Fiz as contas, sete dias navegando num veleiro luxuoso com tudo incluso (exceto bebidas alcóolicas) por lugares paradisíacos na Europa por USD1800 ( a partir “de” sejamos honestos) é uma pechincha, tinha que compartilhar!
Tá achando que o tuga aqui pirou? Pirou não, faça as contas. Hotel razoável, 2 modestas refeições por dia, transporte entre os locais, um mínimo de 250 euros por dia o que equivale a cerca de USD1850,00 ou seja, o veleiro é uma experiência que sai na faixa! Sem contar o Grande Premio de Mônaco, Porto Fino, Sardenha, adorei, mesmo nunca tendo vivido essa experiência e certamente minhas projeções de custos estão bem aquem. É ou não é uma pechincha?? Dá uma olhada aqui abaixo no roteiro e baba, eu já estou todo encharcado!! rs
Do Grand Prix de Mônaco às belas paisagens da costa italiana e
francesa em 7 dias preciosos
Misturar o suave farfalhar das velas ao vento com o ronco de motores no Grand Prix de Mônaco, e percorrer algumas das mais belas ilhas da costa italiana e francesa é a experiência completa sugerida no roteiro exclusivo da Star Clippers, a lendária companhia de veleiros que recria a saga dos áureos tempos da navegação, em veleiros admiráveis.
Neste programa de 7 noites saindo do porto de Cannes, o Royal Clipper, maior da frota, singrará as águas de Montecarlo, no domingo, com uma brecha para se assistir a uma das mais glamourosas etapas da Fórmula 1, o Grande Prêmio de Mônaco, cujo percurso se dá dentro da cidade, com vistas e cenas espetaculares
Dali, rumará para Portofino, pequena vila debruçada sobre o mar, visitada por celebridades que vão de Napoleão Bonaparte a Jennifer Lopez, com suas casinhas de fachadas coloridas que se misturam com o azul cristalino do mediterrâneo. Na sequência, a bela Calvi, na Córsega, charmosa cidade que combina história com um porto maravilhoso de onde se descortina praia de extensa faixa de areia
Em seguida, Alghero, na Sardenha, e seu rico centro histórico para visitar palazzos góticos, e desfrutar da atmosfera em piazzas rodeadas de elegantes cafés. Depois, mais encantos da Córsega, em Porto, navegando também pela Reserva Natural de Scandola, com suas incríveis formações rochosas, e finalizando com Porquerolles, principal ilha do conjunto chamado de Iles D’Or, na comuna de Hyères, com trilhas majestosas, muitas delas beirando vinhedos e oliveiras
A saída é dia 27 de maio, do Porto de Cannes, local onde o programa chega ao fim, no dia 3 de junho.
É ou não é show? Mais show, visite o site da Star Clippers, uau!! Tinha que compartilhar com os amigos e se alguém for, depois conta tudo aqui, por favor! Kanimambo pela visita, uma ótima semana para todos e falamos mais adiante. Saúde!
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Bom dia! Neste fim de semana descobri meu alter ego, rs, a Aunty Acid! No face publicarei um monte de tiras dela, são de doer, mas decido hoje começar a semana com algumas sacadas dela falando de vinho! Pena que ela só fala inglês!! rs Amanhã volto Falando de Vinho.Uma ótima e alegre semana para todos, cheers e kanimambo.
Quem não conhece acha que é qualquer outra coisa, menos o nome de um produtor de vinho. Seu proprietário, Ernst Loosen, tem um jeito diferente de ser com um visual meio cientista e intelectual, um verdadeiro doutor com formação em arqueologia que se viu forçado a assumir os negócios da familia com a aposentadoria de seu pai. Com a mesma determinação e paixão aplicada a seus estudos arqueólogicos, em que mais se interessava pelas pedras da Roma Antiga do que pelo Riesling do Mosel, em 1980 mergulhou de cabeça em um novo e desafiante projeto, o de tocar os vinhedos da familia com mais de dois séculos de história. Após oito anos de estudos, em 88 assume totalmente a vinícola imprimindo sua filosofia de trabalho, projetos e conceitos já que, como ele diz, “os grandes vinhos começam na cabeça”. Os vinhos da Dr. Loosen trazem esse jeito vibrante e apaixonante, mostrando possuir muita elegância, personalidade, são caldos alegres, sedutores e extremamente prazerosos de serem tomados. Longe dos tempos das garrafas azuis, vinhos ralos e sem graça, aqui encontramos o verdadeiro vinho alemão em toda a sua essência e sabor. A Dr. Loosen possui propriedades em outras regiões da Alemanha, mas desta feita tive o grato privilégio de conhecer os vinhos do Mosel, e um de Pfalz, em especial de seus vinhedos em Urzig e região.
