Na Minha taça

Rosés na Taça

Diversidade sempre e isso vale também para as cores do vinho, exceção feita ao azul que é drink e não vinho! rs Adoro brancos, curto os tintos e me divirto muito com os Rosés das mais diversas matizes, cada um com seu potencial de harmonização. Pode ser Paella, Camarão na Moranga, Bouillabaisse ou um simples Rolinho Primavera e Frango Agridoce, cada prato ou momento tem seu vinho. Desta feita quatro vinhos de uma só vez, cada um numa diferente faixa de preços:

Colorea Tempranillo Rosé – um vinho que não complica, é pura diversão, fresco, frutas vermelhas tipicas, mas o mais importante sequinho. Fácil de tomar e de agradar, casou muito bem com o Rolinho embebido naquele molho agridoce típico. Comer nem é tão importante aqui, afinal a proposta do vinho é só uma, fazer você feliz e creio que cumpre bem seu papel pois, ainda por cima, é barato abaixo das 45 pratas.

VSE Classic Rosé – Corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Carmenére vinificados separadamente. Cor bonita (salmonada), brilhante, fresco, frutado característico, ótima acidez, vibrante, final de boca bem sequinho, gostoso, para tomar várias num dia de sol quente e uma ótima pedida para o fim de semana na praia ou na piscina acompanhado de camarões empanados. Este passa um poucos das 50 pratas, dificil é achar por aí! rs

Villaggio Bassetti Rosé – Corte de Merlot com Cabernet Sauvignon bem clarinho, num estilo provence, mas cheio de sabor, vivacidade com ótima acidez e final de boca bem seco, vindo de Santa Catarina uma grata surpresa brasileira na taça. Este eu me esbaldaria tomando-o solo só com boa companhia e prosa, mas acompanharia muito bem qualquer prato de camarão, caranguejada ou, havendo a disponibilidade, lagosta!! Cada um muito bom na sua faixa de preços, porém este o melhor de todos os anteriores então, conseguentemente, o maior preço algo acima das 70 pratas sempre considerando São Paulo.

Protos Rosado – de tempranillo, espanhol de Ribera del Duero, um vinho de cor bem escura com bastante extração e bem mais corpo que os demais. Um vinho algo mais sério que teste, após teste comprova ser o grande companheiro para a famosa Paella Valenciana Mista. Sempre faço o teste colocando este x um branco e um tinto de taninos leves e o resultado é sempre o mesmo, Protos na cabeça. Quase tânico, é um vinho que certamente agradará aqueles que gostam de vinho com pegada, porém sem perder o frescor que faz a fama dos rosés. Por volta das 80 pratas

Essas matizes dos vinhos rosés me encantam, dos mais claros aos mais escuros cada um com seu estilo, sua harmonização mas um só propósito, nos dar prazer e nos botar para cima!

Para quem não é chegado nos brancos, porém quer algo mais fresco, esta pode ser uma opção e vamos deixar algo claro (rs), não existe estação para tomar rosés como não tem para brancos ou espumantes! Está frio, e daí?? Para quem gosta de comer bem e aprecia um bom vinho, tudo depende do que está sendo servido afinal um belo prato de camarão não rola com malbecão, né? E aí, só vai comer camarão no verão? rs

Converse com seu sommelier de confiança e explore estes vinhos ainda sem o reconhecimento que merecem por aqui em terras tupiniquins. Quer saber mais sobre como se elaboram os vinhos rosés que não, não são uma mistura de tintos e brancos salvo os espumantes? Então clique aqui. Saúde, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui.

 

 

 

Fabian Reserva 2005, Dignos da Mítica Safra Brasileira

Para quem não sabe, 2005 foi A safra no Brasil. Naquele ano a grande maioria dos produtores foram capazes de produzir grandes vinhos e agora após 13 anos vemos que não só a qualidade foi fora da curva como a longevidade. Até pouco tempo atrás ainda se encontravam alguns exemplares do excelente Tannat da Cordilheira de Sant’ana por aí, quem sabe fuçando ainda se ache algum perdido, o Storia 2005 que jamais foi igualado e por aí afora. Meus amigos do blog 2Panas fizeram uma degustação às cegas com 17 vinhos em 2015 e se mostraram surpresos com o resultado, pois este corte da Fabian foi para mim uma grande surpresa também. Aliás, não só o corte mas também o varietal de 100% Cabernet Sauvignon que também tive o prazer de tomar e está no mesmo patamar, dignos exemplos dessa grande e mítica safra.

