Uau, Costela de Ripa e Decero Tannat

Como dar errado? Este foi meu presente ás cinco Mães em minha casa no último Domingo! Visitei meu amigo Celso Frizon mais conhecido como Dr. Costela e peguei com ele costela de porco com molho agridoce (dos Deuses!) e um bom pedaço de costela de ripa. Afinal, se não dá para levar a família ao Dr. Costela a gente traz o Dr. Costela à família, são só 50 kms ida e volta, rs, mas as mães mereciam ao menos isso neste dia especial, um churrasco de prima. A introdução ao churrasco foi de linguiças diversas (a de cordeiro estava especial!)e terminei (esquentei?? rs) as costelas, nenhum trabalho, puro prazer poder servir tão seleto grupo de Mães!

20180513_163815Para acompanhar a Costela de Ripa, escolhi um vinho especial de pequena tiragem de uma de minhas bodegas preferidas de Mendoza, a Finca Decero, o Mini Ediciones Tannat 2012. Sim um Tannat de Mendoza e tão soberbo quanto seu primo Petit Verdot nascido na mesma casa, mostrando que Mendoza não é só Malbec e Cabernet Sauvignon! Desbunde este vinho, tá certo que a costela e as Mães presentes deram um tempero especial, mas o que tinha me encantado em Setembro passado na minha última visita, ficou melhor ainda com mais seis meses na minha adega.

Muito aromático com frutos negros bem presentes, na boca é rico, frutos negros se confirmam, ótima estrutura de boca, textura gostosa, taninos de boa tipicidade porém muito bem equilibrados sem qualquer agressividade, final longo, guloso e se mais garrafas tivesse mais tomariamos, perfeita harmonização! Um verdadeiro prazer hedonístico e mais um rótulo que recomendo a quem estiver por aquelas bandas ou em Buenos Aires, porque LAMENTAVELMENTE, ainda não tem ninguém trazendo estes vinhos. Tem gente trazendo tanta coisa meia boca e a Decero segue sem importador no Brasil coisa de louco! Ah, se eu tivesse uma graninha extra!! Alguém a fins de entrar nessa comigo?? rs

Dia lindo, gente linda, comida excelente e vinhos idem, nessas horas que cai a fixa! Um kanimambo e abraço especial cheio de carinho a todas as mães amigas que me visitam por aqui. Espero que tenham tido um dia lindo e que exijam de seus parceiros e filhos que a “festa” não fique só num dia, pois vocês são a essência da vida devendo ser devidamente reconhecidas sempre. Um brinde especial a todas vocês Mães!

Cheers Smile

 

Mi Terruño, Não é Só Cara Bonita!

Ultimamente tenho visto um melhor trabalho por parte dos produtores no sentido de desenvolver rótulos mais marcantes. Lógico que o visual não é tudo e nem tudo o que brilha é ouro, mas que ajuda a vender 20180317_125719ajuda e falo isso por experiência. Afinal, no meio de tanto rótulo nas prateleiras algo que se destaque chama a atenção e tem uma chance maior de venda quer se compre por rótulo, sim existe quem o faça, ou não. Nesta semana falarei sobre dois pares de vinhos em que os rótulos me chamaram a atenção. Uma dupla espanhola e uma dupla argentina, patamares de preço e qualidade diferentes, propostas diferentes, porém as duas me agradaram bastante. Seja pelo inusitado, no caso dos espanhóis, seja pela boa relação PQP (Preço x Qualidade x Produto) dos argentinos dos quais falo hoje.

Mi Terruño é uma bodega argentina trazida ao Brasil pela Palácio dos Vinhos e de sua linha de produtos me interessei por provar dois rótulos da linha Expression, a segunda gama de entrada da bodega, que se encaixam dentro do meu conceito de garimpo, vinhos de bom preço com qualidade da qual não abro mão. Um Sauvignon Blanc e um Malbec, dois vinhos que provei e aprovei e por tanto decidi compartilhar com os amigos.

O Sauvignon Blanc vem do Vale do Uco, fermentado em cubas de inox e apresenta boas características da casta com notas herbáceas puxando para chá verde e frutas cítricas de boa intensidade. Na boca é um vinho de acidez bastante equilibrada, cítrico com um final de boca em que despontam limão e algo de grapefruit com ele toquinho de amargor tipico da fruta. O álcool é um pouco alto para um vinho que tem como conceito ser leve, 13%, e 20180317_171347_Burst01aparece quando fora de temperatura. Sendo servido em torno dos 6 a 8 graus centigrados é imperceptível e o conjunto é bastante agradável. Vi no mercado com preços que variam ao redor de R$75,00 mais ou menos 5.

