Uma Dupla Luso Italiana na Confraria Frutos do Garimpo

Um de origem portuguesa, região Lisboa, e o outro italiano da região do Piemonte. Dois blends, duas propostas diferentes, duas personalidades diferentes, vinhos de gama média/alta que este mês caíram em minha peneira e com isto rompo o silêncio que há dez dias imperava por aqui! rs

Começo por um xodó meu que ainda há poucos dias apresentei numa aula sobre vinhos e regiões Pinto collectionprodutoras portuguesas, com a colaboração do importador ALMERIA. O Quinta do Pinto Estate Collection 2012, um corte de Touriga Nacional (35%), Aragonez (25%), Syrah (25%) e Merlot (15%) de Alenquer , região Lisboa, onde fica localizada a Quinta. Passa 12 meses em barricas francesas de 2º uso o que lhe confere complexidade sem abafar a fruta abundante. Cor rubi ainda bem escura com halo violeta, aromas de boa intensidade onde despontam os frutos escuros, na boca notas especiadas, fruta abundante, meio de boca de ótima textura, denso, rico com taninos ainda firmes e aveludados. Final de boca muito elegante apesar de ainda algo austero, e de boa persistência, um vinho muito especial e um destaque da região. Para beber já, mas certamente ainda tem um par de anos pela frente para evoluir com muita qualidade e diversão à mesa, porque o nome ajuda! rs Um senhor vinho com preço de mercado condizente com a qualidade, entre R$200 a 250,00.

O Segundo vinho vem do Piemonte, Itália, especificamente de Monferrato, um blend sempre majoritariamente de Dolcetto e que em 2013 teve como coadjuvantes, 10% de cada, as uvas RuchéRosso Scarpa (rara uva regional), Barbera e Freisa perfazendo um conjunto muito atrativo. É o Monferrato Rosso Scarpa DOC que é um lançamento recém chegado à importadora BODEGAS que me procurou para colocar este rótulo nesta confraria de oportunidades com um preço especial. A primeira visão na taça é de um vinho ainda jovem com halo bastante vivo, no nariz é um pouco tímido porém nota-se frutas vermelhas e sub liminarmente algo de eucalipto/mentol mais sutil. A entrada de boca é marcante, firme, frutado, meio de boca com taninos bem presentes tomando conta do palato mostrando boa estrutura, notas terrosas com um final de boca aveludado em que a acidez aparece mais, pedindo comida. Risoto de funghi, Brasato, Polenta mole com ragu, estamos diante de um típico vinho italiano gastronômico e que, a meu ver, perde se tomado solo.  Um vinho sem passagem por barricas, apenas Inox por 10 meses seguido de 3 de afinamento na garrafa antes de sair ao mercado e, mais uma vez, um vinho que ainda evoluirá para mais um par de anos. Preço de mercado deverá ficar entre R$130 a 140,00.

Por hoje é só, durante a semana tem mais. Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana!

Topos de Gama Lusos na Frutos do Garimpo.

Numa saborosa viagem por quatro regiões produtoras, Alentejo, Lisboa, Beiras e Douro numa parceria com o Palácio de Vinhos. Esta foi a seleção do mês de Janeiro da Confraria Frutos do Garimpo, pepitas que apareceram na minha peneira até porque como já mencionei por diversas vezes, há momentos para tudo e em todos os níveis.

Quatro tintos topo de gama (Kit com uma garrafa de cada) da Companhia das Quintas (grupo produtor) todos da safra 2009/10, de produção limitada, todos em ponto de bala, o que garanto porque provei-os todos recentemente, mesmo que alguns ainda aguentem bem e darão prazer por mais um par de anos.

Herdade da Farizoa Reserva 2010 (RP90)* – do Alentejo, com passagem de 18 meses em barrica francesa (50% novas), blend de Touriga Nacional, Alfrocheiro, Syrah e Trincadeira, com somente umas 12.500 garrafas produzidas. Paleta aromática frutada com alguma especiaria, na boca mostra-se bem integrado, macio, boa textura, taninos finos e boa persistência. Sumiu rápido da taça e da garrafa, acho que estava com algum vazamento! rs Preço em Sampa ao redor dos R$150 a 160,00.

Quinta do Cardo Touriga Nacional Reserva (WE92)* – da Beiras Interior com passagem por 20 meses em barricas francesas (50% novas) tendo o 2008 sido apontado como um dos destaques TN 100% de Portugal pela Jancis Robinson. Nos aromas notas florais tí­picas da casta e fruta abundante, já na boca despontam frutos silvestres em harmonia com taninos finos, macios, boa acidez e um final algo apimentado. São cerca de 10.000 garrafas produzidas. Preço de mercado em Sampa ao redor de R$170,00 a 180,00.

Frutos do Garimpo seleção Janeiro 2018 - Palacio dos vinhos

Quinta da Fronteira Reserva (WE92)* – do Douro, um clássico corte duriense de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz com passagem de 18 meses por barricas francesas (20% novas). Nariz intensamente frutado, notas mentoladas e sutil toque amadeirado. Na boca chega volumoso, rico, complexo, algumas notas vegetais, taninos aveludados e muito persistente com uma boa pegada gastronômica, digno dos melhores topo de gama da região. Acompanhou bem um belo filé de javali ao molho de vinho com puré de cará no final de ano. Cerca de 20 mil garrafas produzidas e preço médio em Sampa entre R$230 a 240,00.

