Alejandro Fernandez é o Homem Por Trás dos Vinhos Pesquera!

Sim, é através dele que podemos nos deliciar com vinhos como Dehesa la Granja, Tinto Pesquera, Condado de Haza e el Vínculo! Diversos vinhedos e bodegas, uma só uva; Tempranillo e um só país, Espanha. A marca Pesquera já virou um clássico na Ribera del Duero de onde também vêm os vinhos de Condado de Haza. Com o tempo as fronteiras ultrapassaram as de Ribera del Duero e nasceram Dehesa la Granja em Toro e El Vinculo em La Mancha, porém mantendo a filosofia do homem que as criou, só plantar e produzir vinhos com 100% Tempranillo e só produzir vinhos de grande classe com muita qualidade. Estamos acostumados a ver esse tipo de coisa em bodegas centenárias, mas aqui falamos de uma verdadeira façanha, pois no curto espaço de tempo de 40 anos, já virou ícone, fato esse que tem que se referenciar.

Tive o privilégio de junto com alguns colegas, estar numa apresentação destes vinhos na Mistral onde pude provar alguns destes grandes vinhos. Não é de agora que falo aqui deste importante e mítico produtor espanhol, tendo em meados de 2009 me apaixonado por um Dehesa la Granja Seleccíon 2000. Agora, minha paixão foi outra, o incrível Tinto Pesquera Reserva Especial 2003 sobre o qual já teci meus entusiasmados comentários aqui mesmo, porém provei alguns outros grandes vinhos sobre os quais tecerei alguns curtos comentários:

Pesquera wine selection
Alejairen, um branco elaborado com Airen, uma uva pouco usada em vinhos finos e muito menos em varietal 100%. Dois anos de barrica francesa, muito complexo, grande volume de boca, faz a cabeça de muitos porém é uma uva e vinho algo polêmicos. Pessoalmente não me encantou, porém é um vinho diferenciado e segue o padrão de qualidade da casa.

Dehesa la Granja – já com toques de evolução sem perder o frescor, rico, boa tipicidade mostrando uma tempranillo de maior estrutura. Muito bom.

El Vínculo Crianza com 18 meses de barrica. Vinho intrigantes, marcante com uma personalidade muito própria. Vinho para tomar devagar tentando destrinchar todas as suas virtudes. Belo vinho!

Condado de Haza Crianza 2009, 18 meses de barrica e o segundo vinho entre todos os que provei no dia só ficando atrás do inesquecível Tinto Pesquera Reserva Especial. Paleta olfativa divina, sedutora, onde os frutos negros se mostram em todo seu fulgor, notas tostadas, harmônico, ótimo volume de boca e taninos muito finos. Longo final que pede bis a cada gole, amei e entre todos, talvez a melhor relação Qualidade x Preço x Prazer.

Pesquera Crianza, mais um vinho de tirar o chapéu! Grande presença de boca onde o vinho mostra enorme complexidade, taninos aveludados, muita classe aqui! Grande vinho seguido de mais dois rótulos irretocáveis!

El Vinculo Reserva e Condado de Haza Reserva, ambos com 24 meses de barrica e mais doze em garrafa onde riqueza, estrutura e elegância se mesclam em total harmonia, porém com uma mínima dianteira do El Vínculo com uma personalidade mais marcante! Esses dois mais o Pesquera Crianza, são de tirar o fôlego, mas o preço já fica um pouco salgado para a maioria de nós.

El Vinculo Parage La Golosa Gran Reserva 2003 foi um “regalo” aos presentes e já o tinha comentado também lá em 2009! Um Gran Reserva e único que passa em barricas francesas por 24 meses. Prova engarrafada de que em La Mancha não só se faz quantidade, como se faz qualidade também! Mais um grande vinho na taça que só veio confirmar que onde este homem põe a mão só podemos esperar o melhor.

Mais uma grande prova de vinhos que deixou marcas e mostra que a pessoa certa por trás de um projeto pode e faz a diferença. Gracias por la oportunidade de catar tan buenos vinos de una sola vez. Salud, kanimambo e tenham todos uma ótima semana.

Vega-Sicilia Único 99, Uma Lenda na Taça

Não é todo dia que temos a possibilidade e privilégio de estarmos diante de um vinho ícone. Na minha vida me lembro de alguns poucos encontros desses como com o Opus One e o Sassicaia, que nem fizeram tanto assim a minha cabeça. Não que não sejam bons, são ótimos, porém não achei que faziam jus a tanta fama. Por outro lado, outros foram inesquecíveis como, por exemplo, “meu” Andresen 1910!

