Terrazzas Rosé, o Frescor da Córsega

Não são só os vinhos do Brasil que são exóticos e diferentes, ou de Israel ou do Líbano ou da China. Vinho europeu também pode ter um lado exótico corse-map-Mediterrquando produzido numa região pouco conhecida com uvas autóctones mais desconhecidas ainda. E o que dizer quando um vinho tem Terrazza Isula no nome, é produzida com uma uva chamada Sciaccarellu, mas é de origem francesa. Sim tudo é vero e, para lhe dar um toque francês, o corte foi elaborado com Cinsault. Tudo isso no entanto, tem a ver um pouco com a própria história dessa ilha mediterrânea chamada Córsega, mais conhecida entre nós por ter sido o berço de Napoleão, com pouco mais de 8500 km² e uma população ínfima de algo próximo a 280.000 habitantes coberta de muita vegetação e montanhas situada a oeste da Itália próximo a Pisa e à Sardenha.  Andou de mão em mão durante tempos pertencendo ao reino de Pisa (1077 – 1284) e ao de Génova (1284 – 1768), antes de ser vendida à França pela última. Desta forma, a existência de um dialeto Corso (parecido com o dialeto Toscano) e a influência de nomes e sabores não é mera coincidência.

               Foi aqui que o Empório Sorio veio buscar algumas preciosidades as quais já comentei anteriormente no blog, em especial em meu relato direto do front da Expovinis deste ano quando tive oportunidade de degustar 3B + Corsega Rosé 007Adiversos rótulos, porém não este que veio complementar estes dias de vinhos diferentes, em minha taça. Terrazza Isula 08 um corte de Sciaccarellu e Cinsault vinificado em rosé e uma verdadeira delicia. Um VdP (Vin de Pays) de l’Ile de Beauté, ilha da beleza, possui uma paleta olfativa muito vibrante e frutada convidando o vinho á boca onde ele explode de forma exuberante com enorme frescor. Atraente na cor, mostra na boca uma acidez acentuada, porém balanceada que umedece a boca chamando comida, ótima parceira para canapés de queijo de cabra e salmão, saladas, lombo agridoce e, como no meu caso, com peito de peru à Califórnia. Muito saboroso, é daqueles vinhos que acabam rápido e deixam aquele gostinho de quero mais na boca. Já tinha gostado muito de um outro vinho rosé que eles possuem em seu portfolio, Terra Nostra, e este é páreo ficando difícil escolher entre um ou outro. Muito bem elaborados e harmônicos, são vinhos para acompanhar comida, mas são ótimos parceiros de um papo informal como aperitivo e preparação do palato para a refeição principal. Em torno de R$50,00, são vinhos que tomei e recomendo, na minha modesta opinião melhores do que a maioria dos aclamados rosés da Provence onde ainda não consegui encontrar um rótulo que efetivamente me empolgasse.

Salute e kanimambo.

Desafio Bordeauxs Até R$100,00

Existem bons vinhos de Bordeaux abaixo de R$100? Sim existem e já são inúmeros os rótulos de vinhos originados Mapa bordeaux 2desta região disponíveis nos importadores e lojas. Há pouco tempo atrás estive num evento em que diversos desses rótulos foram degustados e daí a idéia de fazer este Desafio. Afora os vinhos provados e comentados no Garimpando Bordeaux, conheço diversos bons rótulos no mercado que mereceriam estar presentes neste Desafio de Bordeauxs até R$100, prova de que mesmo nessa região reconhecidamente cara, existe sim vida fora do universo dos grandes vinhos e não é pouca. Sejam da margem esquerda, direita ou entre entre-deux-mers este Desafio, junto com eventos como o de “Bordeaux ao seu Alcance”, promovido pelo CIVB (Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bordeaux), visam divulgar essa mensagem e ao mesmo tempo compartilhar com os amigos algumas dessas descobertas.

             Estes Desafios de Vinhos que promovo, como já sabem aqueles que regularmente acessam o blog (valeu gente!), é itinerante e pretende não só falar dos vinhos, mas também falar dos novos lugares que conhecemos e compartilhá-los com o leitor. Desta feita vamos estar num lugar super especial e sobre o qual falo muito, mas ainda não tinha mostrado. É um local super aconchegante, charmoso, simpático e único na cidade em função de suas características, é a Vinea Store. Loja e importadora de vinhos com um incrível Jardim Gourmet, é um lugar idílico com vinhos para todos os gostos e, importante, bolsos também.

Clipboard Vinea 1

           Enviei um e-mail para os meus principais parceiros e alguns já apontaram seus representantes aos títulos de; Melhor Vinho, Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra. Outros ainda estão por se definir ou enviaram, mas ainda não chegaram o que talvez venha a resultar em algum “forfait”. De qualquer forma, eis alguns dos Desafiantes já confirmados com a Vinea podendo escalar dois por ser a anfitriã do evento:

  • Vinea Store – Chateau Desclau Cuvèe Marguerite 2002

                         –  Chateau la Raze Beauvallet 2005 – Médoc

  • Decanter – Chateau Noaillac 2005 – Médoc
  • D’Olivino – Château La Guérinnière 2005 – Saint Emilion
  • Zahil – Chateau Puycarpin 2006 – Côtes de Castillon
  • La Cave Jado – Cuvée Hommage 2003 – Côtes de Bourg
  • Expand – Chateau Le Monastere 2005 – Côtes de Bourg
  • Interfood –   Calvet Reserve Rouge Bordeaux 2005

Casa Flora, Ana Import, Vinci e Mistral ainda estão por definir, mas pelo menos um deles está confirmado só que tenho que soltar o post, então depois faço a revisão. Desta feita não sei se incluirei um vinho surpresa totalmente às escuras, ainda estou por definir, mas é algo que gosto de fazer já que dá um têmpero interessante à degustação. Depois detalho os vinhos, mas por enquanto fica a dúvida, quem será que faturará mais este embate? É as cegas, então tudo pode acontecer.

