Beba menos, mas seja exigente em sua escolha, assim disse Émile Peynaud de acordo com texto escrito pelo competente amigo Bernardo Silveira responsável técnico da Zahil Importadora, na revista de Maio/Junho da importadora. Me identifiquei com o texto e pedi autorização para transcrevê-lo aqui no blog, mas antes queria ressaltar minha agradável surpresa ao receber em casa a revista, como é gostoso pegá-la na mão, virar a página em vez de clicar, sou da velha guarda, ainda gosto de escrever no papel, sequer sei usar um I-pad da vida e uso bloquinho em minhas degustações! Vamos ao texto do Bernardo, que picotei um pouco para que não ficasse longo demais aqui no blog:
A Grande Beleza do Vinho
“Descobri que o vinho podia mesmo ter a ver com a beleza. Ele era capaz de despertar sentimentos, era eternamente mutável e, como música, se desdobrava em variações sobre temas maravilhosos. Não era tão somente algo agradável, era também interessante”
Quando li pela primeira vez estas palavras de Terry Theise, um importador americano especializado em pequenas maravilhas enológicas, tive a sensação de encontrar meu próprio sentimento de atração pelo vinho. Reconheci ali o motivo básico pelo qual me aprofundei sem volta nesse mundo; um magnetismo irresistível resultado da combinação do componente humano com uma variedade infinita, a vivacidade do próprio vinho e o efeito do álcool. É impossível – ou desonesto – não dar ao efeito álcool a importância que ele tem na atração que o vinho causa. Mas não é o único, nem deveria ser, o mais importante, pelo contrário. A Cultura do excesso e a irresponsabilidade trazem graves consequências.
A melhor resposta ao consumo imoderado de álcool que já vi, veio de Emile Peynaud, um dos mais importantes personagens da enologia moderna; “os bons vinhos incitam á sobriedade sendo o alcoolismo a sanção do mal-beber. Beba menos, mas seja exigente em sua escolha. Cada vez que escolher um vinho indigno, estará prejudicando a causa do vinho”. Para mim, a verdadeira “causa do vinho” é a cultura que se desenvolveu ao redor dessa bebida milenar capaz de abranger história, geografia, literatura, artes plásticas, música, gastronomia, física, química, biologia, filosofia e mais, O Vinho atrai pessoas com interesses completamente diferentes entre si, isto não é irresistível?
Quem quiser a ler a matéria na íntegra pode contatar a Zahil e pedir a revista, mas de forma resumida o recado do Bernardo foi dado e o meu também. Há tempos que bato na tecla de que vinho é cultura e diversidade, daí a necessidade de explorar novos caminhos, descobrir novas emoções e novos sabores nessa imensidão de rótulos disponíveis no mundo de baco. Beber por beber não é a solução, que harmonizar vinho com gente, comida e momentos é essencial, que para se embriagar (algo que não recomendo nem incentivo) existem produtos bem mais baratos e mais eficientes! Os bons vinhos, meus amigos, incitam á sobriedade para que possam ser entendidos e apreciados em toda a sua complexidade, pois na garrafa existe bem mais do que mosto engarrafado!
Salute, kanimambo e lembremos que vinho é um complemento alimentar!