Prova e Contra-prova com Eduardo Chadwick

Poderíamos chamar essas provas de “Batalhas de David com Golias” ou “ Embates do Século” ou, ainda de “Desafio de Gigantes”, na verdade pouco interessa o título e sim os resultados. Foram provas comparativas realizadas com degustações às cegas de vinhos top, tendo a primeira sido realizada em 2004, iniciativa de um visionário empresário e vinicultor Chileno. Em destemida ação mercadológica para posicionar seus vinhos no exigente mercado internacional, Eduardo Chadwick optou por tentar repetir a façanha dos vinhos Californianos no famoso Julgamento de Paris em 1976, quando em uma degustação às cegas os ainda jovens e pouco conhecidos vinhos dessa região, bateram grandes vinhos Franceses. O tiro poderia ter saído pela culatra, mas Eduardo, sexta geração da família a tocar esta importante vinícola Chilena, assumiu esse risco mostrando coragem e, acima de tudo, convicção no seu trabalho, em sua equipe e em seus produtos. Não contente com os resultados da primeira prova, a vem repetindo em diversos outros locais ao longo dos últimos anos, acompanhe as provas e os resultados:

 

Ano: 2004

Local: Berlin, Alemanha.

Participantes: Seis grandes vinhos Franceses, quatro grandes vinhos Italianos e seis Chilenos.

Rótulos e Safras: Da mítica safra de 2000 na França, os clássicos Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite. Ainda da França, mas safra 2001; Chateau Margaux e Chateau Latour. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia, Tignanello, Solaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.

Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2005

Local: São Paulo, Brasil.

Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Da França; Chateau Latour e Chateau Margaux de 2001 e Chateau Lafite-Rothschild 2000. Os Italianos, todos da safra de 2000; Sassicaia e Guado el Tasso Bolgheri famosos Supertoscanos. A isso se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2001, Seña 2000 e 2001 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2001.

Júri: Quarenta dos mais renomados e experientes jornalistas especializados, seleto grupo de enófilos, sommelieres, expoentes de nossa vinosfera.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2006

Local: Toronto, Canadá..

Participantes: Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Todos os participantes europeus da safra de 2000;  Chateau Latour, Chateau Margaux e Chateau Lafite e os Italianos Tignanello e Sassicaia. A eles, se agregam os Chilenos; Viñedo Chadwick 2000 y 2003, Seña 2000 e 2003 assim como o Don Maximiano Founder´s Reserve 2003.

Júri: cerca de 24 convidados entre imprensa especializada, clientes, enófilos, sommelieres e especialistas.

Mediador da Prova: O renomado jornalista da revista Decanter, Sr. Steven Spurrier.

 

Ano: 2008

Local: Copenhague, Dinamarca.

Participantes Três grandes vinhos Franceses, dois grandes vinhos Italianos e cinco Chilenos.

Rótulos e Safras: Da França os Chateau Latour, Lafit e Mouton Rotschild todos de 2005. Os Italianos Sassicaia e Solaia 2004, mais os Chilenos Don Maximiano 2004 e 2005, o Seña 2004 e 2005 assim como o Viñedo Chadwick 2005.

Júri: Dezesseis jornalistas especializados e um seleto grupo de vinte clientes enófilos convidados, todos formadores de opinião vindos do Reino Unido, Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e Rússia.

Mediador da Prova: Soren Frank e Niels Lillelund, dois dos mais importantes jornalistas do mundo do vinho na Dinamarca.

 

Berlin 2004

Resultado: ZEBRA !!

São Paulo 2005

Resultado: Zebra ?

 

1º – 2000 Viñedo Chadwick

2º – 2001 Seña 

3º – 2000 Château Lafite

4º – 2001 Château Margaux

4º – 2000 Seña 

6º – 2000 Château Margaux 

6º – 2000 Château Latour 

8º – 2001 Viñedo Chadwick

9ª – 2001 Don Maximiano Founder’s

Reserve

10º – 2001 Château Latour

10º – 2000 Solaia

 

 

1º – Château. Margaux 2001

2º – Viñedo Chadwick 2000

3º – Seña 2001

4º – Château Latour 2001

5º – Seña 2000

6º – Viñedo Chadwick 2001

7º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2001

8º – Guado Al Tasso Bolgheri D.O.C. 2000 Superiore 2000  

9º – Château Lafite-Rothschild 2000

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

Toronto 2006

Resultado: Zebra? Não mais.

Copenhague 2008

Resultado: Zebra? Não, a constatação de um fato!

 

1º – Château. Margaux 2000

2º – Chateau Latour 2000

3º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2003

4º – Tignanello 2000

5º – Seña 2003

6º – Viñedo Chadwick 2000

7º – Seña 2000

8º – Viñedo Chadwick 2003    

9º – Château. Lafite 2000

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

 

1º – Château. Lafite 2005

2º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2004

3º – Château Mouton Lafite 2005

4º – Solaia 2005

5º – Seña 2005

6º – Don Maximiano Founder´s Reserve 2005

7º – Château Latour 2005

8º – Viñedo Chadwick 2004

9º – Seña 2004

10º – Sassicaia Bolgheri D.O.C. 2000

 

 

 O interessante e o que me faz aplaudir estas iniciativas, é que podia ter dado tudo errado, tendo certamente demandado muita determinação e muita fé no próprio taco! Os resultados, para quem ainda não conhecia, estão aí. Não é acaso, não é sorte e, definitivamente, não é zebra. É a constatação de um fato e, como já me diziam quando pequeno, contra fatos não há argumentos! Sem contar que em Tokyo e Beijing também foi assim, consolidando uma tendência que demonstra a grande qualidade destes vinhos Chilenos, em linha com o que de melhor existe em nossa vinosfera. Para quem quiser conhecer mais, visite o site www.theberlintasting.com. Uma coisa que esquecia de dizer, é que todos este vinhos e vinhedos Chilenos que geram esses néctares, pertencem a um mesmo grupo, a “Viña Errázuriz”.