Aurora Blanc de Noir 004Como sempre, começaremos o Desafio preparando o palato para o que está por vir e para isso, poucos caldos são tão próprios quanto uma boa taça de espumante. Nesses dias, busco trazer rótulos menos conhecidos ou recém lançados para que a banca de degustadores possa conhecer esse novo produto que depois será compartilhado com os amigos leitores. Desta feita, provaremos o único Blanc de Noir brasileiro, de que tenho conhecimento, o Aurora Brut elaborado pelo método charmat com 100% de Pinot Noir. Eu já provei, mas não vou adiantar nada não!

Salute e kanimambo.

Garimpando Bordeaux

                Bem, o garimpo mesmo não foi feito por mim, eu só fui sorver do trabalho do CIVB (Conselho Interprofissional dos Vinhos de Bordeaux) em seu projeto “Bordeaux ao Seu Alcance” que tem tudo a ver com os objetivos deste blog. Como disse ontem, vinhos BGB (Bons, Gostosos e Baratos) existem em qualquer lugar e, mais do que nunca, há que se divulgar isso. Parece que os produtores e importadores, pressionados pela crise, finalmente veem descobrindo o que nós consumidores queremos, Qualidade com Preço, sendo este evento um claro exemplo disto.

                Muito bem organizado pela Cristina Neves num local muito bonito (Espaço Siquini Gourmet), o evento teve a participação de cerca de 15 importadores com algo ao redor de uns 80 ou 90 rótulos à prova. Nesta faixa de preços de até R$100,00, com alguns poucos desvios, os vinhos são mais jovens e prontos a beber não sendo rótulos de grande guarda apesar de que alguns podem evoluir com mais dois ou três anos de garrafa. Na grande maioria, no entanto, são vinhos já prontos a beber. Destes provei uns 28 a 30, na grande maioria bons, tendo cerca de uma dúzia deles se destacado. Falemos desses vinhos:

Casa do Porto, três rótulos entre eles o famoso Mouton Cadet, o Baron Nathaniel e o que mais me agradou, o Chateau Bastian 2005 Com 50% de Merlot, vinho muito saboroso, redondo, fresco e frutado sem grande complexidade porém bastante equilibrado e fácil de tomar. Uma boa relação Custo x Beneficio por R$65,00, o que acabou sendo uma constante no evento.

La Cave Jado, um pequeno e seletivo importador que tem por filosofia trabalhar com pequenos produtores e grandes sabores, escolhidos a dedo, ou melhor, a goles garimpados em diversas viagens pela região. Dois muito bons vinho; um mais leve e fácil de agradar porém já mostrando alguma complexidade e o outro um degrau bem acima, ambos da margem direita o que significa uma maior influência da uva Merlot no assemblage. O Chateau Piron 2005, um bom ano na região, é um vinho de médio corpo, pronto mas podendo evoluir um pouco mais em garrafa com uma entrada de boca cativante, taninos finos, cheio sem ser denso, boa acidez um vinho que agrada aos sentidos e ao bolso já que custa apenas R$59,00. O Cuvée Hommage 2003, um outro bom ano, apesar de características diferentes, mostrou-se um pouco mais fechado, complexo, de corpo médio para encorpado, fresco, boa estrutura e volume de boca, mostrando ser um vinho de guarda que deve evoluir bem por mais uns três ou quatro anos. Produção orgânica e um preço de R$92,00, o mais caro de seus vinhos, o que demonstra que este é um importador a se visitar e garimpar.

Decanter. Parceiro firme, importador sério e com ótimo portfolio trouxe quatro rótulos ao evento (Chateau Bel Air Perponcher branco e tinto, Chateau La Gasparde e Chateau Noiallac), todos bons porém com destaque para dois vinhos. O Bel Air Perponcher Reserve 2007 branco, um corte de Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle produzido pela família Despagne é muito saboroso, cítrico, balanceado e fresco por cerca de R$72,00 e o muito bom Chateau Noaillac 2005, corte de Cabernet Sauvignon/Merlot e Petit Verdot da sub´região do Medoc sendo produzido pelo conceituado Chateau La Tour de By. Um Cru Bourgeois de primeira com aromas de boa intensidade frutado e algo floral, na boca mostra-se ainda levemente fechado, mas já delicioso, complexo, estilo clássico da região, bem equilibrado, taninos aveludados, final algo mineral. Vinho para hoje e melhor ainda em mais dois ou três anos e o preço de R$104,00 é bem em linha com o que entrega.

Expand. Três vinhos entre eles um velho conhecido o Chateau David 2005, vinho simples, e saboroso porém sem grandes atrativos. Gostei bastantate do Clos du Roy 2006 branco que, apesar da safra, ainda apresenta uma boa acidez e conseqüente frescor assim como uma paleta olfativa muito aromática e convidativa. O destaque, no entanto, vai para o Chateau Le Monastère 2005 um mui agradável assemblage de Merlot/Cabernet Sauvignon e Malbec com12 meses de barrica. Frutado, intenso, bom volume de boca e final muito saboroso por apenas R$60,00, uma das muito boas relações Custo x Beneficio apresentados neste evento. Não presentes, porém ótimas sugestões também, são os Chateaus:  Rocher Calon, Jalousie e Plaisance sem contar a baba que é o Chateau Peyruchet Blanc.