Aproveito para contar um causo que ocorreu com um amigo meu daqui da loja e uma garrafa deste ícone espanhol. Esse Sr. X estava de visita a um amigo em Barcelona tendo marcado para se encontrarem num restaurante na cidade. Não querendo chegar de mãos abanando, até porque seu amigo espanhol lhe fazia os maiores mimos cada vez que vinha ao Brasil, passou antes numa loja de vinhos e comprou um Vega Sicilia Único. Ao chegar ao restaurante, desconhecendo os costumes da região, mostrou-se preocupado não sabendo se poderia abrir a garrafa e se havia taxa de rolhas, etc tendo solicitado a seu amigo que conferisse com o dono do restaurante se não haveria qualquer objeção. Seu amigo se levantou e foi em busca do proprietário voltando em seguida com ele que carregava a garrafa a garrafa nos braços como se segurasse um recém nascido. O proprietário lhe agradeceu a honra de trazer um Vega Sicilia Único para ser aberto em seu restaurante porque isso só dignificaria sua cozinha e que, não só não lhe cobraria rolha, como não lhe cobraria o prato para o acompanhar!

Pois bem, era uma garrafa dessas que abria, tremenda responsa e vega siciliaprivilégio! Nestes casos fica difícil falar do vinho, pois certamente há gente muito mais capaz que já escreveu um monte então pouco vou acrescentar ao que, provavelmente, você já leu por aí em revistas, livros e na net. O que posso falar sim, é do que eu senti. Jovem, absolutamente jovem de taninos finos bem marcados e muito presentes ainda apesar de seus 12 aninhos nas costas, anunciando que estamos diante de um vinho de longa guarda que tem tudo para evoluir muito positivamente por mais de uma década. A evolução aqui é menos aparente com a fruta ainda muito presente tanto no nariz quanto na boca, cor rubi, muito expressivo em boca com uma riqueza de sabores impressionante para um vinho produzido, também, num ano que não foi dos melhores. Aliás, nesses anos o bom senso pede que se compre vinhos de grandes produtores, sempre mais seguro! Possui um corpo de boa textura, seus taninos são sedosos e o final de boca é surpreendentemente fresco para um vinho que passou tanto tempo em barrica, muito longo, mineral e algo especiado, que nos deixa implorando por mais um gole e outro e outro ……… fazendo com que a garrafa acabe rapidamente. Um Ribera del Duero muito fino, cativante e elegante sem perder os traços de robustez típicos de seu terroir e vendendo saúde!

Muitos acham que este vinho é elaborado somente com Tinta del País (Tempranillo) porém ele normalmente leva um corte de alguma outra uva francesa; Cabernet Sauvignon, Malbec ou Merlot, muitas vezes das três dependendo muito do ano. Esta mescla de cepas nos vinhedos da bodega, data de 1864 quando Don Eloy Lecanda Chaves trouxe uma série de mudas de suas viagens a Bordeaux e só por causa disso são castas autorizadas na DOC. Neste caso, pelo que pude pesquisar, foram 10% de Cabernet Sauvignon e passa, entre os mais diversos tipos de madeira e cascos, algo como 82 meses em barricas sendo comercializado somente 10 anos após a safra correspondente, neste caso 2009! Não é o melhor vinho espanhol que já provei, tenho que confessar, mas é certamente o mais eloquente e mais marcante pois não é todo o dia que podemos levar à boca uma lenda.

Um vinho que não precisa de um momento especial para ser aberto, pois ao sê-lo faz dele um momento Único! Ainda me falta conseguir provar um Barca Velha, é sei, realmente uma falta grave em minha formação de enófilo ainda mais sendo luso, mas não tem sobrado din-din para isso e nenhum amigo ainda me convidou! rs Uma hora ainda quero tomar esses dois vinhos de uma mesma safra num Desafio Ibérico, alguém se habilita? Busco seis companheiros, mais eu sete, rachamos a conta!!

Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui! Cheers, salud, salute, …..Brinde

Uau, Vinhaço!

Tinto Pesquera Reserva Especial 2003, esse é o nome da fera, um grande vinho na minha taça! Recentemente estive numa degustação do produtor promovida pela importadora (Mistral) para apresentação de boa parte da linha deste produtor. Em breve escreverei sobre a prova e comentarei os outros oito vinhos degustados, mas hoje quero compartilhar com os amigos este rótulo em especial, que me seduziu e me deixou de queixo caído!

Pesquera Reserva EspecialFiel ás sua origens, Pesquera sua cidade e Tempranillo sua uva, Alejandro Fernández nos traz essa preciosidade que é somente elaborada em safras muito especiais e a última foi exatamente essa, já com 12 anos! Deste período de tempo passou 30 meses amadurecendo em barricas de carvalho e 48 meses afinando em garrafas, praticamente SETE ANOS!!

Costumo dizer que um vinho sem adjetivos é um vinho sem alma! Pode até ser bom, mas aquele que te empolga, que mexe com tuas emoções, esse tem que ter esse algo mais e este foi farto nos “uaus” que soltei, mostrando uma personalidade muito própria, porém sem perder suas origens, baita vinho. Me lembrei de dois anúncios, um algo mais antigo e outro mais recente e que melhor exemplificam o que senti, Bom de Boca e Me deu Asas, UAU, viajei legal! rs Encantador nos aromas que, cá entre nós, não me preocupei em descobrir e sim me deletei, me deixei levar sem lenço e sem documento, sendo teletransportado para Pesquera del Duero. Para fungar por horas a fio! Na boca é uma explosão de frutos negros, meio de boca algo mentolada, complexo e sofisticado, notas tostadas, baunilha, algo terroso, mais do que beber, é para namorar!