Tive o recente privilégio de participar de uma vertical de vinhos Seña e provar o Viñedo Chadwick, na companhia de; ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Eduardo Chadwick, presidente e maior divulgador dos vinhos de sua bodega. Gente, tenho que ter a humildade de reconhecer que pouco posso acrescentar aos resultados acima, que falam por si só, e a tudo o que já foi falado sobre estes vinhos na imprensa especializada. No entanto, como dizia o velho Vicente Mateus eterno presidente daquele time, quem sai na chuva é para se queimar, então aqui vai um pequeno apanhado das sensações que essa degustação me fez sentir.

Seña 2003 – Já tinha provado antes, mas nunca foi um vinho que me entusiasmasse. Bom, muito bom, sem dúvida alguma porém, eresia, não me encantava. Comentei exatamente isso com o Eduardo Chadwick após o almoço, talvez até em função do excessivo marketing que gerou uma expectativa alta demais e, por outro lado, uma questão de paladar pessoal. Sigo com a mesma opinião, mas, de qualquer forma, é um grande vinho com nariz de boa intensidade, fruta madura, cassis, algo de azeitona? Na boca está bastante equilibrado, saboroso, complexo e de ótima persistência.

Seña 2004, vem de uma safra complicada com muito frio e de difícil maturação. Na nariz de boa intensidade aromática, um pouco mais de pimentão e salumeria. Na boca está pronto, redondo de taninos macios e finos com um final de boca especiado mostrando algo de mentol. Para uma safra difícil, eu achei um grande vinho.

Seña 2005, grande, grandíssimo! Vindo de umas melhores safras de todos os tempos no Chile, o vinho é verdadeiramente deslumbrante. Na nariz ainda se encontra um pouco fechado, precisando de decantação para se aproveitar todo o seu potencial aromático. Na boca é maravilhoso, com taninos de grande finesse, bom corpo, ótima acidez, grande harmonia, enorme complexidade de sabores e deliciosa textura aveludada num final de boca interminável. Pronto para beber desde já, mas certamente melhorará muito com mais uma meia dúzia de anos, se é que alguém agüenta esperar todo esse tempo. Este é o meu Seña, um vinho vibrante!

Viñedo Chadwick 2004, um elixir dos deuses que nunca tinha passeado, lamentavelmente, por minha boca. Desta feita passeou e com grande impacto! Um puro Cabernet Sauvignon com 18 meses de barrica e 12 de adega antes de sair para o mercado. Um vinho verdadeiramente sedutor e encantador. Um vinho classudo, sóbrio, meio austero, porém de grande elegância com taninos de enorme finesse, encorpado, denso, rico, de textura sedosa, um verdadeiro elixir dos deuses com um final de boca extremamente prazeroso, complexo e apaixonante, que não termina nunca. Demonstra um enorme equilíbrio da madeira, álcool e acidez, formando um conjunto inesquecível e de enorme delicadeza, apesar de sua boa estrutura que lhe renderá ainda muitos anos de evolução.

 Uma pena que foram só alguns goles, pois este é daqueles para tomar a garrafa, no máximo a dois, e bem devagar para curtir todas as suas nuances. Grande vinho e o Eduardo me disse que o 2005 está ainda melhor, pode?! Para mim, este Viñedo Chadwick foi o grande vinho da degustação e, se tivesse R$2 a 2.500,00 para comprar um Chateau Lafite, ou similar, certamente optaria por comprar uma caixa com um mix de Chadwick 04 e Seña 2005. Talvez menos pompa, mas certamente mais sabor e mais prazer, por mais tempo! Para o meu paladar, o melhor de todos os vinhos super premium Chilenos que já provei e, um dos grandes em todo o mundo. A importação e distribuição exclusiva está a cargo da Expand, um de nossos parceiros do vinho, com vasto portfolio repleto de qualidade e este rótulos são um claro exemplo disso.

Salute e Kanimambo.

Viñedo Chadwick

           Só um teaser; descobri o melhor vinho do Chile! Genial e grande privilégio que tive ao participar de uma degustação muito especial ontem. Viñedo Chadwick, um excepcional Cabernet Sauvignon de enorme finesse e elegância que enche a boca de prazer e a alma de alegria, nobreza pura. Preciso de um tempinho para preparar a matéria, pois tem muita informação sobre este e outros néctares provados que são grandes vinhos, em qualquer lugar do mundo, como comprovado em algumas provas cegas realizadas. Aguardem, assim que der preparo o post.

Salute e kanimambo

Ochotierras Chegou!

Ochotierras, nome alusivo às oito colinas e campos da região de Limarí no norte do Chile, onde a vinícola se instalou há cerca de uma década tendo, a primeira colheita sido realizada em 2005. A região de Coquimbo no Vale do Limarí, onde a vinícola está situada, é uma zona semi-árida com um clima privilegiado com ausência de chuvas na época da colheita, temperaturas amenas com média de 28º, alta luminosidade e solos pobres, características perfeitas para obter uvas de qualidade e gerar belos vinhos. A água, um problema, é coletada do degelo da cordilheira Andina. Eles estavam presentes no evento da ProChile, mas não os visitei já que tínhamos agendado uma degustação específica no dia seguinte.

