Estados Unidos

Montelena Chardonnay Extravaganza!

Quem sabe faz a hora! Ganhei no meu aniversário e o guardava para um momento especial então decidi neste Domingo transformar o dia num dia especial abrindo-o. Acredito que há vinhos que têm essa capacidade, o de transformar o momento, e este confirmou isso!

Montelena 2011Tá certo que o almoço a quatro mãos não ficou atrás, pescada cambuco com molho branco e espinafre (bom pra dedéu), parceiro ideal para as sutilezas e finesse deste vinho que em seus tempos áureos deu um pau nos grandes chardonnays franceses. Ainda há poucos dias conversava com alguns colegas amigos que diziam que o vinho tinha decaído bastante e não era mais o mesmo, mas quem sou eu para dizer algo. Eu o tinha provado há alguns anos e mais recentemente tomei o da safra 2010 que estava sublime e ainda não foi desta vez que ele me decepcionou.

Ok, não está tão bom quanto o 2010, talvez (pelo que me lembro) lhe falte a estrutura e volume desse, porém segue sendo, a meu ver e para meu gosto, um grande vinho que só sinto não ter bala na agulha para me deliciar com ele mais vezes, afinal o preço por estas bandas anda na casa dos R$400,00!! Para um frugal almoço de Domingo, convenhamos que foi uma tremenda extravagancia, mas que diabos eu mereço um carinho especial volta e meia! rs

Este vinho de origem americana se tornou famoso ao ter ganho o Desafio de Paris (quem ainda não viu o filme deve colocar isso na lista como “trabalho de casa”) entre os brancos o que deixou nossa vinosfera boquiaberta há época (1976) e lançou o vinho americano para o mundo. Eu não tenho esse gabarito e tão pouco a litragem de grandes vinhos brancos, especialmente dos franceses, para poder opinar, mas posso confirmar que é realmente um vinho de muita classe e melhor que ele só um Puligny-Montrachet 1ºer Cru que tomei há tempos e está ainda mais caro que isso. Cheio de sutilezas, madeira muito bem integrada e suave dando suporte à fruta abundante, sabores cítricos, lima, macã verde, acidez e mineralidade bem presentes, cremoso, ótimo meio de boca, complexo e longo, um vinho de muitas qualidades (vinho desse preço tem que obrigatoriamente ter, mas nem sempre mostram), que harmonizou muito bem com o prato e me deu muito prazer. Fez meu dia e vai deixar saudades! Valeu filhote, seu presente foi bem curtido, beijo.
Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Novas Descobertas

È meus amigos, estas minhas viagens pelo garimpo volta e meia me apresentam descobertas muito interessantes. Incrível os bons e saborosos vinhos que conseguimos encontrar por preços bem acessíveis, se realmente saímos e fuçamos um pouco no mercado. Na ultima semana tomei estes quatro rótulos muito interessantes que convido você a provar.

Primitivo San Marzano 06 IGT, um vinho da região da Puglia. Um vinho surpreendemente bom pelo preço, vindo para provar que nem todo vinho barato é ruim, mesmo quando italiano. Um verdadeiro achado do Fredo, Jorge e Cia lá da BR Bebidas. Quando se olha no contra-rótulo se descobre o porquê, é que a vinícola está ligada ao grupo Farnese um dos melhores produtores italianos com braços espalhados por diversas regiões produtoras e, desses mesmos vinhedos, produz alguns néctares de grande qualidade. Este é escuro, denso, chega a tingir a taça. De ótima concentração, na boca apresenta muita tipicidade da cepa com ótima acidez, taninos finos e aveludados. O final de boca é muito saboroso e agradável apesar de relativamente simples. A percepção de valor é bem superior ao preço de R$22,00 que a BR vende. Para o dia-a-dia, um vinho realmente muito bom! $ 

Les Salices Viognier 06 de Jaques e François Lurton, produtores franceses com investimentos espalhados pelo mundo inteiro. Produzem também, o ótimo Fuméss Blanche um Sauvignon Blanc muito bom e de bom preço. Este Viognier é um VdP (vin de pays) de boa tipicidade no nariz, boa intensidade mostrando frescor e algo floral. De corpo médio, bem balanceado, untuoso, algo cítrico, um bom exemplar desta cepa que começa a ganhar espaço no mercado.  Na Zahil por R$51,00.