Para quem, como eu, gosta de vinhos do velho mundo já com uma certa idade, é de lamber os beiços. Provei nessa prova alguns ótimos vinhos, mas esse, aí que saudade! Me fez lembrar, mesmo que de regiões diferentes, um Cuñe Gran Reserva 1998 que tomei há alguns poucos anos, vinhos de enorme persistência na memória, onde os grandes realmente mostram seu valor e se instalam por uma eternidade enquanto dure. Cada um tem lá seu gosto e preferências, para mim este “ser” é realmente, desculpem a redundância, para lá de especial !

Aproveitando que dentro de dias também será um dia para lá de especial, eis aí um presente para véio enófilo e apaixonado por vinhos. Salud, kanimambo, seguimos nos encontrando por aqui e, em breve, compartilhando os Frutos do Garimpo!Brinde

 

Briego Crianza, mais um Belo Ribera na Minha Taça

Recentemente abri este vinho na loja com alguns amigos para ver se entrava ou não no portfolio junto com seu irmão mais novo o Briego Roble sobre o qual já teci meus comentários aqui. Mais um vinho que agradou em cheio (a Rejane não me deixará mentir) e nos faz refletir sobre a quantidade de produtores pouco conhecidos por aí que fazem alguns caldos muito especiais. Por isso bato tanto na tecla da diversidade e da infidelidade no mundo do vinho. Seja fiel à sua família, à empresa, aos seus negócios e fornecedores, à sua loja ou lojas preferidas, porém não seja fiel ao vinho, deixe-se levar por novos produtores e descubra novas sensações, é muiiiito bom! Tudo bem, tenha seus portos seguros, mas não deixe de viajar pois o sabor da descoberta faz valer a pena.

Briego crianzaBem, mas voltemos ao vinho e ao produtor. Briego significa luta, pelo vinho e pelas terras de uma região na Ribera del Duero que prima por vizinhos de primeiríssimo nível como Veja Sicilia, Pingus, Mauro, Protos, Carraovejas, Pesquera, Alión entre outros famosos, uma região algo mais distante do rio Duero conhecida como “Milla de Oro”,a parte mais nobre da D.O.. Escondido entre tantas estrelas, se esconde este produtor que agora conhecemos, Bodegas Briego, um produtor a ficar de olho!

Um Crianza na região de Ribera del Duero (como em Rioja) necessita passar um mínimo de 12 meses em barricas de carvalho e 12 repousando em garrafas onde afina, antes que possa ser lançado no mercado, porém este Briego Crianza tem um pouco mais. O vinho passa 14 meses (8 em barricas americanas e 6 em francesas) e mais 14 em bodega para só depois chegar em nossas taças. Elaborado com 100% de Tempranillo.

Como no Roble, sua paleta olfativa surpreende por sua riqueza e intensidade chamando-nos a atenção já na abertura da garrafa e se superando na taça quando mostra todo o seu potencial de aromas que nos convida a levar a taça á boca! Surpreende porque os Ribera costumam ser mais exuberantes em boca do que no nariz, mas este exemplar consegue nos despertar sensações em ambos. Fruta madura explode no nariz com suaves nuances mentoladas e algum caramelo. Entrada de boca sedutora ganhando volume no meio de boca onde a parece a tradicional estrutura dos vinhos região. A fruta aqui está mais fresca, acidez média, harmônico com taninos aveludados mais presentes no final de boca deixando um retrogosto de boa persistência onde aparecem nuances de tabaco, tostado e algo de especiarias.

Complexo, é um vinho que agrada sobremaneira e custa na praça algo ao redor das 140 pratas, em linha com vinhos similares disponíveis no Brasil. Importado pela Almeria do amigo Juan, um cara que conhece bem os vinhos de Espanha! Salute amigos e kanimambo pela visita. Uma ótima semana a todos.

Ribera del Duero na Taça – Briego Vendimnia Seleccionada

Provei este vinho neste último Sábado. Estava meio down e achei que para levantar o astral só abrindo algo que me surpreendesse. Não conhecia o vinho, porém as indicações eram boas então, what the heck, porquê abri-lo, porquê não, fui lá e filo! Corria o risco de ficar com o saco (desculpem o linguajar) ainda mais na lua porém foi uma escolha para lá de acertada!!

