Hoje é Dia!!

               Toda a Sexta é dia de alto astral já que anuncia a chegada do fim de semana! Hoje é mais ainda, é dia de festa já que daqui a pouco tem um embate que pode ser um joguinho ou jogão! Amigos portugueses e brasileiros grudados na televisão, outros no estádio para ver um Portugal x Brasil na copa do mundo, coisa que não se via desde 1966 e que espero possa repetir o placar. É, não adianta reclamar não, o Brasil já está classificado, então sou Portugal desde criancinha! Eheh. Tem mais, seria uma bela lição no prepotente e arrogante “professor” de más maneiras, o tal de Dunga que está merecendo uma lição para ver se desce de seu salto XV! Nunca uma seleção esteve tão distante de seu povo, mas enfim, sinal dos tempos. Mais uma, Carlos Queiroz, o técnico de Portugal, é primo de meu padrasto e Macua como eu, nascidos que somos em Nampula, norte de Moçambique, ou seja; quase familia e conterrâneo! Bem, mas este não é o lugar para falar de futebol então minha sugestão de hoje é também por um embate entre dois vinhos, obviamente um luso e outro brasuca, numa faixa de preço média acessível à maioria.

Escalei o Ceirós Tinto 2006, um vinho para quem não tem pressa pois vai desabrochando na taça conforme o papo corre solto, mostrando-se menos rústico que o 2004. Um tradicional blend duriense de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca é vinho complexo produzido pela Quinta do Bucheiro uma vinícola familiar com mais de 250 anos localizada na região de Sabrosa (será que é de lá que vem o Simão, jogador português?!) no Douro. Direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, vinhoso de aromas em que a fruta madura predomina com boa intensidade.  Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho muito particular e marcante, equilibrado e guloso com boa acidez que pede comida e agrada sobremaneira. Importado pela Vinhas do Douro custa por aí em torno dos R$50,00.

 

uma escalação complicada, mas devido á falta de opções no mesmo patamar de preços, sim porque há que se manter um mínimo de bom senso comparativo, caí num hibrido! Sim, porque a mão do enólogo é português e as castas também de lá se originam, o bom Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Está pronta a beber, é um de meus “nacionais” mais requisitados à mesa e meu amigo Rui Miguel do excelente blog português Pingas no Copo (link aqui do lado) o elogiou demais e comentou, “Olhando para o prontuário, dicionário e outros acessórios gramaticais apenas ocorreu a seguinte definição: Complexo e distinto.” Veja o resto dos comentários dele aqui.  O preço anda também pela casa dos R$50 a 59,00 dependendo de onde estiver.

           Que ganhe o que performar melhor, mas não deixe de levá-los á mesa acompanhados debons amigos e pratos. Se o jogo for tão bom como esse embate viníco, estaremos bem servidos! Que assim seja e como o jogo começa às 11, já dá para abrir um espumante no intervalo, algo leve, suave e fácil sem muita complexidade, um espumante brasileiro vai muito bem ou até um Prosecco como o Moinet. Brasileiros, podem ser; um leve Moscatel bem equilibrado como o da Marco Luigi ou Garibaldi, ou os; Marco Luigi Brut, Ponto Nero Brut, Valduga Arte Brut ou Aurora Blanc de Noir elaborado com Pinot Noir, todas ótimas opções de espumantes secos, mas vibrantes e cheios de vida que ajudam a alegrar o momento.

           Como, espero, o resultado final deverá ser empate, daí Portugal se classifica e sai em segundo pegando jogos mais “fáceis” na sequência, celebrarei com um Vértice Gouveio, um dos melhores espumantes hoje produzidos em Portugal. Para quem quer algo mais jovial, uma garrafita do rosé 3b da Filipa Pato também não é má pedida, não! Na eventualidade, mesmo que remota (eh,eh), de dar Brasil, bem, aí um Miolo Millésime/ Cave Geisse Nature ou Ponto Nero Extra Brut cairão muito bem. Aliás, já dizia Napoleão, “merecido nas vitórias e necessário nas derrotas”!

Salute, kanimambo e Segunda estarei de volta com Dicas da Semana, inclusive de boas compras.

Ps. Bolas, faltaram e muito para o meu conterrâneo Queiroz. Metesse o Hugo Almeida enfiado entre o Juan e o Lucio (este o melhor da partida de hoje) e acho que meu desejado 1 x 0 teria sido possível. Joguinho, não?! Sabem qual a diferença entre o rugby e futebol? É o seguinte; rugby é um jogo de animais jogado por cavalheiros, enquanto o futebol é um jogo de cavalheiros jogado por animais! O Felipe Melo não é uma prova disso?!!!

Encontro de Brasileiros na Rosso Bianco.

A bonita e boa loja capitaneada pelo Tiago fica situada em Jundiaí onde nos encontramos com o amigo Marcio Marson e equipe da Eivin para provar alguns dos rótulos brasileiros que hoje distribui.  Uma bela experiência que contou com a presença dos amigos blogueiros Cristiano (Vivendo Vinhos), Daniel (Vinhos de Corte), Alexandre (Diario de Baco), Beto (Nosso Vinho), Marcelo ( Emporio Vila Buarque), Jeriel (blog do Jeriel) e Guilherme Grando da vinícola Villaggio Grando e um convidado especial, Eduardo Milan, enófilo que, para minha agradável surpresa é granjeiro também. Tanto o Marcio como o Alexandre, trouxeram algumas novidades e preciosidades que tornaram este encontro muito especial.

              Vejam só o que estava sobre a mesa: Para iniciar os “trabalhos’ dois bons espumantes nacionais, o Marson Brut Champenoise e o Stellato Rosé. Na sequência, Villaggio Grando Chardonnay, Cordilheira de Sant’Ana Gewurztraminer Reserva Especial, Prelúdio da Vinha Solo, Corte Bordalês C de Vilmar Bettu, Terragnolo Marselan, e direto da barrica, Villaggio Grando Innominabile Lote IV e  Além Mar. Eis os meus comentários sobre os vinhos provados:

MARSON Brut Champenoise – já uma velha conhecida minha e um dos bons espumantes nacionais do momento fruto do blend de Chardonnay com Pinot Noir e uso de leveduras capsuladas. Frutos tropicais, brioche aparecendo de forma muito sutil, boa perlage, acidez balanceada, um espumante que me agrada e não é de hoje. Deu-se muito bem no meu Grande Desafio de Espumantes no final do ano passado, uma prova às cegas com 42 espumantes das mais diversas origens e estilos, um baita desafio sensorial não muito do agrado dos mais tradicionalistas. 

STELLATO Rosé da vinícola Santo Emilio em Santa Catarina, a 1200 metros de altitude. Um rosé diferenciado em função do uso de Cabernet Sauvignon e Merlot em sua composição.  Charmat longo com sur lie de 3 meses e uma fermentação malolática parcial, dão-lhe grande complexidade aromática que se repete na boca. Uma fruta mais madura que aparece de forma muito sutil, fino, elegante, ótima acidez, toques de fermento, um vinho todo ele muito delicado, fresco e apetecível com um volume de boca muito interessante em relação a outros espumantes rosés que costumam ser algo mais ligeiros. Já tinha chamado atenção para ele quando da Expovinis 2009, mas o preço ……..

