Na Minha taça

Mais Que Vinho, Um Conceito de Vida – Família Michelini

Em Mendoza existe gente fazendo coisas diferentes de forma diferente, só precisa ter a mente aberta e a indicação certa para descobrir essas coisas. Mais do que vinho, este projeto é um conceito de vida então permitam-me lhes apresentar, para quem ainda não conhece, o Matías Michelini e sua família. São quatro irmãos, três enólogos (Matías, Gerardo e Juan Pablo) e o Gabriel, que têm a pureza da terra como preceito maior, seja no vinhedo, na bodega, mesa e na vida como um todo. Mas vão além disso, são revolucionários na busca de suas quimeras e liberdade de criação.

Na primeira parada de nossa visita de Abril a Mendoza, tivemos o privilégio de sermos recebidos pelo Matías Michelini em suas novas instalações em Tupungato, no condomínio The Vines, onde ele mantém a sede da Michelini Bros em que produz com seus irmãos algumas preciosidades em seus tanques de cimento (ovos) e ânforas que ele próprio desenhou. Este novo projeto é todo biodinâmico, buscando a essência e pureza da natureza em volumes limitados. É um local para deixar fluir a inspiração e criatividade num processo de plena liberdade possuindo uma energia especial. Aqui ele pacientemente esperou por nossa chegada com quase uma hora e meia de atraso devido a problemas de voo, nos recebendo com o fogo aceso e uma taça de espumante na mão, incrível simpatia, homem de poucas palavras e muito carismático, cativou a todos os presentes. Por aqui tudo é pequeno; instalações, numero e tamanho de tanques, sala de barricas e produção, as exceções são a grandeza dos personagens e a qualidade de seus produtos.

A comida, tudo orgânico, estava maravilhosa, os vinhos divinos e os convivas radiantes, não poderíamos ter começado melhor e em pouco tempo as agruras da viagem tinham ficado para trás! Hoje, compartilho virtualmente com vocês alguns desses  momentos e os vinhos provados aproveitando para dar uma dica, quando comprarem um vinho, tentem conhecer o enólogo por trás dele. Se estiverem frente a frente com um vinho do Matías, Gerardo ou Juan Pablo podem mergulhar de cabeça pois a experiência certamente será diferente do que estão acostumados a provar de caldos mendocinos! Ainda farei uma matéria sobre eles, mas por enquanto fiquem com seus vinhos e o vídeo abaixo com imagens de nossa visita.

A Passionate Wines é um projeto do Matías tão somente e melhor nome não poderia ter escolhido, pois é fruto de sua paixão e inquietude refletida em cada garrafa. Provamos vinhos dos diversos projetos dos irmãos, porém foi através de minha introdução à Passionate Wines que aqui viemos parar.

Espumante Zorzal Extra-Brut – devido ao atendimento a um de nossos companheiros de viagem que não estava bem, perdi esta prova, porém os comentários de quem o tomou foram altamente elogiosos. Elaborado com Semillon (cerca de  2/3) com Chardonnay. Da El Zorzal e um vinho a rever!

Montesco Água de Roca Sauvignon Blanc – pura mineralidade e sutilezas num vinho único fermentado em tanques de plástico de 1000 litros! É a natureza em sua forma mais pura em Gualtallary, uma das partes mais altas de Mendoza no Vale do Uco na base dos Andes, onde a acidez também aflora. A uva é colhida em 5 diferentes momentos durante o mês de colheita, de forma a poder-se retirar delas diversas características que comporão esta obra de arte engarrafada. Limitado a 5000 garrafas ano, é um vinho único e diferenciado até no teor alcoólico, meros 9,5%!! Vibrante, sutil e elegante, adoraria ter sempre em casa! Projeto Passionate Wines

Matias Clipboard Bodega

Calcáreo Bonarda – fermentado em ânforas desenhadas pelo próprio Matías, únicas no pedaço, uvas advindas de um vinhedo orgânico de Gualtallary plantado em 2005, amadurece em barricas de 1º e 2º uso francesas passando posteriormente por um estágio de 6 meses de garrafa antes de finalmente chegar a nossas taças. A Bonarda em sua quintessência, uva de pouco valor até cerca de 15 anos atrás, mostra aqui todo o seu valor de forma apaixonante e marcante. Mineral mostrando bem seu terroir, fruta abundante, ótima estrutura tânica e textura agradável que enche a boca, alguma especiaria, concentrado longo, um belo vinho que surpreendeu a maioria dos presentes e precisa de tempo para mostrar todo seu esplendor. Projeto Michelini Bros e produção limitada a apenas 6.000 garrafas por safra.

Demente – um projeto demente de unir uvas provenientes de quatro vinhedos distintos de Cabernet Franc e Malbec, de Diferentes alturas e solos. Depois, colhidas em tempos diferentes e adicionadas ao mosto já em fermentação. Um vinho decorrente da liberdade de criação e veia revolucionária de um enólogo em constante busca do diferente, do inusitado. O vinho arrebatou os presentes, eu já conhecia, confirmando toda a exuberância que eu já relatei; uma paleta olfativa intensa, um verdadeiro bosque de frutos silvestres com nuances florais. Entrada de boca marcante, ótima textura, acidez gostosa se fazendo presente e pedindo um teco de bife de chorizo (rs), taninos finos, final longo algo mineral e muito apetitoso. Doze meses de barrica francesa e limitado a apenas 3.000 garrafas e difícil de achar até por lá!