Na verdade, estes eventos de degustação, ou feiras, qualquer que seja o nome que se queira chamá-las, são ótimos para nos dar uma vaga idéia dos vinhos provados e conhecer as linhas completas dos produtores presentes, ou pelo menos aqueles que conseguimos visitar. Não, não estou cuspindo na taça que bebi, os eventos são válidos e os prezo muito, mas é numa degustação específica e harmonizada, que realmente conseguimos conhecer o que o produtor se dispõe a fazer, quais são seus planos e como, realmente são seus vinhos. Felizmente, a BrasArt, jovem importador exclusivo da vinícola, teve a grande idéia de convidar alguns enófilos e jornalistas para um bate-papo e degustação de seus vinhos num lugar que só vem a acrescentar qualidade aos vinhos, na Praça São Lourenço em São Paulo. Local lindíssimo e um oásis/restaurante tranqüilo e simpático em plena paulicéia, cada vez mais, desvairada. O melhor do local, é que no almoço é servido um enorme, diverso e super saboroso buffet o que possibilita que “brinquemos de harmonizar” os vinhos, levando aos píncaros essa experiência.

Mas, voltemos a falar da vinícola que, a principio, nos traz somente varietais de cepas produzidas em seus três vinhedos com 75 hectares, dos quais cerca de 35 plantados. Os varietais básicos que são vinhos mais jovens, de concentração média e fáceis de beber; os reservas que já passam um tempo maior em carvalho, são de maior estrutura, elegância e concentração mostrando toda atipicidade do vale; e finalmente os Gran Reservas, pura expressividade do terroir do Vale do Limarí com pelo menos 12 meses de barricas de carvalho e mais uns seis meses de adega após engarrafamento. Vejamos os vinhos que, a meu ver e para o meu gosto, mais se destacaram;

Dentro os brancos, Sauvignon Blanc e Chardonnay, o que mais me impressionou e me cativou, foi o Chardonnay 07 que passa levemente pela madeira para ressaltar a fruta. É um vinho de cor palha claro, límpido, de boa tipicidade e sutileza aromática. Na boca invoca as frutas cítricas, é fino, mineral, sedutor e, apesar de um teor de álcool alto, está perfeitamente equilibrado com ótima acidez resultando num vinho bastante fresco e fácil de tomar. Um delicioso branco para o da-a-dia extremamente bem posicionado no preço que agrada e satisfaz por meros R$22 a 25,00. Um verdadeiro achado que acompanhou muito bem, uma salada à base de kani. Certamente será presença constante na minha mesa.

Dos tintos, provamos a linha Reserva com três varietais; Cabernet Sauvignon, Syrah e Carmenére e, na linha de Gran Reservas os varietais de Carmenére e Syrah. No buffet, peguei três carnes para harmonizar com os vinhos; um pernil com molho de laranja, um medalhão de filé com molho de gorgonzola e um galeto com ervas.

  • Cabernet Sauvignon Reserva 2006 com 13.5º, está absolutamente redondo e pronto a tomar.No nariz se sente boa fruta madura com nuances florais, enquanto na boca apresenta taninos doces e sedosos, algo achocolatado, absolutamente elegante e fino com um final de boca longo e levemente especiado. É um Cabernet diferenciado, suave no palato e cativante. A principio, escolhi o galeto para harmonizar com este vinho e até que ficou bastante saboroso. Foi com o suave pernil na laranja, todavia, que o vinho, e o prato, demonstraram todo o seu potencial numa combinação divina. Um vinho muito agradável, fácil de harmonizar por um excelente preço de cerca de R$42,00, uma pechincha e mais um que irá freqüentar minha mesa com uma certa assiduidade.
  • Carmenére Reserva 2006 com 13.5º, ao contrário de muitos Carmenéres que tendem para aromas e sabores muito vegetais que, a meu ver, incomodam e demonstram uma certa agressividade, este é absolutamente frutal, amável e saboroso. Um Carmenére de primeira, de grande harmonia e aveludado na boca, para balançar quem não é chegado nos vinhos desta cepa. Acompanhou bem o pernil com molho de laranja. Gostei muito, preço R$ 53,00 somente disponível na BR Bebidas.
  • Syrah Reserva 2007 também com 13.5º,  possui um nariz mais intenso, muita fruta vermelha, algo de especiarias, corpo médio, carnoso, boa concentração, cremoso e muito saboroso. Por ser um pouco mais novo, seus taninos ainda se encontram mais presentes, porém são finos e elegantes sem qualquer agressividade, já está bom, mas promete melhorar com algum tempo mais de garrafa. Harmonizou muito bem com o medalhão de filé mignon. Preço sugerido R$42,00
  • Gran Reserva Carmenére 2005 com 14,8º absolutamente equilibrado. Um belo vinho, num degrau bem acima dos outros. Eu, que não sou fã desta cepa, tenho que reconhecer que este está maravilhoso e, a meu ver, o melhor vinho de todos eles. Os Gran Reservas são da primeira colheita realizada pela vinícola, então a previsão é de que teremos ainda melhores vinhos nos próximos anos. Este, está com uma paleta olfativa cativante de ótima intensidade, na boca é de grande elegância (aliás uma característica de toda a linha), muito harmônico com ótima acidez o que lhe dá uma vivacidade muito interessante, um leve apimentado final de boca com boa persistência. Encantou-me e achei um senhor vinho, talvez o melhor Carmenére que já tomei, tendo harmonizado muito bem tanto com o pernil, quanto com o medalhão de filé. Um vinho sem arestas, de quantidades limitadas, que deixa lembranças muito prazerosas. Preço de R$105,00 e somente disponível na BR Bebidas.
  • Gran Reserva Syrah 2005 é um vinho bem mais concentrado e potente com mais de 15º de teor alcoólico, com taninos finos e aveludados ainda por amaciar. O nariz é de boa intensidade em que aparecem notas de frutas vermelhas e negras.  Na boca está bastante harmônico, necessitando de um tempo em taça para mostrar todas as suas virtudes, final de boca em que aparecem as especiarias típicas da casta. Mais uma comprovação de que o Chile é hoje um grande produtor de bons vinhos elaborados com esta casta, tendo este, harmonizado muito bem com o medalhão de filé. Preço ao consumidor de aproximados R$110,00.

