Antecipando o Verão com Spumante Contessa Borghel Rosé

         Sábado de calor bravo lá fora, movimento na loja fraquinho porém fresquinho, todo mundo na piscina? Minha esposa chegou e ficamos ali pensando no que fazer para almoçar até concluirmos que quem sabe faz a hora, então abrimos um espumante que tinha lá para provar. Pela cara achei que um prato de camarões empanados, que Borghelmeus amigos e vizinhos da Água Doce preparam com maestria, viria a calhar e ………… bingo!!

        Tudo a ver e combinação deliciosa! O verão ainda está por chegar, mas nesse dia, naquele momento transformamos a monotonia de um dia cálido e meio sem graça para quem estava trabalhando, em momentos vibrantes de grande satisfação enogastronomica que mudou nosso humor e deu uma virada no astral do dia. Até o movimento melhorou junto com o astral mostrando que coisas boas atraem outras!

       Bem, mas voltando ao Spumante de cor rosada linda, aromas frutados sutis com boa perlage e surpreendente espuma que formou um colar persistente, pura sedução na taça. Elaborado 50/50 com Pinot Nero e Raboso (Friulli – Itália), na boca é saboroso, puro frescor que equilibra sobremaneira o leve residual de açúcar que passa batido, vibrante, leve, apenas 11% de teor alcoólico, combinou com o clima, com a companhia e com o camarão empanado acabando, sniff, rapidinho! Grande espumante, não e nem é esse seu propósito, porém cumpre com galhardia seu destino, nos dar prazer. Vinho de piscina, de praia, de verão e esse eu recomendo até porque tem um precinho bem camarada, como de praxe nos vinhos importados pela Vínica, na casa do R$55!

Borghel e camarão

 

Caçando Trufas No Piemonte e Muito Mais

    Wine & Food Travel Experiences é o fruto de um projeto que se iniciou no inicio de 2012, com a vibrante e ativa participação de minha saudosa amiga e parceira Inês com duas viagens a Portugal, que agora se materializa num voo solo explorando outras regiões. Aguardem para breve mais detalhes, mas só para aguçar vossa curiosidade pensem numa viagem pela Toscana, Piemonte, Veneto com Veneza e opcional de Alto-Adige com visita a Bolzano. Jantar no lago di Garda, visita a feira artesanal de queijos promovida pelo movimento Slow Food e já que andamos por aquelas bandas, porquê não uma visita ao museu da Ferrari?! Serão 13 dias (saindo dia 12/Set 2013) num grupo pequeno de no máximo 15 pessoas visitando 10 vinícolas tops e provando seus vinhos, almoços em restaurantes de outras vinícolas com seus vinhos, cafés históricos, certamente uma viagem Inêsquecível de muitos sabores, história e cultura. Eis um teaser com algumas imagens:

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Salute, kanimambo e espero poder ter alguns de vocês a bordo desta nau que zarpa dia 12 de Setembro para terras de Enotria. Uma ótima semana para todos e arriverdeci.

Chianti e Bacalhau Pode?

         Pode! Vinho bom, companhia ótima e prato idem, porquê não? Sem enofrescuras, quando as partes são tão boas é dificil algo dar errado e mesmo com um bacalhau algo mais light (Bacalhau do Capitão) e o vinho complexo e bem estruturado com ótimo volume de boca, complexo e vibrante; foi bão demais da conta sô! Familia, um belo vinho e um baca saboroso, fomos abençoados nesta sexta-feira santa. Como dizem, uma imagem vale mais que mil palavra então fico por aqui com a esperança de que vosso feriado de Páscoa tenha sido igualmente bom.

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Na Quinta tem vertical de Mas la Plana por aqui, te aguardo. Salute e kanimambo.

Surani Costarossa Primitivo de Manduria, Muito Prazer!

          È assim com nome e sobrenome que este caldo de Baco se apresenta aos seguidores do nobre Baco. Primitivo, para quem ainda não conhece, é uma uva prima-irmã da americana Zinfandel e com ela possui uma série de similaridades já que advém da mesma origem, uma uva de nome impronunciável, a Crljenak Kastelanski da costa da Croácia. Na itália estava relegada a um segundo plano, mas com o crescimento de popularidade da Zinfandel, a Primitivo começou a desabrochar tanto local como, especialmente, no cenário internacional.