O Malbec, apesar de ter gostado do branco (SB acima), me chamou mais a atenção. Estou sempre em busca de vinhos deste estilo, vinhos mais elegantes com taninos mais finos mostrando harmonia em vez dos vinhos super extraídos em todos os sentidos e que, de tão maduros, se tornam enjoativos. Neste caso as uvas vêm de vinhedos da região de Maipu e Tupungato com 55% do vinho passando por barricas de 2º uso francesas e americanas durante parcos 4 meses. O bastante para fazer a diferença, porém sem afetar demais o vinho. Paleta olfativa de boa intensidade onde predomina frutas vermelhas em especial ameixa, taninos finos, médio corpo, boa textura, leves notas tostadas num rico meio de boca, alguma especiaria de final, um vinho muito agradável de tomar. Sem fruta madura demais, sem taninos excessivos, gostei bastante e me pareceu bastante versátil, de massas a carnes grelhadas ou só aquele papo amigo com frios e queijos. Mesma faixa de preço do Sauvignon Blanc e mais um vinho que gostei e aprovei na faixa de preço em que se encontra

Dois vinhos que vão além da cara (rótulo) bonita, valem a pena e não é todo o dia que podemos tomar grandes vinhos. No próximo falarei de dois Rosés de que gostei bastante e depois falo daqueles espanhóis que mencionei no inicio, um 100% Graciano e o outro um Tempranillo Branco, uma mutação da uva tinta que só recentemente (2007) foi incluída no rol das uvas autorizadas em Rioja.

Tenham todos uma ótima semana, kanimambo pela visita e seguimos nos vendo por aqui, na Vino & Sapore ou numa das várias curvas de nossa vinosfera.

 

* Disponível nas boas lojas do ramo entre elas na Vino & Sapore

 

 

Visitando El Enemigo na Républica de Chachingo!

É dessa forma carinhosa com que Alejandro Vigil se refere ao lugar onde está a sede da El Enemigo, ou Bodega Aleanna, em sua casa! Um projeto de grande sucesso em parceria com Adrianna Catena sobre o qual fica difícil falar, mas visitar este lugar lúdico, pleno de magia e grandes vinhos é hoje um must para quem visita Mendoza.

Conheci o lugar pela primeira vez em Abril de 2015 quando com um outro grupo lá chegamos num final de tarde para um acolhedor assado no “quincho” recém inaugurado. Uma noite mágica diga-se de passagem, e nesta volta pouco mais de dois anos e meio depois, nos deparamos com um lugar transformado, incrível o que conseguiram realizar em período de tempo tão curto! O que eram sonhos e projetos estava tudo ali ao nosso alcance e, desta vez, com a presença do “maestro” em pessoa.

É inacreditável a transformação, o incremento do restaurante, diversos ambientes, a loja, a decoração, arte (adorei a exposição de esculturas de madeira com ferro!), os jardins, tudo impecável, de extremo bom gosto, complexo e divertido, um pouco como os vinhos que levam a marca El Enemigo, um lugar de exceção para vinhos de exceção, mas sem afetações, sem frescuras porém com finesse, simpatia, classe e qualidade em tudo o que vemos e provamos. Estar no lugar é algo marcante, tomar a totalidade de seus vinhos inebriante e podes desfrutar da presença do “maestro” um momento inesquecível.

Falar dos vinhos é chover no molhado e só não tomamos o El Enemigo Syrah/Viognier porque esse vem todo para o Brasil e nem adianta procurar por lá. Vou tentar resumir em poucas palavras cada um.

El Enemigo Chardonnay – Muita finesse acima de tudo com grande equilíbrio e mineralidade, madeira bem sutil. Belo exemplar de Chardonnay de altitude!

El Enemigo Bonarda – Um dos melhores da região, denso, fruta madura abundante, taninos macios e acidez no ponto

El Enemigo Cabernet Franc – leva um tico de malbec, encorpado, aromas de boa intensidade, encorpado, taninos aveludados, toque terroso, fruta madura, especiarias, muito boa persistência.

El Enemigo Malbec – pode ser que seja pelo tico de Petit Verdot que Alejandro coloca aqui, ou não, mas certamente é um dos Malbecs de gama média que mais gosto da região. Leva também um pequeno porcentual de Cabernet Franc gerando um vinho muitoIMG-20170905-WA0011 rico, concentrado, muito aromático com ótima textura e taninos finos abundantes.

Almoçamos com esses e ainda tivemos um bônus, tomamos o incrível Nicolas Catena, um vinho de grande gabarito onde a Cabernet Sauvignon fala mais alto. Um vinho excepcional, de grande elegância. Aí fomos passear um pouco num tour pela cave e jardins voltando para a grand finale, a prova com os Gran Enemigo, todos os quatro, inclusive o Cepillo, uma novidade, que adorei. A base de toda essa linha de vinhos é a Cabernet Franc.