 

Beringer Founder’s Estate Pinot Noir 05, da Califórnia, Estados Unidos. Uma novidade da Expand que o trouxe ao Brasil há pouco tempo e que, agora tenho oportunidade de  tomar e apreciar. Diferentemente das degustações, em que a gente basicamente “bica” o vinho, eventualmente duas vezes, nos vinhos da semana literalmente tomo e aprecio o vinho, muitas vezes acompanhado de comida, o que produz percepções e emoções diferenciadas. Provar uma novidade é sempre muito legal porque entramos desprovidos de informações e influências outras que não o da descoberta e esta safra foi especialmente boa o que aguçou minha curiosidade. Este Pinot é uma gostosa descoberta, mesmo não sendo um grande vinho e nem se propõe a isso. De médio corpo, taninos médios, um pouco genérico nos aromas e muito agradável de se tomar, mostrando estar muito redondo, harmônico e macio, fácil de agradar. Uma boa opção para conhecer o estilo dos pinots da Califórnia, tradicionalmente caros, sem que se tenha que provocar um rombo no bolso. Na Expand por R$59,00

 

Subsídio 06, do bom produtor alentejano, Lima Mayer, vem este vinho muito interessante, corte de Aragonez, Syrah, Alicante Boushet e Cabernet Sauvignon produzido na sub-região de Monforte. De nariz contido, necessita de um tempo em taça para se abrir em gostosos aromas de frutos silvestres. Sem ser um blockbuster, é um vinho correto, descomplicado, bom equilíbrio e estrutura, taninos arredondados e maduros, pronto a beber e de um final de boca bastante agradável e fácil de gostar. Na Seleto Vinhos por bons R$38,30.

 

Ps. os preços são de uns 15 dias atrás, há que conferir se ainda se mantêm.

 

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

Bohemian Highway

                Domingo, dia ensolarado e bonito, típico de nosso outono. Linda caminhada, por ruas tranquilas e arborizadas, respirando ar puro e fresco, sou um privilegiado. Volto a casa, um leve pigarro insiste em me incomodar a garganta num prenuncio de uma potencial gripe. Precisava de algo macio e sedoso que atenuasse o incomodo e abri um vinho. Tá bom, já sei, poderia ser um mel com própolis ou coisa semelhante, mas ……tenham dó, dia lindo, família reunida, papo rolando solto, tinha tudo a ver!

                Estava em clima de provar coisas novas, na adega escolhi um vinho que não conhecia. Peguei um Cabernet Sauvignon Americano da Bohemian Highway da safra de 2005. Já sei, nunca tinha ouvido falar, né? Pois é, eu também não, é lançamento da Vinci, mas acho que esta falta de conhecimento só nos aguça a curiosidade e, paralelamente, nos deixa absolutamente á vontade para apreciar o vinho sem quaisquer influências externas. Bem, comentarei o vinho logo abaixo, mas para sintetizar, quando me dei conta, tinha dois dedos de vinho na garrafa!

  • Produtor – Bohemian Highway Wine Company
  • Importador – Vinci (tel. 011. 2797-0000)
  • Região – Sonoma County, California
  • País – Estados Unidos
  • Composição uvas – Cabernet Sauvignon
  • Detalhes Produção
  • Teor de álcool – 13º.
  • Safra – 2005.
  • Preço aproximado em maio/08 – R$42,00
  • I.S.P –  

O contra-rótulo tem uma descrição do vinho, que talvez seja uma das mais corretas que já tenha visto “This wine embodies the casual, free-flowing spirit you will find along the way”. Ou seja, casual, despretensioso, pura diversão. Aliás, o próprio rótulo já nos dá uma certa dica do vinho. Ficamos batendo papo na mesa petiscando uns queijos e um pão italiano com azeite e depois almoçamos uma massa recheada com mussarela de búfala e molho ao sugo. Tudo simples, leve, ligeiro e o vinho, harmonizou perfeitamente com a comida e com o clima reinante. Um vinho bastante agradável que me surpreendeu, já que esperava um vinho mais encorpado e robusto. Ao contrário, é um vinho leve, suave, fácil de beber, porém sem ser aguado, risco que se corre em vinhos deste estilo. Boa paleta aromática em que sobressaem aromas de frutas vermelhas maduras, na boca é macio com taninos sedosos e doces, harmônico, bom frescor, vinho fácil de agradar. Não é um vinho de complexidades ou grandes wows, mas não se propõe a isto, possuindo um jeito meio “easy rider” de ser. Ganharia uns pontos a mais em meu indíce de satisfação caso fosse um pouco mais barato.

                   Como diriam meus colegas blogueiros Portugueses, um vinho saboroso, apetecível e descompromissado! Não sei se passa por madeira, mas se passa, é imperceptível. Certamente será ótima companhia para uma pizza de calabresa ou um churrasco de hamburgers bem tipico Americano. Ah, aqueles dois dedos de vinho que tinham sobrado? Eheheh…… Salute, são quase nove da noite e vou pegar um mel com própolis, amanhã promete!