Briego vendimnia seleccionadaAo “descorchar”, os aromas já invadiram o ambiente, antes mesmo de servir na taça, o que me fez abrir um sorriso, meu dia estava a minutos de melhorar pensei, oba! Na taça mostrou que meu sorriso tinha razão de ser, que aromas intensos e sedutores, algo não muito comum a um 100% tempranillo, com muita fruta vermelha no nariz, um passeio no bosque! Na boca essa fruta aparece de forma fresca muito bem integrada com a pouca madeira (cerca de 8 meses) usada em sua elaboração. Taninos macios e finos, meio de boca guloso e de médio corpo, final que pede bis, um vinho apetecível e fácil de gostar numa faixa de preço muito parelha com que o vinho entrega de prazer, em torno dos R$80,00. Mais um tiro certeiro de meu amigo Juan Rodriguez da importadora Almeria. Estou com o crianza deles para provar, e esta experiência com o Vendimnia me deixou curioso!

Fiquei feliz com minha decisão e rapidamente meu astral melhorou. Um pouco depois meu neto chegou e aí pronto, foi a cereja que faltava para completar minha mudança de humor. Mais um bom vinho espanhol provado mostrando que as dificuldades econômicas deles fizeram que nos déssemos bem. Precisaram produzir melhor, com melhores preços e abrir novos mercados e nós acabamos nos beneficiando disso.
Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Falando de Tempranillo

 

Falar de Tempranillo é falar de Espanha e da região da Rioja onde a maioria dos vinhos tintos são elaborados Tempranillo 1com esta cepa tanto em forma varietal como em cortes tradicionais com Garnacha, Graciano e Mazuelo. A origem de seu nome vem palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região. É uma uva de muitos nomes porém de um mesmo perfil independentemente de onde seja cultivada; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino ou Tinta del Pais (Ribera del Duero ), Tinta de Toro (Toro) todas na Espanha e ainda Tinta Roriz (Douro e Dão) e Aragonez (Alentejo) ambas em Portugal. Em geral, os vinhos de Tempranillo são elegantes, estruturados, ganhando grande complexidade quando passam por madeira tornando-se bastante longevos com ótima resistência à oxidação. Seu estilo fica entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux. Podem apresentar aromas de frutas vermelhas, caramelo e especiarias, mas é mais marcante em boca onde realmente mostra a que veio!

Jovens Tempranillos, tendem a ser de corpo leve para médio, macios e amistosos devendo assim como os Pinots, serem servidos levemente refrescados, por voltas dos 15 a 16º quando melhor demonstram toda a sua sedução, alcançando a plenitude dos sentidos. Os vinhos de Ribera Del Duero, Toro e Douro (Roriz) tendem a ser mais encorpados com uma carga tânica maior precisando de mais tempo para se abrir e mostrar toda a sua exuberância ao palato. Hoje encontramos ótimos exemplares destes vinhos vindos da Espanha a preços cada vez mais camaradas, mas há de tudo; de 30 a mais de 1.000 Reais! Em 2013, duas das principais revistas americanas, Wine Spectator e Wine Enthusiast, tiveram no topo de seus TOP 100 do ano, dois Riojas Gran Reservas, uma mostra que esta uva pode produzir grandes e inesquecíveis vinhos. A Argentina, Uruguai e Brasil também são opções para se encontrar vinhos para prova, mas hoje me atenho a recomendar somente vinhos espanhóis de três regiões e diferentes faixas de preços que cabem no bolso!

DSC03739Canforrales Tempranillo – La Mancha
La Mancha não é das regiões produtoras espanholas de maior destaque, apesar de ser a maior, porém é de lá que vêm alguns dos melhores custos benefícios do mercado nos dias de hoje. Muitos vinhos nesta faixa abaixo de R$50,00 tendem a ser algo esqueléticos, ligeiros e sem qualquer estrutura, porém este rótulo é uma prova viva de que se pode tomar bons vinhos sem deixar um rombo no bolso no processo. Leve passagem por madeira (3 meses), taninos sedosos, boa estrutura, fruta fresca abundante (cereja bem presente), acidez presente e bem balanceada um ótimo gama de entrada para esta uva. Para acompanhar carnes grelhadas, queijo manchego, chorizo fatiado, até uma morcilla! Preço médio – R$49,00

Finca Nueva Crianza – Rioja
DSC03740Roja é minha região preferida quando o tema é tempranillo/Espanha e este rótulo mostra bem como esta saborosa e versátil uva se adapta bem à madeira. Em sendo um Crianza, já temos uma exigência mínima de 12 meses de barrica e mais 12 de cave antes de sua comercialização. Num patamar de preço intermediário, é um dos melhores e mais saborosos rótulos do mercado. Nariz marcante de frutos escuros e cereja com notas de baunilha, um toque de mocha e algo terroso. Boa estrutura, corpo médio, taninos bem equacionados, um vinho apetitoso e sedutor com um final algo especiado e longo mostrando toda a personalidade da uva. Preço médio – R$79,00