Gran Enemigo – Blend de Cabernet Franc (73%), Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Malbec – aromas sedutores, encorpado, denso, rico, notas achocolatas, salumeria, sutil herbáceo, sofisticado com boa carga tânica.

Gran Enemigo Agrelo e Gualtallary – Cabernet Franc (85%) com Malbec um de Agrelo em Lujan de Cuyo e segundo de Guatallary em Tupungato – afora a diferença de solo entre eles, há também um enorme diferença de altitude (de 930 para 1470m) o que faz com que o de Gualtallary apresente uma finesse, elegância e acidez bem mais marcantes. Questão de estilo, eu gosto dos dois, mas o Gualtallary me encanta e é um dos melhores vinhos da atualidade produzidos na Argentina.

Gran Enemigo El Cepillo – novo na casa e de uma região diferente, El Cepillo fica em San Carlos, tenho que confessar que me balançou e disputou com o Gualtallary minha preferência. mesmo corte de Cabernet Franc e Malbec, mas agora a 1300 metros de altitude, mantendo a acidez gulosa do Gualtallary, porém com fruta algo mais madura, notas de especiarias bem mais presentes, ótima textura, taninos aveludados, final longo e apimentado, amei!!

Para quem vai a Mendoza, certamente um lugar a não se perder pois afora os vinhos o lugar é especial. Abaixo um vídeo montado com algumas fotos tiradas pelo grupo e por mim, nem sempre muito boas (rs), mas que mostra um pouco da alegria vivida e do que você estará perdendo caso não passe por lá em sua próxima visita! Clique na imagem e abra a porta para momentos de “buena onda”, salud!

El Enemigo key Hole

Kanimambo pela visita, uma ótima semana e seguimos nos encontrando por aqui ou em qualquer esquina de nossa imensa vinosfera!

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Luca Syrah, Um Vinho que fez Minha Cabeça!

Há poucos meses tive a oportunidade de provar boa parte da linha de vinhos produzidos por Laura Catena neste projeto solo iniciado em 99 trabalhando com vinhedos antigos de parceiros terceirizados e alguma coisa própria. É o projeto Luca que também possui outras linhas baixo o nome de la Posta e o famoso Beso de Dante. Foram um total de 12 vinhos que apresentaram boa qualidade, não poderia ser diferente em função de quem se trata e da região dos vinhedos, mas dois deles despertaram mais minha atenção, afora o Syrah que me seduziu, e o que é melhor, foram os mais baratos!

La posta - Linha

La Posta Angel Paulucci Malbec 2012 – USD28,00 (Vinci), um Malbec com passagem de 12 meses por barricas de carvalho francês, só 10%novas, com um nariz muito atraente, na boca muito saboroso, vibrante, de taninos finos, redondo, já integrado, fácil de se gostar entregando muito prazer. Fácil tomar a garrafa!! rs

La Posta Glorieta Pinot Noir 2013 – USD28 (Vinci) frutos de um vinhedo a mais de 1000 metros de altitude com um mix de cinco clones trazidos da Borgonha. Doze imperceptíveis meses de carvalho francês de segundo uso que lhe aportam complexidade. Difícil encontrar tanta tipicidade num Pinot sul americano nesta faixa de preços, uma enorme surpresa. Prima pelo equilíbrio, gostei muito.

Luca Double Select Syrah 2013, show! – Vinhedos cultivados em parral desde 1971 em La Consulta no Vale do Uco, baixa produção (cerca de 18 mil garrafas) e esmero no trato da uva resultaram num vinho que me entusiasmou. São 14 meses de barrica francesa (40% nova e o restante de segundo uso) que nos trazem boa concentração, nariz frutado com uma boa presença de notas de especiarias,  cor escura, ótima textura de boca, encorpado, taninos aveludados bem presentes mas sem qualquer agressividade, meio de boca muito rica, algum defumado presente, final longo levemente apimentado com boa acidez, um grande Syrah em minha modesta opinião e um dos melhores que já provei de terras mendocinas. Não sou de pontuar, a não ser em bancas degustadoras quando se faz necessário, e costumo ser bem comedido quando o faço. Na maioria das vezes minhas notas estão sempre abaixo da maioria dos críticos, mas desta vez, confesso, estaria acima! rs Enfim, USD50 (Vinci), que no lamentável contexto de preços tupiniquim, vale bem a pena.