Mistral. Dentro seu imenso portfolio, a agradável e simpática presença do Chateau la Gatte apresentado por seu proprietário. O elétrico e apaixonado, Michael Affatato um Ítalo-americano produzindo vinhos muito bons em Bordeaux junto com sua esposa francesa. Seu La Butte Vieilles Vignes (100% Merlot) representou os Merlots franceses em meu Desafio de Merlots do Mundo realizado ontem à noite. O resultado, bem esse é um outro assunto que postarei mais adiante.Foram quatro bons rótulos (La Gatte Rosé 07, com sabor e corpo de vinho, Domaine de Montalon 05, La Gatte Tradition 05 e La Butte Vielles Vignes 05) todos dignos de destaque. O que mais impressiona pela relação Custo x Beneficio e, nesse sentido, o melhor que vi no evento é o La Gatte Tradition 2005, um vinho jovem que não passa por madeira e está com um preço ao redor de R$45. Pleno de sabor, leve, suave, fácil de beber e harmonizar com os pratos de nosso dia-a-dia, mineral e harmônico, um grande achado que certamente virá a freqüentar minha mesa com uma certa assiduidade. O La Butte Vieilles Vignes 2005 é um Merlot produzido com vinhas de mais de 50 anos de idade, bem equilibrado, boa concentração, gostoso de se tomar e com um bom preço, ao redor de R$85,00, apesar de uma produção limitada. Domaine de Montalon 2005, o mais complexo deles todos, um vinho de muito boa estrutura, ainda firme, porém elegante na boca, vibrante mostrando um bom frescor, ótima textura, taninos finos e elegantes, um Bordeaux Superieur de primeiro nível e o preço é bem em linha com o produto, algo em torno de R$82,00.

Vinci. Três rótulos; Chateau Rauzan-Despagne Reserve 05, Chateau Saint-Marie 06 e, a meu ver, o destaque entre eles, o Legende R 2006, de Domaines de Baron de Rotschild, com tudo no lugar. Pronto, redondo, rico em sabores, sedoso e equilibrado, um vinho vibrante que enche a boca de satisfação deixando um gostinho de quero mais. O Preço ronda os R$90,00.

Vinea. Três rótulos; Chateau Grand Jean 2004, Chateau Desclau Cuvèe Marguerite 2002 e o Chateau la Raze Beauvallet 2005. Os dois últimos são ótimos e o Cuvée Marguerite 2002 (R$98,00) já me tinha sido recomendado pelo Luiz Horta. Como as sugestões dele dificilmente dão errado comigo, este mais uma vez comprovou uma certa sinergia de gostos. Muito bom corte de Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot, com uma paleta olfativa intensa e frutada, frutos negros tipo cassis e nuances de couro. Na boca possui taninos sedosos, corpo médio, redondo e absolutamente pronto a beber com um final de boca algo especiado e de boa persistência. O Chateau La Raze Beauvallet 2005 (Mèdoc) foi o vinho que me virou a cabeça e me conquistou. Muito raramente numa degustação destas, tenho a capacidade de escolher um como o vinho da noite. Sempre tem alguns que me encantam por uma ou outra razão, mas desta vez cravei este vinho desde que levei a taça ao nariz e confirmei na boca. Um vinho que mostra ser ainda um pouco jovem, mas como a maioria dos bons vinhos, já mostra uma harmonia, riqueza de sabores e elegância de taninos que permite que seja tomado desde já e com muito prazer. Certamente evoluirá muito ainda, mas seu final de boca longo, bem fresco e frutado convida a mais uma taça. Tá, o preço está um pouco fora do combinado, está por R$127,00, mas ô R$27  bem pagos!

Vitis Vinífera. Mais uma das dicas do Luiz que tive que conferir. Não tive oportunidade de pegar preços, mas vi que o Luiz tinha mencionado em seu blog um preço ao redor de R$82,00 para o Chateau Lesparre 2002 de Michel Gonet (o mesmo do Champagne) que foi o vinho de maior destaque disponível no estande desta importadora do Rio de Janeiro. Macio, saboroso, bem equilibrado, boa estrutura, algo vegetal, taninos sedosos e um final de boa persistência. Realmente um bom vinho que agrada fácil, mesmo não sendo um vinho simples, e está prontíssimo para ser apreciado em toda a sua plenitude. Da linha de vinhos provados, o Lesparre Rosè e o Merlot também são vinhos muito agradáveis, simples, mas bem saborosos. Dependendo do preço duas interessantes escolhas.

Winery. Bons vinhos com bons preços. Dois vinhos em destaque; Grand Palais 2004, um vinho fácil, simples, macio e saboroso porém descompromissado sem grandes apelos emocionais, com um preço arrasador, em torno de R$35,00. O que mais me chamou a atenção foi o Chateau Giraud – Cheval-Blanc 2006 alguns degraus acima do primeiro, ainda um pouco fechado, mas mostrando taninos finos, elegante e amistosos, bem equilibrado, final aveludado e saboroso um bom vinho para acompanhar comida, mais do que para tomar solo e um preço muito camarada, por volta dos R$50,00.

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                Adorei a concepção do evento que vem demonstrar ao publico, através da imprensa e de formadores de opinião de nossa vinosfera, de que até da França chegam bons vinhos que cabem em nosso bolso. É isso que queremos e é isso que esperamos venha a ter mais divulgação, tanto é que a própria disseminação de blogs de vinho acaba sendo decorrência e indicação disso; a busca de bons vinhos a bons preços. Os grandes vinhos são ótimos, mas passam longe do poder aquisitivo da maioria do consumidor médio que não tem cartão corporativo e tem que trabalhar para pagar suas contas. Estes eventos mostram-nos que existe luz ao fim do túnel e não é um trem chegando! Parabéns aos promotores do evento, espero que ocorram mais do gênero com vinhos da Itália, da Espanha, de Portugal, da Austrália, Nova Zelândia, etc.