        Na Itália, está especialmente presente na região da Puglia (calcanhar da bota) tanto em Manduria, onde se projetou mais com alguns bons e caros produtos, como em Salento e outras regiões menos midiáticas.  Quando mais baratos, têm a tendência a serem meio esquálidos e sem graça, já quando de grande estrutura tendem a ser longevos e caros pra dedéu! Sei, não se usa mais, mas gosto da expressão. rs Uma boa opção é buscar vinhos intermediários entre uma coisa e outra em Salento com vinhos, a meu ver, algo mais honestos.

 Surani     Este Surani, em função de tudo isso foi e segue sendo uma enorme surpresa, meus amigos Rejane e Hélio não me deixam mentir, eta vinho arretado, sô! Tá tudo lá; qualidade, sabor, aromas sedutores bem frutados, e preço legal! Um dos meus achados de 2012 sobre o qual ainda não tinha falado aqui, o Surani Primitivo di Manduria é muito saboroso. Equilibrado, bom corpo e acidez balanceada, rico, de boa textura de boca sem extrapolar em nada, taninos algo doces (típico da cepa) e aveludados com um final temperado por alguma especiaria. Creio que pode ser um bom companheiro para massas (lasanha bolognesa), Filé Parmigiana, Costelinha de porco com molho barbecue e um bate–papo gostoso e descontraído com os amigos acompanhado por antepastos, queijos e frios.

        Tudo isso por apenas cerca de R$55 em Sampa, certamente um importante fator que só vem acrescentar prazer ao vinho que é importado pela pequena mas eficiente e competitiva Vinica. Há muito tempo que não dava aqui minha nota em smiles, meu I.S.P (Índice de Satisfação Pessoal), mas este vinho me traz um sorriso à boca cada vez que o tomo, então aqui vai e espero que curtam tanto quanto eu.   $    

 

Salute e kanimambo.

Quem Garimpa Acha!

     Só não sabemos o quê e isso é o barato, a adrenalina do garimpo! Refosco al Peduncolo Rosso, como diz o Gerosa do Blog do Vinho, “Provar vinhos de uvas nativas e pouco divulgadas é como garimpar um livro em edição original em um sebo. Tem aquele apelo da descoberta de algo que existia há muito tempo, mas você desconhecia. De descobrir o novo, que na realidade é antigo, mas estava escondido. Melhor ainda quando o conteúdo surpreende.”, sim porque isso nem sempre acontece! Neste caso, este vinho do produtor Livon trazido pela Mercovino, surpreende e muito positivamente.

       A DOC é situado no nordeste da Itália quase encostado na Slovenia a leste, é a Colli Orientali dei Friulli com um formato que mais parece um camarão num país que tem a bota como referência. A região do Friulli como um todo não é muito conhecida entre nós e muito menos suas uvas. Mesmo com uma participação interessante de cepas estrangeiras, gosto dos Merlots e Cabernets da região que provei, é possuidora de uma leva de uvas autóctones desconhecidas da maioria, inclusive por mim, como as; Refosco, Schiopettino, Ribolla, Pignolo, Friulano, etc.

       A cepa de que falo hoje de nome estranho (sempre penso num furuncolo no pé! rs) Refosco al Peduncolo Rosso poderia ser traduzido como Refosco de racimo vermelho, já que existe o verde mais presente na Slovenia e Croácia, e é o mais “conhecido” da família dos Refoscos. Tive que pesquisar um pouco porque pela primeira vez me deparei com um destes vinhos na taça e desconhecia a cepa. De amadurecimento tardio é uma uva que prima pela boa acidez e taninos firmes produzindo vinhos bem estruturados.