      Fritar dos ovos, ou melhor, final de taças porque não sobrou nada, é de que estamos frente a frente com um produtor novo com um terroir especial que está produzindo ótimos vinhos que chegam por preços muito competitivos em todas as faixas de qualidade. Há que se acompanhar, mas eu fiquei muito satisfeito com o que provei, e recomendo aos amigos comprar e apreciar estes vinhos. A BR Bebidas, nosso parceiro, é um dos locais onde seus vinhos podem ser encontrados já tendo, inclusive, dado destaque a estes rótulos no último Boas Compras de Agosto. Em Sampa podem ser encontrados também nos supermercados Empório São Paulo, no Varanda Frutas e na Galeria dos Pães. Cheque endereços e contatos em nossa seção “Onde Comprar” ou chame o pessoal da BrasArt (11-5575.8725) que certamente lhe indicará um local mais próximo de você. Ah, ia-me esquecendo, indo almoçar na Praça São Lourenço, não deixe de pedir um, ou mais, desses vinhos para acompanhar as delicías gastronômicas do lugar. Estes rótulos, ou parte deles, já constam da carta.

Salute e kanimambo.

Noticias do Front Chileno

A ProChile é uma entidade do governo Chileno que promove os negócios do país pelo mundo fora. Nesta semana promoveram um evento com vinhos Chilenos em que estiveram presentes diversos produtores, uns com importadores, outros procurando importadores e outros, ainda, debutando no mercado Brasileiro. Falarei um pouquinho sobre o que provei, lamentavelmente sempre menos do que gostaria em função do tempo versus diversidade e quantidade de expositores, começando por aqueles de grande persistência que mais me marcaram, estejam eles já presentes no mercado ou não. Aliás tenho uma tese sobre os vinhos longos, de ótima persistência. Os verdadeiros vinhos de longa persistência, são aqueles que persistem na memória no dia seguinte ou, eventualmente quando excepcionais, por tempo indefinido. Para minha alegria, provei alguns nesta última Terça-feira que me deixaram com água na boca na Quarta, Quinta, …., afora uma série de outros que, mesmo não deixando essa marca de forma tão intensa, são merecedores de destaque e me cativaram os sentidos de uma forma ou de outra. Uma pena a qualidade das taças que não fizeram jus ao evento e aos vinhos provados, unico senão do evento.

 

Primeiramente aqueles de looonga persistência.

Ona Branco 07, uma linha Premium da Anakena que recém trocou de importador e começa a trabalhar o mercado novamente. Estes vinhos são cortes muito interessantes e este branco é campeão. Corte de Viognier (35%)/Riesling(35%) e Chardonnay, possui um nariz exótico e complexo que, de forma coerente se sente na boca. È fresco, balanceado, harmônico, enche a boca de prazer e deixa na boca aquele gostinho de quero mais, Uma beleza, uma fonte de prazer que está por cerca de R$79,00. Sua versão tinta Ona Pinot, é um corte muito agradável, único e diferente, de Pinot, Merlot, Viognier e Syrah. Vinho muito elegante, macio de taninos finos, outro marcante e sedutor campeão na mesma faixa de preços. (Mercovino – 16.3625-4715)

Perez Cruz Quelen 05 um vinho conceito, somente 500 caixas produzidas, com um corte único e criativo. O conceito era pegar as três uvas coadjuvantes nos vinhos de Bordeaux e torná-las protagonistas deste vinho. Grande sacada, e o corte de cerca de 42% de Petit Verdot, 25% de Malbec e 33% Carmenére é divino! Original, complexo, boa intensidade aromática, algo herbáceo, boa concentração e ótima estrutura, harmônico, entra potente e com grande impacto,  amaciando na boca com um delicioso e muito longo final de boca. Um vinho de boutique, raro, um grande prazer e privilégio ter podido degustar um vinho desta categoria. Na Wine Company por R$240 e alguma coisa, não me lembro ao certo e não consta do catálogo. Um vinhaço e uma satisfação enorme! Para quem tiver caixa, imperdível, compre e guarde, só vai melhorar!

Duette Gran Reserva, creio que 06, um verdadeiro achado e um dos melhores custo x beneficio que provei no evento. O produtor é a vinícola Indomita, que produz um Pinot Noir básico muito agradável (já o comentei aqui no blog) e de ótimo preço. Agora nos presenteia com este belíssimo vinho, um corte de Cabernet Sauvignon com Carmenére que passa cerca de 15 meses em barrica. É muito elegante, boa estrutura, ótima acidez em perfeito equilibrio com taninos finos e sedosos, frutos negros, algo de eucalipto e um longo e suculento final de boca. Quem traz é a Barrinha e o preço ao consumidor está por apenas cerca de R$70,00, o que é uma pechincha pela qualidade apresentada.