Salute e Kanimambo

Châteauneuf-du-Pape na Freetime

                 A gostosa revista Freetime do amigo Walter Tommasi promoveu duas degustações muito interessantes para as quais fui convidado e não poderia deixar de compartilhar esta experiência com os amigos. Uma chateauneuf-mapgrande honra participar deste evento junto com gente de grande gabarito e experiência, sempre aprendemos muito nestas ocasiões e eu aproveitei demais. Esta de Châteauneuf-du-Pape, região do Rhône no sul da França próximo à linda cidade de Avignon, me foi especialmente gratificante já que há muito não provava estes bons e, normalmente, caros vinhos. Tradicionalmente, são densos, ricos, concentrados e potentes conseguindo, os melhores, unir tudo isto a grande complexidade, refinamento e harmonia resultado de um assemblage elaborado com até 13 diferentes cepas. Foram somente oito rótulos, um prejudicado, já que em seguida tínhamos mais uns 12 vinhos a provar, desta feita um embate de Merlots nacionais sob o qual publicarei post semana que vem. Veja o resultado da degustação conforme publicado na revista que já está disponível nas bancas e nas mãos dos assinantes. Por acaso, os três primeiros também foram os que eu escolhi como os melhores da prova, só que, o La Nerthe e o La Solitude, em posições invertidas por uma pequena margem de diferença. Best Buy, na minha avaliação, com uma baita relação custo x beneficio dentro do que são estes vinhos, certamente o La Solitude da Zahil.

 

Chateauneuf Pierre UseglioDOMAINE PIERRE USSEGLIO & FILS 2004 – Granada, média concentração, leve halo. Complexo, frutas negras maduras, floral lembrando rosas, toque resinoso, químicos, pimenta preta, e couro. Harmônico, ótima acidez, taninos  finos, estruturado, persistência longa e retrogosto frutado  – ENOTECA FASANO – 011 3168 1255 – Preço R$ 334,00 – Nota 88.4

Chateauneuf LaNerthe1CHÂTEAU LA NERTHE 2004 –  Rubi violáceo com alta concentração, sem halo. Elegante, frutas vermelhas maduras, animal, toques químicos, florais e especiarias destacando pimenta, ligeiro herbáceo. Jovem, acidez correta, ainda adstringente, corpo médio, e persistência adequada, retrogosto frutado com toque tostado – GRAND CRU – (011)3062 6388 – Preço R$ 232,00 – Nota 87,4

 

Chateauneuf La SolitudeDOMAINE DE LA SOLITUDE 2005 –  Rubi violáceo com média concentração, sem halo. Frutadíssimo,cerejas, especiarias, e tostado muito bem integrado. Boa acidez taninos finos ainda ligeiramente verdes, corpo médio, e persistência longa, retrogosto frutado confirmando o olfativo – ZAHIL –(011) 3071-2900 – Preço R$ 185,00 – Nota 87,1

DOMAINE FONT DE MICHELLE 2003 –  Rubi violáceo média concentração, sem halo. Frutas vermelhas em compota, agradável tostado, especiarias (canela), e toque lácteo. Acidez correta, taninos finos, corpo médio, e persistência adequada, retrogosto frutado com toque amendoado – PREMIUM – (031) 9922 5992 – Preço R$ 193,00 – Nota 87,1

CLOS DE L’ORATORIE 2005 – Rubi, boa concentração, leve halo. Nariz austero, com destaque para especiarias, sous bois, mineral e toques florais e frutados. Boa acidez, taninos finos, mas ainda verdes, bom corpo, persistência longa e final de boca herbáceo e alcolico  – EXPAND (011) 3847 4700 – Preço R$ 185,00 – Nota 87,0

 

MAISON PHILIPPE BOUCHARD 2004 –  Granada, média concentração, leve halo. Frutas vermelhas maduras, cereja, herbáceo, levemente quinado, toques lácteos. Acidez elevada, taninos presentes, bom corpo e persistência, retrogosto lembrando frutas passas e ligeiramente amargo  – VINEA STORE (011) 3059 5200 – Preço R$ 217,00 – Nota 85,8

 

ABEL PINCHARD 2006 –  Rubi violáceo, média concentração, sem halo. Frutado, resinoso, sous bois, especiarias, pimenta preta. Alta acidez, taninos finos ainda verdes, bom corpo e persistência   – CASA FLORA (011) 3327 5199 – Preço R$ 185,00 – Nota 85,7

Eis as notas que cada degustador deu para seu vinho preferido:

  • Alessandro Tommasi – Domaine Pierre Usseglio  – Nota – 90
  • Aguinaldo Zackia – Abel Pinchard – Nota 91
  • Beto Acherboin – Domaine Pierre Usseglio – Nota – 90,5
  • Débora Breginski – Domaine Pierre Usseglio – Nota – 91
  • Carlos Hakim – Domaine de La Solitude – Nota – 88
  • Didú Russo – Clos de L’Oratorie – Nota 84
  • João Filipe Clemente – Domaine Pierre Usseglio – Nota – 91
  • José Luiz Pagliari – Domaine Pierre Usseglio – Nota – 89
  • José Oswaldo Borges – Domaine de La Solitude  – Nota – 90
  • Miguel Lopes – Château La Nerthe  – Nota – 89
  • Paulo Sampaio – Château La Nerthe  – Nota – 89
  • Renato Frascino – Domaine Pierre Usseglio  – Nota – 90
  • Walter Tommasi – Domaine de La Solitude  – Nota – 89

Salute e kanimambo.

Vinhos de Aniversario – Última Parte

              Depois de uma semana vivida muito intensamente na Expovinis, mais um lote, misto de bons e grandes vinhos,  para finalizar a sequência de vinhos de celebração consumidos em meu niver.  Como tinha mostrado em post anterior, foram 12 vinhos escolhidos a dedo e faltava comentar estes seis. Estamos sempre aprendendo e, mais uma vez, os vinhos me mostraram como nossa vinosfera é imprevisível o que nos força, eheh, a ter que conhecer cada vez mais o que, neste caso, significa litragem. Só temos certeza das coisas quando as experimentamos e o que não falta é opção no mercado!

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Rústico de Nino Franco, mais um daqueles Proseccos de primeiro nível que me agrada muitíssimo. Uma paleta aromática mais complexa com aromas que me lembram pêra e algo de pêssego, médio corpo sem ser pesado, muito harmônico, cremoso com suave presença de sabores de levedura na boca, perlage delicada e abundante,um senhor prosecco com uma personalidade muito própria que mantém o que mais gosto num bom espumante, o frescor que o torna vibrante e difícil de deixar de pensar na segunda garrafa! Disponível na Expand.