Já quase meia-noite e nós lá! Dó do anfitrião e sua equipe que tão bem nos recebeu, mas ele ainda tinha mais asas na manga. Como costume de alguns na Argentina, terminou a degustação com um branco seco que acompanharia a sobremesa, pouco doce, e daria uma refrescada na boca após dois vinhos tão intensos. Acho interessante esse conceito que vale usar em degustações.

Via Revolucionaria Semillon Hulk – não pela força, mas pelo verde! Sim, aqui a acidez é bem acentuada, vido de um vinhedo com pouco mais de 40 anos, sem passagem por madeira e com uma produção ínfima, não passa de 500 garrafas. Com apenas 11% de teor alcoólico, colhido cedo, preservou a fruta em sua essência. Nuances florais, cítrico, fresco e muito bem balanceado, só lamento que tão tarde e no final de uma incrível refeição e grandes vinhos tintos, muita emoção à flor da pele, não tivemos tempo de apreciá-lo com o devido cuidado. Na próxima passagem por lá vou querer comprar algumas par melhor curtir o vinho.

Matias Clipboard jantar

Bem, primeiro dia finalizado e de cara mostrando toda a diversidade de uma região produtora. Sem nenhum Malbec, viriam às taças em outros dias, mas descobrindo novos sabores pelas mãos de alguém muito especial e de uma família, tanto quanto ele, sonhadora e sem medo de ousar, nos presenteando generosamente com os frutos dessa picardia, da liberdade bem manejada e com conhecimento. Verdadeiros vinhos de autor, vinhos com alma que me fazem finalizar este texto de hoje, citando Gerado Michelini no livro do Matías (Los Otros):

Los padres son la tierra, el suelo, la raiz.
Los hermanos las ramas, los cargadores, la fuerza.
Nuestras mujeres, grandes compañeras, la brisa fresca de la mañana.
Nuestros hijos, la flor, la fruta dulce, el racimo que crece
El vino es el encuentro

Por hoje chega, já fiquei com uma saudade danada deste momento! Um ótimo fim de semana e kanimambo pela visita.

Fotos minhas e do amigo e companheiro de viagem, Godinho. Para ampliar clique nelas.

Fim de Semana de Dia das Mães – Amor, Pão e Vinho!

Fim de semana longo porque se iniciou na Sexta com meu aniversário de casamento e um jantarzinho a dois, preparado a quatro mãos. Um fim de semana para lá de gostoso, pois pude celebrar duas vezes e compartir com minha loira e filhos o amor que nos une e mantém unidos há 39 anos de meus 41 de Brasil!

Na Sexta iniciamos nossos “trabalhos” tomando este espumante argentino pelo qual me apaixonei em minhaCAM01985 última viagem à Argentina com a Wines of Argentina em Novembro do ano passado. O mais recente lançamento da Norton na Argentina é o Cosecha Especial Vintage 2010 Brut Nature, elaborado com 60% Chardonnay e Pinot Noir, sur lie de 18 meses, método champenoise, é um tremendo de um espumante que escolhi para celebrar este momento especial! Páreo duro, pois fiquei em duvida entre os, Cave Geisse Terroir Brut Nature e o Orus Rosé Pas Dosé, os melhores espumantes nacionais em minha modesta opinião. Como as qualidades eram parelhas, valeu o preço já que o comprei na Bodega quando de minha última visita faz algumas semanas. De produção limitada, algo ao redor de 16 mil lindas (rs) garrafas, é marcante tanto no visual, levemente rosado, como no nariz e boca, complexo, notas cítricas misturadas a brioche, pão tostado, perláge intensa e “inacabável” , persistente final de boca, muito boa acidez e bem balanceado, um espumante digno de celebração que é consumido todo por lá mesmo não chegando ao Brasil. Em nossa opinião, de minha loira e eu, uma ótima escolha e na próxima viagem terei que comprar algumas garrafas mais para a deixar feliz! Caso esteja por aquelas bandas um dia desses e aprecie espumantes, ponha um desses em sua lista de compras eu garanto que não vai se arrepender.

CAM01982Ah, o jantar! Bem, apesar da foto, tirada à meia luz com meu celular mequetrefe, um delicioso prato de Camarões á Piri-piri acompanhado de risoto siciliano com um toque de brie. Modéstia á parte, ficou da hora e a companhia ressaltou mais ainda o sabor do prato! Para acompanhar esse prato um vinho alemão, esperavam um português né, da uva pouco conhecida Muller-Thurgau, o Horst Sauer Esherndorfer Furstenberg Kabinett Trocken da região de Franken e daí o formato da garrafa. Um daqueles que estava na promoção de inicio de ano e que, em não saindo (azar de quem não levou), cumpri com meu compromisso e o trouxe para casa aguardando o momento certo que foi este! Sem madeira, boa acidez, complexo e de bom volume de boca, já que em sendo de 2010 já apresentou uma certa evolução, casou muito bem com o prato e uma sábia decisão.