       Falemos deste vinho que tem a conceituada Livon como produtor, é o Livon Colli Orientalli dei Friulli Refosco al Pedunculo Rosso, ufa! Possui uma bonita cor rubi, aromático com frutos negros (ameixa) bem presentes com algum tostado de fundo. A entrada de boca é franca com uma fruta fresca bem aparente, crescendo no meio de boca quando aparecem seus taninos bastante finos e sedosos, corpo médio, terminando algo especiado com boa persistência. O que mais chama a atenção afora a fruta, é a ótima acidez o que comprova o que li sobre a característica da cepa, muito gastronômico, me vi tomando-o algo mais fresco, próximo aos 15 a 16ºC, acompanhado de diversos estilos de charcutaria e, quem sabe, até  um frango grelhado na brasa ou aquela tipica fried chicken americana ou, arriscando um pouco, uma feijoada light?! Enfim, sem devaneios mil, um vinho bastante harmonioso e vibrante que me agradou e me fez lembrar do fato que vivemos aprendendo e por isso o garimpo é tão importante porque se não o que nos resta será viver na mesmice e isso é uma tremenda chatice! ). O preço gira ao redor dos R$95,00.

       Fui, salute, kanimambo pela visita e sigam singrando por mares nunca navegados, a viajem vale a pena!

Toscana na Vino, Um Festival de Sabores

           Ultimamente tenho realizado uma série de encontros temáticos em que coloco em prova as sensibilidades sensoriais de cada um na busca da melhor harmonização entre vinhos e pratos. Neste caso, para um restrito grupo de no máximo 13 pessoas, nosso propósito era testarmos a capacidade de harmonização de grandes vinhos da Toscana até R$200,00 e um prato mais típico de outras regiões como o ragu de ossobuco que, no final, acabou mesmo é sendo um ragu de rabada por uma falta de comunicação entre mim e o chef, meu amigo Ney Laux. Isso no entanto, não tirou o brilho ao encontro, pois o prato estava, como de costume, soberbo.

         Para a provas de harmonização, ás cegas obviamente, cinco vinhos de grande qualidade que foram primeiramente degustados solitos. Nesta primeira parte da prova, os preferidos de cada um variaram mostrando a boa qualidade dos rótulos nas taças, mas um se destacou o de número cinco. Como, no entanto, com o prato tudo pode mudar, lá fomos nós para um repeteco de caldos para encarar o ragu de rabada sob uma cama de polenta que por si só já nos faziam aguar. Pessoalmente achei que o número três cresceu muitíssimo com o prato, porém  o ganhador por maioria foi novamente o número cinco.

        Enquanto somávamos os pontos dados pelos amigos presentes, começamos a preparar a sobremesa, uma deliciosa Torrada Elisé (que de torrada não tem nada) obra de um outro chef de primeira, Roberto Strongoli, que prepara este doce com uma massa coberta por lascas de amêndoas e um creme suave e muito saboroso com as ditas cujas. Para acompanhá-la, um excelente Vin Santo da Cantina Leonardo (W&W Wine)  que harmonizou á perfeição, digno de uma Gran Finale!

Ah, você quer saber quem era quem, pois bem os caldos concorrentes escolhidos a dedo por sua qualidade cobriam quase que toda a região da Toscana e diversos importadores: na mesa e na taça em ordem de serviço;

  • Da Vinci Chianti Riserva (W&W Wines) – um degrau abaixo dos demais (inclusive de preço) masdelicioso na taça tenso se ressentido um pouco na hora de acompanhar o prato. Por volta dos R$110,00 vale cada centavo.
  • Badia a Passignano Chianti Clássico Riserva (Winebrands) – literalmente um clássico de extrema elegância com uma paleta olfativa intensa e sedutora que encanta à primeira fungada. Já o comentei no blog antes e mais uma vez mostrou ao que veio! Vinho na casa dos R$180,00 e deixa saudades.
  • Villa di Capezzana  (Mistral) – o menos conhecido de todos os desafiantes e um vinho que há muito conheço e curto daí ter feito questão de o incluir neste saboroso exercício sensorial. Um vinho de uma das primeiras DOCs da Toscana, Carmignano, que demanda uma participação miníma de Cabernet Sauvignon no blend. Vinho fino, complexo e sedoso no palato. Custa ao redor de R$165,00, mas depende das variações cambiais.
  •  A Sirio (Zahil) – falar deste vinho é chover no molhado! Da safra de 2004, a mais antiga deste encontro, se mostrou o mais novo no quesito estrutura junto com o Rosso. Um vinho de guarda de altíssima qualidade que ainda vai fazer muita gente feliz nos próximos três a quatro anos, provavelmente mais. Custa por volta dos R$170,00.
  • Le Difese (Ravin) – faz jus à fama da vinícola que tem no Sassicaia, região de Bolgheri, seu vinho ícone. Um vinho absolutamente sedutor, bom agora e com um futuro promissor, que demonstra bem a capacidade desta vinícola em produzir grandes vinhos. Preço ao redor de R$180,00.
  • Caprili Rosso di Montalcino (Decanter) – vinho que mostra bem toda a estrutura e força, marca de um estilo de vinhos de Montalcino que tanto encantam os brasileiros. Um vinho vibrante e marcante que custa por volta dos R$135,00.