 Abadia Retuerta  Selección Especial 2001, vinho de um produtor que me encanta e que possui em seu portfolio alguns grandes vinhos. Este é estupendo, um vinho para não esquecer apesar de que, talvez, o tenha deixado na adega um pouco demais. Nos aromas estava algo tímido, sem grande expressão, mostrando algo de frutas negras, terroso com toques herbáceos e alguma madeira. Um grande vinho que segue em pleno esplendor, mas acredito que se o tivesse tomado um ano antes, a probabilidade seria de o aproveitar em seu apogeu. Na boca não existe qualquer alusão à madeira que se torna coadjuvante, fruta madura intensa, taninos maduros mostrando um perfeito equilíbrio de grande riqueza de sabores. Entrada de boca impactante com taninos finos que se amaciam na boca mostrando um final sedoso, longo e algo mineral com nuances de especiarias no retrogosto. Já provei o 2004 que acredito esteja agora entrando no seu apogeu onde deve permanecer por mais um ou dois anos não devendo evoluir muito depois disso. Um grande vinho que no Brasil está disponível na Península.

Bindella, Nobile de Montepulciano 2004, corte de Prugnolo gentile / Canaiolo Nero / Colorino e Mammolo, um vinho que me empolga cada vez mais a cada garrafa que abro. Ainda me restou uma garrafa que pretendo abrir somente no segundo semestre do ano. Um presente de uma amiga Italiana, trader de vinhos, e por isso ainda mais gostoso (rsrs). Da primeira garrafa, tomada no inicio do ano passado, até hoje e três garrafas depois, o vinho tem mostrado grande evolução mostrando-se mais equilibrado com um final de boca menos agressivo, mais aveludado com taninos maduros formando um conjunto muito agradável de tomar. Rico, bom volume de boca, corpo médio para encorpado, belo acompanhante para um pernil de cordeiro assado no forno com batatas. Não é, lamentavelmente, importado por ninguém.

Chateau Milens, Saint Emillion Grand Cru 2001. Uma compra feita na Au Verger de la Madelaine, em plena Place de Madelaine / Paris. Comprado há cerca de 4 anos, permaneceu na adega esperando o momento certo. Depois do Selección Especial de Abadia Retuerta, achei que teria em mãos um vinho já pronto, redondo e fácil de tomar. Mezzo a mezzo, já que precisou de uma hora e pouco de decanter para realmente começar a se mostrar o que realmente ocorreu na taça. Corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, mostra aromas de fruta vermelha de boa intensidade se abrindo na taça. Na boca é harmônico, firme, de boa estrutura mostrando taninos maduros, elegante, uma certa complexidade de sabores e um final de boca de média persistência com nuances de baunilha suaves e algo de café. Uma bela sugestão de quem me atendeu na época e, pelos cerca de 15 Euros que paguei, uma barganha!

Chateau +Les +Trois +Croix 1999 da região de Fronsac em Bordeaux. Não sei quem importa, mas este comprei no free shop de Paris, creio, na mesma viagem em que comprei o Chateau de Milens. Não é um blockbuster, puxa para uma certa rusticidade na boca, denso, encorpado, mais um que mesmo com 10 anos ainda teve que passar quase uma hora no decanter para se abrir. Muita tosta, alcazuz, algo terroso, boa acidez, um vinho ao qual falta refinamento e certamente pede comida. Talvez lhe tenha faltado uma carne vermelha assada na brasa para criar uma harmonização que o ressaltasse, coisa que não ocorreu. O vinho que menos me agradou em todos os 12 tomados, fazendo um estilo de vinho austero, que não é muito do meu agrado.

Quinta do Noval Unfiltered LBV 2000, um dos melhores LBV’s que conheço e, lamentavelmente (snif/snif), foi minha última garrafa. Muito aromático, algo floral, ótimo corpo, muito balanceado com ótima acidez e absolutamente no ponto de beber. Muito rico,boa concentração, fruta, especiarias, doçura equilibrada, taninos maduros firmes porém sedosos sem qualquer agressividade mostrando ótima estrutura. O ano de 2000 foi um grande ano para o Vinho do Porto e este sem filtragem certamente seguirá evoluindo por mais alguns anos, todavia já está absolutamente divino mostrando um saboroso e muito agradável final de boca que acompanha maravilhosamente sobremesas à base de chocolate. Trouxe de Portugal, mas está disponível na Grand Cru.

             Amanhã comento o incrível Desafio Decanter Falando de Vinhos de Syrah realizado na Enoteca Decanter. Grandes vinhos e algumas surpresas!

Salute e kanimambo.

Vinhos da Semana

Uma semana de algumas confirmações e outras descobertas. Só tintos, mas todos de grande valor e relação Qualidade x Preço x Satisfação.

 

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Ceirós 2004, um vinho para quem tem paciência, pois há que se decantar por cerca de 45 minutos para começar a desfrutar de todas as suas qualidades. Apesar do preço, um vinho para quem não tem pressa pois há que se lhe dar tempo para ele se mostrar. Um corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca é vinho complexo produzido pela Quinta do Bucheiro na região do Douro. Direto da garrafa para a taça, o vinho é impactante, algo rústico, vinhoso de aromas não muito sedutores.  Deixe-o respirar e desfrute de um vinho untuoso, fruta madura (ameixa), bom volume de boca, rico, taninos presentes mas bem equacionados num final de boca longo, macio e algo apimentado. Um vinho muito particular e marcante com boa acidez que pede comida e agrada sobremaneira. Importado pela Vinhas do Douro e á venda na BR Bebidas por apenas R$35,00. I.S.P. $

 