Villaggio Grando Chardonnay 2008 sem passagem por madeira e produzido em Campos de Herciliópolis na região de Caçador a 1300 metros de altitude em Santa Catarina. A Villaggio Grando, quem me acompanha há mais tempo sabe que sou fã desta vinícola, produziu cerca de 12.000 garrafas deste gostoso caldo que tem o meu estilo de chardonnay, um vinho leve, fresco, rico com uma certa mineralidade sem perder o charme da cepa que, mais que nunca por não estar mascarada por trás dos excessos de madeira, mostra-se em toda a sua plenitude. Fino, cheio de sutilezas, leve toque de abacaxi e baunilha que pode levar a pensar em uso de madeira, flor de laranjeira, boa acidez e um final muito saboroso.

Cordilheira de Sant’ana Gewurztraminer Reserva Especial 2008, um clássico desta cepa em terras brasilis, com somente umas 3.300 garrafas produzidas. Para o meu gosto o vinho precisa de mais tempo de garrafa, mostrando-se algo curto e verde, seco, com um final algo abrupto e um nariz muito convidativo mostrando toda a tipicidade da uva.

Prelúdio 2007 da Vinha Solo, fruto do novo projeto de Marco Daniele em Campos de Cima da Serra, o primeiro dos bons tintos provados neste agradável noite na companhia de tanta gente boa. Blend de merlot, cabernet sauvignon e cabernet franc, um prato cheio para quem gosta dos vinhos do velho mundo, estilo Bordeaux da margem direita. Nariz complexo, intenso, terroso, couro e fruta vermelha bem presentes formando uma paleta olfativa inebriante. No palato não reproduz a mesma exuberância, porém mostra-se um vinho muito agradável de tomar , médio-corpo com  bom volume, taninos bem colocados, finos e aveludados, acidez no ponto produzindo um bom equilíbrio, com um final de boa persistência e muito saboroso. Um vinho que me seduziu e fez minha cabeça com um valor adicional, bom preço!

Corte Bordalês C 2001, produzido pelo “garagista” Vilmar Bettú, pequeno artesão do vinho que produz alguns dos vinhos mais caros e mais exclusivos do Brasil, tendo virado ícone para muitos dos críticos e especialistas do vinho. Desta feita estamos frente a frente com um caldo de reduzida produção, somente 580 garrafas envelhecidas em “madeira velha” por 13 meses. Um vinho que, após 9 anos, ainda se mostra bem robusto com taninos firmes e até algo rústicos. No palato é tímido abrindo-se lentamente em taça e, apesar da idade, um vinho que certamente se beneficiaria muito de um tempo de decantação. Na boca, tenho que confessar e pode até ser uma heresia, não me encantou. Esperava mais, pois as expectativas geradas eram muito grandes, porém senti alguma coisa verde e vegetal no final de boca que me incomodou. Não lhe tiro qualidades, muito pelo contrário, porém eu e ele necessitamos de outra conversinha tete a tete e em outro ambiente e devidamente decantado por pelo menos uma hora .

Terragnolo Marselan 2009 – uma amostra de barrica (12 meses de carvalho francês) e mais um vinho de pequena produção, neste caso 400 garrafas. Surpreendente e imagino como ele deverá ficar quando sair ao mercado dentro de mais uma meia dúzia de meses! Tinha como parâmetro desta cepa, o vinho 4º Geração, porém depois deste vinho fica claro que tinha porque a Terragnolo subiu o nível em diversos degraus. Nariz muito agradável em que se destaca a fruta fresca e, apesar dos taninos ainda muito presentes, mostrou grandes qualidades sendo muito rico, saboroso, ótima estrutura já mostrando um bom equilíbrio, aliando corpo com elegância, que deverá se acentuar com o tempo. Um vinho que deve chegar para chacoalhar o mercado! De tirar o chapéu, só precisamos ver a que preço virá já que a produção é muito limitada.

Villaggio Grando Inominabile Lote IV – ainda tenho que provar o Lote III que está na adega, mas sou fã deste vinho e não é de agora, já que desde Novembro de 2008 que nossos caminhos se encontram. É um vinho diferenciado tanto em sua elaboração como conceito e origem já que vem de cerca de 1300 metros de altitude próximo a Caçador na serra catarinense, um dos locais mais frios do Brasil com um terroir muito particular que se reflete em seus vinhos. Os Lotes I e II primavam pela elegância, o que este também tem, porém talvez lhe faltasse um pouco de pegada. A um assemblage de Cabernet Sauvignon / Cabernet Franc / Merlot / Malbec e Pinot Noir, agora agregaram um pouco de Petit Verdot que lhe aporta corpo e uma complexidade adicional, de certa forma preenchendo uma lacuna e tornando-o mais completo, mais harmônico e um vinho que promete, lembrando que esta foi uma prova de barril, pois o vinho ainda não foi engarrafado. No mercado está o Lote III, que já leva Petit Verdot, o qual comentarei assim que o tomar, mas este apresentou um ótimo volume de boca, os taninos presentes ainda algo verdes, mas já denotando muita qualidade, complexo, rico e um final de muito boa persistência. Um vinho do velho mundo e certamente mais um que surpreenderia o meu amigo Rui Miguel (Pingas no Copo) blogueiro de primeira linha na vinosfera lusa. Eu, que já gostava do vinho, desta feita me seduzi pelo caldo e acho que o vinho apresenta enorme potencial que só o tempo nos poderá confirmar, eu aposto nisso!

Além Mar da Villaggio Grando – apenas 8000 litros produzidos em conjunto com o conceituado enólogo português António Saramago e o enólogo da casa o francês Jean Pierre Rosier. Barricas de primeiro uso francesas, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec que, dentro de alguns anos será só de castas portuguesas ainda em processo de evolução na vinha. Mais uma amostra de barrica que vai dar o que falar quando sair ao mercado. Vinho encorpado, cheio, de ótima estrutura, boa acidez, de certo um ótimo companheiro da boa gastronomia. Gosto dos vinhos deste produtor. Têm um estilo que combina comigo, e este é mais um que virá para marcar presença. Uma pena que apesar dos esforços deles, o maior mercado consumidor de vinhos no Brasil (São Paulo) lhes seja vetado por uma carga tributária absurda imposta por nosso governo estadual que caminha num sentido contrário ao de Santa Catarina que baixou impostos. Teimosamente seguimos tentando e a Eivin é um parceiro importante nesse projeto. Grato aos dois pelo privilégio de provar esses ótimos caldos.