O Tannat da Cordilheira 2007 também está muito bom e vivo, o Torii Cabernet Sauvignon 2008 do vinhedo mais alto do Brasil a 1427m de altitude está vendendo saúde, então me parece que temos que reconhecer que a longevidade nos vinhos brasileiros é uma realidade a ser explorada. Este corte de partes iguais de Cabernet Sauvignon e Merlot vem da região de Nova Pádua (próximo a Flores da Cunha) no Rio Grande do Sul onde a vinícola está localizada com vinhedos plantados entre colinas a 780 metros de altitude. Maturação das uvas perfeita, sem excessos de fruta madura ou notas herbáceas, doze meses de maturação em barricas francesas e americanas perfeitamente integrados no vinho após 13 anos. Nariz frutado com algumas notas de evolução, boca de boa textura, médio corpo, equilibrado, rico, acidez ainda presente o que me leva a crer que ainda há ao menos mais uns dois anos de vida nessa garrafa, se não mais, mas para quê arriscar se já está tão bom! rs Um vinho muito prazeroso de tomar, que vale o quanto cobram por aí, algo ao redor de R$75,00.

Minha garrafa abri comendo, sempre (rs) e harmonizou muito bem com a picanha na brasa durante o jogo Brasil x Suíça.

É isso por hoje, uma grande semana para os amigos e kanimambo pela visita. Saúde!

O Primeiro Jura Ninguém Esquece!

Pelo menos para quem, como eu, é apaixonado pelas sutilezas dos vinhos brancos não importa estação do ano! Confesso que é uma de minhas falhas como enófilo apaixonado, uma região nunca dantes visitada mas agora, como contraponto a nossa derrota para a Bélgica, a amiga confreira Andréa veio corrigir isso, valeu amiga!

Gente,  esse vinho é demais! Essa garrafa ela trouxe de viagem e tive o privilégio de ter sido escolhido para compartilhar dessa experiência. Muito aromático, para mim vieram notas de marmelo, já para ela aspargos, e algo de herbáceo seco que optei por identificar como feno, viajando legal com esse vinho! rs Na boca deliciosa textura, uma certa untuosidade com um incrível frescor e frutas verdes, para mim maçã verde e algo de pera portuguesa. Falei que deu para viajar!! rs

Sobrou meia garrafa que no dia seguinte tomei com a Raquel, outra amiga confreira e o vinho evoluiu de um dia para o outro. As uvas principais da região são a Savagnin e Chardonnay, achei que devia ter um toque de chardonnay, não tem! Pesquisando, no entanto, vi que passa um período em barricas usadas de Meursault e aí me pergunto, dá para aportar essa untuosidade que me remeteu parcialmente ao chardonnay somente com o tempo de barrica? O álcool de 13,5% é imperceptível o que mostra o cuidado em sua elaboração, porém conforme a temperatura vai aumentando acaba dando o ar de sua graça, mas mesmo assim muito sutil e aparecem algumas notas florais que não estavam por lá no inicio.

 

Muito bom, realmente aguçou minha curiosidade e ainda é biodinâmico o que é sempre um plus! Não sou xiita nesse assunto, mas tenho por mim que o vinho tem que primeiramente ser bom em qualquer contexto, se for orgânico melhor e se Bio ótimo que seja. Agora fiquei aguado e quero, porque quero conhecer mais desta região e de seus vinhos tão aclamados que, por esta “amostra”, começo a entender por quê.

A Savagnin foi confundida em alguns lugares com Alvarinho (Argentina e Austrália), Traminer e até Viognier, porém é uma uva diferente com fortes raízes fincadas nesta região do Jura no nordeste francês entre a Borgonha e a Suiça. Somente duas uvas brancas autorizadas, Savagnin e Chardonnay, e três tintas Poulsard, Trosseau e Pinot Noir. Para conhecer um pouco mais sobre a região, vale ler o texto publicado por Patricio Tápia na Revista Adega clicando aqui. ou pelo Artur de Azevedo em seu site Artwine.