Luca Syrah

Linha de produtos muito boa, os Lucas têm uma legião de seguidores, estilo mais encorpado com bastante extração, porém sempre com taninos de muita qualidade buscando o equilíbrio. Gostei bastante do Chardonnay e o Beso de Dante é sempre um vinho de excelência que aprecio muito, mas a meu ver esse incrível Syrah, que não conhecia, me seduziu e me fez lembrar muito do Siesta (não mais produzido) de seu irmão Ernesto. Por hoje é só, em breve compartilho outras experiências com vocês, fui! Kanimambo pela visita

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Frutos do Garimpo de Novembro foi Orgânico

   Na Frutos do Garimpo tento sempre trazer novidades regularmente com preços de oportunidade e desta feita, mesmo o produtor não sendo novidade no Brasil, achei que em função do conceito Orgânico praticado e devidamente certificado, valia a pena explorar o tema junto aos confrades. Em parceria com o novo distribuidor da Domaine Bousquet, a Almeria, neste mês o resultado do garimpo pegou carona no tema não só para explorá-lo, mas especialmente possibilitar a prova de forma a que cada um dos confrades que optaram pelo kit, possam fazer seu próprio juízo de valor. Afinal, neste mundo enófilo, não existe melhor forma de aprender do que abrir garrafas e explorar, a essência de tudo!
   A Domaine Bousquet é um projeto francês na altitude de Gualtallery, Tupungato, Mendoza. O compromisso com a agricultura orgânica impulsiona o melhoramento da biodiversidade dos vinhedos. Quanto mais saudáveis os vinhedos, melhor a uva e consequentemente (na maioria das vezes) o vinho elaborado sendo esse o principal objetivo desta família francesa que chegou a Tupungato em 1997 depois de 4 gerações produzindo vinhos na terra natal.  As raízes de vinhedos cultivados de forma orgânica tendem a ser mais profundas  permitindo que as plantas absorvam e distribuam melhor os minerais  e intensifiquem sabores já que o rendimento das vinhas tende a ser menor. O uso de leveduras selvagens, compactuam com o trabalho nos vinhedos de forma a trazer o melhor retrato do terroir. O resultado são vinhos menos industrializados, mais verdadeiros, mas obviamente têm que ser bons antes de qualquer coisa e isso eu conferi, só assim para estar aqui!
    A altitude de Gualtallary, 1200 metros de altitude, permite uma melhor e mais tardia maturação da uva e uma acidez mais presente nos vinhos por lá produzidos devido à amplitude térmica bem acentuada na região. Resultado; vinhos mais frescos, fruta madura no ponto (sem sobremadurez), taninos mais finos.  Este kit do Frutos do Garimpo do mês contemplou uma garrafa de cada de um branco, um rosé e dois tintos com duas uvas diferentes e gamas diferentes na linha de de rótulos elaborados pela bodega de forma dar uma visão ampla da linha de produtos da Domaine Bousquet.  meus comentários sobre os vinhos provados segue abaixo, porém cabe a você fazer seu juízo de valor, experimente e tire sua próprias conclusões, sempre melhor do que simplesmente ler a opinião de terceiros, não acha? rs Duas características são inerentes a todos os vinhos provados; frescor e elegância.
Domaine Bousquet
Domaine Bousquet Premium Chardonnay 2016 –  uma saborosa e fresca versão de Chardonnay sem passagem por madeira com notas cítricas, acidez acentuada, um verdadeiro vinho de verão, divertido, vibrante, alguma fruta tropical, porém tudo isso presente de forma delicada e muito, muito agradável de tomar. Um Chardonnay diferenciado, fora dos padrões a que estamos acostumados. Preço médio em Sampa hoje, entre R$65 a 70,00
Domaine Bousquet  Premium Rosé de Malbec com Cabernet 2016 –  muita riqueza de sabores com fruta fresca abundante num rosé muito bem feito, leve, fresco e sedutor que combina muito bem com nosso verão e com frutos do mar e pratos orientais. Possui cor linda, a la “Provence”, boa paleta aromática que convida a levar a taça à boca. Preço médio em Sampa hoje, entre R$65 a 70,00
Domaine Bousquet Reserve Cabernet Sauvignon 2014 – um vinho para abrir e deixar respirar por uma meia hora, tempo que ele precisa para se mostrar. Notas terrosas, frutos negros, fresco com notas minerais, couros, bosque, é um vinho complexo que demanda tempo para se descobrir todas as suas camadas. Talvez o vinho deste kit que mostre mais as características de terroir mais puras, fruto do processo de orgânico de vinificação com leveduras selvagens. Wine Spectator 90 pontos. Preço médio de mercado em Sampa hoje, entre R$95 a 100,00
Domaine Bousquet Grande Reserve Malbec 2013 –  Um belo vinho, um malbec mais fresco, denso, escuro em que o equilíbrio prevalece. leva 5% cada de Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah, tecnicamente ainda um varietal, o que lhe aporta complexidade. Nariz de boa intensidade com frutos negros bem presentes,  na boca um vinho de corpo médio para encorpado de taninos muito finos, toque defumado, aveludados, longo com final algo apimentado, mostra bem sua estirpe francesa, estrutura e bom volume de boca porém com grande finesse. Doze meses de barrica francesa nova aparecem de forma delicada projetando a fruta mais que o carvalho, num conjunto de muita qualidade. James Suckling, ex-editor da Wine Spectator, lhe deu 93 pontos, algo conferir. Preço médio de mercado em Sampa, entre  R$150,00 a 160,00.
Enfim, nem sempre o Garimpo dá o resultado que queremos, mas gostei do que pintou na peneira este mês. Quem comprou o kit que comente, mas se você ainda não faz parte do Frutos do Garimpo tudo bem, procure estes vinhos numa loja mais próxima de você e explore este veio orgânico. Afinal se é bom e é mais natural, melhor! Por hoje é só, bom final de semana para todos e kanimambo pela visita. Sáude!