Botalcura, este é o nome da Vinícola não dos vinhos que comentarei em seguida. Estavam no mercado com um importador, mas cancelaram o acordo e estão em busca de novos parceiros. Os três vinhos que provei foram todos eles de grande qualidade e surpreendentes. Lamentavelmente não tenho preços para repassar, mas espero que, quem venha a trazer estes vinhos, os posicione de forma competitiva. Três grandes vinhos; La Porfia Gran Reserva Cabernet Franc elaborado com uvas de vinhedos de cerca de sessenta anos, formam um conjunto realmente suculento, franco, equilibrado, muito elegante, complexo, longo e sedoso com toda a tipicidade da casta e, acima de tudo, profundamente saboroso. O segundo vinho que provei é um Nebbiolo, diferente dos Italianos com menos potência e maior elegância, num conjunto elegante e aveludado que cativa ao primeiro gole. Leva um tempero de 14% de Carignan, o que o faz um Nebbiolo à Chilena, muito agradável, aromático e macio. Para finalizar, um grande vinho, o Cayao 05, corte de cerca de 45% de Cabernet Sauvignon, 40% de Carmenére, 12% de Malbec e 3% de Syrah. No nariz, deliciosos aromas de fruta madura algo especiado. Na boca é suave, sutil e sedutor num estilo bem velho mundo, porém sem perder a energia e vivacidade que a ótima acidez lhe trás. Taninos finos e elegância ao cubo num vinho impactante e de grande qualidade. Espero que os preços sejam tão bons quanto os vinhos!

 

Outros belos vinhos que encantaram foram os:

Perez Cruz Reserva Syrah Limited Edition 06 / Wine Company / Preço ao redor de R$99,00 um belíssimo exemplar dos bons Syrah Chilenos. Do jeito que gosto dos Syrah, com muita elegância e boa intensidade, levemente especiado num muito agradável final de boca.

De Martino Single Vinyard Sauvignon Blanc 06 / Decanter / Preço ao redor de R$97,00. Um Sauvignon Blanc de muita classe e finesse, dentro os melhores da região.

De Martino Cabernet Sauvignon Gran Família 03 / Decanter / preço ao redor de R$190,00. Grande vinho de reconhecimento internacional, taninos finos e macios, rico, de grande estrutura, potente, ótima concentração, um vinho de guarda de grande qualidade.

Villard Equis Gran Vino 04 Cabernet Sauvignon + Merlot / Decanter / preço ao redor de R$127,00. Nariz contido (ou já tinha cheirado vinhos demais?) mostrando-se todo quando entra na boca com grande intensidade e impacto. Frutas silvestres e algo de pimentão, bem típico dos Cabernets da região. De ótima estrutura, é denso, muito equilibrado, com taninos maduros ainda presentes denotando potencial de guarda.

Antu 06 Syrah 100% / Bruck / preço ao consumidor em torno de R$87,00. Mais um Syrah de primeira, muito harmônico com especiarias bem presentes, algo terroso, saboroso final de boca num conjunto muito agradável e de grande finesse.

Odfjell Orzada Carignan 04 / World Wine / Preço ao consumidor ao redor de R$75,00. Um dos meus Chilenos preferidos vindos de videiras de Carignan com mais de sessenta anos e uma parcela de Cabernet Sauvignon. É um vinho clássico de muita finesse, taninos finos e sedosos, bom corpo, cheio, rico em aromas de boa fruta vermelha madura com nuances de chocolate e baunilha num final de boca extremamente agradável e saboroso.

 

Grandes Achados:

Ochotierras, um produtor novo, recém chegando ao Brasil pelas mãos da Brasart, que comentarei em post em separado na semana que vem, já que fizemos uma degustação específica de toda a sua linha no dia seguinte ao evento da ProChile. Deliciosos vinhos com preços idem.

Estampa Reserva Carmenère+Cabernet Sauvignon+Cabernet Franc 05 / Decanter / R$48,00. Um corte muito bem elaborado e rico. É muito equilibrado, taninos finos, macio e muito saboroso.

Castillo de Molina Pinot Noir 05 / World Wine – La Pastina / R$39,00. Vinho fácil de gostar e agradar. Sem grandes complexidades, nem se propõe a isso, é um vinho muito correto com boa tipicidade, redondo e muito agradável para ser tomado levemente refrescado a cerca de 14º.

Sucre, o campeão desta seção tem seus vinhos trazidos pela Wine Company, num projeto vinícola próprio que começa no Chile, e possui três varietais. Entre estes, se destacam os muito agradáveis e surpreendentes; Sucre Sauvignon Blanc 2008 de aromas intensos com muita tipicidade da casta, ótimo frescor e equilíbrio e o muito bem elaborado, frutado, suave, redondo de taninos finos e muito saboroso Cabernet Sauvignon 2007. São vinhos imbatíveis e excepcionais considerando-se o preço de, inacreditáveis, R$21,66! Vinhos imbatíveis nesta faixa e uma prova de que sim, podem existir bons vinhos por ótimos preços e não me venham com papo de impostos. Estes, certamente, farão parte do meu dia-a-dia.

 

Salute e kanimambo.

 

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

 

Cartagena Chardonnay & Fondue

       Faz uns dez dias que tive o prazer de fazer uma experiência interessante. Pela primeira vez, apesar das diversas sugestões anteriormente recebidas, optei por um vinho branco para acompanhar meu Fondue de queijo em vez de meu tradicional tinto novo e de baixos taninos. Para ser sincero, estava um pouco preocupado quando abri o vinho escolhido, o Cartagena Chardonnay  2002. Preocupado em função de tomar um Chardonnay Chileno com já um bom par de anos nas costas, porém foi uma grata surpresa.