DSC03741Viña Sastre Crianza – Ribera del Duero
Grande produtor desta região, no sentido qualitativo, este é seu vinho de gama média entre os seis rótulos que disponibiliza. Passa 14 meses em barricas novas de carvalho francês e americano sendo elaborado com uvas de vinhedos entre 20 e 60 anos de idade. No palato uma riqueza de sabores ímpar, ótima textura e volume de boca denso, fruta madura, terroso, taninos aveludados de grande qualidade ainda presentes dando-lhe estrutura, boa acidez e um final longo com toques minerais que pede bis. Um belo vinho, bastante complexo, que prima pela harmonia, mas se quiser extrapolar e tiver bolso para tanto, vá do potente Pago Santa Cruz, i-na-cre-di-tá-vel!
Preço médio deste Crianza – R$ 140,00

É isso, bom fim de semana. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui. Ah, ia-me esquecendo! Ainda temos vagas para o Riedel Tasting – Degustação de Taças no dia 16, vem vai! Reservas para comercial@vinoesapore.com.br e pode ver mais clicando aqui > http://falandodevinhos.wordpress.com/2014/04/09/degustando-tacas-pode/

Guelbenzu Lombana, Eta Vinho Arretado Sô!

     Esta família de vinhos da Guelbenzu é realmente surpreendente. Este Lombana é bem diferenteGuelbenzu Amarelo de seu irmão Evo o que aliás, é algo bem comum tanto em nossa vinosfera como em na vida real! Já comentei o Evo recentemente, e esta garrafa abri com uns amigos entre eles o Marcelo que não vai me deixar mentir, eta vinho arretado sô! Da safra de 2005, crianza de 12 meses com parte em carvalho francês e parte americano, está absolutamente pronto para tomar e assim deve continuar pelos próximos um a dois anos. Elaborado tendo como protagonista a casta Graciano, tem como coadjuvantes a; Tempranillo, Syrah, Merlot e Cabernet Sauvignon formando um conjunto deveras apetecível. A Graciano aporta acidez, e estrutura aromática aos cortes com Tempranillo sendo muito usada nos Riojas, e tudo isso aparece bem neste vinho. Todo ele muito frutado com paleta olfativa intensa e convidativa em que se sobressaem os frutos negros. Macio de boca, cremoso, meio de boca rico e refrescante,  taninos sedosos e finos, longo com um mentolado sedutor que nunca senti tão vivamente na boca em qualquer outro vinho. Um belo vinho que nos chega de Ribera Queiles, encostado em Navarra, e mostra a beleza que é esse mundo de diversidade em que Baco reina absoluto e, mesmo com uma boa dose de litragem, segue com sua capacidade de no surpreender, não é verdade Marcelo?  Na casa dos R$125,00, como o Evo, mais um bom vinho espanhol em Terras Brasilis!

        Salute, kanimambo e não esqueça, dia 30, Sábado, armei um Taste & Buy Espumantes na Vino & Sapore em que você terá a oportunidade de provar ótimos vinhos para comprar somente na certeza. Vinhos que têm o meu aval, cada um em seu estilo, e espero que apreciem, mas reservem antes pois há limite de participantes em função do tamanho do local.

Rioja e seus Vinhos

Hoje a Espanha amplia seu leque de regiões produtoras para o mundo, porém Rioja sempre será a marca principal e símbolo de um país que gera grandes e inesquecíveis vinhos, haja visto que o melhor vinho do ano para a revista especializada Wine Spectator, foi exatamente um Gran Reserva de Rioja, o Cune Imperial 2004 que, em 2011 e com outra safra, já fez parte de meus Deuses do Olimpo!  No encontro deste mês da Confraria Saca Rolha, foi a vez de conhecermos e provarmos alguns destes vinhos e, através deles, tentar conhecer um pouco da história por trás da região, seus sabores e mistérios. Eis o que nossa porta voz e confreira, Raquel Santos, tem para nos relatar sobre o encontro e os vinhos.  

        Mais um encontro da confraria, final de ano chegando e  todos esperam que o calor chegue também, certo? Errado! Nosso começo de primavera tem sido bem atrapalhado, com ondas de frio pegando todo mundo de calça curta…..Por outro lado, veio a calhar a nossa escolha do tema desse mês: Vinhos da Espanha. Mais precisamente da região de Rioja. Digo isso, porque se existisse uma só palavra que definisse o estilo desses vinhos, seria “versatilidade”. São vinhos de personalidade forte, mas que se adaptam muito bem às circunstâncias.

         A região, que está localizada ao norte do país, recebe a influência dos climas atlântico e mediterrâneo. Abrigada ao norte pela Sierra rioja-map by Quentin Sadler-2013Cantábria e ao sul pela Sierra de la Demanda, é cortada pelo Rio Ebro. As temperaturas variam de acordo com as sub-regiões: Rioja Alta – com clima Continental, e influência do mar Cantábrico, tem invernos muito frios e verões quentes e secos. Rioja Alavessa – com clima de influência atlântica e mediterrânea, com invernos frios e chuvosos e verões amenos. Rioja Baja –  influência mediterrânea, com clima mais quente e seco.