              No geral, uma excelente oportunidade de rever amigos e nos deleitarmos com vinhos de muito boa qualidade que só vêm confirmar a excelente fase que vive a produção brasileira. Houvesse mais bom senso na órbita governamental (Estado de São Paulo e Governo Federal) com a redução de impostos e favorecimento tributário aos estados produtores, nada de compensar aumentando dos importados ou promovendo absurdos como a lei do selo que só prejudicam o consumidor, assim como um maior acerto na distribuição e políticas comerciais que em geral ainda deixam a desejar, e certamente teríamos um cenário bem mais propicio ao maior consumo e continuo aprimoramento do vinho brasileiro. Quem sabe ainda viverei para ver isso acontecer!

Salute e kanimambo

Grande Desafio de Espumantes – os Brasileiros

           Não é de agora que os espumantes brasileiros são bons, mas faz um pouco mais de três para quatro anos que a mídia e os produtores iniciaram um trabalho mais forte de divulgação. Contrariamente aos vinhos tranqüilos onde a produção nacional, apesar da grande melhora de qualidade, perdeu espaço no mercado desde 2005 para os importados, no segmento de espumantes o inverso acontece com um crescimento de participação porcentual do mercado de cerca de 64% em 2004 para 75% em 2009. Somente neste ano o crescimento de vendas atingiu 14% sendo no Moscatel onde essa média é mais alta, cerca de 22%. Daí a começarmos a falar que o Brasil se tornou um dos três melhores produtores do mundo e que em alguns casos até champagne bate, num afã nacionalista muito típico nosso, não demorou muito. Minha avaliação geral é que, sim nos Moscatel estamos muito bem e entre os melhores do mundo, mas nos Rosés e Brancos apesar dos bons rótulos produzidos, ainda temos muito a crescer, inclusive no quesito regularidade.

          Deixo claro que é uma opinião particular, compartilhe ou jogue pedra quem quiser, mas acho que afora os investimentos necessários no vinhedo e na produção, um dos principais problemas para nos tornarmos realmente membros da elite dos espumantes é a falta de constância. Isto pelo que tenho observado nos últimos quatro para cinco anos, com algumas poucas exceções. Ainda é muito comum um determinado produtor estourar na mídia e na critica num determinado ano e no outro ficar bem aquém. Precisamos tempo para poder demonstrar nossa qualidade, humildade para seguir trabalhando na melhoria, constância de qualidade e um maior intercâmbio com o mercado e produtores internacionais. Temos muito bons espumantes, alguns até ótimos, bons preços, mas mantenhamos os pés na terra e deixo o forum aberto para comentários.

          Pessoalmente gosto muito dos nossos espumantes que trazem um frescor e uma característica cítrica muito interessantes que, a meu ver, são muito a cara do Brasil. Por isso convidei alguns dos principais produtores nacionais tendo o Brasil representado  cerca de 36% dos rótulos em prova com quinze espumantes que, só para relembrar, listo agora com menção do método de elaboração usado: Miolo Millésime Brut – R$75 (tradicional), Salton Evidence  Brut– R$65 (tradicional), Chandon Excellence Brut – R$90 (charmat), Marson Brut– R$59 (tradicional), .Nero Gran Reserva Extra Brut – R$45 (charmat longo), Valduga Gran Reserva Extra Brut 2004 – R$90 (tradicional), Cave Geisse Nature 2007 – R$45 (tradicional),Pizzato Brut – R$45 (tradicional), Dal Pizzol Brut – R$45 (tradicional), Do Lugar – R$32 (charmat), Don Giovanni Ouro – R$75 (tradicional), Marco Luigi Reserva da Família Brut – R$30 (tradicional), Villaggio Grando /SC – R$40 (charmat), Valduga 130 Brut – R$65 (tradicional) e Don Giovanni Nature – R$50 (tradicional). Destes, os que mais se destacaram na prova foram, por ordem de classificação, os que seguem:

1º Chandon Excellence Cuvée Prestige – Um senhor espumante que consegue juntar o frescor e característica cítrica dos espumantes nacionais com a complexidade dos franceses, não fosse a casa produtora originária de lá. Este não peca pela ausência de constância e a cada vez que o provo ele se mantém neste alto nível. Perlage muito boa, fina e abundante, mostrando que o método charmat pode sim gerar espumantes muito elegantes, formando um colar de espuma atraente na taça. Mineral bem presente, cítrico invocando laranja confitada, algo de fermento e brioche com nuances tostadas compõem uma paleta olfativa bastante complexa e delicada.  Já na boca é cremoso, gostosa textura, um produto de muita qualidade que seduz os mais exigentes e termina muito fresco com algo de frutas secas e novamente aquela presença gostosa de notas minerais.

2º Marson Brut – Uma grata surpresa de um espumante bastante tradicional no mercado que mostra uma perlage bastante fina e de boa persistência. No mais, talvez o mais exótico de todos com presença de frutas tropicais maduras como abacaxi e banana combinadas com um frescor imenso, fruto da ótima acidez muito bem balanceada formando um conjunto que satisfaz sobremaneira deixando na boca um gostinho de quero mais. Leve, gostoso, um final bem frutado e de boa persistência que abre o apetite.

3º Miolo Millésime Brut 2006 – Top dos espumantes da Miolo, é um pouco pálido na cor, mostrando-se ao nariz com aromas mais presentes de levedura e algo cítrico com nuances de amêndoas torradas. Na boca apresenta maior corpo, enche mais a boca e a cremosidade advinda de uma espuma abundante invade a boca com muito frescor. Perlage de tamanho médio, abundante e de boa persistência. Na boca é equilibrado, saboroso, um espumante que nos seduz facilmente e que já é boa companhia para uma refeição.

4º Salton Evidence Brut – Nariz citrino com nuances de flores brancas, tudo muito sutil e delicado convidando a levar a taça á boca. Na boca é fino, equilibrado, bom colar de espuma, muito boa perlage, fina, regular e consistente que nos massageia a boca com pequenas agulhas e mostra nuances tostadas, algo de padaria e bem mineral com um final onde desponta algo de maçã verde e muito boa acidez.

5º .Nero Extra Brut –  Elaborado pelo método charmat longo de seis meses que resulta num número considerável de bolhinhas bem finas e persistentes, muito cítrico e fresco numa boca gulosa, franca sem grande complexidade, mas muito saboroso que nos faz pedir mais uma taça, e outra, e outra … Prima pela finesse, final elegante, vibrante com toques de maracujá. Entre os Brasileiros, foi considerado o Melhor Custo x Beneficio

6º Cave Geisse Nature 2007 –  Aromas muito agradáveis, com um leve brioche intermediado por algo cítrico, nuances doces (mel) e toques florais muito sutis e elegantes. Na boca é cremoso, acidez maravilhosa que aporta um incrível frescor, balanceado, final muito saboroso, delicado com notas minerais e muito longo. Um espumante muito fino e sedutor tendo apresentado um leve amargor final que não chegou a incomodar.

          Todos espumantes que fazem juz aos comentários positivos da mídia especializada, ou seja sem grandes surpresas, que eu compraria sem exitar pois me agradaram muitíssimo. Na sequência os outros nove desafiantes: Valduga 130 / Pizzato Brut / Marco Luigi Reserva da Família Brut 2008 / Do Lugar Brut / Dal Pizzol Brut / Villaggio Grando (recém lançado nem rótulo tinha ainda, sendo a primeira prova dele) / Don Giovanni Brut Ouro / Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 e Don Giovanni Nature que compuseram um nível de qualidade bastante alto.