Preciso explorar a região, mas os preços assustam pois não encontrei nenhum por menos de 200 pratas no mercado, a maioria bem acima disso. Quem tiver sugestões de bons vinhos abaixo disso aceito de bom grado. Por hoje é só, uma ótima semana para todos, kanimambo pela visita e a gente se encontra por aí ou por aqui. Saúde

Encontro de Juarez e Nero no Chá da Tarde.

Depois de 10 dias fora do ar por motivos técnicos venho compartilhar este Chá da Tarde (rs), que é um encontro de amigos sem data marcada que volta e meia acontece para compartilhar alguns bons caldos de Baco e botar o papo em dia. Desta feita três vinhos bem diversos, dois brasucas e um italiano, cada um com seu estilo e personalidade. Eis o que achei deles:

Iniciamos com um alvarinho da Miolo, Quinta do Seival Alvarinho 2013, na minha opinião um vinho a rever numa versão mais nova, safra mais recente, este 2013 não estava ruim, porém ficou claro que já teve melhores dias, que já tinha passado o cabo da boa esperança. Faltou acidez, vivacidade e fruta cítrica características da casta, cremoso na boca, fruta madura que depois que esquentou um pouco na taça mostrou um certo dulçor que não estava lá antes. Preciso abrir uma outra garrafa mais jovem, esta não valeu!

Nero di Troia é uma uva pouco comum por aqui e dos poucos vinhos que provei deste vinho com a marca da Puglia, na bota da Itália, gostei de todos. Desta feita abri este Pignataro Nero di Troia 2016, de rótulo classudo e vinho cheio de vibe! rs Notas de chocolate, bombom de cereja com licor, frutos negros, médio corpo, leve apimentado de final de boca, taninos finos e macios, acidez balanceada e um meio de boca delicioso onde aparece um toque algo tostado bem sutil. Daqueles vinhos que pedem bis e que provocam burburinho entre a turma, uma uva e vinho a serem descobertos.

Juarez Machado 2007 é elaborado pela Vila Francioni e é o mesmo vinho que o VF, na minha opinião o melhor dos rótulos tintos que esta vinícola produz em suas belas instalações de São Joaquim na serra Catarinense. Um belo corte bordalês de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec com 15 meses de barricas novas francesas. Este da safra 2007, pouco mais de 10 anos nas costas, vendia saúde! Na cor ninguém saberia dizer que teria esta idade e tanto nos aromas quanto na boca mostrou uma evolução incrível , não soubesse e dificilmente diria que é um vinho brasileiro. Me lembrei quando o coloquei há uns sete anos atrás como intruso numa degustação às cegas de Bordeaux, Desafio de Bordeauxs até 100 Reais, e ele terminou em segundo como o intruso numa seleção de 12 rótulos franceses. Hoje mostrou que evolui muito bem também e eu vi aqui pelo menos mais uns dois ou três anos de muita vida pela frente. Denso sem ser alcoólico ou pesado, taninos muito finos, rico meio de boca, complexo, notas terrosas, um belo vinho que encontrei na rede por algo em torno de R$180,00. Vale buscar por aí, uma grata surpresa na evolução. Ainda recentemente fiz uma degustação numa confraria com vinhos nacionais com mais de 10 anos, foi muito bom!

Adoro estes encontros, sempre bons momentos independentes dos caldos, mas que harmonizam muito bem quando nos deparamos com vinhos da estirpe destes dois tintos que mexem com a gente. Uma ótima semana para todos e ótimo estar de volta. Kanimambo pela visita e nos vemos por aí nas estradas de Baco ou por aqui. Saúde!

Uau, Que Surpresa, Que Chardonnay!

Todo mês garimpo oportunidades para a Confraria Frutos do Garimpo, mas nem sempre o resultado é bom o bastante para que esses rótulos possam fazer parte da seleção do mês. Alguns meses até deixo passar, porque para mim a qualidade é fator número 1!

