentina em oitavo e a Nova Zelândia em décimo. Por ser uma uva muito versátil, pode gerar vinhos elegantes e minerais como os Chablis, amanteigados como os Meursaults ou frutados e potentes como os vinhos do Novo Mundo. Foi baseado nesses dados que o amigo Walter Tommasi da Revista Freetime promoveu mais uma de suas sempre interessantes provas temáticas, Chardonnays do Novo Mundo.

          Juntos para avaliar os vinhos dessa prova, alguns craques de nossa vinosfera; Aguinaldo Záckia, Alessandro Tommasi, Beto Acherboim, Didú Russo, Fábio Miolo, Fernando Quartim, José Luiz Pagliari, Marcello Borges, Miguel Lopes, Nelson Luiz Pereira, Paulo Sampaio, Ralph Shaffa, Sergio Inglês de Souza e Walter Tommasi. Vejamos o resultado da média de suas opiniões e avaliações.

 EQ MATETIC 2007 – CHILE – Palha verdial, brilhante. Complexo, frutado, abacaxi, pêssegos, cítrico, pimentabranca, herbáceo, toque lácteo e tostado bem integrado. Macio, harmônico, ótima acidez, untuoso, bem estruturado, bom corpo e persistência longa, final de boca agradavelmente frutado. CASA DO PORTO –  Preço R$175,00 – Nota 87,4 e Campeão da Noite.

ANDELUNA RESERVE 2006 – ARGENTINA – Dourado Intenso. Abacaxi em compota, limão siciliano, pêssego, leveduras, lácteo e tostado. Leve agulha, ótima acidez, estruturado, corpo médio, persistência longa, quente, retrogosto com abacaxi e tostado, típico Novo Mundo. WORLD WINE – Preço R$ 55,00 – Nota 86,4

WILLIAM COLE COLUMBINE 2004 – CHILE – Amarelo dourado, toque de evolução. Abacaxi em calda, baunilha, lácteo e tostado, aromas evoluídos. Macio, bom balanço de acidez com álcool, persistência longa e retrogosto frutado, ligeiro amargor. ANA IMPORT – Preço R$ 76,00 – Nota 86,3

BILL 2007 – CHILE – Amarelo dourado, média concentração, brilhante. Cítrico, tostado, químico, pêssego, sottobosco e ervas aromáticas. Boa acidez e estrutura, fresco, persistência longa e retrogosto com toques de pêssego. ANA IMPORT – Preço R$110,00 – Nota 86,2 

BOGLE 2007 – EUA – Palha com toque verdial, brilhante.Químico, especiarias, cravo, tostado, floral, caramelo. Boa acidez, bom equilíbrio de boca. Corpo bom e persistência correta, retrogosto lácteo. WINE LOVERS – Preço R$ 89,00 – Nota 86.0

BOWL RIDGE 2005 – USA – Dourado brilhante. Abacaxi evoluído, caramelo, lácteo, toque de especiarias e tostado intenso. Na boca, equilibrado, acidez correta, corpo bom e persistência longa, retrogosto frutado e tostado reafirmando o olfativo, típico Novo Mundo, no limite. WINE LOVERS – Preço R$124,00 – Nota 86,0

VENTOLERA 2008 – CHILE – Palha verdial brilhante. Aromas florais, toques cítricos e minerais. Elegante, acidez correta, seco, corpo bom e persistência média, retrogosto cítrico. CASA DO PORTO – Preço R$ 68,00 – Nota 86,0

ARBOLEDA 2007 – CHILE – Palha verdial. Abacaxi maduro, pimenta, químico e toques de baunilha, lácteos e levedura. Boa acidez, corpo correto, persistência média para longa e retrogosto frutado com toque amanteigado. EXPAND GROUP – Preço R$ 85,00 – Nota 85,9

CRIOS SUSANA BALBO 2007 – ARGENTINA – Dourado, alta concentração de cor. Aromas intensos de abacaxi, lácteo, baunilha e toque herbáceo. Amanteigado, acidez correta, seco, corpo bom e persistência média para longa. CANTU – Preço R$ 50,00 – Nota 85,9

SOL DE SOL VIÑA AQUITÂNIA 2007 – CHILE – Palha verdial pouco intenso. Predominância cítrica, casca de laranja, abacaxi e toques herbáceos. Acidez marcada, bom corpo e persistência, final de boca com ligeiro amargor. ZAHIL – Preço R$ 155,00 – Nota 85,7

LARIVIERE YTURBE 2007 – ARGENTINA – Dourado brilhante. Frutas exóticas, lichia, maracujá, manteiga e tostado. Boa acidez, corpo bom e persistência longa, ligeiro amargor final. – PORTO MEDITERRÂNEO – Preço R$ 65,00 – Nota 85,7

MEERLUST 2006 – ÁFRICA DO SUL – Amarelo com toques verdiais. Olfativamente floral, abacaxi em compota, lácteo, tostado e toques evoluídos. Redondo, muito bem balanceado em sua relação acidez, álcool, fresco, corpo e persistência corretos, com retrogostro frutado. PARALELO 35 –  Preço R$179,00 – Nota 85,6