         Em Fevereiro deverei ir a Portugal e quero armar, com alguns amigos blogueiros de lá,  um Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes durante minha estadia. Serão oito rótulos (os TOP 6 acima mais dois convidados) versus sete portugueses, meu primeiro Desafio Internacional. Bem, por hoje é só, na sequência outros posts sobre esta deliciosa maratona de espumantes que, neste quente verão, são um must! Nada de ficar esperando ocasiões especiais, abra um espumante e faça o momento especial. Quer coisa mais chique do que naquele encontro com os amigos abrir um espumante de boas-vindas? Melhor, não precisa nem gastar muito para isso!

Salute, abraço e kanimambo.

Cave de Amadeu e Enoblogs

logo_amadeu               É, foi lá, no primeiro encontro do Enoblogs que tive a oportunidade de sanar uma das minhas falhas como enófilo, conhecer e provar os espumantes da Cave de Amadeu e seus mais célebres produtos que ostentam a marca Cave Geisse. Para muitos pode pairar a dúvida, mas é a mesma casa que elabora as duas linhas de produtos. Cave de Amadeu é a Vinícola de Mario Geisse, competente enólogo e engenheiro agrônomo chileno, que por aqui aportou pelas mãos da Moet & Chandon nos idos de 1976.

             Rapidamente, Mario Geisse percebeu a enorme vocação e potencial da região para a produção de espumantes de qualidade tendo fundado a Cave Amadeu em 1979 com o intuito de produzir, ele próprio, seus espumantes de alto nível. Esta degustação, já amplamente comentada nos blogs dos amigos presentes foi sublime, tanto pelo local, pela simpatia do anfitrião Alexandre  e esposa (valeu Vanessa), pela refeição ao final, como, em especial, dos espumantes de Mário Geisse, exemplar e criativamente apresentados pelo Adilson Pilot representante da vinícola, que foram mui justamente, os protagonistas deste delicioso encontro. Os espumantes da cave Amadeus seriam, digamos assim, o caminho de entrada deste saboroso e divertido mundo das borbulhas, e os da Cave Geisse a verdadeira tropa de elite somente elaborados pelo método tradicional (champenoise) e todos safrados. Legal, também, o fato de que desde 2008, todo o vinhedo está livre de qualquer agrotóxicos. Nossa saúde e o planeta agradecem, kanimambo!

            No Diario de Baco, blog do Alexandre com link aqui do lado, a reportagem é bem completa, mas não posso deixar de dar meu testemunho e comentários sobre o que vi e provei lá. Os espumantes da Cave Amadeus são bons e primam pela qualidade, sendo o Brut o que mais me agradou. Já a linha Cave Geisse é, efetivamente, de tirar o chapéu. O muito bom Cave Geisse Brut sofreu, porque foi servido depois do Nature que é, na minha humilde opinião, o grandeEnoblogs - Cave Geisse 003 espumante da casa, inclusive pela relação custo x benefício, que me encantou e seduziu.  Mas falemos das maiores estrelas que eu tive a oportunidade de tomar nesta degustação:

  • Cave Geisse Nature safra 2005, aquele que varreu o chão debaixo dos meus pés e me levou ao nirvana tornando difícil degustar os que se seguiram. Estupendo, um grande espumante que encanta e seduz com sua perlage muito fina e abundante, como que acariciando seu céu de boca. Aromas muito agradáveis, com um leve brioche intermediado por algo cítrico e floral. Na boca é cremoso, acidez maravilhosa que aporta um incrível frescor, balanceado, final muito saboroso, delicado com notas minerais  e muito longo, certamente um dos melhores espumantes que já tive a oportunidade de tomar e que nos faz entender o que  o monge “Don Perignon” quis dizer ao comentar que estava “degustando estrelas”! A que eu comprarei e, certamente, se tornará assídua visitante em minha taça, pois tem um preço entre R$40 a 50 conforme pesquisei na rede, pena que a foto é fraquinha!

 

  •  Outro grande espumante deles e, técnicamente, realmente o mais evoluído de todos, é o Cave Geisse Nature Terroir da safra de 2003, complexo e sofisticado dotado de uma elegância ímpar, perlage abundante, fina e persistente com um colar de espuma bonito e chamativo, uma verdadeira dama! De maior intensidade aromática que o Nature, convida-nos a levar a taça á boca onde, como no anterior, mostra todas as suas sutilezas e nuances num final super fresco e muito agradável. Desta preciosidade que passa por 180 dias de fermentação e 3 anos de amadurecimento, foram produzidas somente cerca de 4800 garrafas então, se for um felizardo proprietário de uma, salute! Para fazer inveja a muito champagne por aí!

Para finalizar, eu que sou um apreciador dos espumantes moscatel de qualidade em que  a acidez esteja bem presente para se contrabalancear à tradicional doçura da cepa, descobri no Cave de Amadeu Moscatel, um digno representante destes bons espumantes que, como este, acompanham maravilhosamente uma sobremesa.

 Enoblogs - Cave Geisse 008

Um kanimambo especial ao amigo Alexandre pela oportunidade, ao Armazem Gourmet e à Cave Amadeus (Geisse) que apoiou o evento. Bom rever os amigos como o Cristiano (Vivendo Vinhos), conhecer pessoalmente o Paulo (Nosso Vinho), o Beto (Papo de Vinho), o Daniel (Vinhos de Corte) e estar com o companheiro de sempre Álvaro (Divino Guia). Termino com uma frase que o Alexandre me enviou e deu como de autoria de Sergio Valente:

“Baco não gostava de uva, gostava de gente e  inventou um jeito legal de gente boa ficar junto”
 
Brindo a isso, salute!

Minimus Anima. Ah Se Eu Soubesse!

Minimus Anima 001Há vinhos e VINHOS. Ontem tomei um VINHO, assim mesmo com letras maiúsculas garrafais. Guardava-o em minha adega já fazia um bom tempinho, é, ou melhor, foi porque não restou gota para contar a história, o Minimus Anima 2005 de Marco Danielle do projeto Tormentas. Tenho que confessar que  há cerca de três anos tinha comprado dois, este e o Tormentas Secundo, teoricamente um degrau acima do Minimus, porém não foi um vinho que à época  me tenha encantado, tanto que pouco ou nada lembro dele.  Depois provei o Minimus Anima, aquelas coisas de degustação, em um evento qualquer e achei este vinho bom, mas nada que me entusiasmasse. Em função disso, vinha  postergando a abertura desta garrafa com um pouco de receio sobre o quê esperar dela, um grande vinho ou só mais um resultado de marketing das estrelas? Não  conheço o produtor (autor) pessoalmente e, mesmo querendo visitar seu estande na Expovinis, acabei passando reto por diversas vezes e desde já me arrependo, dando a mão à palmatória (será que tem gente que ainda sabe o que é isso?), pois adorei este vinho e mostra que provar é uma coisa e tomar em condições ideais, é uma outra bem diferente!  Se fosse no Vinhos da Semana, certamente seria um vinho que ganharia um I.S.P. de 4 smiles e muita festa! Ah se eu soubesse no momento da compra o que sei hoje, posso garantir que minha compra não se teria limitado a só uma garrafa deste doce néctar.

