Hoje É Dia das Crianças, Orgulho!

Hoje brindarei com vinho, mas não falarei dele. Não coloquei nenhuma foto preto e branco (rs) no face, porque hoje é Dia da Criança, no meu caso de “minhas” crianças! É dia dos filhos, uma história que se iniciou para mim e minha loira nos idos de 1978 quando nasceu minha primogênita, depois a cada dois anos mais até que encerramos a produção (rs) em 1982. Em 2010, para nossa imensa alegria, chegou o Bruninho para animar a família como uma lufada de ar fresco refrescando o verão. Moleque especial, muiiito especial!

Minhas crianças serão eternamente crianças com todas as alegrias e preocupações que acompanham o “pacote”! rs Sim, não é só festa e felicidade, como em tudo na vida existem os altos e os baixos que temos que tirar de letra. Mais que o Dia das Crianças, este devia se chamar o Dia da Família, pois são as crianças que nos unem, que nos dão longevidade em tempos cada vez mais efêmeres. Nós somos privilegiados, temos uma família unida apesar de nossas eventuais divergências, respeitamos nossas individualidades e hoje nos reunimos mais uma vez para louvar isso.

“Meus” filhos, “meu” neto, razões do meu viver, que hoje seja um dia feliz e, a pedido do “reizinho”, o meu pitico, hoje tem churrrasco do vovô. Obrigado por serem o que são e compartirem vossas vidas com os velhos aqui. Hoje é dia de celebração, que todos meus amigos leitores, com suas crianças ou como crianças “de alguém” que são, tenham um dia para lá de feliz na companhia de quem amam e vos amam.

Que o dia seja lindo, mesmo que só com lembranças! Dia de orgulho pelas crianças que tenho e hoje minha homenagem a todas as crianças se dá com este singelo post e clipboard das “minhas” entre aspas mesmo porque, como ja dizia Khalil Gibram;”Teus filhos não são teus filhos, São filhos e filhas da vida, anelando por si própria, Vem através de ti, mas não de ti E embora estejam contigo, a ti não pertencem.” . Saúde, kanimambo e volto a Falar de Vinho na Sexta, fui!

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Portugal, Quantas Razões Para a Visitar!

Não é de hoje que Portugal é cobiçado, seja por sua privilegiada localização geográfica, seja por sua riqueza cultural ou por seus vinhos e azeites de fama internacional desde os tempos dos romanos, visigodos e mouros. Hoje são os turistas que estão descobrindo as riquezas lusas.

clip-jornalA par dos grandes néctares engarrafados, a gastronomia é também algo que faz despertar os sentidos mais apurados dos Deuses. De fato, este país à beira mar plantado possui naturalmente uma vasta gama de pratos típicos, porém os mais conhecidos mundo a fora são, sem dúvida, os elaborados à base de bacalhau, mas vai muito além disso, a diversidade é imensa, apesar deste ocupa um lugar de honra à mesa do povo português. Sardinha assada é, também, uma iguaria dominante nos churrascos e festas ao ar livre e não se pode voltar sem provar!!

Contudo, e apesar da consagrada qualidade de seus peixes e mariscos preparados com maestria, os lusitanos também apreciam um bom pedaço de carne, confeccionando-o de acordo com as mais variadas e saborosas receitas, a cada canto do país uma receita diferente com a marca da terra. Carne de porco, cabrito ou borrego (cordeiro) são as mais apreciadas, não esquecendo também o famoso “bife à portuguesa”, geralmente confeccionado com molho à base de Vinho do Porto ou até mesmo o leitão assado, uma iguaria típica da região da Bairrada, os peculiares enchidos (embutidos) e a “francesinha”, um manjar tipicamente nortenho. E a “carne de porco à alentejana”, já provou? Por sinal, adoro Iscas com Elas, já conhece? rs

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E o queijos da Serra da Estrela e de Azeitão? Outra iguarias a não perder certamente. Mas, e os doces? Quem é que já não ouviu falar dos célebres pasteis de Belém? E os ovos moles, os pasteis de amêndoa, o pão de rala, o pão de ló, ou até mesmo a aletria, arroz doce, leite creme, doce de gila e as diversas compotas e marmelada?

Neste infinito paraíso gastronômico português, difícil não se deixar levar pela extensadiversos-058 variedade da gastronomia lusitana, mas, claro, sempre bem acompanhada pelo precioso néctar, o vinho! Viajar por terras lusas é uma experiência sensorial única onde não existe espaço para regimes é para meter o pé na jaca mesmo!! rs Como já dizia Stefano Padulosi, “levar um garfo ou uma colher à boca é a última etapa dum percurso demarcado pela história e pela geografia”.