         Além do clima, convivem ali diferentes culturas. Rioja Alavessa, do lado norte do rio Ebro, a província de Álava é basca, com sua própria língua, e politicamente luta para ser um país independente. Do outro lado do rio, Rioja Alta, na província de San Vicente de la Sonsierra (oeste) e Rioja Baja na região de Logroño (leste). Contudo, essas diferenças parecem desaparecer quando se fala da uva Tempranillo.

         Muito versátil, ela ocupa quase todo esse território e reina soberana. E ainda mostra-se muito amigável com outras variedades que  complementam e valorizam suas qualidades: A Garnacha, a Mazuelo e a Graciano. Com elas, produzem vinhos que podem variar de delicados a potentes, dependendo da maturação, evolução e envelhecimento nas barricas de carvalho.

         Igualmente acontece com sua principal casta branca: A Viura, que juntamente com a Malvasia de Rioja e a Garnacha Blanca, resultam num vinho fresco, fácil de beber e acompanham bem uma refeição. Por outro lado, é tradicional na Rioja o processo de passagem por barricas também para os brancos. A evolução é surpreendente, resultando vinhos muito vibrantes e ricos em sabor.

         Esse processo de afinamento que consiste na maturação do vinho, depois da fermentação, em barricas de carvalho é uma técnica que os espanhóis dominam como ninguém. O objetivo é enriquecer o conjunto sem ofuscá-lo. O passo seguinte é o tempo que o vinho depois de maturado, clarificado, filtrado (ou não) e engarrafado ficará  “envelhecendo” na cave antes de ser comercializado.

         A classificação de qualidade dos vinhos da Espanha é baseada nesse processo de elaboração, e foi dividido em quatro categorias:

   Joven ou Cosecha: Brancos e Tintos – sem passagem por barrica

  Crianza: Brancos – mínimo de 6 meses em barrica

               Tintos ( 2 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 12 meses em garrafa

  Reserva: Brancos ( 1 ano)– mínimo de 6 meses em barrica + 6 meses em garrafa

             Tintos ( 3 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 24 meses em garrafa

  Gran Reserva: Brancos (4 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 36 meses em garrafa    

                   Tintos (5 anos)- mínimo de 24 meses em barrica + 36 meses em garrafa

          Começamos a degustação com um branco fermentado em barrica:

    Rioja - Luis Canas Viura Barricado II     Luis Cañas 2010 – Da Rioja Alavessa, elaborado com 90%Viura e 10% Malvasia. Um branco fermentado em barrica sobre as lias, onde permanece por 3 meses. Muito fresco, com aromas florais e baunilha. Na boca lembra abacaxi e casca de limão. Enche a boca com ótimo extrato. Bem típico da região.

         

O segundo vinho da noite foi um 100% Tempranillo, da região de Rioja Alta:

         Sierra Cantabria Selección 2011. Bem frutado, com especiarias e chocolate. Na bocaRioja - Sierra Cantabria seleccion aparece uma mineralidade quase que salgadinha. Muito equilibrado e madeira bem incorporada. Acompanha bem uma refeição, aperitivos, ou mesmo sozinho para relaxar. Leve, gostoso e despretensioso. Lembram quando falei de vinhos versáteis? É esse!

         

O terceiro foi um Crianza, 100% tempranillo, também de Rioja Alta:

Rioja - Finca Nueva Crianza         Finca Nueva 2007. A madeira é o que aparece primeiro dando as boas vindas! Depois, muito suavemente e em camadas aparecem aromas de tabaco, folhas de chá, alguma erva mentolada (cânfora). Na boca se mostra mais frutado, com álcool presente, mas bem colocado juntamente com os taninos finos e boa acidez. Um vinho bem instigante…e o rótulo é lindo!

          No quarto vinho o assunto foi ficando mais sério:

         Marques de Murrieta Reserva 2007. Um vinho tradicional da região de Rioja Alta, nas Rioja - Marques de Murrietaproximidades da província de Logroño. Elaborado com 85% Tempranillo, 8% Garnacha, 6% Mazuelo e 1% Graciano. Permanece 20 meses em barrica e 24 meses em garrafa. Muito equilibrado, com ótima acidez, taninos macios e corpo que permanece um bom tempo na boca. Vai se mostrando aos poucos, nuances de fruta madura, um leve defumado, um toque de madeira abaunilhado, ervas perfumadas que remetem à vinha d’alhos… enfim, uma nebulosa caminhada que exige tempo e paciência para percorrer. Aos que se dedicarem a ela, a recompensa será infinita, pois permanece na memória por muito tempo.