        Todos caldos abençoados por Baco, cada um com seu estilo e sua personalidade, vinhos que recomendo. O grande vencedor deste verdadeiro desafio sensorial e hedonístico foi o Le Difese, terceiro vinho da Tenuta san  Guido (leia-se Sassicaia) que mesmo sendo ainda bastante jovem (09) mostrou-se muito bem tanto só quanto acompanhando o prato, um vinho que encanta e seduz tanto os que apreciam vinhos mais estruturados quanto os que seguem uma linha de mais elegância. Um vinho sofisticado, rico, equilibrado tanto no olfato quanto no palato, caldo que seduz facilmente quem tem o prazer de o conhecer, sem duvida o melhor vinho da noite conforme os amigos presentes e, conforme pesquisado, talvez o melhor le Difese já produzido. O resultado final ficou sendo; Le Difese, Badia a Passiganano, A Sirio, Caprili Rosso di Montalcino, Villa di Capezzana e Da Vinci Chianti Riserva num desafio em que imperou a qualidade.

      Já que o evento era da Toscana, levei de casa meu azeite especial da Tenuta San Guido como “antepasto” acompanhado de mini ciabatas, absolutamente divina essa combinação e o azeite, verdadeiramente extraordinário! Mais um encontro bem sucedido e uma harmonização perfeita já que o momento foi extremamente agradável e é essa verdadeira razão do vinho, gerar prazer e convívio social harmonioso, o equilíbrio entre vinho + prato + momento + pessoas!

Salute e kanimambo

Easy Sunday – Polpettone Voilá com Vasari Montepulciano d’Abruzzo

        Domingo preguiçoso a dois e nada de criatividade ou qualquer vontade, diga-se de passagem, de me enfiar na cozinha para preparar almoço que neste dia é tradicionalmente responsa minha! Como moro perto da loja (para quem ainda não sabe, a Vino & Sapore), decidi pelo mais simples, porém não menos saboroso. Peguei um Polpettone da Voilá, linha de pratos gourmet congelados, preparei  um pouco de Casarecce (como a Itália tem nome e formatos para pastas!) e abri uma garrafa de Vasari Montepulciano d’Abruzzo. O Polpettone estava uma delicia e combinou bem com o vinho que se mostrou muito versátil já que o que sobrou acompanhou bem um sanduiche de pernil acebolado no final de tarde. Talvez lhe tivesse faltado um pouco de corpo para encarar o Polpettone, foi bem com o pernil, mas o molho de tomate, muito bem feito por sinal, fez a liga. Gostoso vinho, macio, redondo, frutado e fácil de se gostar com taninos sedosos que cumpriu seu papel atendendo a minhas expectativas de um vinho saboroso, agradável que não complicasse nem me fizesse pensar muito, só curtir descompromissadamente. 

      Por vezes o menos é mais, e hoje foi um dia desses. Gostoso, simples, vinte minutos de cozinha e boa companhia, não dá para pedir muito mais que isso no dia da preguiça. Salute, kanimambo e a partir de amanhã a lista de meus Melhores de 2011 iniciando com meus “Best Buys” entre tintos e brancos.