.Com 2005, um vinho muito bem feito, macio e fácil de agradar que não tomava já fazia um tempinho. Para derrubar aqueles que acham que os vinhos do Alentejo são só força e rústicos. Há muito que não são assim e este é mais um exemplo de que as coisas realmente estão a mudar por aquelas bandas. Este é um novo projeto (já tem uns três anos) do filho de Joaquim e Margarida Cabaço da Quinta dos Cabaços, Tiago, em que ele busca uma modernidade tanto no nome como na estrutura de seu vinho. È um corte típico da região elaborado com  Alicante Bouschet, Aragonez, Trincadeira e, algo menos tradicional, uma parte de Cabernet Sauvignon. È um vinho em que a fruta madura toma conta do conjunto, mostrando-se muito equilibrado apesar de um teor de alcoólico algo alto. A palavra que mais me veio à cabeça para definir este vinho, é de que é um vinho vibrante e jovem, macio, muito saboroso e fácil de tomar, atendendo exatamente aquilo que o produtor buscava, um vinho para cativar os jovens, mas não só, o que efetivamente ocorreu aqui em casa. Elegante, fino suave mas pleno de sabor, um vinho para tomar às garrafas num bate-papo com os amigos. Importado pela Adega Alentejana, comprei do amigo Ricardo, Casa Palla, por R$37,00. I.S.P.  

 

Concentus 2005, até agora não tomei um vinho da Pizatto que não tenha gostado e, de grande valia, um “plus” que é o fato de seus preços serem, em geral, muito bons versus a qualidade de seus produtos. Este Concentus não nega a raça e é um vinho muito saboroso com aromas de frutos do bosque negro como mirtilos, cassis e frutas do gênero. É na boca, no entanto, em que ele realmente nos seduz por seu equilíbrio e harmonia, num conjunto com taninos firmes, finos e aveludados, de boa estrutura, corpo médio para encorpado, rico, complexo, enche a boca de prazer, saboroso final de boa persistência, mesmo não sendo muito longo, deixando-nos um gostinho de quero mais na boca. Um belo corte de Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon que não faz feio em lugar nenhum. Acompanhou maravilhosamente bem um pernil de cordeiro com risoto de funghi, muito yummy! Preço por volta dos R$50,00. I.S.P.

 

Chateau Gamage 2003, para quem reclamou de que os vinhos da Expand Sale não prestavam, mais uma prova de que não souberam fazer o dever de casa e não leram este blog, eheheh. Bordeaux Superieure com toda a tipicidade da margem direita em que a uva Merlot se apresenta majoritária (70%) no assemblage que é composto também de Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon em partes iguais. Aromas algo defumados, terroso, fruta madura que vem a se confirmar na boca de forma bastante equilibrada. Taninos finos e aveludados, mas ainda presentes e firmes mostrando que ainda possui uns bons três ou quatro anos de evolução pela frente. Macio, mostrou-se mais harmônico quando baixei a temperatura a 16º.  Na Expand por R$78,00 só que na Expand Sale estava por R$38,00, um achado! I.S.P.    

 

Casillero Del Diablo Merlot 2007, podem dizer o que quiserem sobre os vinhos desta safra, mas este Merlot segue sendo um dos meus favoritos. O Syrah também e estupendo assim como o Cabernet Sauvignon e Carmenére, mas para o meu gosto este vinho se excede e está delicioso, uma barganha e um dos meus campeões de Relação de Beneficio disponíveis no mercado. De corpo médio, bom volume de boca, nariz bem frutado, algo especiado, é um vinho de grande elegância com a “redondês” característica da uva merlot produzindo um conjunto saboroso, equilibrado, macio com um final muito agradável de boa persistência com nuances de chocolate. Um porto seguro disponível no mercado por diversos preços tendo este sido comprado por R$27,00 porém já vi a R$35,00. Me lembro dos preços, mas não de onde comprei (oops!), de qualquer forma levarei em conta um preço médio de R$32,00. I.S.P.  $  

          

         Sem gastar muito tomei diversos bons e agradáveis vinhos. É o que sempre digo, não há necessidade de se gastar rios de dinheiro para se dar bem em nossa vinosfera, basta garimpar um pouco. Agora, podendo gastar, este nosso mundo dos vinhos vira um enorme playground!

Salute e kanimambo.

Vinhos da Semana – Inicio da Maratona de Aniversário

Decidi abrir minha maratona de bons vinhos, com que me presentearei em meu aniversário, com um agradável almoço em família e seguindo um padrão básico. Um branco para preparar o palato e abrir o apetite, um tinto e algo para acompanhar a sobremesa, um mil folhas muito suave e não muito doce que costumo comprar por aqui perto. Foi um bom começo!

 

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Protos Verdejo 2007 – Já o tinha provado, recomendado sua compra numa promoção que a Kylix tenha feito e entrará no meu ultimo post de Tomei e Recomendo Brancos & Rosés. Um dos vinhos mais inebriantes que tive o prazer de tomar ultimamente. Um branco estupendo, vibrante, brilhante em todos os sentidos. Aromas de frutas tropicais de muito boa intensidade com algo de grama molhada e nuances florais. Na boca é um negócio! Muito saboroso, fresco, balanceado com um final de boca longo em que mostra uma certa mineralidade e algo cítrico, excelente companhia para o carpaccio de salmão que comemos de entrada. Um vinho verdadeiramente sedutor e que, quando se dá conta a garrafa já era! Em dois tudo bem, agora se for tomar com outras pessoas, tenha mais que uma garrafa à mão porque uma taça chama a outra com extrema rapidez! Somente a segunda safra deste vinho e já um verdadeiro blockbuster. Preços variam entre R$43 da oferta da Kylix, que presumo que já tenha acabado, ao preço de lista da Península (Importadora) de R$54,00. I.S.P.   