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Elaborando e Provando Vinhos na Casarena

Uma das bodegas onde sempre levo os grupos de enófilos que me honram com sua preferência e confiança nos tours que faço por Mendoza. O lugar é lindo, a comida é de primeira e criativa, os vinhos nem se fala e ainda fazemos um exercício de elaborar um vinho próprio! Desta vez também descobri dois novos vinhos que me encantaram.

Após uma breve visita à bodega, fomos para a sala exclusiva onde o grupo, dividido em equipes de três, teria que desenvolver um blend próprio. Na mesa, pipetas e três garrafas de vinho base todos de Agrelo; Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot. Cada trio desenvolveu sua sensibilidade provando primeiro cada vinho individualmente e depois montando seu blend. Super divertido, acalorado, um exercício muito bacana que já tive o prazer de montar, de forma algo mais lúdica, em uma de minha degustações ao montarmos cortes bordaleses, sempre uma ótima e divertida forma de desenvolver nosso conhecimento e aguçar nossos sentidos. O ganhador foi escolhido pelo grupo ás cegas, pois de cada rótulo foram feitas duas garrafas, uma para a prova e a outra para a dupla que elaborou levar para casa. O vinho vencedor? “Na Medida”, elaborado pela Liane, Martha e Ivete onde a Cabernet Sauvignon foi protagonista com 60% tendo como coadjuvante 30% de Malbec que foi completado com a mágica Petit Verdot, corte bordalês (com a malbec fazendo as vezes da Merlot) a la margem esquerda de Bordeaux!! rs

Já embalados a esta altura do campeonato, nos dirigimos ao restaurante para uma deliciosa e muito criativa refeição harmonizada com menu degustação de seis pratos. Afora os vinhos relacionados, ainda tivemos o privilégio de finalizar no terraço tomando o impressionante Ícono de Casarena, coisa de louco!!  De forma reduzida e concisa, eis meus comentários lembrando sempre que os grandes produtores se conhecem por seus vinhos básicos, e esta linha 505 que aqui no Brasil anda na casa dos 56 Reais mostra bem o compromisso da bodega com seus vinhos:

  • 505 Chardonnay – levemente amadeirado, fresco, um vinho muito agradável de uma linha de gama de entrada.
  • 505 Rosé de Malbec com Cabernet Franc – o mercado não é muito chegado em Casarena Naoki Malbecrosés, mas eu gosto e este me encantou, sedutor e muito saboroso.
  • Ramanegra Cabernet Sauvignon Reserva – nesta linha de produtos, gama média alta, o vinho que mais me encanta e que fez que eu um dia introduzisse o produtos no portfolio da Vino & Sapore. Prima pelo equilíbrio.
  • Naoki Single Vineyard Malbec Agrelo – Esta linha de produtos é topo de gama, e aqui encontramos um ótimo Cabernet Franc e um Malbec do vinhedo Lauren´s de que gosto muito, porém este me arrebatou, seduziu, me encantou, vinhaço! Um Malbec que prima pela finesse, um nariz de boa intensidade que convida a levar á taça à boca onde explode em emoções, gamei!!
  • Ramanegra Cidra Brut – Diferente, mas não chega a encantar, ajudou a harmonização.
  • Casarena Ícono -“O” vinho da casa, o nome diz tudo. Um blend que junt20170904_170311a as melhores uvas das melhores parcelas de seus vinhedos, fermentadas inteiras em barricas de 500 litros com leveduras selvagens, a quintessência do terroir!! Sessenta porcento de Cabernet Sauvignon parcelas com mais de 90 anos e Malbec compõem este incrível vinho que passa ainda por 18 meses de barricas francesas novas e um breve afinamento em garrafa antes de sair ao mercado. Vinho classudo, inebriante, denso com ótima textura, meio de boca complexo, taninos presentes mas muito finos, para tomar nas calmas olhando aquela linda paisagem, show de encerramento, vinhaço!