Este mês experimentei muito e aprovei pouco, mas a pepita que sobrou na minha peneira é exatamente isso, uma pepita! Em vez de dois rótulos com duas garrafas cada ou quatro com uma de cada, desta feita decidi apenas e tão somente manter um único rótulo e o kit mínimo de duas garrafas a máximo quatro por confrade, achei que o vinho merece esta vênia! rs Há muito tempo não provava, na verdade tomava porque não me contive de ficar só na prova, um Chardonnay de tanta qualidade, uma surpresa muito agradável vinda de Casablanca no Chile. A surpresa foi tanta e o entusiasmo tamanho que até esqueci de fotografar! rs Assim que tome outra, porque essa não escapa, tiro e publico aqui.

Cantagua Gran Reserva Chardonnay 2016, um vinho de alta gama, um belo chardonnay com apenas seis meses de barrica que se mostra  muito delicada e bem integrada, com grande capacidade de guarda em minha opinião. A paleta olfativa é marcante com notas lácteas e num segundo plano frutos tropicais num conjunto que pede uma taça própria, e não me fiz de rogado. Na boca é cremoso, a fruta dá um passo à frente e mostra todos os seus predicados com muito frescor, notas cítricas, final de boca mostra uma certa mineralidade, seco com boa persistência e acidez bem balanceada. Vem da região de Casablanca, uma das melhores do Chile para vinhos brancos e só vem confirmar essa aptidão. Por sinal, quem tiver uma taça de Chardonnay, Riedel ou similar, use o resultado é outro, uma bela turbinada num vinho já muito bom.

Viajei neste vinho e não foi para o Chile não, me lembrou alguns bons borgonhas já tomados tanto pela riqueza, pela mineralidade sutil como pela finesse. O último gole da última taça servida foi difícil de engolir só de pensar que estava terminando, deixei rolar na boca um tempão deixando escorregar bem devagar! rs Gente, sem medo de dizer que fazia tempo que um Chardonnay não mexia comigo como este o fez e sim, me entusiasmou. Talvez até possa ter exagerado um pouco nestes meus comentários, mas quando um vinho mexe comigo deste jeito minha paixão fala mais alto, fazer o quê? rs Os Confrades que optaram pela seleção do mês vão poder avaliar (comentem aqui depois) se exagerei ou não, mas de qualquer forma quis compartilhar este achado com os amigos leitores em geral. Quem gosta de um bom Chardonnay certamente deve provar este vinho, quem sabe você não sente o que eu senti, só não vai mais ser surpresa! rs

No dia que provei, convidei uns amigos apreciadores para o avaliar junto comigo e pedi para que me dessem a percepção de valor de cada um ou seja, quanto eles achavam que podia valer esse vinho, quanto eles pagariam por vinho similar. Resultado, R$160,00 ou por aí, então o preço de mercado pesquisado de R$143,00 me parece condizente com a percepção gerada, legal isso. Agora resta você conferir, eu vou é beber mais porque tenho algumas chegando.

Mas João, um branco neste frio?? Uai, e a gente pára de tomar cerveja ou comer um sorvete só por causa disso? Vinho tem ocasião, não estação, desencana!! rs Por hoje é só, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer outro ponto de nossa vinosfera. Sáude!!

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

PS. Importadora Optimum. Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

 

 

 

 

Uau, Costela de Ripa e Decero Tannat

Como dar errado? Este foi meu presente ás cinco Mães em minha casa no último Domingo! Visitei meu amigo Celso Frizon mais conhecido como Dr. Costela e peguei com ele costela de porco com molho agridoce (dos Deuses!) e um bom pedaço de costela de ripa. Afinal, se não dá para levar a família ao Dr. Costela a gente traz o Dr. Costela à família, são só 50 kms ida e volta, rs, mas as mães mereciam ao menos isso neste dia especial, um churrasco de prima. A introdução ao churrasco foi de linguiças diversas (a de cordeiro estava especial!)e terminei (esquentei?? rs) as costelas, nenhum trabalho, puro prazer poder servir tão seleto grupo de Mães!