Pois bem, assim começou meu fim de semana de Dia das Mães, que terminou com um belo exemplar de Brunello di Montalcino 2007 e as últimas gotas de meu Secret Spot Casco VII Moscatel do Douro 40 anos com pasteis de Belém e Travesseiros de Sintra, mas esse é assunto para outro dia.

Kanimambo pela visita e uma ótima semana para todos. Cheers e vamos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer outro canto de nossa vinosfera !

Um Branco Com 24 Anos, Pode!

É, sempre falaram para você que vinho branco tem que ser tomado jovem, gelado e ser bem clarinho né? Pois é, não se for um Viña Tondonia Reserva Branco! Existem diversos brancos que envelhecem bem, mesmo sendo a minoria, porém este vinho é para lá de especial e, como me falaram há dias numa degustação, “é um branco que é tinto”!! Lógico que não na cor e tão pouco nos seus aromas e sabores, mas em sua complexidade e conceito. Chega a ser um vinho cult, objeto de devoção de muitos, inclusive eu que o acho bem superior à sua versão tinta.

Este ano já o coloquei em duas degustações Best of 2014 e em ambas ele roubou as atenções o que não é coisa fácil já que vem à mesa com outros grandes vinhos e, tenho que reconhecer, só é batido na hora em que sirvo o fantástico Henrique e Henriques 15 Anos Bual, um madeira excepcional que obteve minha indicação como melhor harmonização do ano em 2014, com uma torta de figos, maçã e nozes obra do amigo Ney Laux.

Best of 2014 - Saca Rolha Abril 2015

Quem não conhece pode estranhar a cor, os aromas e, até, os sabores. É um branco com alma de tinto e quem o experimenta tem que estar preparado para algo muito diferente para que, como já aconteceu com um amigo, não o descartar no ralo pensando estar estragado devido à cor e ao forte aroma de oxidação que são sua marca registrada. Notas salgadas, uma complexidade aromática e de boca ímpares, untuoso, acidez ainda bem presente formando um conjunto de muito equilíbrio, sensações difíceis de serem transformadas em palavras! Meu sonho ainda é abrir um Grande Reserva, será que consegue ser melhor?! Quem sabe um dia quando o bolso o permitir ou conseguir um portador da Espanha? De resto, é puro gozo, uma experiência hedonística que precisa ser vivida, mais do que lida.

Tondonia branco com jamon serrano

O produtor desde 1877, R. López de Heredia, cidade de Haro em Rioja, a tradição como fonte de inspiração e filosofia enológica. Ali, 12900 barricas guardam preciosidades em cave subterrânea cavada num bloco de pedra de arenito a mais de 10 metros de profundidade. Fermentação em tonéis de madeira de 60.000 litros, leveduras naturais, seis anos de barricas de carvalho americano de 225ltrs e mais alguns anos de garrafa até que algumas dessas poucas garrafas, cerca de 10.000 anuais, deem o privilégio de aparecer em nossas taças permitindo que passemos por esses verdadeiros momentos de deslumbramento ao tomar uma verdadeira obra de arte engarrafada!

Acho que matamos este ano duas das últimas garrafas da safra de 1991 disponíveis no mercado. Em alguns lugares a de 1993 poderá ainda ser encontrada, porém não sei que safra a Vinci (importadora desta preciosidade) tem em estoque. Como sempre, servi o vinho com tiras de Jamon Serrano e uns canapés de brie com o mesmo jamon e acho que fica perfeito, em linha com o que faria com um Jerez Manzanilla. Quanto ao restante dos rótulos, todos de grande qualidade e personalidade, a confreira e amiga Raquel Santos falará desse momento em breve aqui no site, ela que é a porta voz da Confraria Saca Rolha.

Kanimambo, salud e não esqueça; dia 18 embarco para Mendoza para mais 5 dias de puro êxtase enófilo e só temos 4 vagas sobrando, vem comigo?

Uma Páscoa da Hora!

Mais do que mesurarmos nossa Páscoa pelo consumo, fica a certeza de que a reunião familiar e a curtição de algumas tradições são o que realmente nos enche o coração de felicidade. Ontem foi um dia assim e mais do que nunca reiterei minha convicção de que alimentar a imaginação das crianças, deixando-as serem crianças, é essencial. Tudo tem seu tempo e o tempo de 5 anos é acreditar no Coelho!

Isso, obviamente, não impede que junto com as celebrações não possamos nos esbaldar em pratos e taças cheias do que de melhor podemos elaborar e/ou comprar. No nosso caso aqui em casa os dois! Para iniciarmos os trabalhos alguns queijinhos e patés enquanto esperávamos todo mundo chegar, devidamente regado com um saboroso Contessa Borghel Rosé Dry Spumante do Friulli (Itália). Como é fácil e gostoso este espumante, agrada até quem é chegado tão somente nos Brut da vida. Muito fresco, acidez muito bem balanceada faz com que a doçura acabe ficando em segundo plano. Gosto bastante, é muito versátil (comida japonesa, frutos do mar grelhados ou fritos, comida Thai, etc) e já escrevi aqui sobre ele.