      O vinho casou muito bem com o queijo do Fondue, criando uma harmonização muito saborosa e diferente do que estava acostumado. Não que o tradicional tinto seja ruim, não é não e eu gosto muito, porém os sabores se complementaram melhor formando uma sinergia muito especial. Um Riesling ou um Chardonnay maduro abrandam a acidez láctica do queijo realçando sua textura cremosa, de acordo com o Cordon Bleu, e a prática confirma isso. Bem, comentarei o vinho logo abaixo, mas para sintetizar, quando me dei conta, não tinha nem vinho nem Fondue e a foto é prova disso! Harmonização muito próxima da perfeição e, certamente, muito prazerosa.

  • Produtor – Casa Marin
  • Importador – Vinea Store (tel. 11. 3059.5205)
  • Região –  Vale de Casablanca
  • País – Chile
  • Composição uvas – Chardonnay
  • Detalhes Produção – 30% do vinho passa por Carvalho Francês.
  • Teor de álcool – 13,5º.
  • Safra – 2002.
  • Preço aproximado em Agosto/08 – R$74,00
  • I.S.P –     

Quanto ao vinho, se tivese que usar uma  única frase para o definir, difícil seria usar outra que não a que a própira Adriana (diretora da Vinea) usou ao descrevê-lo como “praticamente uma mulher de 40, madura e em sua  plenitude”. O vinho ganhou uma complexidade muito interessante, é cremoso de corpo médio, balanceado, boa persistência com um final de boca meio cítrico com toques de baunilha. Maduro, tudo no lugar, sem arestas, intenso, um bom vinho que está no ponto para ser tomado. Não sei se envelhecerá com qualidade por muito mais tempo, mas quem o tomar este ano, certamente usufruirá de grande satisfação. Opcionalmente ao Fondue, que ainda temos muito tempo para curtir, vejo este vinho escoltando com galhardia um belo prato de  curry de frango com maçã ou, eventualmente, talvez um filé de pescada cambuco com creme de espinafre. Valem as tentativas!

Salute e kanimambo.

Mais Vinhos da Semana

              Bem, Vinhos da Semana realmente não são. Na verdade são vinhos, muitas vezes, efetivamente tomados num período um pouco mais longo, estando mais assim como para uns dez dias. Só que, não dá para dar um titulo de “Vinhos dos Últimos 10 dias”, ficaria uma coisa sem graça, não concordam? De qualquer forma, são os vinhos que tomo em casa e sob os quais teço as minhas opiniões, sensações e prazeres que é uma forma de compartilhar os vinhos com os amigos. Vamos lá, chega de papo e falemos de vinho.

 

 

Philippe Bouchard Syrah 06, Vin des Pays D’OC , delicioso vinho da região de Languedoc com 100% de Syrah. Vinho pronto, muito agradável, teor alcoólico comportado com 12.5º, boa concentração com uma paleta olfativa muito agradável. É fresco, equilibrado, leve para corpo médio com toques de especiarias típicos da casta e muito sabor. Taninos finos e elegantes, completam este conjunto de forma muita harmônica. Um vinho realmente fácil de agradar e fácil de harmonizar por um preço muito bom. Como sempre digo, um Syrah elegante é sempre um grande prazer tomar e este não foge à regra. Disponível na Vinea Store por R$49,00. 

I.S.P. $

 

Los Vascos Cabernet Sauvignon Gran Reserva 05, um Chileno tradicional, com um tempero de 3% Syrah e 5% Carmenére, com influência Francesa que sempre me agradou muito. Este não negou fogo, mas já tomei melhores e o 2004 é um deles. Segue sendo um vinho de bastante elegância, de médio corpo, taninos finos, porém achei, por mais que os outros digam não, que a madeira e o pimentão aparecem demais faltando-lhe harmonia. Talvez tenha faltado uma decantação, não sei. De qualquer forma, segue sendo um vinho bastante interessante, boa qualidade só que, desta vez, não me empolgou. Pode ser o vinho ou posso ter sido eu, preciso lhe dar uma nova chance, mas a principio, acho que o Reserve está melhor, mais equilibrado e custa menos. Disponível na Confraria do Queijo & Vinho por R$64,00. 

I.S.P.   

 

Duque de Beja 05, vinho Alentejano, saboroso corte de Syrah/Cabernet Sauvignon/Aragonez e Trincadeira. Bonita cor rubi com toques violáceos e boa fruta no nariz. Na boca, fruta madura de boa intensidade, macio, sem arestas, muito harmônico e de média persistência. Vinho bastante agradável, taninos maduros, doces e já equacionados, lhe dão uma personalidade muito própria. Ideal para acompanhar uma carne assada ou prato similar. Disponível na Lusitana por R$ 45,36.

I.S.P.  .  

Fincas Privadas Tempranillo 05. Este Argentino, volta e meia, aparece sob a minha mesa e não só quando o orçamento está curto não! Por vezes, gosto de tomar vinhos mais descomplicados, sem grandes compromissos e fáceis de beber. Este é meu porto seguro e um vinho que me agrada muito. Não tem um conjunto olfativo intenso, mas é agradável com bons aromas de frutas vermelhas. Na boca é um vinho suave, macio, muito saboroso, surpreendente frescor e de grande harmonia com taninos finos e um bom final de boca. As pessoas têm dificuldade em acreditar, mas tudo isso custa apenas R$13,50 a 16,00 dependendo de onde você o compra. Na Casa Palla o compro pelo preço mais baixo, mas o Carrefour e outros supermercados também o têm. Provei os outros varietais deste produtor e os achei bem mais fracos, não os recomendando. Nesta faixa de preço, este Tempranillo é campeão absoluto e harmoniza maravilhosamente com pizza, um belo hambúrguer, umas lascas de queijo, bate-papo, amigos, macarronada de Domingo, e por aí afora.  Aliás, acho que rima bem com informalidade. A dica é, deixar o preconceito de lado e se deixar surpreender provando este verdadeiro achado para seu dia-a-dia. Fiquei em duvida se era um e meio smiles ou se deveria dar-lhe dois. Ora bolas, este merece, me dá muito prazer por pouca grana, então dois smiles serão! 