Bem amigos, e assim terminou mais um dia de visitas em Mendoza que se iniciou com a Belasco de Baquedano e terminará com o jantar no incrível Azafrán que está soberbo como sempre, talvez um degrau acima depois da mudança de chefs. Para curtir um pouco mais clique na imagem abaixo e viaje comigo virtualmente.
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Vertical de Catena Chardonnay

Há tempos que falo aqui sobre os vinhos brancos argentinos aos quais poucos dão a atenção devida, mas afinal no Brasil, poucos dão bola para os vinhos brancos mesmo! Uma pena, mas enfim, há que se respeitar idiossincrasias culturais de cada região mesmo que não deixemos de trabalhar para tentar mudar esse status quo! rs

São inúmeros os bons rótulos, inclusive de chardonnays, especialmente agora que se exploram novos terroirs, mais frios, de maior amplitude térmica e de solos mais calcáreos o que tem resultado em vinhos mais complexos e de acidez e mineralidade mais acentuadas. Um dos grandes exemplos disso são os Catenas White Stones e White Bones, vinhos que alcançaram um nível de qualidade, na opinião de diversos críticos internacionais porque ainda estou por provar, inimaginável há 15 anos atrás. Tim Atkins, um desses renomados críticos, o ano passado apontou o White Stones, caso não esteja equivocado, como um dos melhores se não o melhor vinho argentino provado. James Suckling, outro desses renomados críticos, acabou de soltar seu TOP 100 vinhos de 2017 em que o vinho mais pontuado argentino, em 6º lugar, foi exatamente esse White Stones 2014 de que falei anteriormente e, lógico, com a mão do amigo Alejandro Vigil, um maestro da enologia.

Recentemente estive na Catena e provamos um incrível Catena Alta Chardonnay, o El Enemigo Chardonnay é de se tirar o chapéu, gosto muito do Ruttini Chardonnay, enfim são inúmeros os ótimos vinhos sendo elaborados pelos hermanos em terras mendocinas com esta nobre uva. Uma revolução está ocorrendo por lá à qual precisamos prestar mais atenção e parar de achar que a Argentina é só terra de tintos e a casa dos Catena (e agregados! rs) arrebenta com bons chardonnays em todas as faixas de preço!

Bem depois desse preâmbulo todo, falemos desta vertical que descobri tinha na adega da Vino & Sapore, uma garrafa cada de Catena Chardonnay, uma de 2013, outra de 2014 e finalmente a mais nova e por onde iniciamos este pequeno e informal desafio de safras, a de 2016. Sem muita  treta, como diz meu amigo Pingus do bom blog Pingas no Copo, e bastante objetivo:

Catena chardonnay

2016, obviamente que foi o que apresentou a melhor acidez, mais jovem e irrequieto que seus irmãos. Fruta tropical, muito aromático, boa tipicidade, boca com algum toque cítrico que o diferenciou dos demais, final com notas minerais e leve amargor que não chegou a me incomodar. Um vinho que deverá evoluir muito bem e acho que vou guardar umas garrafas! rs MB

2014, tudo o acima (sem as notas cítricas) com uma acidez mais equilibrada e umas notas herbáceas que não apareceram no seu irmão mais novo. O que menos me entusiasmou neste estágio da vida dele, mas creio que deve evoluir bem por mais um bom par de anos. Legal se tivesse mais uma garrafa, gostaria de o provar daqui a um ou dois anos! B

2013, para mim a estrela da tarde; super cremoso, abacaxi, baunilha, um vinho de muita classe, harmônico, acidez ainda bem viva e balanceada, longo final de boca mostrando toda a sua maturidade e complexidade. O primeiro a acabar, entre idas e vindas, e o que mais deixou saudades. MB+

Esta linha da Catena, é um blend de chardonnay advindo de três vinhedos em regiões e terroir diferentes; Pirâmide (Agrelo/Lujan de Cuyo), Domingos (Bastías/Tupungato) e Adrianna (Gualtallary/Tupungato) exceto pelo 2016 que também leva uvas do vinhedo El Cepillo (sul do Vale do Uco). Fermentação sur lie num mix de barricas de carvalho e tanques de inox,leveduras selvagens, passa posteriormente por cerca de dez meses em barricas novas e de segundo e terceiro uso e só cerca de 60% do vinho faz malolática. Na casa dos 120 Reais é um bom exemplar de Chardonnay que merece uma boa taça para que que possa mostrar todos seus atributos.