Para além dos consagrados fortificados, Vinho do Porto e Vinho da Madeira, os deliciosos Moscatéis de Portugal compõem o caleidoscópio de um mundo de vinhos de sobremesa ímpares, entre os melhores do mundo! Na verdade, a riqueza das castas é um dos pontos fortes deste país, destacando-se mundo afora pela originalidade de seus vinhos, que despertam bastante curiosidade. São cerca de 300 diferentes castas autóctones de nomes por muitas vezes bem estranhas como Rabo de Ovelha, Avesso, Esgana Cão, Bastardo, Alfrocheiro, Tinta Miúda, Rufete e outras tantas mais! Tudo isso num país de tamanho similar ao Estado de Santa Catarina.

A propósito, já ouviu falar do “Vinho dos Mortos”, um regional transmontano, da bela localidade de Boticas? É, certamente, um vinho com muita história para contar… remete-nos a 1808, período das Invasões Francesas, durante o qual, com o avanço das tropas comandadas pelo General Soult, o povo, com medo dos furtos a que estava sujeito, resolveu enterrar os seus bens mais preciosos, entre os quais, o vinho. Mais tarde, após os franceses terem sido expulsos, os habitantes da Vila de Boticas começaram a desenterrar os seus pertences e, naturalmente, os seus vinhos, que acreditavam já ter perdido. Porém, qual não foi o espanto da população quando deparou que o vinho ainda estava em perfeitas condições, adquirindo até novas propriedades organolépticas. A partir deste feito e por ter sido enterrado, este vinho passou, então, a designar-se “Vinho dos Mortos”, passando-se a utilizar esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor conservar e otimizar as propriedades do vinho. Estou com uma garrafa para provar, mas ….. bem, depois falo!

Provavelmente, ainda não tenha ouvido falar desse vinho, mas certamente já ouviu dizer que Portugal é um país bem arraigado às suas tradições, então, porque não continuar a fazer vinho em lagares de pedra, prática esta que remonta à Roma antiga? Grandesdiversos-058 Vinhos do Douro, Dão e do Alentejo, em especial, ainda são feitos por esse processo e não é só coisa para turista não!! Estes são apenas alguns exemplos da vasta riqueza gastronômica (que tal comer no Cu da Mula??) e vitivinícola portuguesa, porém Portugal tem muito mais para ser descoberto! Tem cultura, arquitetura, história mesclada com modernidade,paisagens lindas e uma enorme diversidade regional, não tem quem viaje por lá e não volte surpreso e querendo voltar sendo comum eu ouvir a frase; ” se eu soubesse que era assim já teria ido antes”!

Hoje não falei de vinho, porém falar de Portugal é falar da farta opção de vinhos e pratos que nos fazem aguar só de pensar, saudades!! Kanimambo pela visita e neste fim de semana, seja em casa ou em um dos muitos restaurantes lusos espalhados pelo mundo afora, vá conhecer um pouco dessas iguarias e se deliciar com os sabores de Portugal. Bom e gordo fim de semana, porque ele existe para isso, eu fiquei com vontade e acho que daqui a pouco vou dar um pulo na A Quinta do Bacalhau e me deliciar com bolinhos de bacalhau e uma bela alheira! Fui!! rs

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Chegar é Fácil, Difícil é Permanecer!

Este blog estará completando nove anos nos próximos meses e 2017 será um ano especial pois alcançaremos a marca de 10 anos; muitos posts, muitos vinhos, muitos novos amigos, muita troca de experiências. Tem sido uma viagem e tanto e me orgulho dos resultados, especialmente no que se refere à interatividade com meus leitores, pois já passam de 8000 comentários recebidos e respondidos nesse período. Mas porquê estar falando disto hoje? Bem, porque recebi uma mensagem de minha amiga Camila Coletti, editora da revista Eno Estilo, de que eu estava no ranking dos top sites/blogs/portais do setor e fui conferir.

Gostei do que vi e a primeira coisa a fazer é levantar um brinde a você que clicou aqui,DSC03242A valeu gente! Em tempos de tecnologia criativa chegar no topo pode ser mais fácil do que aparenta, aliás a cada ano que a Enoeventos do Oscar Daudt publicava a lista (desde 2010), aparecia um blog novo em que o cara subia que nem um foguete e no ano seguinte voltava lá para baixo, tudo fruto de “contratos de cliques”! Outros pegam carona nos nomes de blogs já estabelecidos e até que as pessoas descubram que eles não são quem aparentam, lá se adicionam uns cliques a mais! Como em todos setores da sociedade, tem gente mais séria, trabalhos mais perenes e aqueles que só jogam para a galera com o intuito de usufruir de uma degustação grátis, do jantar chique ou do eventual jabá. Faz parte e, como tudo e em todos os lugares, há que se separar o joio do trigo.