I.S.P. $ $ 

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Esta eu Acertei!

                Não sou nenhum gênio da cozinha, muito pelo contrário, mas arrisco uma coisa ou outra. Tão pouco consigo preparar pratos bonitos, muito menos fotografar, mas o pouco que faço até que cumpre bem sua missão, satisfazer o paladar tanto meu como de meus convidados. Quando consigo harmonizar o vinho, melhor ainda. Desta feita, a harmonização foi fácil já que é bem tradicional. Especial mesmo, foi a qualidade dos ingredientes dessa harmonização, colocando a modéstia de lado, o prato e o vinho. Ambos de muita qualidade, especialmente o prato! rsrsrs. 

                

O vinho foi uma sugestão do meu amigo Ricardo da Casa Palla, que me recomendou tomar um Sauvignon Blanc 2007 da Missiones de Rengo. Da região do Vale do Maule e com comportados 12.5º de teor alcoólico, pouco usual nos vinhos Chilenos, o vinho estava uma delicia. Tanto que me levou a comprar mais algumas garrafas posteriormente. Com muita tipicidade da cepa, grande intensidade aromática em que se destaca maçã verde e algo de melão maduro. Na boca é;bem concentrado, muito saboroso, ótima acidez e uma certa mineralidade que transmitem um agradável frescor ao vinho. Me encantei, ainda mais por que custa só R$27,00 lá na Casa Palla! Tivéssemos duas garrafas e acho que as teríamos traçado. I.S.P. $ 

            Melhor ainda porque harmonizou maravilhosamente bem com um Fettucine al Salmone que preparei no Domingo e que ficou divino. As fotos estão meia sola, mas o Fettucine e esse vinho ……..hummm! Para quem gosta, siga a receita que é super fácil de preparar, só assim para eu ir para a cozinha!

           Ingredientes (4 pessoas) 

  • Um pacote de 500grs de Fettucine.
  • 520grs de salmão fresco sem pele nem espinhas.
  • Três a quatro colheres de sopa de azeite (eu uso somente o Santa Vitória que compro na Lusitana). 
  • Quatro hastes de cebolinha verde bem picada.
  • 2¹/² xícaras de creme de leite fresco.
  • Um “maço” de espinafre fresco.
  • Sal e pimenta do reino moída na hora.

Preparar o Fettucine al dente. Numa frigideira funda, eu uso uma wok, jogue o azeite e frite o salmão por cerca de 3 minutos de cada lado ou até dourar. Junte a cebolinha e o creme de leite e ferva por aproximadamente 5 minutos. Enquanto ferve, com uma espátula de silicone, desmanche os pedaços de salmão em pequenas lascas. Quando esse molho engrossar ligeiramente, acrescente o espinafre e cozinhe até as folhas murcharem. Tempere com sal e pimenta a gosto. Agora pegue o macarrão que você preparou e transfira-o para a frigideira com o molho de salmão e misture bem. Aqueça e leve à mesa numa travessa. Parmesão ralado e pimenta, servidos separadamente para que cada um se sirva como preferir.

           Tente, se eu consigo, qualquer um faz! Acho que até a Eliza é capaz de fazer!! kkkk Tente, depois me conte o que vocês achou. Minha próxima aventura na cozinha será uma Carne de Porco à Alentejana, essa um pouco mais complicada, depois conto o que aconteceu. Salute, kanimambo e uma boa e saborosa semana.

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Vinhos do Chile, mais dados interessantes.

               O Brasil vem aumentando suas importações de vinhos Chilenos que, ao longo dos anos, ganharam uma áurea de porto seguro quando da escolha de vinho a tomar. Eis mais alguns dados interessantes obtidos com a ajuda da Pro Chile.

  • O Brasil subiu no ranking de países importadores, sendo hoje o 3º maior mercado para os vinhos Chilenos em volume com cerca de 18.8 milhões de litros e o 5º maior em valor com algo ao redor de USD 50.6 milhões.
  • 85% da produção de vinhos, de um total de 646 milhões de litros, é de vinhos D.O. (com Denominação de origem) sendo o restante para produção de vinho de mesa e Pisco.
  • Do volume produzido, 80% é de vinhos tintos e o restante de brancos.
  • Os 117.000 hectares de vinhas plantadas encontra-se dividido entre as seguintes cepas principais: 46.5% de Cabernet Sauvignon, 15.6% de Merlot, 9.4% de Carmenére, 8% de Sauvignon Blanc, 7.3% de Chardonnay e 4.7% de Syrah ficando cerca de 8.5% para serem divididas entre todas as outras.
  • O crescimento de vinícolas exportadoras, que citei equivocadamente como 100 em post anterior, cresceu enormemente saindo de 74 em 1997 para 310 em 2007. Verifica-se uma maior diversificação de empresas saindo do perfil concentrado existente até poucos anos atrás. Mesmo assim, a importância dos grandes grupos vinícolas, com suas coligadas, ainda é muito grande.