Os vinhos alemães são difíceis de decifrar no rótulo, já que são menos conhecidos, o idioma alemão não é dos mais fáceis e seus vinhos brancos possuem diversos níveis de doçura. Seus vinhos vão do seco (trokken), meio-seco ou off-dry (halbtrocken) até o mais doces (passando por diversos estágios). Na hora da compra, se não conhecer e prestar atenção, fica fácil dançar e falo por experiência própria. Não tanto com relação à qualidade, já que a maioria hoje sendo importada pela principais importadoras é de muito boa qualidade, porém fica difícil de harmonizar um vinho bem doce com seu prato principal ou até como aperitivo ou um vinho seco com sua sobremesa. Ainda preciso falar do vinhos da Alemanha e aí entrarei em detalhes sobre o complicado sistema de classificação deles, porém sugiro se informar bem na hora da compra, especialmente se estivemos falando dos vinhos Riesling.
Como disse Ernst Loosen, nesta degustação da ABS-SP, enquanto os ingleses recebem seus convidados com um chá da tarde, o alemães do Mosel o fazem com umas taças de Riesling devido ao seu baixo teor alcoólico (7 a 11º) e enorme refrescância. A alta acidez adicionada ás características únicas do solo da região, que lhe aportam uma ótima mineralidade, fazem do Riesling desta região um vinho muito mais leve, suave e delicado do que os da vizinha Alsácia e permitem que se produzam vinhos doces absolutamente divinos e balanceados mesmo com um alto grau de residual de açúcar. Eu poderia ficar horas falando deste produtor ou encher páginas com informações, mas nada melhor do que você dar uma passada por seu completíssimo site e aproveitar e tomar uma aula sobre os Rieslings do Mosel. Conheça a maravilha do lugar e algumas características da região, seus solos e o que faz esta região ser um ícone quando se fala de vinhos elaborados com a uva Riesling. Preferencialmente, faça isso acompanhado por uma taça de seus vinhos, nem que seja o Dr. L, um vinho mais simples e mais barato, porém delicioso sendo uma ótima introdução a estes vinhos.
Para finalizar, sempre me estendo demais quando me entusiasmo com algo, e para mostrar que não existem verdades absolutas em nossa vinosfera, imagine tomar um vinho de 30 anos, branco, sem passagem por madeira, compará-lo com o mesmo rótulo só que com dois anos de idade e você quase não encontrar diferença na cor! Incrível não? Pois este é mais um dos segredos e características dos vinhos da região, como veremos mais adiante, certamente devido á incrível e balanceada acidez originadas nestes vinhedos plantados nas colinas que margeiam o rio Mosel. Com colheita manual muitas vezes executada nas frias madrugadas, é daqui que saem alguns dos melhores Rieslings do mundo e onde a cepa encontrou as condições para exaltar todas as suas sutis nuances e grande finesse. Ernst Loosen soube, como poucos, explorar esse terroir em toda a sua plenitude extraindo alguns preciosos néctares. Mas, falemos dos vinhos degustados.
Dr. L Riesling Qualitatswein 06
Aromas cítricos de boa intensidade e algo floral, enorme frescor, seco, balanceado, muito leve e agradável, uma ótima opção de entrada ao delicado mundo dos Rieslings. Elaborado, normalmente, com uvas compradas na região buscando oferecer um produto competitivo e de qualidade. Pela relação Qualidade x Preço x Prazer, volta e meia perambula por minha mesa! Teor alcoólico de 9º e o preço está por volta de R$55,00.
Urziger Riesling Kabinett 06
De vinhedos com cerca de 60 anos plantados em solo vulcânico vermelho, possui um nariz muito fresco e cítrico. A cor é um palha claro e límpido quase transparente e muito convidativa. Na boca é diferente, algo especiado misturado com fruta, mineral, cremoso e muito vivo na boca com alguma agulha. Vinho sedutor, muito equilibrado com um saboroso final de boca de boa persistência. Com teor alcoólico de 8º custa ao redor de R$110,00
Urziger Riesling Kabinett 78 – É isso mesmo, não errei não, 78!
O mesmo vinho de acima, porém totalmente diferente. A cor é impressionantemente similar á do 06, com exceção de que é um pouco mais escura, menos translúcida. Não tivesse os dois ali para comparar, certamente este 78 passaria por um vinho jovem. De acordo com Ernst Lossen, há pouco tempo tinha feito uma prova de vinhos antigos e um 1911 ainda apresentava leve acidez presente enquanto um 37 se encontrava em plena forma. Somente o 1900 estava já quase morto. Não é o mesmo vinho, como não somos aos 50 o que éramos aos 30! Mudou, adquiriu uma outra complexidade, perdeu os cítricos tendo ganho aromas vegetais de cogumelos/fungos e traços de “sous-bois” (matéria vegetal em decomposição), algo muito apreciado pelos especialistas, mas que não chega a me encantar. O final é longo, com a acidez ainda bem presente ressaltando os sabores, corpo médio e consistente. Pessoalmente, prefiro-o mais jovem e cítrico, mas sem duvida alguma é um grande vinho de muita complexidade. Sem preço.