Chegar lá, então, pode sim ser fácil, porém permanecer é complicado e depende de conteúdo. Já estive em quinto, já estive em vigésimo, porém Falando de Vinhos tem se mantido nessa elite de produtores de conteúdo em nossa vinosfera desde quando o Oscar começou a elaborar essas listas e esta última, desta feita elaborada pela Camila, me trouxe uma satisfação extra. Essa satisfação extra vem do fato de que apesar de minhas atividades comerciais na Vino & Sapore que exigem presença diária, o conteúdo seguiu sendo gerado (volta e meia com alguns hiatos maiores do que desejaria, rs) e o leitores seguiram seguindo este escriba apesar disso, entendendo a forma isenta como o conteúdo é elaborado. Calculo que hoje tenhamos no Brasil mais de 450 blogs de vinhos, na língua portuguesa certamente mais que 500, então estar entre os TOP 3% e me manter lá nos últimos nove anos é para festejar, ou não?

O Alexa é um site mundial que segue cerca de 30 milhões de web sites e blogs pelo mundo afora fazendo uma contagem analítica de visitas diária montando um ranking próprio e provendo ferramentas de trabalho para os autores. Usando esta tabela a Camila montou este ranking que, como tudo na vida, tem que se digerido com a devida parcimônia, como mero indicador que é, mas de qualquer forma, é uma fonte bastante confiável. Tem gente de grande gabarito, muito maior que o meu e que que se dedicam full time a isso, abaixo de mim o que só valoriza este resultado que me deixa especialmente feliz. Como adoro compartilhar coisas boas, aqui estou e trazendo comigo um enorme KANIMAMBO para todos vocês que são os responsáveis por isso! Abaixo segue o Ranking atual publicado na revista Eno Estilo onde você poderá ler o artigo completo clicando aqui. Uma ótima semana todos e espero seguir contando com vosso apoio.

Enoestilo quem-e-quem-no-vinho-2016-04-set-16

 

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Taças de Vinho, Redescobrindo Sabores e Aromas.

Mesmo não sendo um xiita sobre o assunto, já deixei claro por aqui que uma boa taça pode sim fazer uma diferença enorme sobre o vinho nela tomado. Lógico que há momentos para tudo, já me diverti à beça tomando vinho num copo de requeijão numa tasca em Portugal ou de plástico na praia em Floripa, so what, como disse numa gravação há época, tudo vale a pena quando a alma não é pequena ! Agora, um bom vinho na temperatura e taça certa fazem toda a diferença e não há como negar!

Clipboard Riedel Tasting 2016

Semana passada realizei a terceira edição da Riedel Tasting Experience em parceria com ela mesma, a Mistral e minha amiga Nazaré, chef e proprietária do restaurante Vedhanta aqui no centrinho da Granja Viana, quando degustamos alguns bons vinhos em taças especificas para quatro varietais. É uma degustação de taças onde exercitamos nossa capacidade sensorial através de um exercício em que o vinho vai mudando de taça e, no processo, sabores e aromas, vão e vêm como mágica! Só que não é mágica não, é pura engenharia, que faz com que possamos tirar ao máximo tudo aquilo que um vinho varietal de qualidade pode nos oferecer e não só.

Clipboard Riedel tasting GlassesA Riedel estudou isso a fundo e como tal se tornaram ao longo dos anos especialistas em tirar o máximo de cada caldo em suas taças. Do vinho, ao café, passando pela Coca-Cola e Malt Whisky ou Cognac, para cada caldo uma taça para realçar todo o potencial que cada um tem. Tá, sei que pode ser exagero e preciosíssimo excessivo, mas que funciona, funciona. Tenho vários amigos que não acreditavam, inclusive alguns engenheiros professores que vieram conferir e comprovaram o fato. O mais legal é que agora, no caso de dúvida se pode usar um app que eles disponibilizam que possibilita que você possa tirar dúvidas na hora que precisar com relação à taça mais indicada para o vinho que vai servir, clique aqui e baixe.