          O quinto e último vinho, para encerrar a noite com chave de ouro:

 Rioja - Lan Gran Reserva        Lan Gran Reserva 2003. Mais um de Rioja Alta, este vinho foi feito com 85% Tempranillo, 10% Mazuelo e 5% Garnacha. Antes da comercialização, passa por 24 meses em barricas de carvalho e depois mais 36 meses em garrafa. Um belíssimo exemplar, que apesar dos seus 10 anos, ainda demonstrava muito potencial para evoluir. O mérito de um Gran Reserva não é o tempo que passa em barrica e sim se há extrato suficiente no vinho para receber essa longa permanência. Esse conseguiu e ainda está em fase de crescimento.

          O tempo de vida de um vinho depende de vários fatores. Quanto maior for seu extrato, volume de álcool, acidez, açúcar e taninos, maior será sua durabilidade. É um erro pensar que quanto mais velho, melhor é o vinho. Cada vinho tem seu tempo certo de vida e assim como as pessoas, uns envelhecem bem, outros nem tanto. Todo vinho tem sua infância, juventude, maturidade e velhice. O momento em que podemos encontrar seu esplendor, é uma tarefa difícil, que funciona como um belo aprendizado na base da tentativa e erro. Tanto um vinho bem jovem pode ser encantador, nos mostrando sua vivacidade e inquietude, quanto um envelhecido que mesmo já tendo passado do seu ápice, retratando suas “rugas”, ainda pode ser uma experiência interessante. Nessa hora, o caráter ou a personalidade é que conta. A diferença pode ser algo bem parecido entre brincar com uma criança de 1 ano ou conversar com uma pessoa de 100 anos!

         A decisão do melhor momento para apreciar um vinho está nas nossas mãos. Enófilos  como na nossa confraria, curiosos e apreciadores de um bom vinho em geral, nunca faltarão. E se depender de mim……

Guelbenzu Evo, Um Retorno à Minha Taça

     Nossa, como fazia tempo! O nome tem algo assim de sinistro, mas desde os idos de 2007 a 2008 que este vinho me chamou a atenção sendo que na época era trazido pela Expand e o selecionei como destaque na faixa de R$80 a 120,00 num post de Dez/07 sobre vinhos espanhóis. Depois deu um sumiço. reaparecendo agora pelas mãos da Import Gourmet do amigo e quase vizinho Jordi, que também traz os bons vinhos de Señorio de Sarría que fazem parte do mesmo grupo produtor.  Minhas notas da época pouco me disseram, mas tinha lhe dado 4 smiles o que na minha avaliação pessoal da época, essencialmente hedonística, é muito bom.

     Tendo como protagonista a Cabernet Sauvignon, leva cerca de 25% de Merlot e 15% de Tempranillo compondo um blend pouco usual, ainda mais quando vindo da Espanha. Quando o provei era Navarra, porém este que abri agora (2007) já é um Vino de la Tierra de la Ribera del Queiles, zona produtura nova criada em 2003 e composta por 16 municípios ao sul do Rio Ebro, entre Navarra, Rioja y Aragón.  Doze meses de barrica francesa nova, é um vinho poderoso, muito aromático em que um festival de frutos do bosque e sutis notas florais invadem o olfato ao ser desarrolhado.

  Guelbenzu Evo   Estava na loja para ser avaliado, já que nada entra no portfolio sem ser provado, e na semana passada chegou a hora. No almoço, preparei uma pizza artesanal de carne seca e fui feliz! A harmonização ficou muito boa, até porque a estrutura do vinho, já com 5 anos de garrafa, está perfeitamente integrada e pouco sobrou para contar a história. Textura deliciosa, taninos aveludados presentes, boca densa, algum mentolado, tofee, toques balsâmicos e terrosos, o vinho mostra-se bastante complexo em boca com algum mineral e um final de boca longo com algo de especiarias. Com a carne seca, casou muito bem e certamente um prato de bom peso lhe será ótima companhia, não me parece que seja vinho para meramente bebericar!

  Um belo vinho que mostra bem a força dos vinhos espanhóis e que me agradou muitíssimo, ainda mais porque não é daqueles vinhos que se encontra em qualquer esquina e, importante, manteve a consistência qualitativa ao longo dos anos. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos com muita saúde e bons vinhos.

Vertical de Mas la Plana na Saca Rolha

        Mais uma vez a confreira Raquel Santos compartilha suas impressões conosco sobre a última reunião da confraria Saca Rolha. Desta feita um clássico da modernidade espanhola,  um vinho único na região, uma deliciosa vertical do Mas la Plana. vejam o que ela tem a nos dizer:

Mas la Plana Vertical

Quem gosta de vinhos, gosta de falar sobre eles. Uma hora ou outra vai querer comparar aquela garrafa que conheceu e gostou, com as experiências de outras pessoas. Esse desejo de partilhar sensações, nos leva a uma eterna busca: “ O vinho essencial “. Aquele que nos transporta a um mundo de experiências agradáveis que tivemos ou ainda queremos ter.