Como preparo para o prato principal de Bacalhau à Brás, que aqui em casa leva batata frita mesmo não palha (argh!), abrimos uma relíquia de 1999, um Quinta da Bacalhôa. Um clássico português da região Setúbal, mostrou-se cansado, já arrastando os pés! Sem taninos nem fruta, notas acentuadas de evolução, um prazer porém sem vibe! Seguramos um pouco para ver se encarava o prato, mas acabamos por abrir o que seria o vinho da refeição, um ótimo Dão, o Casa da Passarela Vinhas Velhas CAM017462008 que estava tinindo. Como complemento ao Bacalhau à Brás, modéstia à parte ficou da hora, uma travessa só de batatas ao murro, pedido do neto que as queria esmurrar, e que mesmo não sendo o acompanhamento tradicional do prato, nos souberam muito bem!!

A Casa da Passarela é um dos cultuados produtores do Dão de quem meu amigo Pingus Vinicius é fã incondicional e eu, mesmo não os conhecendo com a mesma intimidade, aos poucos também me transformo num. Que belo vinho; rico, fino, de grande equilíbrio que casou com o prato à perfeição e nos encheu de prazer. O que faltou de “vibe’ no primeiro, sobrou aqui, um vinho para se tomar sem parcimônia. Também já falei dele aqui, então não vou me alongar mais do que o costume (rs) e você poderá ler mais no link. Bão demais, mas ainda não estava contente, faltava algo!

Cada um tem seu Secret Spot, este é o meu! Rs Moscatel do Douro, 40 anos, Casco VII. Elixir dos Deuses, poesia engarrafada, daqueles vinhos que deveriam vir acompanhados de uma almofada para nos ajoelharmos em preces de agradecimento. Impressionante este vinho elaborado pelo amigo Rui Cunha e que me foi trazido por um outro, o Leandro quando de sua viagem a Portugal. Acompanhou o Toucinho do Céu à perfeição, um verdadeiro nirvana, uma pena que só tinha uma garrafa, vai deixar saudades! Ontem não dava para comer mais nada à noite, então ficamos só nos chocolatinhos que o Easter Bunny nos trouxe e mais uns goles dessa preciosidade única! Rs

Eta Domingo de esbórnia enogastronomica! Muito bom, mas o melhor foi o sorriso estampado na cara de meu neto ao lhe lermos a cartinha que o coelho tinha deixado para ele pedindo sua ajuda na distribuição dos ovos! Como ajudante do Easter Bunny, se sentiu nas nuvens e nós viajamos com ele torcendo para que tenhamos pelo mais um ano destes, pois com cinco aninhos, em breve sabemos que o sonho se transformará na realidade e o dia perderá um pouco de seu encanto! Saúde a todos, kanimambo pela visita e ainda temos 4 vagas para o grupo que ira comigo a Mendoza no feriado de Tirandentes, vem comigo?!

Gulfi Valcanzjria, Não Parece Mas É!

Poderia ser o nome de uma cidade ou algum bicho estranho, mas é vinho mesmo e dos bons! Gulfi é um produtor localizado na planície de Chiaramonte Gulfi na Sicília Oriental e mais do que uma vinícola é um resort onde a enogastronomia é protagonista. Produtor orgânico, trabalha com uma vasta coleção de cepas autóctones, apostando na tradição porém sem perder de vista o que a modernidade lhe pode oferecer inclusive no uso parcimonioso de uvas internacionais como neste caso.

Estava atrás de alguns vinhos brancos sicilianos para compor meu portfolio na loja, já tinha achado um gostoso Catarratto, e a Decanter me enviou este vinho para prova, uau! Como teste, para não ficar só com minhas impressões, o coloquei numa degustação de confraria em que o tema eram vinhos de uvas brancas autóctones da Itália. Provamos saborosos vinhos elaborados com Pinot Grigio, Rebolla Giallia, Verdichio dei Castelli de Jeisi Classico e Kerner (há controvérsias quanto à origem) culminando com este vinho que, mesmo com os bons rótulos apresentados até então, fez com que fisionomias se transformassem, vinhaço!

È branco, adoro vinhos brancos e há muito digo que é a pós-graduação no mundo do vinho, um blend de duas uvas autóctones que me eram totalmente desconhecidas, Caricanti e Albanello, com Chardonnay. As uvas brancas sicilianas mais conhecidas são as: Gracanico, Inzolia, Grillo e a Catarratto, então foi mais uma viagem de aprendizado e mais uma descoberta, adoro nossa vinosfera! Agora preciso provar as outras coisas desta vinícola, fiquei com água na boca.

Gulfi ValcanzjriaBem, mas falemos do vinho, mais sobre a vinícola e seus conceitos vocês podem fazer que nem eu que fiquei seduzido pelo que provei, visitem o site do produtor clicando aqui. Disse que fisionomias se transformaram e é vero, houve um uau generalizado ao levar a taça ao nariz e depois á boca, um vinho de muita personalidade em que o conjunto fala mais alto que as partes envolvidas. Um vinho marcante e muito equilibrado, boa intensidade aromática puxando para o cítrico porém com nuances de amêndoas tostadas e sutis notas florais. A ficha técnica fala só de inox e estágio sobre lias, porém acho que deve ter uma leve passagem por barricas usadas, sei lá, feeling! Na boca boa acidez, porém com uma certa untuosidade que creio vir da Chardonnay, seco, ótima textura, rico e complexo, um vinho que, em sendo 2010, creio estar no seu auge , nos traz muito mais do que só frescor e energia, traz muito boa persistência e maturidade, um vinho que nos deixa feliz! Uma grande surpresa que me agradou sobremaneira e fez a cabeça de todos presentes, mesmo com um preço estimado entre R$ 130 a 140,00.