Campeão nesse tipo de evento é sempre a taça de Chardonnay para vinhos com passagem por barrica, em que conforme você troca de taça o vinho vai literalmente sumindo, tanto no nariz quanto na boca, morre e ao voltar para sua taça ressuscita retomando todas as suas características, algo que normalmente deixa as pessoas boquiabertas! Desta feita, no entanto, me surpreendi muito positivamente com um vinho que há poucas semanas Porcupine ridge syrah-viogniertinha usado numa confraria, um Syrah/Viognier Sul-africano, o Porcupine Ridge. Em taças comuns de degustação, o vinho estava bom, porém apresentou pouca fruta, aromas animais intensos e baixa percepção das características notas de especiarias. Na Riedel Tasting Experience usando a taça própria para Syrah, a Hermitage, o vinho estava exuberante com a fruta bem presente, nuances animais idem porém de forma bem mais integrada ao conjunto e o final claramente especiado com notas de pimenta. Era um vinho de outro patamar de qualidade e caso não soubesse, diria que se tratava de outro vinho, show!

Enfim, sem exageros, porém de nada adianta comprar um ótimo vinho de 200, 300, 500 ou 900,00 Reais e tomá-lo numa taça “comum”, certamente boa parte do que você pretensamente comprou não estará em sua taça e você não irá usufruir de tudo o que o vinho teria a lhe oferecer, grana jogada fora. Ah, mas eu não compro vinhos desse valor! Argumento aceite, porém o vinho de que falei, o Porcupine Ridge ou o Catena Chardonnay tomados são vinhos na casa dos 100 a 120 Reais! É, deixei você pensativo sobre o tema né? Pois bem, vá fazendo seus testes e comprove por conta própria pois sei bem o que é ser “São Tomé”, porém certamente os 35 participantes que estiveram lá nessa noite não me deixarão mentir! Grato aos amigos que lá estiveram, à Nazaré, à Cristina Geremias, brand manager da Riedel para o Brasil e uma maestra no assunto, à Mistral e à Riedel. Kanimambo, saúde e desculpem pela ausência semana passada, mas o trampo está bravo! rs Uma ótima semana para todos.

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MOVI – Quem Sabe faz a Hora Não Espera Acontecer!

Há uns quatro anos atrás conheci e celebrei essa lufada de ar fresco vindo do Chile. Era o MOVI que se criava e hoje demonstra robustez dentro de um projeto quase lúdico que deu muito certo. MOVIMovimento dos Vinheteiros Independentes do Chile é uma associação de um grupo de produtores loucos por vinho que põem a mão na massa para produzir apenas algo ao redor de 40.000 caixas ano, ou por volta de 500 mil garrafas no total! Tem gente nesse grupo que produz ínfimas 1000 caixas ano ou seja, são produtores artesanais movidos por um projeto pessoal onde a paixão é colocada em prática “refletindo o caráter e identidade do terroir de seu local de origem”.

Cada um tem seus canais de venda específicos e toca seu negócio de forma independente, porém a associação trata de promover conjuntamente as empresas e seus produtos e que produtos! Fazia tempo que não participava de uma degustação tão marcante com presença de vinhos deste patamar de qualidade mostrando que a vida para além dos grandes conglomerados e rótulos midiáticos chilenos existe e é de primeira linha.Uma pena que não pude comparecer esta semana no MOVI Night! Nascido em 2008 com doze produtores, hoje totaliza 26 porém o grupo segue aberto a outras inclusões.

Clipboard Full Movi

Quando provei há 4 anos atrás, esta semana não pude participar porém minha amiga Raquel Santos me representou e certamente em breve teremos seus comentários por aqui, o que mais me impressionou foram dois pontos; a diversidade e a qualidade. Fora dos padrões de massificação bem feitinha e padronização com a qual o Chile ficou famoso, mostrando claramente que o vinho pode sim mostrar personalidades diferentes dependendo do terroir e da gente (que faz parte desse terroir) que os faz. Fique de olho nos rótulos desse pessoal, valem muito a pena serem conhecidos!

Não sou de dar nota para vinhos, exceto em concursos e degustações do qual participo e haja essa necessidade, porém se tivesse que o fazer nesse dia creio que 80% desses vinhos teriam pontuação acima de 90 pontos o que, para mim, não é comum fazer. Afora uns três ou quatro rótulos “somente” bons, todos vinhos de grande categoria e uma meia dúzia marcantes.

Na época em que escrevi sobre este tema, uma parte do objetivo era dar um toque aos pequenos produtores artesanais brasileiros que não participaram da excrescência de tentativa de golpe pelas elites produtoras nacionais contra o consumidor brasileiro com a instituição Salvaguardas ao Vinho Brasileiro (leia-se aumento de impostos para os importados fora do mercosul), para que se aventurassem com sua própria associação com projetos mercadológicos conjuntos, saindo pelo Brasil mostrando sua cara aos formadores de opinião e publico em geral. Que deixassem de ficar se lamentando pelos cantos, que agissem, tomassem uma atitude tipo MOVI e fizessem acontecer porque como já dizia Vandré; “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”, porém lamentavelmente não vi nada nesse sentido acontecendo depois de 4 longos anos, acho uma pena!