Nas degustações que chamamos de “ verticais “, essa prática pode ser estabelecida comparando o mesmo vinho,  produzido em anos diferentes. Ou seja, podemos observar com o passar dos anos,  sua maturidade, o potencial de evolução, através da cor, aromas e sabores. No último encontro da Confraria Saca Rolhas, tivemos a oportunidade de conhecer quatro safras do mítico vinho espanhol MAS LA PLANA.

Foi o 1º vinho espanhol moderno que ganhou destaque mundial.  Miguel Torres, seu criador, movido por seu espírito inovador,  produz um vinho na região do Penedés/ Catalunya – terra dos Cavas – elaborado exclusivamente com a uva  Cabernet Sauvignon – terra dos Tempranillos . Em 1979, foi eleito o melhor vinho desta casta na Olimpíada Gaut Millau de Paris, à frente do Chateau La Tour, ambos de 1970.  A família Torres produz vinhos desde 1870 na região da Catalunya, mas sua inquietude fez com que estendesse seus domínios ao Chile, EUA e mais recentemente à China.

Todo vinho tem um apogeu, um momento que nunca se sabe quando acontece, a partir do qual traçam uma curva descendente. O tempo de vida de um vinho varia de acordo com a sua qualidade, isto é, vinhos de boa qualidade tendem a ser mais longevos. Daí, a necessidade de prová-los em anos diferentes. As safras degustadas foram: 1996, 1999, 2005, 2007 e a primeira dúvida que tive foi: Qual a ordem da sequência da degustação? Do mais novo para o mais antigo ou o contrário? Decidimos começar pelo mais antigo, já que o mais jovem normalmente tem mais frescor, uma cor vermelha mais vibrante , os taninos mais ásperos,  que com o tempo ficam mais macios. Também tendem a serem mais frutados tanto no nariz quanto na boca. Com o tempo seus componentes vão se integrando, tornam-se mais intensos e aprimoram toda a gama de aromas e sabores. Optamos por começar pelo mais antigo que provavelmente seria o mais “ domado “ entre eles.

Mas la Plana na Taça

Mas La Plana 1996

Na taça já se podia ver sua evolução pela cor rubi bem escuro com halo alaranjado. Aromas potentes de frutas negras compotadas e madeira bem integrada. Na boca confirma a presença de frutas com bom corpo, boa acidez e taninos presentes bem finos. Muito elegante e apesar dos seus 17 anos ainda demonstrou capacidade de evolução na taça.

Mas la Plana 1999

Aqui já pudemos ter a perfeita noção do que seria a diferença entre as safras. De cor mais vibrante e aromas um pouco fechados de início, mas que dado o seu devido tempo, revelou-se com muito frescor.  Além de frutas, podia-se notar algumas flores e madeira perfumada. Na boca, mostrou bom extrato, além de taninos e acidez presentes,  muito bem equilibrados. Notamos que continha a maior graduação alcoólica entre eles(14,7º), porém  estava bem integrado  e não chegou a interferir. Foi o que mais evoluiu na taça! Com final longo e ( confesso ) deu vontade de parar por aqui mesmo!

Mas La Plana 2005  

Sua cor não era muito diferente do anterior (1999). Porém, os aromas apareceram com mais desembaraço. Notei também uma presença mais acentuada de álcool (14º) , que talvez por essa razão, fez com que parecesse algo mais vibrante, mais jovial, porém com muito equilíbrio. Deixou a sensação de que essa safra será igual ao 1999, daqui a seis anos. Um irmão mais novo, mas irmãos  podem ser parecidos, nunca iguais!

Mas La Plana 2007.

Apresentou as mesmas características de equilíbrio e elegância notadas anteriormente. Aromas que vão se abrindo pouco a pouco, revelando ótima integração entre  madeira e frutas. Taninos finíssimos, porém presentes que vão amaciando cada vez mais com a evolução na taça. Acidez que pede comida.

Este exercício comparativo entre esses quatro exemplares do MAS LA PLANA  me fez pensar em várias  coisas:

  • Uma das qualidades de um vinho é quando identificamos nele uma personalidade,  que se mantém, independente das alterações climáticas e a maturação do tempo, senti isso aqui.
  • O que os espanhóis chamam de “ crianza “ ou seja “ criação “, está diretamente ligado ao tempo de maturação de um vinho, que quando somados à qualidade da vinha, ao terroir e à mão do seu criador, percebemos suas características e seu potencial de evolução.
  • Outra coisa, que chamou a atenção de todos, foi o teor alcoólico, que tende a aumentar cada vez mais com o passar dos anos em função do aumento de temperatura no mundo. As mudanças climáticas estão na nossa taça também!
  • E finalmente, que o homem é o elemento mais importante na criação de um vinho. A partir de um desejo, talvez de perpetuar sua passagem pela Terra,  movido pela criatividade,  e utilizando todas as ferramentas que  dispõe para criar algo que se assemelhe o máximo com ele mesmo.”

     Valeu Raquel e agora meu comentário pessoal: o 99 está divino e o 2005 segue o mesmo caminho, me encantei com os dois e assino embaixo, dois grandes vinhos! Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.