Por hoje é só, uma ótima e produtiva semana para todos, kanimambo pela visita e seguimos nos encontrando por aqui ou qualquer outro canto desta nossa vasta vinosfera, sáude!

 

 

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Cabernet Franc Abaixo das 100 Pratas!

Eis aí algo difícil de se encontrar, um Cabernet Franc de qualidade abaixo das 100 pratas, mas eu achei depois de muitos provar. Certamente que outros deverão existir, nem entro no mérito, porém sempre falo só de minhas experiências e este pequeno fruto do garimpo é o 59N Cabernet Franc 2016, com origem em Mendoza, especificamente de Maipu, da Kalós Wines que 59Nvinifica seus vinhos na Melipal. O vinhedo tem cerca de 20 anos, produção restrita a 25 mil garrafas, e o nome (59N) possui uma origem algo inusitada, pois tem a ver com o vovô Calixto, patriarca da família Losada, que se gabava de ter tido 59 Novias (namoradas) em sua juventude!

Mostrou-se muito amável de boca sem perder a tipicidade com notas florais, frutos vermelhos e alguma especiaria no nariz, corpo médio, rico meio de boca, notas herbáceas sutis, fresco, expressivo final de boca levemente apimentado, de média persistência e taninos aveludados. Um vinho que me agradou bastante ainda pelo preço que por aqui em Sampa está chegando com preços entre R$90 a 95,00.

Certamente um vinho que visitará minha taça com uma certa regularidade pois afora o colocar no Frutos do Garimpo de Outubro, também aproveitei e fiquei com uma caixa. Como está bem novo, terei um tempinho para o desfrutar ao longo dos próximos dois anos, se é que durará tanto na adega!! rs É isso por hoje, mais um bom vinho de Mendoza para você descobrir que aquelas terras não fazem só Malbec não e  que a Cabernet Franc não é mais só moda, veio para ficar. Fui, bom fim de semana prolongado para quem puder ainda desfrutar desse privilégio, eu estarei de plantão sexta e Sábado na Vino & Sapore. Kanimambo pela visita.

 

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Desafio de Cabernets Franc de Mendoza – Resultado

Na Granja Viana, nas instalações da Vino & Sapore, realizei há dias um desafio às cegas de alguns ótimos vinhos muito bem avaliados pela nata de grandes críticos internacionais de nossa vinosfera. Exercício muito interessante em que os grandes ganhadores foram os que compuseram a banca degustadora, toda ela composta por amigos aficionados e seguidores de Baco.

Como já falei anteriormente aqui, esta foi só uma pequena mostra do que anda ocorrendo por lá com ótimos vinhos no mercado e se incluirmos nessa lista os rótulos que possuem algum “tempero” mas que mantêm o mínimo exigido de 85% de Cabernet Franc, a lista então irá englobar alguns dos melhores vinhos argentinos da atualidade como os Gran Enemigo de Alejandro Vigil. Da Argentina essa febre também começa a produzir bons rótulos na Patagônia, em Salta e San Juan, do Chile também começam a chegar ealguns ótimos rótulos, por aqui no Brasil encontramos alguns brasucas bem bons ou seja, amplie seu horizonte porque esta uva chegou para ficar!

Por outro lado, o exercício mostrou que a mesma uva da mesma região pode sim apresentar vinhos muito diferentes entre si o que prova que não existe isso de definir aromas e sabores de uma uva, no máximo existem tendências. As variáveis seja de terroir, de vinificação e da mão do homem (também parte do terroir) podem e fazem uma tremenda diferença

Não vou me estender muito na análise dos vinhos, até porque não fiquei tomando nota já que tinha que fazer o serviço, porém não quis deixar passar aproveitando enquanto as sensações ainda estão bem frescas na memória. Eis os DESAFIANTES a melhor vinho da noite.

Cabernet Franc - Degustação Mendoza

Zorzal Eggo Franco 2015 – num estilo bem Loire de vinhos mais leves e frescos, muito bom porém o estilo, como já é de praxe na maioria das degustações que fiz em que esses vinhos estiveram presentes, não é fácil de agradar o palato brasileiro. Pimenta bem marcante de final de boca, gostei muito, é orgânico, elaborado 100% em ovos de cimento, personalidade muito própria e foi meu terceiro melhor vinho empatado com meu segundo (desempatou o alfabeto! rs) mesmo que com estilos bem diferentes. Importador Grand Cru

Devita 2014 (Deco Rossi/Lagarde) – só disponível com o Deco, alguns restaurantes e na Vino & Sapore. Um vinho que me agrada muito por sua finesse e equilíbrio, taninos aveludados e boa persistência. Confirmou tudo isso na prova.