Enfim, deixemos isso para lá já que o tema é mesmo o MOVI, seus produtores e seus vinhos. Enquanto a Raquel não nos traz seus comentário, caso você queira saber um pouco mais, clique aqui e veja o que achei de alguns desses vinhos que provei em 2012. Kanimambo pela visita e um ótimo final de semana.

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Pensamento do Dia

Li na Revista la Nación um gostoso texto sobre um grupo de jovens e talentosos enólogos argentinos da atualidade, gente pela qual tenho o maior respeito. Pois bem, diz o artigo que para Alejandro Vigil, Marcelo Pelleriti, Alejandro Sejanovich, Matias Michelini y Matías Riccitelli, grupo de amigos, que o grande segredo de um bom vinho é somente saber “si está rico o no, si te gusta o no te gusta, si te tomás una copa o querés abrir tres botellas”.

Mendoza Boys 1

Certamente mais um frase que adornará minhas apresentações e textos sobre nossa vinosfera. Tem tudo a ver com minha percepção e sempre digo a meus clientes na Vino & Sapore que me pedem um bom vinho ” amigo, vinho ruim não entra aqui pois é barrado antes na minha taça já que provo tudo, agora, pode ser que você goste ou não”. Gosto e bolso são coisas muito pessoais que têm que ser respeitados. Estudemos, mas não compliquemos, estou com os moços e adoro os vinhos que me fazem querer tomar três!!

Recomendo a leitura do artigo completo mostrando essa verdadeira banda de enólogos, clique aqui. Kanimambo, saúde e desfrutem sem preconceitos!

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Vinho, Curtindo a Viagem Sem Frescuras!

Existem mitos criados sob o mundo do vinho que atrapalham mais do que ajudam os aficionados de nossa vinosfera, especialmente quando estes começam a trilhar um caminho de maior dedicação a Baco. Venho pensando em escrever sobre isto já faz um wine Snobtempinho, o assunto é polêmico e podes ser mal interpretado, “but what the hell”! Chega de esnobismo no mundo vinho, de o complicar, vamos curtir!

Acredito que muitas vezes por imposição de críticos e colunistas pelo mundo afora, até produtores, que ficam rebuscando suas descrições de determinados vinhos o consumidor tende a ficar inibido e até constrangido quando lê e, especialmente, quando escuta o detalhamento de aromas e sabores mil! Sentimos que jamais chegaremos nesse nível, que somos ignorantes no entendimento do vinho e não tem estudo que consiga nos fazer chegar lá, dá uma certa frustração, não dá? Daí eu me pergunto, importa??

Canso de ler da necessidade de democratizar o vinho, de desmistificar, de quebrar paradigmas, mas não é bem isso que vejo não! Acho salutar querer conhecer mais, sentir mais, entender mais para aproveitar mais! Agora, não deixemos que isso vire uma obsessão porque isso não é essencial, é somente um plus em nossas vidas de enófilo que requer sim, na minha opinião, outro tipo de conhecimento. O de conhecer as uvas, os países e regiões, até os enólogos para melhor poder comprar o que é de nosso gosto. Por necessidade da profissão, provo de tudo e gosto de conhecer tudo, mas o consumidor médio que não faz disso sua profissão precisa mesmo de saber tudo isso? Você compra um vinho porque tem sabor de fruta vermelha fresca ou de fruta madura? Porque possui aromas de flores brancas molhadas pelo orvalho da manhã? Será que se compra vinho pelo nariz ou pelo tipo de diálogo que ele tem consigo na boca? Como ele combina, eventualmente, com o que você vai servir de prato?

Sei que é um tema algo polêmico, porém sou um seguidor de um conceito exposto Aubert-de-Villaine-1-docpor Aubert de Villaine mesmo sem nunca ter tomado um de seus vinhos, exceção feita a um Aligoté há muitos anos atrás. Para quem não sabe, esse senhor é sócio diretor “apenas” de uma vinícola que produz alguns dos melhores e mais caros vinhos do mundo, o Domaine de Romanée Conti em Borgonha na França. Disse ele aqui no Brasil em uma entrevista à revista Veja alguns anos atrás: “Não fico surpreso que as pessoas não identifiquem estes aromas todos nos vinhos que compram. Eu mesmo não sou capaz de reconhecê-los. Aliás, acho muito aborrecido. Não estou interessado nisso, e sim na personalidade do vinho.” Tendo dito isso, não deixo de achar válido que uma pessoa queira explorar esse sentido e para tanto se dedique na busca do conhecimento para tal, só acho que não devemos extrapolar o valor que isso tem para se desfrutar de um vinho.