              Tenho tomado alguns bons vinhos, mas fazia tempo que não tomava um vinho que mexesse com minhas emoções como este mexeu e, ainda mais porque sei que desta safra não há mais e a de 2007 não tem a mesma composição. Não me lembro quanto paguei há época, creio que uns R$60, e se ainda o encontrasse a esse preço, algumas garrafas mais compraria. Não é o vinho top do produtor (autor), mas é um vinho surpreendente e apaixonante que me seduziu por completo tendo que confessar, que tomei a garrafa todinha! Tá certo,  minha esposa deu uns dois ou três goles, mas foi só. Que vinho, valeu a espera!

                Difícil ser muito objetivo ou tentar tecer análises mais técnicas, pois este caldo fez tudo aquilo que um vinho deve fazer com quem o toma; mexeu com minhas emoções deixando um rastro de prazer no olfato, na boca e na memória.Minimus Anima 004 A cor mostra alguma evolução, não aparenta passar por madeira e no nariz, foi se abrindo devagar, mostrando aromas complexos de frutas silvestres maduras, rosas e, talvez, algo de couro, tendo sido na boca, no entanto, que ele efetivamente me seduziu. Bom volume, corpo médio, redondo com taninos maduros e doces, finos e elegantes, muita riqueza de sabores, grande harmonia e equilibrio com um final de boca algo herbáceo, extremamente prazeroso e longo. Um vinho de grande finesse, diferente, com uma personalidade muito própria, daqueles que acabam rápido e deixam uma enorme saudade marcando fortemente sua passagem pelo palato. Certamente um dos melhores vinhos brasileiros que já tive oportunidade de tomar, provavelmente entre os top três, e se alguém souber de algum lugar em que eu possa encontrar mais algumas garrafas destas não hesitem em me dar um toque, só não vale se estiverem com o preço nas alturas já que, por mais que eu o deseje, vivo de orçamento e não possuo cartão corporativo federal, então ….

               Este vinho tem algumas peculiaridades, entre elas o fato de ser elaborado com 70% de Cabernet Sauvignon colhida quase que em processo de passificação na safra de 2005 tendo sido cortado com Alicante Bouschet da safra de 2006. O produtor, digo autor, é  alvo de grandes polêmicas me parecendo, em determinados momentos, até algo presunçoso em suas colocações, provavelmente movido pela paixão pelo que faz,  mas importante no final das contas é a prova na boca, e nessa o vinho passou com louvor. Quanto aos outros vinhos e desenvolvimento de seu projeto Tormentas, que agora possui outras ramificações, esta preciosidade tomada aguçou minha curiosidade e certamente ficarei de olho em outros vinhos para melhor conhecer este trabalho, aparentemente, diferenciado que este “autor’ vem fazendo em seu “ateliê de produção”. Se conseguir algo depois compartilho, mas quem quiser fuçar um pouco mais visite o site http://www.tormentas.com.br/ que, por si só, já é uma grande viagem. Gamei!

Ah se eu soubesse!!!

Salute e kanimambo

Vinhos da Semana

             È, fazia tempo que não publicava nenhum post destes “vinhos da semana” que vou tomando e compartilhando com os amigos. A periodicidade não é bem essa, mas isso é o que menos importa, o que vale mesmo são os vinhos e esta foi uma semana das boas, entre outras coisas porque matei saudades do gostoso Quinta de Camarate, mas tem mais!

Camarate + 003 

 

Ochotierras Gran Reserva Carmenére 2005, a última de minhas garrafas (snif,snif) deste vinho realmente estupendo sendo um dos varietais desta cepa que mais me encantaram até hoje. Está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância, muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, taninos finos e aveludados, rico, boa estrutura um leve apimentado final de boca com boa persistência. É importado pela Brasart e da última vez que vi estava disponível na Kylix e BR Bebidas com preço ao redor de R$90,00. Para tomar hoje e aproveitar por mais um bom par de anos.   I.S.P. 

 

Orzada Malbec 2005, ganho do amigo Cláudio do Le Vin au Blog em sua promoção de sugestão de perguntas para sua enquete semanal, é um Malbec chileno e, conseqüentemente, diferente dos argentinos que estamos habituados a tomar. É um vinho muito agradável ao olfato com presença de frutos negros, na boca é untuoso, macio e elegante sem a concentração exagerada que vemos muitas vezes nos vinhos argentinos, equilibrado, saboroso, taninos finos e sedosos, final de boa persistência uma pena que o preço seja tão caro. Na World Wine por R$86,00, em São Paulo, acho além da conta. Este produtor também produz um estupendo varietal de Carignan. I.S.P.  

 

Elos Malbec/Cabernet Sauvignon 2006, da linha dos topo de gama da Lídio Carraro é um vinho muito bom que me agradou bastante. Nariz agradável de frutas do bosque maduras, algo vegetal, aparecendo um caramelo em segundo plano e após um tempo em taça. Na boca mostra-se bem equilibrado com taninos maduros e macios, untuoso, médio corpo, bom volume de boca, saboroso e de boa persistência. Pelo preço aqui em São Paulo, variando entre R$55 a 65,00 acho um pouco puxado. Pelos R$40 que vi em lojas do Sul (na Costi Bebidas em Porto Alegre vi em oferta por R$36 e a este preço compraria de caixa) é uma das boas opções do mercado nos dias de hoje. I.S.P.

 

MUMM Cuvée Reserva Brut, espumante produzido por esta Casa de Champagne na Argentina. Pouca espuma, cor palha, perlage de tamanho médio com razoável persistência. Aromas de boa intensidade com forte presença de leveduras e brioche num estilo aromático mais tradicional. A sensação no palato segue o nariz, bem balanceado e frescor adequado sem ser vibrante com um leve amargor final. Para quem gosta do estilo, é interessante, mas não chega a empolgar. Pelo preço, em torno de R$26,00, vale, mas acho que temos melhores opções nacionais nessa faixa. I.S.P.