Erdener Treppchen Riesling Auslese 06
Um vinho maravilhoso, doce, talvez o que mais me tenha entusiasmado nesta degustação, tendo alcançado status de um de meus Deuses do Olimpo. Muito boa paleta olfativa com forte presença de frutos cítricos. Na boca confirma com uma doçura muito bem balanceada pela ótima acidez e mineralidade em perfeita harmonia. Longo, saboroso, complexo, uma delicia para ser saboreado com calma aproveitando todas as suas nuances e melhor ainda, de acordo com Ernst Loosen, depois de uma meia duzia de anos. Duro é esperar e ficar só em uma garrafa! De vinhedos nas encostas do Mosel em solo de xisto/ardósia, álcool de 7.5º com o preço por volta de R$138,00 (1/2 garrafa).
JL Wolf Pechstein Riesling Spatlese 05
Da região de Pfalz com terroir bem diferente, de vinhedos plantados sob basalto negro que trazem ao vinho características diferentes. Um vinho de mais corpo que é guardado em cave por dois anos antes de ser comercializado. Bem mineral, elegante, macio, meio-doce, concentrado, algo de mel no final de boca. Com 11º de teor alcoólico e um preço por volta de R$125,00
Você poderá encontrar estes vinhos na Expand que é importador e distribuidor exclusivo (Era. A partir de 2011 é a Inovini) da Dr. Loosen. Legal mesmo deverá ser tomar um desses néctares sentado num terraço olhando o Mösel e os vinhedos, aí sim seria o nirvana!
Salute e kanimambo, ou melhor, vielen dank.
Gosto quando descubro coisas diferentes, adoro experimentar. Se visito um país pela primeira vez, tento sempre provar os sabores locais. Nesta nossa Vinosfera, ajo da mesma forma e o meu hobby é garimpar. Desta vez a Heloisa da Zahil me apresentou ao meu primeiro vinho Libanês. É, é isso mesmo, vinho do Líbano. Já sabia da existência de bons vinhos da região, porém não tinha tido a oportunidade de provar um vinho desta origem que possui uma forte influência Francesa, muito em função de ter sido um protetorado Francês e a chegada de Jesuítas Franceses à região nos idos de 1857. O vinho existe na região (Fenícios à época) há mais de 4000 anos e o Chateau Kefraya é um dos persistentes e ativos produtores que insistem em seus projetos apesar de todas as dificuldades políticas no Líbano onde a guerra tem deixado suas marcas ao longo dos anos. No total são cerca de doze produtores com uma produção total de cerca de cinco milhões de garrafas anuais, mas a região está crescendo e evoluindo muito de 20 anos para cá e, especialmente, nos últimos cinco anos com novos produtores e investidores chegando nos rastros do sucesso trazido por vinícolas como o Chateau Kefraya.
Este Chateau é dos principais protagonistas no mundo vinícola Libanês e seu topo de gama aqui no Brasil, Chateau Kefraya, é um vinho cultuado e bastante conceituado (por volta dos R$130,00). Este Les Bretéches du Chateau Kefraya, que provo hoje, é recém chegado sendo qualificado como um vinho do chamado “entry level”, que é uma forma bem acessível de tomar contato com os vinhos do Líbano e, em especial, deste importante produtor. Falemos do vinho!
- Produtor – Chateau Kefraya
- Importador – Zahil (11) 3071.2900
- Região – Vale do Bekaa
- País – Líbano
- Composição uvas – Podendo variar anualmente, mas aproximadamente 70% Cinsaut, 10% Cabernet Sauvignon e o restante dividido em porcentuais praticamente iguais de Syrah, Tempranillho, Carignan, Mourvedre e Grenache. Nesta safra, teve um corte de 80% Cinsaut, 6% Cabernet e 7% cada Grenache e Carignan.
- Detalhes Produção – Tanques de inox e concreto, nada de madeira.
- Teor de álcool – 13.5º
- Safra – 2006.
- Preço médio em Junho/08 – R$46,00
- I.S.P. $
Produzido a cerca de 1000 metros de altitude, o Les Bretéches é um vinho muito saboroso, suave com boa estrutura, boa presença de frutas silvestres com nuances florais ao nariz. Na boca é redondo, macio, agradável, fazendo lembrar muito os vinhos do Languedoc e do Rhône na França , apresentando um bom frescor, leve toque de especiarias e um bom final de boca de persistência média. Os taninos são finos e elegantes, tornando o conjunto uma agradável surpresa e uma bela opção de vinho de qualidade nesta faixa de preço. Tomei-o solo, linda cor rubi brilhante na taça, acompanhado só de algumas lascas de Parmesão, bom, mas penso que será um companheiro certeiro para um arroz de lentilhas com kafta de carne. Certamente combinará com diversos outros pratos, desde uma pizza a uma carne de forno! Pelas suas qualidades, um vinho de fácil harmonização que fará fãs rapidamente. Como o próprio produtor o descreve, um vinho de prazer.
Ps. Uma pena que a substituição tarifária tenha elevado o preço deste vinho. A R$40,00 seria campeão, uma ótima compra que estaria no páreo para o prêmio de melhor achado do ano!