A meu ver, e tento ser um guia nesse sentido, devemos sim é entender o que são; taninos, amargor, doçura e acidez. O que é um vinho dito gastrônomico, o que são; intensidade, estrutura, peso, persistência, pois de nada adianta, por mais que haja a necessidade de também possuir aromas convidativos, o vinho “cheirar” bem porém negar na boca enquanto o inverso é perfeitamente aceitável. Existem vinhos, por outro lado, que um não sabe se bebe ou se funga e já me peguei com uma taça vazia na mão curtindo os aromas de um vinho por horas após o mesmo ter terminado, normalmente vinhos divinos, de reflexão. Não tentei decifrar seus aromas, mas simplesmente curti as sensações que despertavam em mim, creio que falta um pouco disso na vida de muito enófilos, simplesmente curtir o momento, a taça, sem frescura sem nos tornarmos obcecados em dissecar o vinho! Afinal, como já disse o poeta, “Navegar é Preciso”.

Aliás, essa obsessão pode também se tornar um martírio (rs) e uma tremenda frustração quando um não consegue sentir os aromas e sabores (outro paradigma a se repensar) descritos pelo produtor, apresentador, colunista ou especialista que descreve tão vividamente o vinho. Gente, o vinho é algo pessoal, tratamos aqui de gosto! Como profissional podemos e muitas vezes temos que analisar um vinho e avaliá-lo tecnicamente, porém a degustação geral dos enófilos parte essencialmente de seu gosto pessoal. Eu tenho que, pelo menos tento, ser o mais imparcial possível em minhas análise e avaliações pois o oficio assim o requer, agora o enófilo tem é que curtir o que gosta e explorar sabores e aromas que ele curta, ponto! Nesse sentido, razão que motivou este post, me deliciei com um postAlejandro recentemente publicado pelo conceituado enólogo argentino (um dos top 30 do mundo) Alejandro Vigil; “Los vinos para cada persona significan algo distinto (diferente), siente algo distinto, ven cosas distinta. Cada quien (qual) sentirá la mineralidad , verticalidad , frutas rojas o negras, para otros simplemente le gustara o no. Pero nadie (ninguém) puede decirte a vos que sentís o que piensas. El vino por definición es plural y diverso, nadie tiene la última palabra es tus gustos y sensaciones, solo vos !” Tudo a ver, disse tudo o que há anos não canso de falar, mas quando os mestres falam são mais ouvidos, então…

Minha mensagem nesta fria manhã de inverno aqui em São Paulo, é de compartilhar com os amigos a necessidade de curtir a viagem! Estude, conheça, busque, mas sem obsessões que atrapalhem essa viagem. Afinal, como já dizia o saudoso Saul Galvão saul 11(adoro esta citação dele), um dos meus mentores que faz uma falta danada nesta pequena vinosfera tupiniquim repleta de grandes entendedores andando de salto XV, “Quando se fala em vinhos, NUNCA há uma palavra final, mas sim opiniões, que podem ou não ser bem sustentadas. Só uma opinião importa, a sua. O vinho só existe para dar prazer. Se ele deu prazer, cumpriu sua função, independentemente de regras cânones e opiniões alheias. Costumo dizer que o vinho precisa descer do pedestal no qual foi colocado por alguns esnobes e pretensos entendedores e ser colocado em seu lugar, que é o copo. Nada mais chato que um esnobe do vinho, que fala pomposamente, como se ele fosse o único ungido a entender termos herméticos.” Agora, muitos deles têm mesmo é que valorizar seus cachés então o complicar tem lá sua razões, mas creio que nos finalmente acabam prestando mesmo é um desserviço ao enófilo, ao simpatizante da causa, ao consumidor. No vinho, como em muitas outras coisas e situações, acabo seguindo o preceito de menos é mais!

Pessoalmente, acredito que a democratização do vinho vem com a quebra de um monte de paradigmas, a eliminação da frescura e derrubada do esnobismo, assim como melhores preços, que se fazem necessários para que possamos facilitar seu entendimento e tirá-lo do pedestal onde alguns insistem em colocá-lo. Como repito à exaustão, o mundo regido por Baco não é binário, não pretende ser uma ciência exata já que é pleno de subjetividades e nele não existem verdades absolutas, há que se desmistificar nossa vinosfera e viver o momento, curtir a viagem. Não se sinta por fora, afinal compartilhar idéias com gente do porte de Saul Galvão, Aubert de Villaine e Alejandro Vigil não é para qualquer um! Uma ótima semana de belas “viagens”, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui, na Vino & Sapore ou qualquer outro lugar de nossa vinosfera.