 

Quinta de Camarate 2005, um dos meus vinhos portugueses preferidos e que há muito não tomava, daqueles que a gente compra e não só bica em degustações ficando somente no desejo. Da Terras do Sado (CVR Setúbal) é produzido Diversos 117pela José Maria da Fonseca, uma das mais antigas vinícolas portuguesas, a primeira a engarrafar vinhos no país lá pelos idos de 1850. Conheci este vinho no Brasil por volta de 2005 quando o Pão de Açúcar o importava tendo, inclusive, comprado diversas caixas junto com amigos. Depois, voltei a tomá-lo num delicioso jantar com um amigo que há muito não via, lá Quinta do Anjo em Palmela “esquina” com o Azeitão, no gostoso restaurante Alcanena. Pelo que me lembro do vinho, melhorou mais ainda, ou será o fator saudade e uma certa nostalgia influindo? De qualquer maneira, vinho tem que mexer com as nossas emoções e este mexeu, e muito, com as minhas. Corte de Touriga Nacional (sempre ela) com Aragonez e Castelão, está com quatro anos de vida, e no ponto para ser bebido. Nariz muito frutado “red berries”, floral com nuances tostadas, muito rico em sabores em que a fruta se mostra muito presente, bom volume de boca, corpo médio, taninos macios, ótima acidez, mineral, redondo e harmônico com um final levemente especiado e longo. Um vinho para tomar levemente refrescado, por volta de uns 16º e muito, muito agradável de tomar. Está na faixa do 7,50 para 9 euros e foi uma das boas compras que fiz na ultima vez que estive em Portugal. Dizem que o branco também é muito bom, mas ainda não tive oportunidade de o provar, está na lista. Não entendo como nenhum de nossos importadores traz este vinho!! I.S.P. 

Salute e kanimambo.

Innominabile II – O Retorno

         Se há uma coisa que sou nesta vida, é persistente e tive que fazer o Innominabile II retornar a minha taça! Tudo bem, tem gente que diz que estou mais para teimoso, mas acho que isso é intriga da oposição. rsrs Conheço este vinho e, tanto quanto o pessoal de vinícola como o de um leitor amigo com comentário consternado que estava com o resultado do Desafio de Vinhos Assemblage, sentia que tinha que abrir logo a garrafa que me restava na adega e fazer a prova dos nove. Esperava o momento adequado e este finalmente chegou quando decidi fazer um fettucine com bacalhau aqui em casa, seguindo a receita do amigo Alexandre do Diário de Baco. Realmente super simples e rápido de fazer tendo harmonizado muitissímo bem com este vinho.

         Como pode ser visto pela foto, mesmo que não muito boa, o vinho possuía uma cor bonita ruby com leve halo aquoso. Nada a ver com o que Innominabile 002tínhamos tomado no Desafio, já de cor atijolada e rala. Este está vivo, com aromas algo florais, na boca mostra madeira bem integrada, taninos macios,  maduros, finos e sedosos mostrando bastante elegância, saboroso, delicado mostrando bom equilíbrio e acidez correta, um vinho gastronômico que cresceu com o prato e necessita de um tempinho em decanter para realmente mostrar seu potencial. O final é de média persistência e muito agradável,  mostrando um estilo bem velho mundo.

         Repetiu o que já conhecia dele e mostrou ser um vinho de muitas qualidades em que se destaca a finesse e harmonia ao contrário dos muitos vinhos anabolizados que se vê por aí.  Combinou muito bem com o bacalhau en função da elegância dos taninos que se equilibraram de forma harmoniosa com a delicadeza do prato. Poderia ter ganho o desafio caso fosse esta a garrafa em disputa? Provavelmente não, mas certamente se haveria bem melhor do que o resultado que obteve, pelo menos no meu conceito, dando uma maior canseira aos seus adversários da noite. Uma pena, mas aprendi mais uma; de que duas garrafas de um mesmo vinho, de uma mesma safra e guardado num mesmo lugar, podem envelhecer e evoluir de forma totalmente diferenciada uma da outra. São estas peculiaridades que fazem com que viver em nossa vinosfera jamais seja um tédio. Para quem quer mesmice, adote whisky ou cachaça! 

Salute e kanimambo.

Merlot Brasileiro – Para quê outros?!

               No post sobre a degustação de Châteauneuf-du-Pape publicado nesta última Segunda, falei de que na seqüência provamos um painel de doze rótulos dos bons Merlots brasileiros. Pois bem, ficou claro que, por mais que os produtores busquem a uva ícone brasileira; Merlot, Cabernet Sauvignon, Marselan, Egiodola e Ancelotta entre outras, é na Merlot que nosso terroir mostra sua cara numa enorme quantidade de rótulos de muito bom nível. Na minha modesta opinião e para muitos dos que apreciam bons vinhos, enófilos desprovidos de preconceitos, é na Merlot que devemos apostar nossas fichas e, apesar de já estar claro que esta é nossa cepa principal, ainda não aprendemos a lidar com esse fato do ponto de vista mercadológico. A Merlot é decididamente nossa grande cepa e, como veremos na degustação abaixo, não só na Serra Gaúcha não. Reproduzo abaixo os comentários e resultados conforme constam na revista Freetime já nas bancas.

             Desta feita, apesar de minhas notas estarem bem parecidas com a média alcançada, somente acertei o primeiro (Storia) e o último, no meio uma salada só. Para terem uma idéia do equilibrio, nas minhas notas eu tenho nada mais, nada menos do que quatro rótulos empatados em segundo lugar! De ressaltar a boa média de pontuação, sem grandes variações, com dez, das doze notas, acima de 85 pontos ou seja, vinhos de muito boa qualidade. Costumo dizer que nossos Merlots,  preço por preço, batem a maioria dos importados e que na faixa mais baixa são invencíveis. Este painel só veio confirmar isso e agora resta-me colocar alguns destes vinhos num Desafio  de Vinhos Merlots no Mundo o que farei neste mês de Junho, colocando frente a frente nossos melhores contra vinhos da; França, Espanha, Argentina, Itália, Chile, Australia, Portugal e África do Sul. Nos próximos dias falarei mais dessa “contenda”. Maiores destaques e Best Buys deste painel, no meu conceito,  foram o Pizzato Reserva, o Dal Pizzol e o Cavalleri Reserva todos com preços médios no mercado entre R$ 28 e 35,00 (minha pesquisa). Vamos aos vinhos conforme notas e comentários da revista:

Merlot TerroirMIOLO MERLOT TERROIR 2005 – Rubi violáceo, alta concentração, sem halo. Complexo, predominando frutas vermelhas maduras, amora, tostado agradável, caramelo, especiarias. Potente com ótima acidez, taninos muito finos, envolvente, volumoso, persistência longa e retrogosto frutado com toques de alcaçuz – Preço R$ 60,00 – Nota 88.7

 

Merlot Storia labelVALDUGA STORIA GRAN RESERVA 2005 – Rubi intenso, brilhante, sem halo. Complexo, muito frutado, cerejas, ameixas, especiarias, café, menta, floral, baunilha e toques lácteos. Redondo, ótima acidez, taninos doces, estruturado, longo, retrogosto frutado muito agradável – Preço R$ 120,00 – Nota 88.7

 

Merlot Desejo labelSALTON DESEJO 2006 – Violáceo,alta concentração,sem halo. Complexo frutado, especiarias, pimenta preta, sous bois, anis, tabaco e toques de coco e baunilha. Jovem com ótima acidez, taninos finos, encorpado, persistência longa e final de boca agradavelmente frutado – Preço R$ 59,00 – Nota 87,3

 