Chile – Regiões & Uvas

               Março é o mês do Chile, aqui em “Falando de Vinhos” e, como sempre, começaremos por expor um pouco da vinicultura no País, suas principais uvas, regiões produtoras, alguns dados estatísticos e algumas curiosidades. Quando conhecemos um pouco mais do País produtor, entendemos melhor o que acontece com seus vinhos. Posteriormente, concomitantemente com a coluna do Jornal, publicaremos as listas dos vinhos que Tomei e Recomendo por faixa de preços e as Boas Compras Chile. Neste mês, tive o grato prazer de poder juntar onze lojas e mais de 60 destaques de vinhos Chilenos de todos os preços e tipos, tem grandes vinhos na parada e muitas novidades. Agora, falemos do Chile.

             Chile, em Aimará, idioma indígena, significa “Confins da Terra”. O Chile têm características geográficas bem diferenciadas do resto dos produtores mundiais. È um país com 4.500 quilômetros de comprimento, mas com somente 154 quilômetros de largura na sua parte mais estreita e 445 na parte mais larga. Uma média ao redor de 268kms de largura. Sua localização geográfica faz com que o País fique espremido entre os Andes a Leste e o oceano Pacífico a Oeste tendo ao Norte o deserto de Atacama e a Sul os Glaciares. Adicione-se a isto, as águas cristalinas do degelo Andino que irriga os vinhedos, rígidos controles fito-sanitários e temos as condições ideais para o crescimento de vinhedos livres de doenças, produzindo frutos saudáveis. Estes limites geográficos, geraram barreiras naturais que, inclusive, protegeram os vinhedos da filoxera, doença que praticamente dizimou os vinhedos Europeus na segunda metade do século XIX, e permitem que videiras originais de muita idade possam ser utilizadas na geração de vinhos top de gama.

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 O Chile, com cerca de 117.000 hectares de vinhas plantadas e por volta umas 100 vinícolas, é hoje o quinto maior exportador de vinhos, do mundo, atrás somente da França, Itália, Espanha e Austrália. Tem, no entanto, o menor consumo per capita de todos os países produtores e exportadores de vinho. Em 1982, o consumo era de cerca de 52 litros anuais, tendo caído para 25 em 92 e se mantém entre 15 e 17 litros nos últimos anos. Uma das conseqüências, foi o forte esforço no sentido de aumentar a participação da exportação no escoamento da produção, tendo chegado aos dias de hoje com numeros impressionantes, cerca de 70% do total de vinhos finos produzidos! A outra, um grande pulo de qualidade por exigência do mercado internacional. Estes números são o inverso do que ocorre na Argentina, mesmo com o grande impulso exportador dos ultimos anos, que apresenta algo como 75% de sua produção destinada ao consumo do mercado interno e apresenta níveis de consumo interno bem superiores. Os maiores mercados são; o Reino Unido, seguido de Estados Unidos, Canadá, Alemanha e China. O Brasil está entre os 10 maiores mercados para as exportações Chilenas, baseado nos números de 2006, onde ocupa cerca de 30% de fatia de mercado, sendo o maior exportador, seguido da Argentina.

              A produção vinícola do Chile, basicamente desenvolvida em vales, se divide entre Regiões (4), sub-regiões (13), zonas ( 8 ) e áreas ( 52 ) com diversos terroirs gerando vinhos com características diferentes entre si. A tabela abaixo, extraída do livro Tintos & Brancos de Saul Galvão, que por sinal deveria ser leitura obrigatória para quem está começando no mundo dos vinhos, nos dá uma clara idéia da complexidade que é este tema. Grande parte da produção se situa próximo a Santiago que, por sua vez, fica a somente cerca de 280kms distante de Mendoza. As sub-regiões mais conhecidas são os vales de Aconcagua, Maipo, Maule, Rapel e Bio-Bio, com o vale de Limari em grande ascensão. Dos 117.000 hectares plantados, cerca de 75% é de uvas tintas e, destas, 50% são de Cabernet Sauvignon, ainda a principal uva do país. As variedades de uvas estão plantadas de forma bem abrangente na maioria das regiões, mas eis onde cada uma dessas cepas exalta qualidade:

Tintas. Abaixo as principais, mas existem, também, boas parcelas de Malbec, Carignan e Cabernet Franc.

  • Merlot, Cabernet e Carmenére – Sub-região de Maipo e Rapel
  • Pinot Noir – Sub-região de Bio-Bio e Aconcagua em especial Casablanca e San Antonio
  • Syrah – Sub-região de Rapel especialmente em Colchagua, e Aconcagua com ênfase em San Antonio.

Brancas.

  • Sauvignon Blanc e Chardonnay, as duas principais – Sub-região de Aconcagua com ênfase em Casablanca e San Antonio.
  • Riesling e Gewurtzraminer – Sub-região de Bio-Bio

A legislação Chilena determina que 75% das uvas usadas em um determinado vinho sejam obrigatoriamente desse mesmo varietal. O mesmo vale para a safra e sub-região determinada. Como as exigências Européias, principal mercado do Chile, exige porcentuais mais altos, se não estou equivocado 85%, a maior parte dos vinhos acompanham este parâmetro. Hoje em dia, já é mais comum ver indicação de 100% de varietal no contra-rótulo dos bons vinhos e produtores sérios. A adição de uma pequena parcela de uma determinada cepa sobre outra, muda radicalmente o vinho que se pretende fazer. Desta forma, o que se toma nos casos de 75% da cepa declarada, não é, nem de longe, um varietal e sim, na prática, um assemblage. 

            Durante toda a próxima semana, estarei postando a lista de vinhos que Tomei e Recomendo assim como as Boas Compras disponibilizadas pelas lojas parceiras. Boa viagem por terras e vinhos do Chile, clique aqui para mais informações no site Chileno “Saber de Vinos”, muito didático,  de onde tomei emprestado o mapa, e divirta-se. Salute!

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