Aliás, preciso montar um Desafio de Vinhos às cegas só de vinhos brancos nesta faixa de preços, um embate entre diversas uvas e países, acho que daria um encontro hedonístico da hora!! Enfim, queria compartilhar esta belezura com os amigos, bom proveito! Cheers, kanimambo e nos vemos por aqui ou por aí nas estradas abençoadas por Baco. Ah, na última hora achei esse vídeo com uma degustação do vinho por um sommelier italiano, interessante! Vejam e comentem, gostaria de vossa opinião.

Sacando a Rolha de Mais Brancos!

Uncorking-Old-Sherry-GillrayNas confrarias estamos sempre na busca de novas experiências e sabores, sendo que desta feita, nossa reunião de Janeiro da Confraria Saca Rolha, decidimos explorar a diversidade dos vinhos brancos e finalizando com um clássico que surpreende pelo ótimo preço. Adoro vinhos brancos e a diversidade de uvas é imensa para só ficarmos provando sempre as mesmas cepas, “navegar é preciso” então lá vamos nós em mais uma viagem e a nossa porta voz, confrade sommelier e acima de tudo amiga Raquel Santos, nos relata sua visão de mais esse gostoso encontro de confrades amantes de vinho e seguidores de Baco!

“Muito se tem falado de vinhos brancos, que são perfeitos para o nosso clima tropical, já que são refrescantes e leves, certo? Pois bem, eu sou daquelas que defendem o vinho branco até no inverno. Alguns deles, além dessas características refrescantes, são densos, alcoólicos e nem tão leves assim como sempre imaginamos.
Mas como praxe é praxe, tenho acompanhado muitas degustações nesta época calorenta que estamos passando, de muitos vinhos brancos. A nossa confraria não foi diferente. No mês de Janeiro foi a chance de experimentarmos vinhos ainda desconhecidos por nós e constatarmos que apesar de tantas experimentações nesses anos todos, sempre terá alguma uva, alguma região ou produtor inédito para serem decifrados.Ferrari Perle

Para iniciarmos o ano, nada como um belo espumante italiano, da região do Trento: O Ferrari Perlé 2007, elaborado pelo método clássico é daqueles que enche a boca ( e a alma ). Muito cremoso, com aromas de fermento e acidez na medida. Uma alegria!

Foram escolhidos seis exemplares de uvas e regiões diferentes:

Beade Treixadura1. Bodegas A Portela – Beade Primaccia – Treixadura 2012.
No noroeste da Espanha, a Galícia ( D.O. Ribeiro )faz fronteira com Portugal na região do Minho. O clima tem grande influência do Atlântico onde os ventos marítimos criam um ambiente fresco e úmido e a vegetação é abundante. Isso é reconhecível nos seus vinhos brancos onde o frescor e a exuberância aromática aparece quase sempre. Esse, elaborado com a variedade Treixadura mostra bem essa característica, com aromas de frutas tropicais que se fundem com uma mineralidade (gasóleo). Com bom corpo, acidez que sustenta o seu frescor, porém no final, talvez por conta da temperatura, sobra um pouco de açúcar residual.

2. Quinta de Linhares – Branco Avesso 2012.Linhares Avesso
Da região do Minho, com as características climáticas semelhantes às da Galícia só que do lado de Portugal. A variedade Avesso é típica dessa região e compõe os vinhos verdes juntamente com a Alvarinho, Loureiro, Trajadura, entre outras. Esse, elaborado com 100% Avesso o que não é comum, tem ótima estrutura, bom corpo e uma acidez tendendo para o metálico. Muito delicado no nariz com aromas florais e cítricos.

Tunella Rjgialla3. La Tunella – Rjgialla 2012.
O nome do vinho faz um trocadilho com o nome da casta ( Ribola Gialla ), nativa do Colli italiano, que são as colinas localizadas no nordeste da Itália, na fronteira com a Eslovênia. Os vinhedos produzem na sua maioria, vinhos brancos secos e límpidos, com muito frescor e acidez acentuada devido ao clima de altitude, nos pés dos Alpes. Esse vinho não foge à regra: Muito fresco no nariz, com notas florais, baunilha e frutas cítricas. Ataque cremoso na boca sem perder a crocância. Sensação de morder uma maçã verde suculenta!

4. Valdesil – Godello – sobre lias 2009.Godello
Também da região da Galícia ( D.O. Valdeorras ), produzido com uvas Godello provenientes do mais antigo vinhedo plantado nas encostas de xisto. Depois da fermentação em inox, passa 5 meses em contato com as borras. Isso agrega nuances de aromas e sabores muito complexos a ele. À primeira vista mostra-se bem seco e duro. Mas dando-lhe tempo para evoluir na taça, aparecem todas as camadas de aromas florais de verão, sabores de frutas brancas e delicadas como pera, marmelo e um leve toque amendoado. Na boca tudo isso se confirma com muito equilíbrio e estrutura entre os pilares da acidez e corpo.