Harmonização, Um Ato Pessoal, mas …

Harmonizar é uma arte pessoal que requer mais que tudo, prática, porém o “x ” da questão é buscar a harmonia que Quinta de Baldias 008contente ao maior número de pessoas, o que nem sempre é viável e, por outro lado, isso não deve ser uma obsessão, mesmo que seja algo aconselhável.  Há, no entanto, alguns princípios básicos a serem seguidos que podem ajudar a diminuir erros nessa busca pelo Nirvana.

Eu adoro essa busca e experimento muito, nem sempre acertando, sempre partindo de alguns desses preceitos básicos, porém sempre tendo em mente; as pessoas envolvidas, o momento, o local, o prato e o vinho. Quando o Nirvana é alcançado, é porque conseguimos Riesling e eisbeinharmonizar à perfeição todas essas varáveis mostrando que nossa vinosfera não é nada binária, graças a Deus, pois o resultado final  é bem superior à soma dos fatores. Eis algumas dicas básicas, mas nada bate experimentar!

Por Similaridade – pratos doces são combinados com vinhos doces; carnes vermelhas de sabor intenso com tintos intensos; pratos ricos em aromas de especiarias com vinhos aromáticos; peixes grelhados de sabores delicados com brancos leves.. Exemplos – doce com doce (porto tawny com pudim de amêndoas), salgado com salgado (Jerez Manzanilla com presunto cru) .

Por Contraste – Doce com salgado, experimente um espumante Mosctael com queijo azul, Porto com queijo Stilton inglês e Sautern com Foie gras são clássicos

Por Peso – Pratos densos, ricos e encorpados, requerem vinhos do mesmo estilo.

Por Origem – Vinhos e pratos regionais tendem a se harmonizar favoravelmente como Riesling e Eisbein!

Pratos condimentados precisam de vinhos refrescantes – Brancos frescos com comida asiática.

Pratos untuosos pedem vinhos de boas acidez ou taninos – Ex. Tannat ou Vinho Verde com feijoada, Tannat com carnes gordas, etc..

Clipboard Harmonização 1

Por Cor, mesmo que  com base menos técnica e mais empírica, a verdade é que a prática tem me ensinado que, na dúvida, apele para a combinação de cor do vinho com a do prato. Vinhos  com peixes e carnes brancas, Vinhos rosés com salmão (branco vai bem também), camarão e frutos do mar, tintos com carnes vermelhas e massas com molhos vermelhos. É meio tosco (rs) mas funciona na grande maioria das vezes,

IMPORTANTE: em muitos pratos, como por exemplo bacalhau e e massas, temos que pensar no que vai na elaboração dos pratos. Numa massa os molhos são, a liga no bacalhau os ingredientes e forma de preparo.

Seja lá que for; pessoas, comida, vinho, cerveja, tapas, etc.,harmonizar é sempre um exercício complexo que envolve uma série de sentidos e é muito pessoal já que cada um de nós tem seus próprios gostos, cultura e idiossincrasias. Por outro lado, mais do que nunca, é vero que em nossa vinosfera não existem verdades absolutas e a experimentação pessoal é necessária para que possamos encontrar nossos caminhos, mas se não der certo não se desespere e aproveite o momento! Como já disse Jean-Luc Thunevin, respeitado e conceituado produtor francês, “Na França bebemos vinhos com comida. Se se harmonizaram bem, fica ótimo. Se não se casarem bem, não tem nenhum problema, pois o vinho é antes de mais nada um alimento! O foco de harmonização é mais forte no Brasil do que na França!”.

Não sou xiita, mas quando a soma dos dois ultrapassa o mero resultado matemático, a experiência boa se torna marcante e inesquecível! Essa busca me intriga e o resultado me encanta, mas quando não dá certo, me divirto da mesma forma!! rs Kanimambo pela visita, saúde!

Casando os Filhotes, Criando Tradições!

Inspirado pelo casamento de meu filhote, compartilho com os amigos minha receita para uma celebração familiar (poucas pessoas). Cada um faz do seu jeito, eu acabei desenvolvendo uma forma que se iniciou à cerca de oito anos atrás com minha filhota e que agora se repetiu, mas esse é um livro com páginas em branco para você escrever junto com os seus.