Destaques 2011 – Itália

Tinha-me prometido que 2011 me dedicaria mais aos vinhos da bota já que 2010 tinha sido algo fraco nesse quesito. Foi bom, muito bom e alguns caldos foram realmente excepcionais sendo que a maioria alcançou nível para entrar nas minhas listas de Melhores de 2011. Entre estes, sempre considerando que não basta ter sido bom e surpreendido, precisa também possuir uma relação de preço que ajude, afinal este aspecto de nossa tara por vinhos também é de grande importância para a maioria de nós pobres mortais desprovidos de cartões corporativos, alguns se destacaram e estão aqui presentes hoje. Vamos aos vinhos:

  • Lago di Corbara – este eu garimpei no Encontro de Vinhos (promovido pelos amigos Beto e Daniel) do Hotel San Raphael em Agosto. Corte de supertoscano, só que este vem da Umbria região de vinhos de menor prestigio, mas em fase de mudanças qualitativas e este blend de Sangiovese (cerca de 50%) com Cabernet Sauvignon e Merlot é um claro exemplo disso. Muito rico, harmônico mostrando uma paleta olfativa sedutora que nos convida á taça, é um belo vinho, de bom corpo, sem arestas e muito bem feito. O amigo Ronaldo (Consigliere du Vino) o acompanhou com Ossobuco e diz, ficou delicioso. Prove você também,  um vinho na casa dos R$100 a 120,00.
  • Cascina Ballarín Pilade Dolcetto d’Alba – um vinho mito agradável que surpreende por sua riqueza e corpo que não são muito peculiares aos vinhos elaborados com esta uva. Quem prova não deixa de repetir, um vinho sedutor para acompanhar pastas em geral ou curtir de forma descompromissada com os amigos num Queijo & Vinho. Seu Barolo, abaixo dos R$200 também é uma belezura, mas me contento (rs) com este que possui um preço ao redor de R$70, mais condizente com meu bolso.
  • Badia & Passignano Chianti Classico Riserva – da ótima safra de 2006, um dos vinhos mais marcantes de 2006. Tudo aquilo que se espera de um chianti de classe, um vinho cativante desde o nariz já que sua paleta olfativa de muito boa intensidade é absolutamente divina te convidando à taça. Na boca é de uma finesse incrível, taninos muito finos, corpo médio, complexo, frutos vermelhos em abundância, baunilha num final de boca muito saboroso e levemente especiado com boa persistência.  A revista Decanter (essa eu respeito) lhe deu 5 estrelas e merece cada uma delas. Acompanhou maravilhosamente  um prato de Sorentini de Funghi com molho de funghi! Custa por volta dos R$180,00 e vale pelo prazer que entrega.
  • Torcicoda, Primitivo de Salento – um primitivo para derrubar famosos. Provei numa feira de vinhos promovida pelo importador e me encantei. Melhor ainda, possui preço abaixo dos 100 Reais o que é uma ótima noticia para vinhos de qualidade elaborados com esta uva que custam de 20 a 30% mais caro. Complexidade, boa textura, corpo médio para encorpado porém sem exageros, frutos do bosque negros, especiarias bem presentes (pimenta), taninos sedosos e notas terrosas, compondo um conjunto muito saboroso e equilibrado.
  • Da Vinci Chianti Riserva – custava cerca de 120 reais e o importador o colocou em promoção. Caiu abaixo de 100 e o importador gostou do resultado transformando o que era promoção em novo preço, ficou mais gostoso ainda, rs, rs! Macio, aromático, frutos vermelhos bem presentes ( ameixa), notas de defumado e salumeria com um final algo mineral e muito agradável em que aparecem notas de especiarias bem sutis. Carnes grelhadas e uma bela lasanha devem acompanhá-lo bem.
  • Cusumano Nero d’Avola – não é novidade para a maioria, pois anda por aí no mercado já faz um tempinho, porém para mim foi o primeiro gole e gostei. Uva originária da Sicilia que normalmente gera vinhos mais encorpados mas que nesta faixa de preços apresenta vinhos muito saborosos, fáceis de beber e apetecíveis á maioria. Não é nenhum blockbuster nem é esse seu propósito, porém é cremoso na boca, franco com boa fruta mas sem exageros, corpo leve para médio, um vinho muito fácil de se deixar enamorar. Uma particularidade deste vinho é que seu fechamento não se dá nem com rolha nem com rosca e sim com vidro!  Por cerca de R$50,00 é uma ótima pedida para acompanhar refeições mais ligeiras, quem sabe um belo hamburger de picanha!!

Praticamente terminei meus Destaques de 2011, então aguentem que na Segunda tem mais, não falei que ia ser uma maratona?! Só espero que o resultado esteja sendo interessante para vocês e lhe seja útil em compras futuras. Por esta semana é só, salute kanimambo e não esqueçam, hoje é Dia do Vinho do Porto, brindemos com ele!!!!!