20180513_163815Para acompanhar a Costela de Ripa, escolhi um vinho especial de pequena tiragem de uma de minhas bodegas preferidas de Mendoza, a Finca Decero, o Mini Ediciones Tannat 2012. Sim um Tannat de Mendoza e tão soberbo quanto seu primo Petit Verdot nascido na mesma casa, mostrando que Mendoza não é só Malbec e Cabernet Sauvignon! Desbunde este vinho, tá certo que a costela e as Mães presentes deram um tempero especial, mas o que tinha me encantado em Setembro passado na minha última visita, ficou melhor ainda com mais seis meses na minha adega.

Muito aromático com frutos negros bem presentes, na boca é rico, frutos negros se confirmam, ótima estrutura de boca, textura gostosa, taninos de boa tipicidade porém muito bem equilibrados sem qualquer agressividade, final longo, guloso e se mais garrafas tivesse mais tomariamos, perfeita harmonização! Um verdadeiro prazer hedonístico e mais um rótulo que recomendo a quem estiver por aquelas bandas ou em Buenos Aires, porque LAMENTAVELMENTE, ainda não tem ninguém trazendo estes vinhos. Tem gente trazendo tanta coisa meia boca e a Decero segue sem importador no Brasil coisa de louco! Ah, se eu tivesse uma graninha extra!! Alguém a fins de entrar nessa comigo?? rs

Dia lindo, gente linda, comida excelente e vinhos idem, nessas horas que cai a fixa! Um kanimambo e abraço especial cheio de carinho a todas as mães amigas que me visitam por aqui. Espero que tenham tido um dia lindo e que exijam de seus parceiros e filhos que a “festa” não fique só num dia, pois vocês são a essência da vida devendo ser devidamente reconhecidas sempre. Um brinde especial a todas vocês Mães!

Cheers Smile

 

Mi Terruño, Não é Só Cara Bonita!

Ultimamente tenho visto um melhor trabalho por parte dos produtores no sentido de desenvolver rótulos mais marcantes. Lógico que o visual não é tudo e nem tudo o que brilha é ouro, mas que ajuda a vender 20180317_125719ajuda e falo isso por experiência. Afinal, no meio de tanto rótulo nas prateleiras algo que se destaque chama a atenção e tem uma chance maior de venda quer se compre por rótulo, sim existe quem o faça, ou não. Nesta semana falarei sobre dois pares de vinhos em que os rótulos me chamaram a atenção. Uma dupla espanhola e uma dupla argentina, patamares de preço e qualidade diferentes, propostas diferentes, porém as duas me agradaram bastante. Seja pelo inusitado, no caso dos espanhóis, seja pela boa relação PQP (Preço x Qualidade x Produto) dos argentinos dos quais falo hoje.

Mi Terruño é uma bodega argentina trazida ao Brasil pela Palácio dos Vinhos e de sua linha de produtos me interessei por provar dois rótulos da linha Expression, a segunda gama de entrada da bodega, que se encaixam dentro do meu conceito de garimpo, vinhos de bom preço com qualidade da qual não abro mão. Um Sauvignon Blanc e um Malbec, dois vinhos que provei e aprovei e por tanto decidi compartilhar com os amigos.

O Sauvignon Blanc vem do Vale do Uco, fermentado em cubas de inox e apresenta boas características da casta com notas herbáceas puxando para chá verde e frutas cítricas de boa intensidade. Na boca é um vinho de acidez bastante equilibrada, cítrico com um final de boca em que despontam limão e algo de grapefruit com ele toquinho de amargor tipico da fruta. O álcool é um pouco alto para um vinho que tem como conceito ser leve, 13%, e 20180317_171347_Burst01aparece quando fora de temperatura. Sendo servido em torno dos 6 a 8 graus centigrados é imperceptível e o conjunto é bastante agradável. Vi no mercado com preços que variam ao redor de R$75,00 mais ou menos 5.