Kerner5. Abbazia di Novacella – Kerner 2012.
Esse vinho já havíamos provado numa outra ocasião, junto com Riesling. Este Kerner é uma uva plantada na Itália/Alto Adige, produto do cruzamento da Trollinger (Schiava ) e Riesling, e que se encontra mais presente na Alemanha de onde ela é originária. O resultado é como um Riesling mais encorpado, frutado , sem perder a típica mineralidade e frescor da casta. É sempre interessante comparar o mesmo vinho em contextos diferentes. Aqui neste caso estávamos buscando vinhos frescos que fossem agradáveis no verão. Já na outra degustação em que ele esteve presente, queríamos harmonizar vinhos Riesling com comida alemã (eisbein com chucrute). Ou seja, aquela comida pesada, com muita gordura, típica dos países frios. Em ambos os casos ele deu conta do recado com galhardia.

6. Domaine Servin – Vaillons Chablis Premier Cru 2011.Servin Chablis 1er cru
E para terminar não podíamos ficar sem aquele que é considerado o maior representante dos vinhos brancos mais secos, frescos e elegantes da nossa vinosfera. Notem que é o único deles que não mostra o nome da uva no rótulo. Os vinho da região demarcada de Chablis, fica à noroeste da Bourgogne onde todos os vinhos brancos são elaborados com a Chardonnay. O que os diferenciam é exatamente o terroir. O solo de Chablis é extremamente calcário e os vinhos ganham uma tipicidade única. Esse não fugiu à regra e mostrou-se seco, com uma acidez incrível, que deixou escapar apenas uma fruta tropical madura ( abacaxi ) que não é muito comum aparecer nestes vinhos.

Se queríamos conhecer coisas novas para o verão, essa seleção foi só uma amostra. Penso que uma bebida refrescante, que acompanhe bem um aperitivo num dia ensolarado, uma refeição leve ou mesmo sozinho, deve ter uma graduação alcoólica baixa. A sensação de calor que sentimos quando ingerimos o álcool depende da sua graduação. Portanto quanto mais baixa ela for, menos nos aquece e vice versa. Infelizmente essa informação nem sempre está explicitada no rótulo. Esses seis vinhos que provamos, apesar de serem bem refrescantes, apresentaram uma complexidade a mais, seja pela personalidade do seu terroir ou pelas características da própria uva. Neste caso, mais uma vez fomos surpreendidos.

O que fica claro é que o velho padrão conhecido: vinho branco que combina com climas quentes e vinho tinto que combina com o frio, foi por água abaixo! Vinho é vinho e ainda bem que são muitos! Quem sabe possamos fazer um dia, uma degustação de tintos para o verão? Quem viver, verá!”

Três Brancos na minha Taça

O calorzão mais forte já se foi, mas os brancos seguem fazendo bonito na minha taça. Aliás, temos que parar com esse dogma de só tomarmos brancos no verão, nada a ver! Enfim, andei provando e tomando alguns brancos tanto nas confrarias que administro como nas degustações que promovo e ainda para escolher alguns novos rótulos para colocar na Vino & Sapore. Três desses bons vinhos provados compartilho agora com vocês, mas há outros ainda sobre os quais falarei mais tarde.
CAM01535Territorio Torrontés – de Salta, de onde vêm os melhores, exceção feita ao Benmarco de Susana Balbo, e de um produtor que consegue, como poucos, unir qualidade a bom preço. É da bodega Amalaya (Hess group) e não nega a raça, gostoso com bom preço. Nariz sutil, há controvérsias (rs), sem aquela intensidade típica de outros exemplares elaborados com esta uva, em que aparece um leve floral e frutos cítricos em especial a grape fruit. Na boca o frescor é vibrante, lima, um vinho muito saboroso que deve andar, os preços estão mudando, na casa dos R$45 a 48,00. Bom vinho na faixa de preço indicada, mas algo ligeiro na boca, para tomar a garrafa e eu o faria com comida japonesa.CAM01539

Ferreri Catarrato Terre Siciliane – a maioria nem sabe que esse é nome da uva, mas é. De origem siciliana, esta uva produz vinhos bastante interessantes e gostei bastante deste exemplar. Nariz sedutor, frutos tropicais, porém me veio algo de nectarina que me chamou a atenção. Na boca é fresco, seco, textura gostosa que pede a próxima taça e cativa, uma grande companhia para frutos do mar. Na casa do R$58,00, me parece bastante honesto para o prazer que produz, mas sempre podia ser algo mais barato se os governos ajudassem só um pouquinho, né?!

CAM01569Alvarinho Pouco Comum – eu falar de Alvarinho é algo um pouco, digamos, suspeito pois todos sabem o quanto eu gosto dela especialmente os de Portugal e do Minho, mas não só! O produtor é renomado, Quinta da Lixa, e o vinho mostra um meio de boca diferenciado mostrando uma personalidade própria. O nariz mostra boa tipicidade com notas limonadas, porém sua textura, volume de meio de boca, teor alcoólico algo mais alto (12,5%) e uma acidez mais equilibrada fazem a diferença e mostram porquê, talvez, tenham lhe dado esse nome. Não sou dos que recomendam Vinho Verde com bacalhau, mas com este eu iria numa boa especialmente de fosse um Bacalhau á Brás ou à Gomes de Sá, mas desta feita se deu muito bem com uma gorda tainha recheada com pirão! Na casa dos R$70,00 mais ou menos cinco, eis aqui um belo exemplar de Alvarinho a provar, eu gostei e acho que tem uma leve passagem por madeira, mas não consegui dados para corroborar essa afirmação.