TERRA 2006 – ARGENTINA – Dourado brilhante. Mineral, especiarias, mel, abacaxi, herbáceo, erva-doce. Acidez correta, taninos presentes, corpo médio e persistência longa. VINEA – Preço R$ 55,00 – Nota 85,3

RUTINI 2008 – ARGENTINA – Amarelo palha com toque verdial. Delicado, floral e frutas brancas frescas, melão. Vinho fácil, com acidez correta, corpo e persistência médios, final fresco. ZAHIL – Preço R$66,00 – Nota 85,3

DE MARTINO QUEBRADA SECA 2007 – CHILE – Dourado claro e brilhante. Floral com leve especiaria lembrando cravo, toque mineral. Harmônico, boa acidez, corpo e persistência médios, final de boca com ligeiro amargor. DECANTER –  Preço R$ 84,00 – Nota 85,2

FINCA DE LAS PALMAS TRAPICHE 2007 – ARGENTINA – Dourado brilhante. Fechado, abacaxi, baunilha, tostado. Alta acidez, corpo médio, persistência longa, madeira evidente na boca, amargor marcado. INTERFOOD  – Preço R$ 53,00 – Nota 85,2

SEPTIMO DIA 2008 – ARGENTINA – Dourado com um leve verdial. Aromas químicos, especiarias como cravo e canela, toque floral. Boa acidez, ligeiramente alcoólico, bom corpo e persistência, amargor tolerável. INTERFOOD – Preço R$ 50,00 – Nota 84,8

DUETTE INDÓMITA GRAN RESERVA 2007 – CHILE – Amarelo intenso, brilhante. Químico, pólvora, marcado pela madeira. Boa acidez, estruturado, retrogosto amadeirado. BARRINHAS – Preço R$ 75,00 – Nota 84,4

BELLINGHAM OUR FOUNDER’S 2007 – ÁFRICA DO SUL – Dourado translúcido. Olfativo ligeiramente prejudicado, químico, sottobosco, lácteo, tostado, oxidação presente, ligeiro papelão. Boa acidez, maduro, bom corpo e persistência, retrogosto lácteo. EXPAND GROUP – Preço R$ 68,90 – Nota 84,0

ECHEVERRIA UNWOODEN 2008 – CHILE – Palha brilhante. Pera em calda, leve cítrico, casca de laranja e toque químico, sem tipicidade. Alta acidez, corpo médio, persistência média, retrogosto frutado. PARALELO 35 – Preço R$ 50,00 – Nota 83,3

           Como diz o Walter na matéria em sua revista; “No intuito de facilitar aos leitores, as principais características organolépticas (características percebidas pelos sentidos humanos, como cor, sabor e odor ) dos Chardonnays do Novo Mundo, por inicialmente terem sido produzidos em regiões quentes com uso intensivo de barricas, são: vinhos bem estruturados, marcados pela madeira, toques lácteos, muito frutados, tendo o abacaxi maduro e outras frutas tropicais como principais referências; costumam também ser mais pesados, alcoólicos e menos ácidos. Por outro lado, os irmãos do Velho Mundo que servem de referência a aqueles que buscam fazer a mudança são: vinhos mais elegantes, minerais, cítricos, frescos, menos estruturados e pouco marcados pela madeira. Muitos produtores do Novo Mundo já chegaram lá, outros estão a caminho e outros ainda mantêm o mesmo padrão que lhes deu destaque até hoje.”  Eu sou mais o estilo velho mundista, prefiro os vinhos menos “excessivos”, elegantes e minerais com pouca ou nenhuma madeira. De qualquer forma, faça você sua própria prova e defina seu estilo. Para ver um pouco mais desta uva, clique aqui em Uvas & Vinhos.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Atração Fatal.

               Na semana passada dei uma passada na importadora  Grand Cru dos Jardins em São Paulo no final da manhã para tratar de assuntos inerentes à loja. Como tinha uma degustação ás 15 horas ali perto, optei por forrar o estômago por ali mesmo. Duvida cruel; D’Olivino, Le Vin Bistrot ou Paris 6? Ao passar na frente do Paris 6, duas moças recebiam a sobremesa nas agradáveis mesas da varanda e me deparei com este prato, digo taça!

 

              Hummmm, pensei já aguando, dessa taça eu preciso provar! Dei uma olhada no cardápio e dei de cara com uma opção de prato principal que me atrai muitíssimo, truta grelhada com amêndoas, irresistível!! Serviço simpático, sentei e perguntei se tinham garrafa pequena de vinho branco. Não tinham, mas poderiam servir taça de um Muscadet da região do Loire por um preço que, mesmo não sendo exatamente barato, caro também não era, então mandei vir. Delicioso, bem refrescado, era um Muscadet que conheço bem, o Sur Lie do produtor Le Haute Févrie trazido pelos amigos da Zahil e que certamente seria um companheiro perfeito para a truta que estava por vir pois é um vinho leve, delicado e muito harmonioso, daqueles que nos deixa pedindo mais, e mais, e mais, ….. Ciente que o preço não tinha me agradado muito, o maitre Silvano caprichou na taça com direito a “chorão”, legal. A salada estava ótima e daí chegou o peixe que não era truta e sim um bacalhau grelhado coberto de bom azeite. Não fosse o fato de que ninguém me tivesse avisado da troca, certamente uma boa pedida também. Chamei o Maitre que me disse que a truta não estava boa então o chef optou por substituir o prato. Legal, só que nesse caso, melhor ter em casa estoque de postas dessalgadas, pois esta quase não dava para comer. Enfim, levei até ao final, até porque o maitre para compensar seguiu enchendo a taça, rsrs, e a simpatia do pessoal assim o pedia.