 

Beaune du Chateau 1er Cru 2003 – Um vinho elaborado por Bouchard Pére & Fils que tem um dos melhores Pinots genéricos de Borgonha. Este é um blend de 14 parcelas 1er cru, viníficados separadamente. Paleta aromática um pouco tímida onde aparece fruta madura e algo tostado, porém sem a intensidade que esperava deste vinho. Na boca é fresco, saboroso, corpo médio, um estilo um pouco austero e comportado com taninos finos e firmes de boa textura, num final de boca agradável e de média persistência. Um bom vinho, (comprei nos Estados Unidos por algo próximo a USD35) que satisfaz, mas não empolga. Acompanhou bem o pepper steak servido e bastante suave na pimenta. Aqui a importação é da Grand Cru, mas não vi este rótulo em seu portfolio. I.S.P.  

 

Oremus Moscatel – O parceiro ideal para a sobremesa. Os espumantes Moscatel Brasileiros são, em sua grande maioria, bastante bons e este me agradou. Não é um blockbuster nem se propõe a isso, porém não é muito doce e a acidez está bem dosada o que lhe permite um certo equilíbrio na boca e ótimo frescor. Bem aromático, suave, fácil de beber, com seus 7.5% de teor alcoólico, bem geladinho neste verão, que agora veio com calor bravo, e com sobremesas como esta ou salada de frutas com sorvete ou, ainda, como aperitivo. Bastante interessante e por cerca de R$19,00 no mercado, é uma opção de vinho para sobremesa que certamente agradará e não cria nenhum rombo no bolso. Produção é da Fantes Bebidas na Serra Gaúcha. I.S.P. $  

        

          Decididamente este Protos Verdejo foi o vinho do dia, aquele que todos ficamos comentando o resto do dia e um vinho que recomendo aos amigos tomar. Perfeito para este verão e a qualquer momento, gamei! Mais da maratona conforme for dando tempo.

Salute e kanimambo.

Comemorando (mais um) Aniversário.

Cisplatino Torrontés 07, Chateauneuf-du-Pape 01 e para finalizar um Etchart Torrontés Late Harvest, eis os acompanhamentos de meu jantar de celebração de um ano do primeiro post deste blog, dia 17 de Dezembro. O bom é que não faltam desculpas nem momentos para me tratar bem. Ao longo do ano tenho o aniversário da coluna, do primeiro post, do blog, o meu (tá chegando), de casamento, dos filhos, Páscoa, Natal , Reveillon …. e por aí vai!

Um dos pratos que mais curto é Strogonoff de Filé ao qual agregamos meio cálice de aguardente velha, pode ser conhaque, quase ao final do preparo, antes de acrescentar o creme de leite. Fica divino e é um prato relativamente fácil de harmonizar como mais uma vez ficou comprovado neste gostoso jantar. Mas falemos dos vinhos que é por isso que você clicou aqui.

 

niver-blog-081 Cisplatino Torrontés 2007, um belo achado pelo preço. Um vinho de qualidade produzido pela Pisano/Uruguay e, em se tratando de uma gama de introdução á boa e extensa linha de rótulos desta vinícola. Vinho direto, franco de grande frescor e tipicidade da casta, um pouco quente o que sugere um teor de álcool um pouco alto. Não de grande complexidade, nem se propõe a isto, porém é muito agradável e com um saboroso final de boca, um vinho honesto e correto. Acompanhou bem a lula à doré com molho tártaro que servi para abrir o apetite. Quando o comprei por R$19,00 era uma grande pedida, hoje está por R$33,00 na Mistral. Uma pena!

 

 

Chateauneufu-du-Pape Domaine de La Charbonniere Cuvée Vieilles Vignes 2001. Fazia tempo que não apreciava um Chateauneuf-du-Pape em todo o seu esplendor. Tomei uns goles de um muito bom Chateau La Nerthe, lá na Vinoteca Santa Maria, e um Vieux Telègraphe Telegramme mas é diferente você tomar a garrafa. Calma, éramos três! Um belíssimo vinho que comprei nos Estados Unidos há uns três anos por cerca de USD30. Ótima estrutura, muito bem  equilibrado, grande complexidade aromática que se confirma na boca. Vinho carnoso, denso, boa fruta madura com toques de especiarias, muito boa estrutura e acidez, taninos macios e aveludados. É um clássico que demonstra muita classe e um final de boca algo mineral e muito longo. Quando perdeu temperatura o seu alto teor de álcool apareceu um pouco mas não chegou a incomodar. Pelo que vi não é importado, o que provavelmente o inviabilizaria á minha mesa, e já deixou saudade! Engrandeceu o prato tendo me deixado imensamente feliz.

 

 

Etchart Torrontés Late Harvest 2005, foi uma agradável companhia para uma salada de frutas com sorvete de creme, porém não chega a encantar. Para o meu gosto pessoal, carece de acidez o que o deixa um pouco doce demais, porém é bem feito, saboroso e fácil de tomar, boa intensidade aromática com forte presença floral e boa tipicidade da casta. Preço no mercado (Sampa) por volta de R$35 a 40,00.

 

Salute e kanimambo.

Mais uma Semana de Bons Vinhos

            Depois de um hiato em que mais participei de degustações do que tomei vinho, sim existe uma diferença, cá estou de volta comentando alguns bons vinhos tomados na ultima semana, ou algo parecido. Logo, logo começo a compartilhar um pouco dessas degustações, inclusive mais um excepcional vinho de reflexão que tive o privilégio de degustar, um Quinta da Bacalhôa Moscatel Roxo 97! Mas esse é outro post.