Fabre Montmayou Reserva 2015 – o vinho ainda está um pouco novo, precisa de tempo para encontrar seu equilíbrio, longe da safra anterior tão premiada. Bom, porém nesta prova não se houve tão bem quanto esperado. Importação Premium

Riccitelli Reserva 2012 – o mais mendocino de todos os vinhos provados, com aquela típica estrutura e extração, denso, escuro, fruta bem presente marcante tendo sido o segundo vinho da noite pela contagem de pontos entre os presentes tendo sido o melhor para dois deles. Passei uma vez pelo magic decanter e o deixei no Decanter por cerca de uma hora. Não tem no Brasil.

Casarena Single Vineyard  Lauren´s 2013 – mais um vinho ainda muito jovem que apresentou um grande equilíbrio entre potência e finesse de taninos, complexo, precisou de uma passagem pelo magic decanter e uma hora de decanter comum quando mostrou boa evolução. Um senhor vinho, toques herbáceos, taninos muito finos num estilo algo bordalês de ser chegou em terceiro na votação do povo e segundo no meu. Importação Magnum

Siesta en el Tahuantinsuyu Bio 2013 – O que dizer quando frente a frente com vinhos de primeiro nível, um deles receber 10 votos como melhor da noite mais um, o meu? Definitivamente um grande vinho que, ainda por cima, é biodinâmico o que é um plus e tanto. Obra do Ernesto Catena que tem todo um histórico na elaboração de vinhos naturais, gosto muito do que ele faz, e este ele elaborou com uvas vindo de vinhedos de Vistaflores, 1100 metros de altitude, no Vale do Uco. Oitenta por cento passam em barricas francesa e o restante em americanas, sendo que 70% são novas e o resto de segundo e terceiro usos. Tudo (taninos, acidez, corpo, álcool) muito bem integrado, boa tipicidade da casta, complexidade tanto nos aromas quanto no palato, elegância, taninos finos com final interminável e fresco, deixou muita gente com vontade de mais e pena que não tinha! Aliás, a Mistral que traz os outros rótulos dele bem que poderia incluir esse na lista!!

 

Siesta Cabernet Franc Bio

Foi isso, um patamar bem alto de qualidade na taça mostrando que a Cabernet Franc veio para ficar! Uma ótima semana para todos e kanimambo pela visita, saúde!

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Um Sedutor Tannat de Salta

Falo de um vinho de pequena produção e de uma região que poucos conhecem, ainda mais para esta uva. Conheci o vinho pela primeira vez há pouco mais de 4 anos e foi paixão à primeira fungada! rs Colomé Lote Especial Tannat 2014, produzido a 1700 metros de altitude com uvas do vinhedo La Brava, Valle Calchaquí. Quando o conheci tinha uma produção limitada a 1500 garrafas, porém hoje já está na casa das 8300 o que segue sendo bastante limitado, porém com preço acessível por lá, na casa dos 250 a 300 pesos ou em Reais entre os 50 a 60 tops, mas cheguei a ver por 215!! Não chega ao Brasil então quem Colomé Lote Especial tannatandar lá pelas terras de nuestros hermanos coloque em sua lista e aproveita traz duas garrafinhas para mim porque minha última tracei neste último Domingo, sniff! rs

São 12 meses de barrica com a madeira muito bem integrada e imperceptíveis 14,5% de teor alcoólico, O Vinho! Apesar de sua estrutura, cor escura mostrando grande concentração é de corpo médio para encorpado, taninos finos e aveludados, frutos negros presentes na boca e nariz, algum tabaco, extremamente rico e absolutamente sedutor, alguma especiaria no final de boca que mostra boa persistência e um agradável frescor. Gostosa paleta olfativa com notas florais, um vinho que prima pelo equilíbrio e dá enorme prazer tomar, que nos encanta e nos faz pedir bis. Um Tannat para quebrar eventuais preconceitos e paradigmas contra esta uva, sem contar sua tremenda relação PQP (Preço x Qualidade X Prazer). Certamente um Tannat para chamar de meu, um vinho que curto demais!!

Acompanhou maravilhosamente o rico arroz carreteiro elaborado com maestria por meu genro Júlio, um grande almoço esse de Domingo. Da Bodega Colomé em Salta, mas uvas vêm de vinhedo em Cafayate, um vinho de um lugar que me encanta ainda mais que os vinhos, quem sabe um retorno em 2018 e com um grupo bacana?? Por enquanto, a Patagônia está a um mês de distância, vem comigo? Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo fim de semana.

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