              Erros acontecem, mas como sempre digo o que importa é como você os corrige. Neste caso, a simpatia do serviço e o bom Muscadet conseguiram me fazer querer voltar para conferir dando-lhes uma chance de se recuperar em minha avaliação gastronomica. O local também é muito agradável, então eis aqui uma interessante dica a ser conferida pelos amigos. Dei azar no dia, mas certamente o restaurante merece uma segunda chance, inclusive pelas boas criticas que li na net. Ainda saí e passei pela Pátisserie do Le Vin que é um capítulo á parte! Aqueles macarrons são um negócio e os doces de uma leveza e delicadeza impares. Ainda bem que não ando muito por aqueles lados pois as tentações são inúmeras!

Salute, kanimambo e não esqueçam do vinho, lembrando que bons brancos adequadamente harmonizados, vão bem em qualquer época do ano, não é vero Cristiano?

Ps. Ia-me esquecendo, a sobremesa estava divina!

Fotos meia-boca tiradas com celular, mas é o que tinha à mão!

Atum e Rosé, que Deliciosa Harmonização!

Nem sempre consigo postar com a rapidez que gostaria e esta harmonização há muito aguardava uma oportunidade para aparecer aqui. É daquelas que acontecem surgidas de um momento especifico e que conseguem ser marcantes na vida da gente.

Fui com o Emilio (Portal dos Vinhos) para conhecer as instalações da D’Olivino, por sinal lindíssimas, e acabamos indo almoçar com o Marco no Philippe Bistro, que fica duas casas ao lado. O Marco, dono da D’Olivino e habitué da casa onde reinam seus vinhos, nos sugeriu uma entrada de  tartare de Salmão e como prato principal um Atum grelhado (selado) semi-cru com cogumelos e molho tarê. Coube ao Emilio a escolha de um vinho para acompanhamento, que recaiu sobre o Cariddi Rosato da Sicilia.

Muito boa a entrada de tartare de salmão, porém o atum estava estupendo, uma verdadeira delicia que já seduziu pelo visual no prato. O vinho, elaborado com Nero d’Avola, era muito bom, frutado, fresco, rico, boa textura com um corpo mais denso que o tradicional de vinhos rosés, deixando claro que era um vinho mais gastronômico. O Atum estava divino, no ponto certo, os cogumelos e o molho estavam perfeitos compondo um prato muito saboroso por si só. A harmonização dos dois, no entanto, catapultou sabores á enésima potência a ponto de, quatro meses depois, ainda me recordar das agradáveis sensações de prazer que me invadiram o palato. Para quem mora na região de Moema/Brooklin Novo eis aí uma bela pedida para fazer algo diferente em um ambiente aconchegante e aprazível que nos faz esquecer, mesmo que apenas por alguns instantes, que vivemos nesta zorra de cidade chamada São Paulo. Os dois ficam na simpática, bonita e charmosa Rua Normandia.

Salute e kanimambo

Vinhos da Semana Passada

Fazia tempo que não escrevia sobre Vinhos da Semana e neste calor nada como vinhos e espumantes brancos e rosés. Já gosto e bebo normalmente o ano inteiro, agora então se tornam imprescindíveis e esta pequena e refrescante seleção me deu muito prazer tomar. Um grupo de vinhos bastante diverso de cinco origens diferentes que me geraram diferentes sensações que agora compartilho com vocês.

Chateau St. Michelle 2006, um Riesling muito saboroso e de bom corpo de Columbia Valley (Estados unidos) importado pela Expand. Muito mineral, boa textura num vinho que é menos aperitivo e leve e sim de maior peso e gastronômico apresentando uma característica intermediária entre os leves vinhos do Mosel e os mais encorpados da Alsácia. Pêssego, nectarina, algum açúcar residual muito leve, saboroso, um tico de acidez a mais não lhe faria mal melhorando seu equilíbrio. Um vinho bastante agradável que me agradou, tendo acompanhado um curry de frango levemente apimentado com galhardia. Preço ao consumidor por volta dos R$55,00.  I.S.P .$    

 

Filosur Torrontés 2009, o frescor em pessoa num novo rótulo argentino que chega pelas mãos da Berenguer Imports, uma nova importadora sediada em Curitiba. Uma marca do grupo Andeluna, que tem em seu portfólio diversos varietais. Este Torrontés é muito saboroso com aquele floral muito característico da cepa bem presente no nariz aliado a aromas de frutas cítricas, tudo com um equilíbrio harmônico que nos convida à taça. Na boca é vibrante, saboroso, fresco com ótima acidez que aguça as papilas gustativas e combina muito bem com comida oriental levemente apimentada, como aperitivo, uma delicia de vinho e há muito não tomava um torrontés tão equilibrado. O amigo Charlston acertou na escolha (o Malbec que comentarei em outra ocasião, também é muito bom) e na política comercial já que o preço deverá rondar os R$36 em São Paulo.  I.S.P .  $ 