O Malbec, apesar de ter gostado do branco (SB acima), me chamou mais a atenção. Estou sempre em busca de vinhos deste estilo, vinhos mais elegantes com taninos mais finos mostrando harmonia em vez dos vinhos super extraídos em todos os sentidos e que, de tão maduros, se tornam enjoativos. Neste caso as uvas vêm de vinhedos da região de Maipu e Tupungato com 55% do vinho passando por barricas de 2º uso francesas e americanas durante parcos 4 meses. O bastante para fazer a diferença, porém sem afetar demais o vinho. Paleta olfativa de boa intensidade onde predomina frutas vermelhas em especial ameixa, taninos finos, médio corpo, boa textura, leves notas tostadas num rico meio de boca, alguma especiaria de final, um vinho muito agradável de tomar. Sem fruta madura demais, sem taninos excessivos, gostei bastante e me pareceu bastante versátil, de massas a carnes grelhadas ou só aquele papo amigo com frios e queijos. Mesma faixa de preço do Sauvignon Blanc e mais um vinho que gostei e aprovei na faixa de preço em que se encontra

Dois vinhos que vão além da cara (rótulo) bonita, valem a pena e não é todo o dia que podemos tomar grandes vinhos. No próximo falarei de dois Rosés de que gostei bastante e depois falo daqueles espanhóis que mencionei no inicio, um 100% Graciano e o outro um Tempranillo Branco, uma mutação da uva tinta que só recentemente (2007) foi incluída no rol das uvas autorizadas em Rioja.

Tenham todos uma ótima semana, kanimambo pela visita e seguimos nos vendo por aqui, na Vino & Sapore ou numa das várias curvas de nossa vinosfera.

 

* Disponível nas boas lojas do ramo entre elas na Vino & Sapore

 

 

Gewurztraminer & Curry, Deliciosa Combinação!

Clássica harmonização, Gewurztraminer e pratos condimentados asiáticos.  Uma uva cultivada em muitas regiões, principalmente na Alsacia (França) e nas regiões do Rhein e Pfalz (Alemanha), mas também na Austria, Itália (Alto Adige), Nova Zelândia, Austrália, Chile, Estados Unidos e alguma coisa por aqui no Brasil em que a Angheben elabora um que aprecio bastante.

Os vinhos de Gewürztraminer normalmente são de cor amarelo intenso, quase dourados. Por conta de sua composição e características da casca, são vinhos com grande estrutura em boca. Uma de suas “fraquezas” é a acidez, muito delicada e, que em anos mais quentes, tende a ser muito baixa e um açucar residual por vezes alto demais para os secos mas que é providencial para os vinhos de sobremesa como os Spätlese. São sempre muito aromáticos, com notas marcantes e características lembrando lichias e pétalas de rosas com toques, de maior ou menor intensidade, de especiarias. Apesar de, à primeira vista não parecer, graças às suas características aromáticas e gustativas, os vinhos de Gewürztraminer secos e jovens são ótimos parceiros para a culinária, especialmente pratos com riqueza aromática e bem condimentados, como a cozinha asiática – chinesa e indiana. Curries mais suaves aceitam bem os mais maduros como foi o caso deste Gustav-Lorentz 2013* de cor dourada brilhante e aromas intensos de damasco e lichias que nos convidam a levar a taça à boca que é onde o vinho realmente interessa!

O prato, um Curry de Frango com Maçã, chutney de manga levemente apimentado e coco polvilhado por cima, uma receita da família que dá um ibope danado aqui em casa. O vinho com suas nuances de frutos tropicais, levemente especiado, corpo médio e acidez equilibrada com um toque mineral de final de boca casou á perfeição e repetirei esta harmonização em muitas e muitas outras ocasiões porque o resultado, para o meu gosto obviamente, foi excelente! Tudo aquilo que buscamos numa harmonização, equilíbrio e uma “turbinada” nos sabores, quando 2 + 2 somam 6!! rs Melhor ainda a companhia, porque sem isso a harmonização fica manca, rs, bão demais da conta sô!

Curry e Gewurztraminer

 

Penso que deve ficar muito interessante com Moqueca, mas ainda não provei, vou colocar na minha lista de experiências enogastrônomicas. Por hoje é só, espero que curtam e partam para vossas próprias experiências porque como já dizem os ingleses, “practice makes perfect” então vamos praticar é muiiiito!! Kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou em qualquer outra esquina de nossa deslumbrante vinosfera. Fui, saúde!!