LUIZ ARGENTA GRAN RESERVA 2005 – Violáceo, alta concentração,sem halo. Muito frutado, amoras em compota, especiarias, toques florais, e vegetais lembrando menta. Elegante, ótima acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência, e final de boca muito agradável – Preço R$ 50,00 – Nota 87,0

 

Merlot Dal PizzolDAL PIZZOL MERLOT 2005 – Violáceo, média concentração, sem halo. Complexo com destaque para frutas vermelhas maduras, pimenta, couro, animal, toques de baunilha, lácteo. Acidez correta, taninos ainda ligeiramente verdes, corpo correto e boa persistência, final de boca agradável – Preço R$ 28,00 – Nota 86,6

 

Merlot Reserva PizzatoPIZZATO RESERVA 2005 – Violáceo, alta concentração, sem halo. Frutado, vinoso, toques terrosos, especiarias, agradável  tostado e um delicado anis. Ótima acidez, taninos jovens finos, bom corpo e persistência. Retrogosto frutado – Preço R$ 37,00 – Nota 86,6

 

 

Merlot Villaggio LabelVILLAGIO GRANDO 2006 – Rubi, média  concentração e leve halo. Delicado aroma frutado, ameixas, sous bois, chocolate, toques químicos e defumado  agradável.  Alta acidez, corpo médio e persistência longa, final de boca elegante. Pede comida.  – Preço R$ 77,00 – Nota 86,6

 

LIDIO CARRARO GRANDE VINDIMIA 2004 – Granada, média concentração, halo de evolução presente. Aromas frutados evoluídos, passas, sous bois, café, chocolate, toque terroso. Ótima acidez, taninos presentes, bom corpo e persistência retrogosto de passas lembrando o olfativo – Preço R$ 79,00 – Nota 86,4

 

 CAVALLERI PECATO RESERVA 2005 – Violáceo, alta concentração sem halo. Frutado, framboesa, toque adocicado,caixa de charutos, e leve herbáceo .Acidez correta,taninos presentes ainda verdes, bom corpo e persistência. – Preço R$ 31,00 – Nota 86,0

 

VALDUGA PREMIUM 2005 – Violáceo, ultra concentrado, sem halo. Frutado com toques químicos, tabaco, chocolate amargo, torrefação. Ótima acidez, taninos verdes, bom corpo e persistência longa, final de boca amendoado. – Preço R$ 33,00 – Nota 85,8

 

DON LAURINDO ENCORPADO 2006 – Violáceo, alta concentrado, sem halo. Frutas vermelhas compotadas, cerejas, pimenta preta,toque de eucalipto. Boa acidez, taninos ainda jovens, bom corpo e persistência.  – Preço R$ 30,00 – Nota 84,6

 

CORDILHEIRA DE SANTANA 2004 – Rubi, média concentracão, leve halo. Frutas vermelhas evoluídas, ameixa, floral, toque mineral. Alta acidez, taninos ainda verdes, corpo médio e persistência longa, retrogosto frutado.  – Preço R$ 46,00 – Nota 81,5

 

Vejam agora os vinhos favoritos de cada degustador e a nota dada por ele ao exemplar escolhido.

  • Alessandro Tommasi – Merlot Terroir Miolo – Nota – 88,5
  • Beto Acherboin – Merlot Terroir Miolo – Nota – 89,5
  • Débora Breginski – Merlot Terroir Miolo – Nota – 89
  • Carlos Hakim – Salton Desejo – Nota – 88
  • Didú Russo – Dal Pizzol Merlot –Nota 85
  • João Filipe Clemente – Storia Valduga – Nota – 90
  • José Luiz Pagliari – Lidio Carraro Grande Vindímia – Nota – 88
  • José Oswaldo Borges – Salton Desejo – Nota – 92
  • Miguel Lopes – Storia Valduga – Nota – 91
  • Paulo Sampaio – Salton Desejo – Nota – 89
  • Renato Frascino – Merlot Terroir Miolo – Nota – 92
  • Walter Tommasi – Storia Valduga – Nota – 90

Salute e kanimambo

Vinhos da Semana

               Semana de revisitar alguns rótulos amigos e provar um novo que, se não chegou a encantar, também não decepcionou. Vinhos que cabem no bolso da maioria, vinhos fáceis de beber e, majoritariamente, portos seguros já que nem sempre nos apetece singrar novos mares nem gastar muito!

Vinhos da Semana - Alaia 002

 Alaia 2004. Nome completo; Dehesa de Rubiales Alaia vindo de La Tierra de Castilla y León na Espanha. Apresenta bastante complexidade de sabores e aromas para um vinho nesta faixa de preço e uma experiência única já que é um corte muito bem elaborado com uma uva autóctone pouco conhecida por aqui, a Prieto Picudo, que é a cepa protagonista, tendo a Tempranillo e Merlot como coadjuvantes e um leve aporte de madeira passando 4 meses em carvalho francês novo. Aromático, muita fruta negra no nariz, já mostrando sua face mineral. Na boca está tudo lá, a fruta fresca, algo de chocolate, num corpo médio e equilibrado, redondo mostrando boa textura e taninos finos, mas acima de tudo o que mais me encanta neste vinho é sua identidade e personalidade. Não é um vinho tradicional com aromas e boca comum. É um vinho que atrai, cativa e seduz com algo diferente saindo da mesmice e nos fazendo experimentar sensações e sabores diferenciados. Desde a primeira garrafa que tomei lá atrás, no final de 2007 quando a Península trouxe seu primeiro lote experimental, deixei-me levar por essas experiências diferenciadas. Pela primeira vez creio que concordo com o tal do Jay Miller que lhe dá 89 pontos no Wine Advocate, um vinho que me traz grandes prazeres por um preço justo. Preço na Península, por volta de R$47,00. I.S.P.

 

Alfredo Roca Pinot Noir 2006,esta bodega Argentina faz vinhos de diversos níveis e de diversos preços. Quem se meter a grandes harmonizções, fartos jantares ou esperar muito dele, certamente se desapontará. Por outro lado quem o encarar como aquilo que ele é, um vinho básico, para o dia-a-dia, para traçar a pizza de Domingo, um belo sanduba, para aquele momento descontraído e descompromissado, aquela massa de domingo com o cunhado, aí eu acho que o vinho cumpre o seu papel e agrada.  Não é um vinho de grande tipicidade, mas é gostoso no nariz e, apesar de um pouco ralo, é gostoso, macio, redondo mostrando bastante equilíbrio. Ainda prefiro o Malbec básico deles, especialmente se for para um churrasco com um monte de gente ou até um casamento mais á vontade, mas este Pinot cumpre o seu papel e é sempre um companheiro seguro, ainda mais pelo preço em torno de R$16,00. Sirva levemente refrescado, a cerca de 15 ou 16º e opte por uma safra mais nova. I.S.P. $ 