 

Cave Antiga Moscatel, um espumante nacional que se deu bem em meu Desafio de Espumantes Moscatel. Vieram duas garrafas para o Desafio, esta sobrou na minha adega (eheh) e não resistiu ao calor de Sábado passado tendo sido rápidamente consumido no final do dia sentado no terraço acompanhando morangos com sorvete de creme. Incrível como bons espumantes moscatel como este somem rápido da taça! Um nariz cativante em que aparecem aromas de pêra em calda, maracujá doce com nuances florais de boa presença e intensidade comprovando o resultado da prova. A perlage é de borbulhas finas e abundantes com boa persistência. Na boca é onde ele mais seduz sendo bastante fresco, saboroso, balanceado apesar do residual de açúcar se sobressair um pouco sobre a acidez. Harmonizou bem com os morangos que aportaram um pouco mais de acidez ao conjunto. O preço está ao redor de R$25,00 . I.S.P. 

 

Maycas Del Limari Reserva Especial Chardonnay 2007, um senhor vinho de bom corpo sem se tornar pesado o que, para o meu gosto, mata qualquer branco. Um Chardonnay com C maiúsculo mesmo, no estilo que gosto, bem mineral, fresco, aromas de frutos tropicais e nuances florais. Untuoso, rico, textura algo cremosa e sedosa, com um final muito saboroso e persistente em que aparece algo de maçã verde e um delicado toque tostado. Um belo vinho que acompanhou bem um risoto de frutos do mar, mas que penso caberia que nem uma luva harmonizado com um prato de camarão à Mary Stuart. Esta garrafa meu filho me trouxe do Chile, só a titulo de curiosidade a Bodega pertence ao grupo Concha y Toro, mas está disponível no Brasil pelas mãos da Fasano e custa ao redor de R$90.   I.S.P .  

Rosé d’Anjou Remy Pannier 2008, da região do Loire na França, importado pela Inovini (divisão de vinhos da Aurora Importadora), uma delicia vibrante, algum residual de açúcar, e refrescante com apenas 10.5% de teor alcoólico resultado de um assemblage de Cabernet Franc, Gammay e Grolleu Gris. Começou como aperitivo e acompanhou maravilhosamente o almoço de Domingo, peito de peru à Califórnia, e penso que deverá se dar muito bem com lombo agridoce. A cor é linda, o primeiro impacto olfativo algo doce com frutas como morango e framboesa bastante sutis, dá lugar a algo mais cítrico que se confirma na boca onde a boa acidez lhe aporta um frescor que tem tudo a ver com este quente verão, digo primavera, e uma ótima pedida  para acompanhar uns petiscos como patê de queijo de cabra com ervas ou canapés de frutos do mar. Um vinho fácil de agradar e descompromissado que cumpre muito bem seu papel e que eu serviria, como o fiz, a cerca de 6 a 8% no máximo. Custa em torno de R$43, mas se não fosse essa maledetta substituição tributária e o ICMS nas alturas em São Paulo, poderia estar por volta de R$36 e, nessa faixa, certamente seria um visitante mais assíduo na minha adega .  I.S.P    

Salute, kanimambo e amanhã tem mais resultados do Grande Desafio de Vinhos. Quem será o ganhador da noite? Um espumante Brasileiro, Champagne, Cava ou será que algum outro rótulo cometeu essa proeza?

Gastronomia e Harmonização

sunday Oct 11th 002Vejam que não me referi  á enogastronomia, e sim a gastronomia porque harmonização não se faz somente com vinhos. Como em matéria do Paladar, a harmonização de um prato pode ser feita com diversos e divinos liquidos, sejam eles cervejas, sucos, caipirinha, vinhos ou qualquer outro ou até nenhum, já que a principal harmonização, a meu ver, é com as pessoas. Neste fim de semana preparei um churrasco tradicional JFC, ou seja: lingüiça, costelinha e picanha. Antes, como aperitivo, tomei uma cerveja que me agrada muito, a Leffe. Já fui mais de cerveja, mas até hoje gosto de uma Stella Artois, de um chopp Warsteiner ou de uma Erdinger Weissbier, todas muito especiais, mas uma me completa, a cerveja de Abadia que é, normalmente, bastante cara, mas esta, de origem belga, nem tanto tendo harmonizado muito bem com carne seca (Beef Jerkee), defumada, desidratada e levemente apimentada , um substituto para meu saudoso e sempre apetecível  “biltong”.