Degustando Nebbiolos

            O amigo Luiz Otavio (Enopira), o papa-mor da vinosfera Piracicabana e profundo conhecedor fez esta degustação bastante interessante e, como tenho alguns desses rótulos na Vino & Sapore, com asterisco, decidi unir o útil ao agradável publicando aqui suas experiências com esses caldos. Eis seus comentários:

1-      Dessilani Ghemme DOCG 2003

Produtor- Dessilani Luigi e Figlio- Fara Novarese- Novara- Piemonte- Itália.

Castas- 90% Nebbiolo (Spanna), 5% Vespolina e 5% Uva Rara (Bonarda Novarese).

Teor alcoólico- 13,5%

Amadurecimento- 18 meses em Botti grande de carvalho francês e da Slavonia.

Preço- R$ 120,00

Serviço- Aberto uma hora antes e servido a 18ºC

Bom vinho, mas já no limite e em minha opinião em declínio. Muita borra e em processo de formação da mesma muito rápido quando aberto. Leve balsâmico e algo arestado. Já teve melhores dias. Nota 88

 2-      Dessilani Gattinara DOCG 2003 *

Produtor- Dessilani Luigi e Figlio- Fara Novarese- Novara- Piemonte- Itália.

Castas- 100% Nebbiolo

Teor alcoólico- 13,5%

Amadurecimento- 24 meses em Botti grande de carvalho francês e da Slavonia.

Preço- R$ 120,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18ºC

Muito bom vinho, viril, amadeirado, levemente rústico, agüenta mais uns 5 anos. Nota 90

3-      Piero Busso Barbaresco Mondino DOCG 2007 *

Produtor- Piero Busso- Neive- Cuneo- Piemonte- Itália.

Castas- Nebbiolo do vigneto Mondino

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 18 meses em Botti grande de carvalho

Preço- R$ 190,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18ºC

Excelente barbaresco, um dos melhores que provei, muito elegante, sutil, groselhas deliciosas. Nota 94

4-      Piero Busso Barbaresco San Stunet DOCG 2006

Produtor- Piero Busso- Neive- Cuneo- Piemonte- Itália.

Castas- Nebbiolo de vigneto San Stefanetto

Teor alcoólico- 14%

Amadurecimento- 18 meses (70% em Botti grande de carvalho e 30% em barricas)

Preço- R$ 290,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18ºC

Excelente barbaresco, mais fechado, viril, complexo. Nota 93

 

5-      Cascina Ballarin Barolo Tre Cìabot DOCG 2005 *

Produtor- Cascina Ballarin- La Morra- Cuneo- Piemonte- Itália

Castas- Nebbiolo de vigneto em La Morra.

Teor alcoólico- 14%

Amadurecimento- 24 meses em Botti de carvalho Slavonia; toneis e barricas de carvalho Francês.

Preço- R$ 186,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18ºC

Muito bom Barolo, num estilo mais moderno, bom custo/beneficio. Nota 92

6-      Cascina Ballarin Barolo Bricco Rocca DOCG 2005

Produtor- Cascina Ballarin- La Morra- Cuneo- Piemonte- Itália

Castas- Nebbiolo de vigneto em La Morra.

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 24 meses em Botti (10 e 20 hl) de carvalho Slavonia

Preço- R$ 332,00

Serviço- Decantado por duas horas e servido a 18ºC

Muito bom, viril, complexo, num estilo mais tradicional. Nota 93

7-      Gaja Sperss Langhe DOC 2005

Produtor- Gaja- Barbaresco- Cuneo- Piemonte- Itália

Castas- 94% Nebbiolo e 6% Barbera

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 12 meses em barricas de carvalho francês e 12 meses em Botti.

Preço- R$ 1.050,00

Serviço- Decantado por três horas e servido a 18ºC

Este vinho não  é classificado como DOCG Barolo, visto que o Gaja não abre mão de um pouco de Barbera para ajudar na acidez do vinho, o que não é permitido pelas regras da DOCG. Muito fechado ao ser aberto, um pouco rústico, teve uma evolução fantástica no decanter, e se o Bussia estava bem melhor que ele no inicio, com o tempo foi melhorando e ficou como o melhor dos Barolos, para 11 dos 12 participantes. Eu fui o único a votar no Bussia, talvez mais por teimoso, já que tinha gostado mais dele no inicio e quase até o final da noite; mas devo confessar, no final da taça, já no outro dia, o Gaja estava melhor.