Vale da Clara 2005, bom vinho português por um preço muito correto. Produzido por uma das boas casas vinícolas da região do Douro, a Quinta de la Rosa. A safra de 2005 foi muito boa na região e este vinho se valeu muito dessas condições. De boa estrutura, é suave, madeira bem equacionada, simples sem grandes aspirações, porém muito correto e saboroso. Bem equilibrado, taninos finos e boa acidez o que lhe confere um frescor muito agradável ao palato, apesar de começar a sentir um pouco o peso da idade. Já perdeu um pouco da vivacidade e personalidade que me conquistou na primeira vez que o tomei e que me surpreendeu pela relação Qualidade x Preço, então a sugestão é optar por uma safra mais nova, preferencialmente a de 2007 se já estiver disponível. Na Expand por volta de R$38,00. I.S.P.  $

 

Dal Pizzol Touriga Nacional 2007, mais um vinho revisitado, cerca de um ano após seu lançamento. Há época escrevi; “No nariz, possui um primeiro ataque frutado e fresco de boa intensidade. Na taça evolui deixando aparecer alguns toques florais bem tipicos da casta. Na boca é suave, elegante, com taninos maduros e um teor de álcool bem comportado, 13º. Bastante equilíbrio e harmonia num vinho leve que, certamente, agradará fácil. Mudou o terroir, mas a essência da uva está lá. Gostei; um vinho correto, fácil de beber”. Pois bem, não mudou muito e o que mudou foi para melhor. A fruta está mais presente, o vinho arredondou, ganhou maior harmonia e persistência mostrando bastante elegância. Um vinho gostoso que evoluiu bem e que surpreende, inclusive em função do preço, por volta de R$29,00, o que o torna uma das boas opções de compra dentro da faixa de preços. I.S.P.  $ 

 

Yalumba Y Series Shiraz/Viognier 2005. Do sul da Austrália, um corte típico dos vinhos de Cote-Rotie no Rhône francês. Este vinho é algo mineral, quente, especiarias, taninos ainda mostrando uma “pegada” firme que, certamente, mereceria ter passado uma meia hora ou quarenta e cinco minutos de decantação. Bastante fruta madura compotada, algo floral no nariz (viognier), encorpado, boa concentração e volume de boca, certa austeridade na boca e média persistência com final apimentado, um estilo bem novo mundo. Fechado, algo desequilibrado, não encantou. O problema de copiar cortes ou vinhos de reconhecida qualidade é criar uma expectativa comparativa, mesmo que involuntária, difícil de ser alcançada. Culpa de quem compra com essa percepção? Talvez. Boa companhia para um churrasco. Importado pela KMM com um preço ao consumidor por volta de R$75,00. I.S.P.

Salute e kanimambo

Vinhos da Semana

                  Mais um mix de agradáveis vinhos tomados na semana (longa) que compartilho com os amigos. Um pouco de tudo; confirmações, descobertas, surpresas, enfim, emoções geradas por vinhos que valem a pena serem conhecidos. Argentino, brasileiro, espanhol e, obviamente, a já costumeira presença de vinhos portugueses que são parte integrante de minha adega e meu constante garimpo.

Trivento Nature e outros 002

Trivento Brut Nature – um dos mais saborosos espumantes argentinos que tenho tido a oportunidade de provar. Com a Pinot Noir como protagonista e a Chardonnay de coadjuvante nesse corte, o espumante é levemente rosado e muito bonito na cor. Nos aromas aparece algo de maçã verde, mas na boca os sabores puxam um pouco mais para abacaxi, bastante interessante. Muito boa acidez que lhe transfere ótimo frescor e um final de boca bastante agradável. A Perlage é abundante, delicada, de média persistência e, apesar de ser um nature, está muito bem equilibrado sendo bem seco, porém amistoso ao palato. Uma boa opção, que me agrada bastante, trazido pela Wine Premium, que também importa os bons vinhos tintos deste produtor que pertence ao grupo chileno Concha y Toro, com um preço ao redor de R$37,00.  I.S.P. 

Artadi Viña de Gain 2003 – esperava mais. Na nariz aromas tostados, couro algo floral e frutado. Na boca está um pouco mais para Novo Mundo do que velho Mundo e diferente do que eu provei em 2007. Mostra-se escuro,algo duro, encorpado, de grande estrutura, taninos presentes ainda por equacionar, concentrado, final de boca especiado. Bom, mas senti falta daquela finesse presente nos vinhos da rioja que encantam pelo equilíbrio. Pelo histórico e presença na mídia, merece mais uma chance, até porque me lembro que o que tomei antes estava bem melhor. Desta feita procurarei uma safra mais nova. A importadora é a Mistral e o preço ao redor de R$150,00.  I.S.P. 

Negreiros 2004 – Mais um bom fruto de um garimpo na Expand Sales. Assemblage das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, plantadas na Quinta das Amendoeiras, no Douro Superior. São cerca de 10 hectares de vinha, que produzem cerca de 50 toneladas de uvas/ano, das quais, apenas 10 a 15 toneladas são viníficadas para este rótulo. Neste vinho, a mão mágica de Anselmo Mendes, entre outros enólogos, nos presenteia, com um vinho muito rico e equilibrado que está, provavelmente, no seu apogeu e melhor momento para ser desfrutado. O nariz, algo tímido, mostra fruta madura e algum vegetal. Cresce na boca, no entanto, mostrando-se bem harmônico, palato agradável com boa entrada de boca, taninos redondos e macios, acidez sem excessos formando um conjunto bastante equilibrado. Pelo preço que paguei na Expand Sale (R$28,00) uma bela pechincha. Preço normal R$58,00 disponível na Expand.  I.S.P.   

Perini Marselan 2006 – se não é um blockbuster, é um vinho saboroso e fácil de se gostar. Aromas de fruta madura, cantina, algo vinhoso. Na boca é agradável, fácil de tomar, redondo com taninos doces e equilibrados com um teor de álcool bem comportado o que o torna bastante amistoso no palato. Vinho correto, bem feito que melhora quando levemente refrescado a 14º. Esta uva parece ser bastante interessante para a região, já que as chuvas que tradicionalmente afetam a colheita de outras castas, na Marselan, de acordo com o enólogo da casa, é do que esta vinha gosta. Aos poucos, vemos diversos novos rótulos de vinhos elaborados com esta cepa sendo elaborados no Vale dos Vinhedos como este da Vinícola Perini. Fiquemos de olho, com os anos certamente veremos evolução. preço ao redor de R$28,00. I.S.P.  

Quinta da Lagoalva 2005 – um delicioso e macio corte de Castelão com Touriga Nacional. O vinho de entrada deste produtor do Ribatejo que me foi apresentado por meu primo Chico e sua simpática esposa Bia, quando lá estive no mês passado. Não é um grande vinho e não se propõe a isso, porém é um vinho correto, bem feito e equilibrado do qual poderia tomar garrafas. Com 50% passando em madeira, é um vinho que está absolutamente sedutor, leve para médio corpo, muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais. Grande surpresa, ainda mais quando lá o compramos por cerca de 3, 60 Euros. Aqui, é importado pela Mistral e custa algo ao redor de R$49,00.  I.S.P.

Salute e kanimambo.