Agora, já que aqui se fala mesmo é de vinho, se mata a cobra e mostra o pau, aqui está minha principal harmonização deste fim de semana, a minha costelinha de porco na brasa com vinho verde, neste caso o gostoso Varanda do Conde um corte das uvas Alvarinho e Trajadura.sunday Oct 11th 004 Este é um vinho do qual tenho sempre uma garrafas em casa porque me dá muito prazer e é um perfeito companheiro para a costela ou um lombinho de porco no forno. De um intenso frescor e acidez rasgante, perfeitamente balanceado e pleno de sabor é uma perfeita combinação com comidas mais gordurosas. Há pouco tempo o usei numa harmonização com feijoada e tanto eu como os convivas,  pode ter sido mera cortesia dos amigos, adoramos essa combinação. A acidez corta a gordura e realça sabores com ótimos resultados, uma de minhas harmonizações preferidas e um vinho que me grada muito e tem mais, não é caro custando algo próximo aos R$30,00 variando em 20% para cima ou para baixo dependendo de onde comprar. Outros vinhos verdes poderão ser opções, sejam blends como um varietal de Alvarinho ou Loureiro ou Avesso ou …. rs.

Experimente você e depois compartilhe suas opiniões conosco. Salute e kanimambo.

Salvar

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Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

Receita0001

         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.

Iniciando-se nos caminhos de Baco – Parte II

             Como disse no post de ontem, nossa vinosfera não é monocromática, então pensar somente em vinhos tintos me parece um equivoco igual ao de só tomar vinhos franceses, só espanhóis ou só argentinos. Abra sua mente e amplie seus horizontes permitindo-se provar vinhos brancos, rosés, espumantes, generosos, etc.

             Tem gente que vai dizer que mulheres é que gostam de brancos e que no inverno só se devem tomar tintos. Pois bem, existem estudos que mostram que as mulheres preferem os tintos e lhes deixo uma pergunta; por acaso pára-se de tomar cerveja e sorvete no inverno? Pode até haver redução no consumo, mas as pessoas seguem consumindo gelado no frio, então porquê essa premissa não é válida para o vinho?

             Eu tenho me deliciado com vinhos brancos, mais que rosés, confesso, e espumantes de forma bastante regular, até porque existem pratos que pedem esses vinhos, e adoro abrir um encontro de amigos ou refeição tomando algumas dessas saborosas opções. Em Março fiz um painel bastante grande sobre Brancos & Rosés, mas eis aqui uma lista bastante enxuta que creio possa ser uma entrada para esta sedutora, diferente e vibrante paleta de sabores e aromas.

BRANCOS

 

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Benjamin Senetiner Chardonnay Argentina Casa Flora

17,00

Santa Helena Varietal Chardonnay Chile Interfood

22,00

Septima Chardonnay/Semillon Argentina Interfood

23,00

Cono Sur  Riesling Chile Expand

23,00

Salton Volpi Sauvignon Blanc Brasil  

24,00

Missiones de Rengo Sauvignon Blanc Chile Épice

26,00

Varanda do Conde Vinho Verde (Corte) Portugal Casa Flora

32,00

Verdicchio dei Castelli di Jesi Classico Verdicchio Itália Expand

32,00

Crios Torrontés Argentina Cantu

39,00

Concha y Toro Late harvest Sobremesa Chile Expand

39,00

Danie de Wet  Sur Lie Chardonnay África do Sul Mistral

42,00

Muros Antigos Loureiro Portugal Decanter

52,00

Protos Verdejo Espanha Peninsula

54,00

Rutini Chardonnay Argentina Zahil

66,00

Le Vieux Clos Chard/Sauvignon Blanc França Decanter

73,00

ROSÉS

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Obikwa Pinotage África do Sul Interfood

30,00

Crios Malbec Argentina Cantu

39,00

Melipal Malbec Argentina Wine Company

45,00

Terraza Isula Sciaccarellu/cinsault França (Córsega) Emporio Sorio

49,00

Protos Corte Espanha Peninsula

58,00

           Nos brancos certamente poderia adicionar um monte de rótulos mais como, o Dr. L, um Riesling de Dr. Loosen (Expand) da região do Mosel na Alemanha, o Valduga Gran Reserva Chardonnay ou mais dois vinhos portugueses, o Quinta do Ameal Loureiro (Vinho Seleto) ou o Prova Régia (Interfood) elaborado com 100% Arinto e nos Rosés o Vinha da Defesa (Qualimpor), também português, mas me auto-limitei em 80 rótulos, então as listas são essas mesmas.

            Antes de finalizar, no entanto, um recomendação provem, bebam e curtam os espumantes nacionais, estão muito bons. Na linha dos mais baratos (até R$25) o Salton Ouro, Marco Luigi Moscatel, Marco Luigi Brut Champenoise, Aurora Brut Blanc de Noir (100% Pinot) e o Blanc de Blanc (100% Chardonnay) são imperdíveis e botam no chinelo a grande maioria dos proseccos italianos disponiveis no mercado nessa faixa de preço e tão em voga em casamentos, festas e eventos. Num nível um pouco mais alto (até R$45) os; Pizatto, Miolo, Dal Pizzol, Marco Luigi Reserva da Familia, Cave Geisse Nature e Marson Champenoise são uma grande pedida.

            É isso meu amigo, com estas listas termino estas dicas para quem está começando a navegar nestas águas regidas por deus Baco. Não é uma rota fácil, está repleta de tentações, mas o resultado costuma ser extremamente prazeroso. Espero que, de alguma forma, tenha contribuido para uma viagem mais tranquila e lembre-se, nesta vinosfera, como na maior parte das situações em nossas vidas, é praticando que se melhora, o que em nosso caso significa litragem, mas com moderação e na hora certa!