Grande vinho. Nota 95

 

8-      Cascina Ballarin Barolo Bussia DOCG 2005

Produtor- Cascina Ballarin- La Morra- Cuneo- Piemonte- Itália

Castas- Nebbiolo de vigneto Bussia de Monforte D’Alba

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 24 meses em barricas de carvalho francês.

Preço- R$ 332,00

Serviço- Decantado por duas horas e servido a 18ºC

Excelente vinho, elegante, harmônico, muitíssimo equilibrado, madeira muito bem colcoda, talvez num estilo mais moderno, gostei muito. Nota 95

 

9-      Rainoldi Sfursat di Valtellina DOCG 2007

Produtor- Aldo Rainoldi- Chiuro- Sondrio- Lombardia- Itália

Castas- 100% Chiavennasca (Nebbiolo)

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 18 meses em tonel de carvalho e 12 meses em garrafa.

Preço- R$ 190,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18ºC

Muito bom vinho, complexo, nebbiolo passificada por 3 meses, mas não deixando açúcar residual aparente.

Acredito que este vinho harmoniza muito bem com chocolate amargo e carne com molho de queijo azul. Nota 92

           Bem é isso por hoje. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou na Vino & Sapore onde preciso garantir o leite das crianças!

Um Sassicaia Cortou o meu Caminho

         Até aí, nenhuma grande novidade!  Não que este seja visita constante, mas não chega a ser nenhuma grande novidade também, só que não foi esse rótulo que você conhece apesar deste também levar o selo de qualidade Incisa Della Rocchetta . Tão pouco foi o azeite que você já ouviu falar. Este Sassicaia foi diferente, algo mais inusitado e único que me seduziu por completo numa degustação em que estive ontem e olha que eu não sou assim tão chegado em destilados! Aliás, como dizem os ingleses. “it swept me off my feet”!

        O saudoso Angelo Fornara um dia me disse que sua mamma possuía uma sabedoria muito pessoal sobre vinhos que ele respeitava muitíssimo. Enchia o copo, olhava, cheirava, levava á boca e dava seu veredito; “mi piace ou no mi piace”! Invariavelmente estava certa. Minha relação com destilados, apesar de algum treinamento olfativo e palativo em decorrência do vinho, anda um pouco por aí e, neste caso, mi piace molto!!!

O Sassicaia que cruzou meu caminho foi esse aqui do lado da Poli Elegant, por sinal também muito boa. Uma grappa produzida pela Poli na região do Veneto e trazida pela Zahil. Jacopo Poli é um destilador que resgatou a história de seus antepassados, produtores desde 1898 e tem uma frase que acho genial; “O segredo de fazer uma boa grappa é simples. Um precisa de bom e fresco bagaço fermentado de uvas e 100 anos de experiência”!  Neste caso, bagaço fermentado de Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon envelhecido por  quatro anos quando termina seu afinamento com seis meses em barricas usadas pela Sassicaia. Muito aromática, estruturada e elegante com a madeira lhe aportando uma complexidade adicional, difícil descrever todas as sensações sentidas,  mas  no site o produtor a chama de majestosa e tendo a acompanhar essa descrição!

          Uma grappa de meditação, como um vinho que lá provei e depois comentarei, para curtir com calma vendo o sol se pôr ou ao lado de uma lareira numa noite fria. Há muito não me entusiasmava tanto com algo de origem etílica. Não sei se é caro, não tenho parâmetros de comparação pois essa não é minha praia, mas custa uma grana legal, algo ao redor de R$520,00, que se estiver sobrando recomendo usar na compra de uma garrafita dessas e curtir com moderação, é excepcional!

        Dos vinhos provados falo num outro dia, mas garimpei um verdadeiro achado – um saboroso Rioja com 18 meses de Crianza por um ótimo preço – descobri um ótimo Malbec, que normalmente não me impressionam muito,  e confirmei a grandeza dos vinhos da Casa Ferreirinha! Por hoje é só, salute, kanimambo e bom fim de semana.