 

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Rutini Cabernet-Malbec 2005 – Sempre um porto seguro quando quero tomar um vinho de qualidade reconhecida. Não tem erro, anos após ano um vinho que me agrada sobremaneira e, pelo que entrega de prazer e satisfação, o considero um vinho de boa relação Qualidade x Preço. Possui um nariz de boa intensidade em que aparece bem a fruta vermelha madura, mas com alguns toques mais tostados e algo de baunilha. Na boca é de taninos finos, macios, corpo médio, muito equilibrado, um vinho apetecível e sem arestas que prefiro sempre tomar com uns três anos de garrafa, como este, pois fica mais redondo e amigável. Na Zahil por R$ 66,00. I.S.P   $

 

 

Vila Jusâ DOC 2003 – Mais um achado nestes meus garimpos, desta vez do Douro em Portugal. Um corte de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca com educados 13º de álcool, possui nariz muito gostoso, convidativo, cheio de muita fruta fresca e leves toques florais. Na boca apresenta um certo frescor devido à boa acidez, é macio, redondo de médio corpo, harmônico e um final de boca muito saboroso e agradável mostrando boa persistência. Um belo vinho, que encanta, por um preço muito convidativo. Seu símbolo, um Wine Bird, pássaro que habita os vinhedos da região. Deixa um gostinho de quero mais na boca! Na Vinhos Seleto por R$42,50.

I.S.P  $ 

 

 

Domaine de Pontfrac 2006 – Um rosé de Cotes de Provence no sul da França, elaborado com Grenache, Cinsault e Carignan. De cara aquela cor muito característica e bonita dos rosés desta região, salmão bem clarinho. Nariz de boa intensidade frutado e fresco com alguns toques florais. Na boca parece que vai ………, mas não vai! Tem uma entrada de boca interessante, mas some na boca de tão curto. Gostoso, mas muito aquém do que promete. Quando acompanhou um peito de peru assado, até melhorou um pouco, mas não chega a convencer, faltou personalidade. Na BR Bebidas por R$42,00.  I.S.P

 

 

Família Bianchi Cabernet Sauvignon 2004 – Um belo vinho com aromas de fruta madura compotada, mas nada enjoativa, com algo de especiarias e um certo defumado após um tempo de taça. Médio corpo, rico e de ótimo volume de boca, apresenta uma textura de taninos aveludados e maduros balanceados por uma acidez correta, final de boca bastante longo com um retrogosto meio achocolatado.  Acompanhou uma picanha na brasa com arroz carreteiro, com grande maestria, um belo vinho. Onde comprar não sei, trouxe de lá, mas o importador é a Mr. Man e o Everson me informou que o preço de referência no mercado é de R$55,00. $

 

 

Graham´s LBV 2001 – Lamentavelmente esta foi minha ultima garrafa deste saboroso LBV. Um Porto Late Bottled Vintage de muito boa qualidade por um preço ainda camarada, em função do “congelamento” da taxa em R$1,99 por parte da Mistral. De cor Rubi escura, está muito equilibrado com deliciosos e intensos aromas de fruta madura e algo de chocolate e caramelo, macio, vibrante, saboroso, rico, denso e equilibrado num agradável e muito saboroso final de boca. Disponível na Mistral ou em lojas especializadas por cerca de R$78,00.  I.S.P  $

Salute e kanimambo.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

L’instant Taittinger

comtes1Não vou entrar em detalhes da linha de champagnes Taittinger degustados hoje (19/11), até porque faz somente três horas que tomei um dos melhores néctares de minha vida e ainda estou em êxtase! Preciso reformular conceitos, rever anotações e ver como colocar no papel e na tela, todas as sensações que o Comtes de Champagne Brut Blanc de Blanc 1998 me fez sentir. Refinado é pouco e o momento, muito mais que um instante, é infinito enquanto dura, parafraseando o poeta Vinicius de Moraes, e este está durando um tempão. Estupendo, divino, maravilhoso, sedutor, todos adjetivos de pouca monta para tamanha finesse e refinamento neste verdadeiro elixir dos deuses!

Existem coisas que não são para serem ditas ou explicadas, mas sim vividas. Neste caso tomadas, pois nada do que eu jamais possa colocar neste texto chegará aos pés de tomar uma taça deste Champagne. É depois de experiências como esta que começamos a entender de onde vem tamanha fascinação pelo champagne e o que faz algumas destas verdadeiras preciosidades valerem o que vale. Mais um vinho de reflexão que tive o prazer e privilégio de degustar este ano. Como disse Clovis Taittinger, jovem herdeiro da Maison Taittinger; ” Por trás de nossos champagnes há muito mais do que técnica e estatísticas, há valores, alegria e sonhos”. Creio que o Comtes de Champagne 1998 é a essência de tudo isso numa garrafa!

Produzido somente com Chardonnay de vinhedos Grand Cru próprios, elaborado exclusivamente em anos em que as uvas atingem excelência de qualidade e em quantidades limitadas, é um mimo para poucos. É delicado, sedutor, muito rico e complexo, um verdadeiro prazer hedonístico. Espuma abundante que deixa um fino colar na borda da taça, perlage incrivelmente fina, abundante e persistente, enorme frescor (depois de 10 anos!), cítrico, vibrante, elegante com um final de boca muito longo, exuberante e bem mineral. Cor palha claro, límpido e brilhante, parece ter sido feito ontem! Para quem, como eu, gosta de espumantes menos pesados e carregados de sabores e aromas de leveduras, então alegre-se, este é o Olimpo, só precisa escolher os outros 11 deuses que lhe farão companhia.

Não sou um profundo entendedor de champagnes e muito menos tenho a experiência de ter tomado muitos neste nível, mas uma coisa é certa, esta é uma experiência única. Não acredito em perfeição, tanto que nunca dei nota dez a nada na vida, acredito que sempre existe espaço para melhora, inovação e evolução, mas se existem néctares próximos da perfeição, este é certamente um deles. Como disse, é para poucos ou para momentos muito, mas muito especiais com o preço sendo coerente com a exclusividade do produto. É muito dinheiro, tanto lá fora como aqui, mas vale montar um grupinho e rachar a conta ou, se você tiver a sorte de estar de bolso recheado, permita-se um trato e tome uma garrafa destas pelo menos uma vez na vida! A importação é da Expand e depois falo dos outros bons produtos que a Taittinger produz. Por enquanto, só precisava colocar toda esta emoção para fora e compartilhar esta experiência, que espero não seja tão unica assim, com os amigos, esperando que todos possam ter a chance de passar por instantes (infinitos) como este.

Salute!