Para ver como contatar os importadores e checar onde, mais próximo de você, o rótulo está disponível, dê uma olhada em Onde Comprar, post em que constam os dados dos importadores e lojistas assim como de produtores brasileiros.

Salute e kaimambo.

Terrazzas Rosé, o Frescor da Córsega

Não são só os vinhos do Brasil que são exóticos e diferentes, ou de Israel ou do Líbano ou da China. Vinho europeu também pode ter um lado exótico corse-map-Mediterrquando produzido numa região pouco conhecida com uvas autóctones mais desconhecidas ainda. E o que dizer quando um vinho tem Terrazza Isula no nome, é produzida com uma uva chamada Sciaccarellu, mas é de origem francesa. Sim tudo é vero e, para lhe dar um toque francês, o corte foi elaborado com Cinsault. Tudo isso no entanto, tem a ver um pouco com a própria história dessa ilha mediterrânea chamada Córsega, mais conhecida entre nós por ter sido o berço de Napoleão, com pouco mais de 8500 km² e uma população ínfima de algo próximo a 280.000 habitantes coberta de muita vegetação e montanhas situada a oeste da Itália próximo a Pisa e à Sardenha.  Andou de mão em mão durante tempos pertencendo ao reino de Pisa (1077 – 1284) e ao de Génova (1284 – 1768), antes de ser vendida à França pela última. Desta forma, a existência de um dialeto Corso (parecido com o dialeto Toscano) e a influência de nomes e sabores não é mera coincidência.

               Foi aqui que o Empório Sorio veio buscar algumas preciosidades as quais já comentei anteriormente no blog, em especial em meu relato direto do front da Expovinis deste ano quando tive oportunidade de degustar 3B + Corsega Rosé 007Adiversos rótulos, porém não este que veio complementar estes dias de vinhos diferentes, em minha taça. Terrazza Isula 08 um corte de Sciaccarellu e Cinsault vinificado em rosé e uma verdadeira delicia. Um VdP (Vin de Pays) de l’Ile de Beauté, ilha da beleza, possui uma paleta olfativa muito vibrante e frutada convidando o vinho á boca onde ele explode de forma exuberante com enorme frescor. Atraente na cor, mostra na boca uma acidez acentuada, porém balanceada que umedece a boca chamando comida, ótima parceira para canapés de queijo de cabra e salmão, saladas, lombo agridoce e, como no meu caso, com peito de peru à Califórnia. Muito saboroso, é daqueles vinhos que acabam rápido e deixam aquele gostinho de quero mais na boca. Já tinha gostado muito de um outro vinho rosé que eles possuem em seu portfolio, Terra Nostra, e este é páreo ficando difícil escolher entre um ou outro. Muito bem elaborados e harmônicos, são vinhos para acompanhar comida, mas são ótimos parceiros de um papo informal como aperitivo e preparação do palato para a refeição principal. Em torno de R$50,00, são vinhos que tomei e recomendo, na minha modesta opinião melhores do que a maioria dos aclamados rosés da Provence onde ainda não consegui encontrar um rótulo que efetivamente me empolgasse.

Salute e kanimambo.

Confraria na Taça

Nestas últimas semanas tenho tido a oportunidade de provar alguns vinhos diferenciados, como o que comentei ontem. Desta feita, mesmo com o friozinho de nosso inverno, tomei  dois vinhos bConfraria brancos 2rancos portugueses que ainda não estão disponíveis no Brasil, mas que espero possamos tê-los por aqui dentro em breve, são os vinhos Confraria (nome sugestivo) da Adega Cooperativa do Cadaval pertencente à CVR Lisboa. Por pura coincidência, meu primo trabalha na prefeitura da cidade, ô mundinho pequeno esse!

A Adega Cooperativa do Cadaval produz seus vinhos de uvas plantadas nos vinhedos que cobrem as encostas soalheiras da Serra do Montejunto e que, em declive suave, se estendem pelo vale. Foi fundada em 1963 por um grupo de pequenos viticultores que processaram na ultima safra um pouco mais de 7.000 toneladas de uva.  Presentemente, passa por uma grande reformulação no sentido de colocar a ACC no mapa de nossa vinosfera mundial, mas já possui uma marca bem conhecida no mercado português que é esta linha de vinhos Confraria composta de um vinho tinto e estes dois brancos provados. Há cerca de uns três para quatro anos, cheguei a tomar o tinto (castelão/aragonês e trincadeira), foi-me dado por meu querido primo Álvaro, e me lembro que mesmo não sendo nenhum blockbuster, foi um vinho que me agradou como um vinho correto para o dia-a-dia. Este post, no entanto, é para falar dos vinhos brancos, pois estes tomei agora e com a devida atenção.