Bem, por hoje é só. Cheers, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou, quem sabem, numa de minhas viagens com a W.F.T.E (Wine & Food Travel Experience). Em Abril tem mais uma, feriado de Tiradentes, aguarde semana que vem maiores informações.

Brancos e Rosés Que me Marcaram em 2014

Todos os anos tenho vinhos que surpreendem e marcam minha memória. São vinhos de todos os preços e cores porque minha mente é aberta para provar de tudo e com isso me vejo constantemente quebrando alguns preconceitos, sim também os tenho, e obtendo enorme prazer ao me deparar com essas preciosidades na taça. Abra sua mente e sua taça para novas experiências e sabores, mesmo mantendo seus portos seguros à mão, permita-se viajar !

Os preços estão aumentando, as tabelas que tenho recebido mostram algo entre 10 a 15% dependendo da importadora, então a referência de preços dos rótulos aqui listados é a de final de 2014 em São Paulo onde os impostos sobre vinho são dos maiores! Acreditem, por aqui se paga mais ICMS sobre o vinho do que sobre a cachaça e não é pouco não, quase 40% mais!!

Enfim, esse é papo para outro post, eis minha lista de Melhores de 2014 com a importadora, país e preço médio, estando aqui presentes tão somente vinhos á venda no Brasil. Espero que você curta e lhe possa ser útil. Hoje listo os Brancos e Rosés, na Sexta seguem os Tintos.

Best of 2014

MELHORES VINHOS BRANCOS DE 2014

Bebo, provo, promovo e gosto muito de vinhos brancos, os eternos desconhecidos e, certamente, injustiçados pela eterna obsessão do moderno apreciador de vinhos por corpo e potência. Estamos em outra seara, na das sutilezas! Vinhos de diversas cepas, origens e preços e ainda tem mais dois graaandes vinhos que fizeram parte dos Deuses do Olimpo 2014. Vinhos para momentos, pratos e companhias diferentes, espero que possam curtir alguns dessas ótimas 26 opções que relacionei abaixo e que andaram em minha taça durante o ano.

  • Campos de Cima Viognier – Brasil – R$35,00
  • Vilaflor Branco (blend) – Portugal / Adega Vilaflor – R$37,00
  • Terranoble Sauvignon Blanc – Chile / Decanter – R$37,50
  • Millaman Condor Chardonnay – Chile / Lusitano Imports – R$38,00
  • Viapiana Green (blend) – Brasil – R$38,00
  • Roncier Branco (blend) – França / Vinica – R$39,00
  • Clara Benegas Chardonnay – Argentina / Calix – R$48,00
  • Dona Paterna Alvarinho/Trajadura – Portugal / Premium – R$55,00
  • Protos Verdejo – Espanha / Peninsula – R$62,00
  • Perrin La Vielle Ferme Blanc (blend) – França / World Wine – R$65,00
  • Poker Face Semillon/Sauvignon Blanc – Austrália / KMM – R$68,00
  • La Tunella Rjgialia – Itália / Vinica – R$74,00
  • NQ Chardonnay – Chile / Wine Co. – R$76,00
  • Atamisque Catalpa Chardonnay – Argentina / World Wine – R$78,00
  • Humberto Canale Old Vineyard Riesling La Morita – Argentina / Grand Cru – R$80,00
  • Hugel Gentil (blend) – França / World Wine – R$84,00
  • Loma Larga Sauvignon Blanc – Chile / Wine Mais – R$92,00
  • Val de Sil Godello – Espanha / Peninsula – R$98,00
  • Abbazia de Novecella Kerner – Itália / Vinica – R$99,00
  • Morgado de Sta. Catherina Arinto – Portugal / Palácio dos Vinhos – R$ 100,00
  • Vila Raiano Greco di Tufo – Itália / Decanter – R$125,00
  • Terrunyo Sauvignon Blanc – Chile / VCT Brasil – R$125,00
  • Benmarco Torrontés – Argentina / Cantu – R$130,00
  • Chateau de Tracy Mademoiselle T Pouilly-fumée – França / Decanter – R$145,00
  • Domaine Servin Chablis Vaillon 1er Cru -França / Vinica – R$158,00
  • Qta da Pellada Primus Dão – Portugal / Mistral – R$360,00
  • Chateau Montelena Chardonnay – EUA / Smart Buy Wine – R$420,00

MELHORES VINHOS ROSÉ DE 2014

este ano apenas dois dos vinhos provados realmente disseram a que vieram e valem ser conhecidos. Para ver outras opções basta navegar nas minhas listas de anos passados onde outros bons rótulos estão em destaque.

  • Orlando Contucci Ponno Vermiglio Cerasuolo d’Abruzzo – Itália / Vinica – R$58,00
  • Lagarde Rosé de Malbec (Blanc de Noir) – Argentina / Devinum – R$65,00

por hoje é só, mas aí já tem um monte rótulos interessantes para você começar essa viagem por um eno universo diferente e extremamente rico. Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Salvar

Hummmm, que Delicia!!