Os casamentos no civil de meus filhotes são seguidos de um encontro de família, em Casamento Mr e Mrsque brindamos àqueles presentes e lembramos com saudade dos ausentes que certamente gostariam de estar ali compartilhando da alegria contagiante dos noivos. Nele, alguns preceitos são seguidos, todos eles repletos de simbologia pelo momento e todos eles a ver com minhas origens pois, como já dizia meu pai e por mais que eu negasse à época, “gatinho que nasce em forno não é biscoito”! rs Uma forma de legar tradições familiares, mesmo que mais recentes, de unir as famílias em celebração à volta de uma mesa bem servida o que por si só já é uma simbologia.
Esta foi a tradição que nós criamos, porém creio que o começo e o fim tem tudo a ver com o momento independentemente de origem ou fé de qualquer um então crie a sua. No entanto, um Espumante para celebrar e um belo Porto para brindar, os que puder bancar, devem prevalecer nesta festividade “petit comité” que permite fazer algumas extravagâncias,afinal eles merecem e os pais também! rs
Porto Vintage Niepoort1 – Espumante para abrir o encontro, a celebração, efêmero como as bolhinhas que fazem a festa na boca, mas que simboliza a alegria de viver, a alegria do momento.
2 – Bacalhau com um um bom vinho (que tem que ser Luso! rs), a fartura à mesa, que nunca lhes falte!
3 – Lampreia de Ovos. Deliciosa sobremesa conventual simboliza a fertilidade que esperamos abençoe o novo casal.
4 – Um Porto (neste caso um Vintage do ano de nascimento) ou Vinho Madeira, brindando à longevidade, à evolução do relacionamento com o tempo. Que, como os grandes vinhos, mature com qualidade.
Que assim seja! Saúde sempre, para podermos seguir produzindo e usufruir de nossos esforços, kanimambo pela visita.

Mãe, Saudades!

Fui criado por minha mãe, sou o que sou em grande parte pelos ensinamentos dela, dos valores que me foram passados, dos sacrifícios, da distância em função da necessidade, CAM01512da força, da luta, da firmeza, por me ensinar a persistir e a lutar pelo que eu almejava da vida. Partiu num longínquo Maio de 1995, mas seus ensinamentos e, principalmente seu exemplo ficou e espero que eu tenha conseguido passá-los para seus netos que os passarão a seus filhos e assim se eternizará aquilo que um dia ela plantou.

Talvez seu maior legado tenha sido me ensinar que o exemplo é mais importante que participar. O que ficou comigo foi seu exemplo de; ternura sem deixar de ser dura quando necessário, sua força, seu poder de se reinventar, de ir à luta por aquilo que acreditava, de sua fidelidade de princípios, da importância de compartilhar, de dar a Mãe e eumão sem segundas intenções, de pesar os dois lados de tudo, de ser justa, de não passar a mão na cabeça quando eu errava mas sim me corrigir, de não aceitar desculpas sem a devida emenda, de poder chorar (porque doía) mas de enxugar as lágrimas e partir para outra logo em seguida sem esmorecer, de lutar incansavelmente por seus objetivos, der não ter medo de trabalhar e se dedicar para alcançar as metas desejadas, de não aceitar desaforos e ter orgulho de quem eu conseguisse ser, de respeitar a todos para que eu também pudesse exigir respeito. Foram tantos os exemplos e ensinamentos, …orgulho de a ter como mãe!

Muitos dos que me leem hoje devem se sentir um pouco como eu, mesmo que em casa estejam reunidas diversas outras mães, avós e bisas; um misto de alegria,amor, nostalgia e, porquê não dizer, também uma certa dose de tristeza provocada pela saudade. Hoje é dia de sorrir, de dar graças, mas também de recordar e homenagear.

A todas minhas amigas e leitoras deste humilde blog de vinhos que tiveram a benção de ser mães e ser exemplos de vida para seus filhos, meus parabéns pelo dia. Meu respeito, minha admiração, minhas homenagens porque não é fácil não! Um brinde muito especial a todas vocês.

Me perdoem pela mensagem algo emocional, sou assim, pois sei que alguns não conseguirão reter uma lágrima ou outra, eu já derramei as minhas, mas Rolando Boldrim tem esse dom e estas palavras penetram fundo em nós. A mensagem é dedicada ás Mães que nos deixaram fisicamente mas que habitam nossos corações e nossas lembranças para sempre. O texto é lindo, mesmo que algo triste, mas afinal o mundo não é feito só de alegrias e festa, também de suor e lágrimas e o vinho, nuns casos celebra em outros conforta, saúde!

Kanimambo dona Lourdes, mulher de coragem, batalhadora, eternamente amada um beijo e um abraço muito carinhoso onde quer que possas estar. Gostaria muito que voltasses, mesmo que fosse para visitar, te amo!