Confraria Branco Leve 2008, é elaborado com a uva Moscatel num processo de vinificação a frio que resulta num saboroso caldo com apenas 10% de teor alcoólico e um muito leve açúcar residual que lhe dá um toquinho doce, queConfraria branco leve me fez lembrar um vinho off-dry alemão ou francês (loire) guardadas as devidas proporções. Um vinho muito interessante devido a ser menos comum numa vinosfera cada vez mais monocromática; nariz de ótima intensidade que convida a tomar, vibrante, muito leve agulha na boca, muito boa acidez, ótimo aperitivo, muito saboroso e fresco, ótima persistência, uma delicia que agrada/seduz fácil, tendo sido tomado no sábado como aperitivo acompanhado de um queijo de cabra, patê de atum com torradas e lulas à dorê com molho tártaro, tendo se dado muito bem. Faltou garrafa! Creio que deve se dar bem com comida Thai, talvez até um caril (curry) de camarão, levemente picante fazendo as vezes de um gewurtzraminer. Para os amigos portugueses, em pleno verão, uma grande sugestão de um vinho que costumo chamar de BGB (bom, gostoso e barato) para acompanhar os mais diversos frutos do mar sentado numa esplanada à beira-mar. Se chegar ao Brasil por um preço camarada, será a perfeita companhia para uma beira de piscina, na praia com mariscos, para se comprar às caixas!

Confraria branco seco 2Confraria Branco Seco 2008 é um corte de Fernão Pires, Vital e Seara Nova, esta última me era desconhecida, com 13% de álcool. Também um bom vinho, porém com outro estilo, mais gastronômico de maior corpo, mostrando bom equilíbrio, acidez na medida e um leve amargor ao final que não chega a incomodar, mas que torna importante manter-se a temperatura, tendo acompanhado muito bem um prato de fettucine com bacalhau e azeitonas verdes regado com bastante azeite. Pensei em  Amêijoas à Bulhão Pato (quem ainda não conhece está perdendo um manjar dos deuses), filés/postas de peixe frito com um arroz de tomate, pataniscas de bacalhau e até uma eventual carne branca com temperos leves, como outros possíveis bons companheiros para este saboroso  vinho.

              Sentados na varanda, curtindo dois vinhos brancos num almoço gostoso de sábado com “as crianças” e fazendo descobertas enogastronômicas, não dá para ficar muito melhor que isso e agradeço por esse privilégio.  Enfim, mais um dia bastante agradável, bonito, de céu azul e sol batendo na cara, apesar do friozinho dentro de casa, fazendo-me sonhar com mais um cantinho de Portugal a ser conhecido. Salute amigos.

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Sauvignon Blanc – Grande Prova Freetime

sauvignon_blanc_white_grape_varietyVinte rótulos de Sauvignon Blanc em prova, eis o presente que o amigo Walter Tommasi, experiente degustador, enófilo e editor da revista Freetime, me deu de presente no fim de semana.  Este é o resultado de sua mega degustação e desafio de Sauvignon Blanc entre a Nova Zelândia e o Chile, que não poderia deixar de compartilhar com os amigos leitores de Falando de Vinhos. Foram um total de 20 rótulos provados por uma banca de primeiro nível tendo dado Nova Zelândia na cabeça, com a Casa Marin (Vinea Store) e Bill da William Cole (Ana Import) dando o tom pelos vinhos chilenos. O Cipreses, assim como o Laurel (este ultimo não participou) da Casa Marin, são sim grandes vinhos, uma pena que sejam tão caros, o dobro dos primeiros colocados.

Vejam o resultado e comentários desta grande degustação e desafio entre brancos de dois países que primam pelos bons vinhos produzidos. Chamo a atenção para o fato de que preço não é sinônimo de qualidade, mas sim tendência, e o mais caro não necessariamente é o melhor como ficou demonstrado pelo resultado, haja visto a comparação entre o primeiro e o último colocado nessa prova.

          

   Nova Zelândia x Chile

 

 

 

Palliser Estate 2006 – Nova Zelândia 

 Palha claro brilhante, Complexo e elegante com delicados aromas florais, frutados e cítricos, toque mineral e de aspargos. Na boca muito equilibrado, com ótima acidez, cremoso, bom corpo, persistência longa e retrogosto frutado. PREMIUM  (31) 9222-5992. Preço- R$ 76,00- Nota 89,1

Mount Nelson 2006 – Nova Zelândia 

 Palha brilhante. Complexo com predominância de aromas cítricos, herbáceos e minerais, frutas brancas como pêra, toque de borracha. Boa acidez, corpo médio e persistência longa, retrogosto cítrico. EXPAND GROUP – (11) 3847 –4700. Preço – R$ 78,00 – Nota 88,3

Casa Marin Cipreses 2006 – Chile 

 Amarelo dourado brilhante. Complexo, cítrico (grapefruit), herbáceo,mineral e toques frutados. Na boca bem estruturado, com acidez correta e persistência longa, retrogosto frutado. VINEA STORE – (11) 3059-5200. Preço – R$ 145,00 – Nota 88,3

Nautilus Estate 2006 – Nova Zelândia

 Amarelo com toques verdeais  brilhante. Aromas minerais, casca de limão, melão, borracha, um toque fumê e ligeiro lácteo. Equilibrado com alta acidez, bom corpo e persistência longa. WINE PREMIUM (11) 3040-3434. Preço R$ 95,00 – Nota 88,0