 

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

Roncier Branco, o Último dos Mohicanos!

É sempre triste quando abrimos uma última garrafa de um vinho que sabemos não existir mais no mercado. Foi o caso deste delicioso Roncier Branco trazido pela saudosa Vínica de tantos bons vinhos com preços idem. Gostava de tomar diversos de seus vinhos e os vendia bem pois a relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) era ímpar no mercado e triste por ver que nenhum dos outros importadores ainda não tenha aberto os olhos quanto aos produtores excepcionalmente bem garimpados pela amiga Paula Kerr.

Um desses produtores era a Maison Tramier & Fils que entre outros bons rótulos produz os vinhosHarmonizando roncier (2) Roncier (branco e tinto) que eu apelidei de Vin de Bistro! Um vinho descompromissado, sem safra, sem região determinada e as uvas, bem essas só para quem soubesse! rs Vinhos com qualidade e precinho, coisa muito rara quando falamos de França. Por incrível que pareça ainda tinha algumas garrafas (do tinto ainda tenho, mas acho que vou matar! rs) na Vino & Sapore e entrou na promoção. Ao final, sobrou uma solitária garrafa na prateleira abaixo das 50 pratas como meu amigo Didu gosta e eu também, não resisti e levei a moça para casa, um verdadeiro Ménage à Trois com minha loira!

Fruto de um corte de Aligoté, Chardonnay e Colombard, o que indica Borgonha, o vinho depois de mais de três anos seguia fresco e vibrante, boa pegada de boca com uma certa untuosidade, porém mantendo uma certa leveza de ser. Num almoço descompromissado com um peixe (filés de dourado) que faço no forno, foi uma manjar dos mais agradáveis que vai deixar uma enorme saudade. Sem muita complicação, sem muita explicação, sem firula, só prazer. Bão demais da conta sô e fiquei com aquele gostinho, neste caso frustrante, de quero mais! Paulinha, traz de volta vai???

Sei que falar de vinhos que não tem no mercado é sacanagem, por isso evito postagens do tipo, mas tinha de compartilhar com os amigos essa deliciosa experiência. Por outro lado, quem sabe não volta, aí já tem o registro! Fui, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aí. Saúde

Roncier branco

Verão na Taça

Há pouco mais de um ano publiquei aqui uma receita de Clericot (versão branca da Sangria) com Sotanillo que tem tudo a ver com nosso verão e férias, encontro de amigos e familiares uma ótima forma de “iniciar os trabalhos”! rs

Hoje trago uma versão mais light, fácil e rápida de iniciar esses mesmos “trabalhos”, bastando para isso uma garrafa de Sotanillo* gelada e morangos frescos que, por sinal, estão bem baratos no momento. O Sotanillo, da região de La Mancha na Espanha, é um frisante à base da uva Airén com apenas 8% de teor alcoólico, muito fresco, toque cítrico, frutos tropicais, final de boca seco porém deixando no retrogosto um muito leve dulçor, porém muiiito longe dos famosos Lambruscos!! Para desfrutar como um “abre alas” de encontros descontraídos, garrafa no gelo (6º está de bom tamanho), uma taça e um pote com pedaços de morangos e podemos começar a festa! Eu gosto de usar taça de vinho branco, mas há quem prefira as flutes de espumante, aí cada um segue o caminho que desejar e pronto, prazer garantido e uma garrafa é pouco, já vou avisando desde já! Se o dia estiver quente, praia ou piscina então nem se fala, ainda mais que a garrafa está abaixo de 40 pratas no mercado.

Ah, o som? Este vinho harmoniza bem com Morena Tropicana de Alceu Valença, prove e veja se não tenho razão. https://www.youtube.com/watch?v=NWalM6gHMXA

Sotanillo - Taça

Sem medo de ser feliz, explore, viaje, pule fora da caixinha! rs  Uma ótima semana para todos e kanimambo pela visita.

Saúde, tchin-tchin

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

* Importação e distribuição exclusiva Almeria, disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo.

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