Camarões á piri-piri (Moçambique), já publiquei aqui inclusive com a receita, e quando dá ($!) me lambuzo inteiro! Desta feita me tratei em dose dupla, a primeira com esse excelente Sauvignon Blanc da Loma Larga, Camarão piri-piri com Loma Larga Sauvignon Blancelaborado em Casablanca/Chile, que casou à perfeição não sobrando gota para contar a história. Bela acidez bem balanceada, frutos tropicais, fino, grama molhada sem excessos verdes, inebriante e sedutor, notas cítricas de final de boca com alguma mineralidade, estilo mais Loire de ser,  um vinho que certamente voltará mais vezes a minha taça! De entrada tivemos deliciosos mexilhões à vinagrete elaborados por meu genro Julio (bom de cozinha o garoto!) e o casamento com esse Loma Larga foi sublime.

.O segundo na taça, um ótimo branco luso, não poderia faltar um, o Morgado de Sta. Catherina Reserva da região Lisboa, DOC Bucelas. Um Arinto 100% fermentado em barricas borgonhesas,com 8 meses morgado e camarãosur-lie, que se integra com perfeição á fruta e acidez típicas da casta,com um final mineral e algo especiado. Cremoso e sedutor, é um vinho que me encanta normalmente e que mais uma vez confirma sua aptidão gastronômica. Um grande parceiro ao camarão, num estilo diferente do Loma Larga, um pouco mais encorpado, mas igualmente prazeroso.

Mexilhões, camarão, salada tropical, dois belos vinhos brancos, ótima companhia, nesses momentos a gente até esquece os problemas. Pena que no dia seguinte caímos na real, enfim, life must go on! Este foi meu presente de aniversário comemorado com quem mais amo (minha família) apenas faltando algumas peças nesse quebra-cabeça.Cheers, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ótima semana para todos e espero que 2015 possa ser repleto desses momentos para todos nós.

ps. Clique nas imagens para ampliá-las.

Chaski Petit Verdot 2011 na Taça

A Perez Cruz é um velho conhecido (agora trazido pelas mãos da Almeria) e produz vinhos de muita qualidade e preço justo, gosto desse binômio! Seu Reserva Cabernet Sauvignon já demonstrou ser um dos melhores custo x beneficio chilenos em nosso mercado, acho muito bons os Limited Edition; Cabernet Franc, especialmente se com alguns anos nas costas, o Cot (malbec) que costuma surpreender os incautos apreciadores desta cepa sendo, talvez, o em que a madeira mais esteja presente, sem contar o excelente Syrah!

Este Chaski Petit Verdot, é de uma linha acima dos demais e há muito esperava na minha adega para ser provado, porém esperava a companhia certa, neste caso um Prime Rib, e a espera valeu a pena. Provei este vinho pela primeira vez em 2010, da safra 2008 e especialmente engarrafado para nós, pois ainda não estava disponível no mercado. Foi no Desafio de Petit Verdot que promovi com a participação de mais oito vinhos e amigos blogueiros, colunistas e especialisatas em geral assim como parceiros enófilos de longa data, vale a pena ver mais aqui.

Fazendo jus ao restante da família e á própria cepa que gera alguns ótimos vinhos varietais e faz mágica em blends, o Chaski mostrou ser um vinho másculo que, como aconteceu em 2010, mostra que precisa de pelo menos uma meia dúzia de anos em garrafa antes de se mostrar como um todo. Minha sugestão para quem o quiser abrir agora é aerá-lo por pelo menos uma hora ou dar umas três ou quatro passadas pelo magic decanter para que ele se integre melhor CAM01497e libere um pouco de seus potentes 14,5% de álcool.

Vinho potente, aromas de frutos negros maduros e um toque balsâmico. Na boca é denso, grande estrutura, taninos potentes porém finos mostrando a necessidade de tempo, agradável textura, especiarias, complexo, longo, vinho com boa presença, acidez que pede comida e o Prime Rib, mesmo estando um pouco bem passado demais para meu gosto, foi parceiro e aguentou o tranco.

The Day After

Sobrou e na segunda matei a garrafa, autre chose! De um dia para o outro com somente meia garrafa houve tempo para o vinho aerar com o oxigênio lá existente e isso provocou uma enorme mudança no vinho o que confirma minha sugestão de aerar por pelo menos uma hora em Decanter ou algo similar. Os taninos arredondaram, o álcool volatizou (também deixei na taça um pouco esperando aumentar a temperatura pois estava na geladeira) e o vinho todo se integrou mostrando uma elegância que não estava lá no dia anterior. Os frutos negros e especiarias mais presentes, final aveludado e apetitoso sem perder a concentração e volume de boca, ficou difícil não terminar com a danada e …….acabou!!

Chaski, o mensageiro, é mais um bom vinho da Perez Cruz e este exemplar anda na casa dos R$120,00. Aliás, acho que tá na hora de promover um outro Desafio de Petit Verdot pois há muita coisa interessante por aí! Na Sexta publico meu último post com os Brancos e Tintos que fizeram a minha cabeça em 2014, nos vemos por aqui? Cheers e kanimambo.