Saint Clair 2007 – Nova Zelândia 

 Palha claro, brilhante. Elegante com aromas cítricos (grapefruit), minerais  e frutados (maracujá) . Na boca ótima acidez, seco, bom corpo e persistência e retrogosto cítrico. GRAND CRU (11) 3062-6388. Preço R$ 84,00 – Nota – 87,6

“Bill” William Cole Limited Edition 2007 Chile 

 Palha verdial. Elegante e complexo, cítrico, herbáceo, aspargos, mineral, com ligeiros toques lácteos e tostados. Boa acidez, seco, corpo e persistência corretos retrogosto lácteo. ANA IMPORT (71) 3337-1111. Preço R$ 95,00 – Nota – 87,4

Hunter’s 2007 – Nova Zelândia 

 Palha verdial. Aromas delicados de frutas (maça verde), cítrico (lima da pérsia) e toques florais. Alta acidez, bom corpo e persistência, retrogosto cítrico. PREMIUM (31) 9222-5992. Preço R$ 73,00 – Nota 87,3

Shingle Peak Matua 2006 – Nova Zelândia 

 Palha brilhante com toques verdeais. Complexo, aspargos, petrolato, herbáceo, feno e casca de limão. Equilibrado, acidez correta, leve elegante, ótimo final de boca. VINHOS DO MUNDO (51) 3012-8090. Preço R$ 70,00 – Nota 87,3

Sileni Estate 2008 – Nova Zelândia 

 Palha bem claro. Aromas delicados herbáceos, aspargos, florais e frutados (maracujá) e toques minerais . Boa acidez, corpo médio persistência correta. MISTRAL (11) 3372- 3400. Preço R$ 66,60 – Nota 87,3

10º Jackson Estate 2007 – Nova Zelândia 

 Dourado pálido brilhante. Mineral, e frutado, maracujá e pêra, toques cítricos. Alta acidez, seco, corpo e persistência média, ligeiro amargor. PREMIUM (31) 9222-5992. Preço R$ 78,00 – Nota 87,2

11º Anakena Ona 2007 – Chile 

 Palha brilhante. Complexo, cítrico, herbáceo, mineral com toques frutados, maracujá e grapefruit. Acidez correta, bom corpo, macio, longo com um agradável final de boca com toques minerais. MERCOVINO (16) 3635-5412. Preço R$ 79,00 – Nota 87,1

12º Maycas Limari Reserva Especial 2007 – Chile 

 Dourado brilhante. Frutado, abacaxi, toque de melaço, aromas evoluídos, ligeiro toque tostado. Boa acidez, corpo e persistência média, retrogosto evoluído. ENOTECA FASANO (11) 3168-1255. Preço R$ 89,00 – Nota 86,7

13º Quintay 2006 – Chile 

 Palha brilhante. Feno, frutado, lichia,mineral,pedra de isqueiro. Boca volumosa, boa acidez, boa persistência, final de boca agradavelmente frutado.  PREMIUM (31) 9222-5992. Preço R$ 61,00 – Nota 86,6

14º De Martino Parcela 5 Single Vineyard 2007 – Chile 

 Palha verdial. Elegante, mineral, cítrico, floral e toque fumê. Vinho delicado, com alta acidez, corpo e persistência média. DECANTER (47) 3326-0111. Preço 97,30 – Nota 86,3

15º Alto Vuelo William Cole 2007 – Chile 

 Amarelo claro brilhante. Delicado, frutado, goiaba, maracujá, herbáceo (arruda),mineral, cítrico. Elegante,seco,corpo e persistência média,acidez bem dosada. ANA IMPORT (71) 3337-1111. Preço R$ 51,85 – Nota – 86,3

16º Brookfields Hawke’s Bay 2006 – Nova Zelândia 

 Palha verdial.Cítrico, mineral,herbáceo, toques frutados (maçã ). Acidez correta, seco, corpo médio, persistência longa, retrogosto herbáceo, ligeiro amargor final. PREMIUM (31) 9222-5992. Preço R$ 78,00 – Nota 85,8

17º Tres Palacios Reserva 2006 – Chile 

 Palha verdial brilhante. Elegante, herbáceo, aspargos, mineral, leve fruta( pêra). Boa acidez, seco, bom corpo e persistência, final de boca agradável, frutado. ENOTECA FASANO (11) 3168-1255. Preço R$ 67,00 – Nota 85,6

18º Montes Selection 2007 – Chile 

 Amarelo palha verdial. Cítrico, frutado, pêssegos e maracujá, mineral, herbáceo. Acidez marcante, bom volume, persistência longo retrogosto cítrico. MISTRAL (11) 3372- 3400. Preço R$ 49,55 – Nota 85,6

19º Casa Lapostolle 2007 – Chile 

 Palha claro brilhante. Herbáceo, arruda, cítrico, mineral, pimenta branca. Boa acidez, alcoólico, encorpado, persistência longa retrogosto cítrico,ligeiro amargor. MISTRAL (11) 3372- 3400. Preço R$ 47,56 – Nota 85,1

20º Cariblanco Kingston 2006 – Chile 

 Amarelo palha com toques verdiais. Delicado com aromas florais e minerais. Alta acidez, corpo e persistência média. MERCOVINO (16) 3635-5412. Preço R$ 100,00 – Nota 84,6

 

 Salute e kanimambo