Quinta de Pancas Reserva Touriga Nacional (WE92)* – mais um belíssimo Touriga Nacional neste kit, com 18 meses de passagem por barricas francesas (50% novas) e produção limitada a 5.300 garrafas. Mais uma vez as notas florais ganham destaque aqui, mas é na boca que mostra bem ao que veio. Robusto, cremoso, especiarias, notas balsâmicas, ótima concentração em perfeito equilí­brio, um vinho fino, guloso por natureza, complexo com uma persistência das boas, daquelas que fica na memória. Um dos meus destaques entre todos estes vinhos de primeira grandeza lusos. Preço ao redor de R$170 a 180,00 em Sampa.

É isso gente, por hoje é só! rs Aproveitem o fim de semana, saúde e kanimambo pela visita. Segunda tem mais, mas nos encontramos por aí numa das muitas esquinas de nossa vinosfera, quem sabe na Vino & Sapore! rs tchin-tchin

Cheers Smile

 

 

 

 

 

 

 

* Importador Palácio dos Vinhos – safras basicamente esgotadas no mercado, mas ainda disponíveis na Vino & Sapore e eventuais outras boas lojas do ramo.

Nirvana na Taça

Sei que já anda por aí há um tempinho, mas foi recentemente que me deparei com ele na taça e, UAU! Que sou um amante dos Vinhos do Porto creio que é chover no molhado já que tenho até uma categoria aqui do lado só com posts sobre o tema, muitos mostrando o que é e quais as diferenças entre eles porque, surprise, Vinho do Porto não é todo igual! Sei que a maioria já sabe disso, mas vale sempre lembrar porque a diferença é enorme e chegar numa loja só pedindo um Vinho do Porto, pode significar um grande desapontamento e até uma certa dose de frustração ao você descobrir que levou algo para casa que não é bem o que queria e está habituado. O enochato aqui sempre pergunta, que Porto? rs Por sinal, o melhor vinho de minha vida segue sendo um Porto Tawny Colheita 1910, inenarrável, puro êxtase!!!

Bem, mas hoje quero falar do Nirvana* na minha taça, um Porto Ruby Reserva da Dow’s (Grupo Symington) especialmente desenvolvido junto ao Flandres Taste Foundation na Bélgica, para acompanhar Porto Nirvanachocolates meio amargos, acima de 45% de cacau, e amargos .

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão são as três castas proeminentes com de 3 a 5 anos de toneis grandes de carvalho onde a oxidação e efeito da madeira é menor ressaltando a fruta madura farta. Ótima fruta e um floral bem presentes compõem uma paleta olfativa de boa intensidade e sedutora que convidam a levar a taça à boca. Ao primeiro contato no palato ela já mostra ser diferente, um tanino sutil e 20% de teor alcoólico, algo como meio porcento acima da média resulta numa textura diferenciada, macio, cremoso com um final de boca algo mais seco, de bom frescor e longa persistência. Muito bom, mas com o chocolate  amargo cresce adoidado e aí aparecem todos os uaus que estavam difíceis de segurar já com o vinho solo. A prova viva de que quando a harmonização dá certo o resultado é geométrico e não aritmético! A minha harmonização melhor foi com os chocolates de alto teor de cacau que levam em sua elaboração laranja, cramberry e açaí, um toque cítrico muito interessante.

Fiz  teste também com um chocolate ao leite com uma fina camada de crocante de de amêndoas caramelizadas (Heidi Florentine) e também “ornou” muito bem, mesmo os amargos se apresentando melhor. O segredo aqui talvez seja por este Porto apresentar um residual de açucar menos aparente que a maioria dos Rubys, um equílibrio perfeito com a boa acidez presente.

Algumas dicas de chocolates; Nugali Flor de Cacau (70%) com crocante de açaí, Lindt Intense Orange, Heidi Dark Cramberry, Heidi Grand’Or Hazelnut e Heidi Dark Orange, mas tem muito mais por aí. Eu me encantei e por isso mesmo a necessidade de compartilhar isso com os amigos.

Espero que curtam se acharem por aí. O preço médio pesquisado aqui em Sampa é ao redor dos R$140,00 e a garrafa é de 500ml, mas acho que vale. Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo final de semana para todos. Para quem estiver a fins de um passeio legal no Sábado, o centrinho da Granja Viana tem ótimas opções de restaurantes para almoço e tem a Vino & Sapore onde os amigos são sempre recebidos com uma boa taça de espumante para celebrar a vida, cheers!

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

 

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Mariana Mudou e Para Melhor!

O vinho logicamente! rs Há uns meses tive a oportunidade de participar de uma degustação de vinhos Ibéricos da World Wine e um dos pontos em que mais me demorei foi na Herdade do Rocim, onde o prazer se cultiva (gostei disso!). O Pedro Ribeiro, diretor geral e enólogo da Herdade, tem algo em comum comigo, ambos desfrutamos por algum tempo do convívio com a saudosa amiga Inês Cruz e “só” isso já rendeu um bom papo.

Antes de falar do Mariana, provei bastante coisa, deixa eu comentar o excelente trabalho que o Pedro e a Herdade vêm fazendo por lá e já coloquei esta casa produtora em minha wish list para uma próxima viagem ao Alentejo. Vejamos:

Herdade do Rocim Branco – um tradicional corte de Antão Vaz, Arinto e Roupeiro muito rico, equilibrado, seco, boa fruta puxando para as notas cítricas, e de boa persistência. Na casa dos 100 reais, um vinho bastante interessante e cumpridor!

Olho de Mocho Reserva Branco 2014 – grande vinho na minha modesta opinião, um 100% Antão Vaz com uvas de vinhedos de mais de 70 anos com passagem de seis meses por barricas francesas. A Antão Vaz vinificada só, normalmente gera vinhos de bom corpo, untuosidade e frescor, este não foge á regra. Madeira muito bem aplicada, levanta o conjunto e dá-lhe complexidade sem comprometer, longo, cremoso, boa textura, fresco com uma certa mineralidade de final de boca que persiste por um tempão! Na casa dos R$140,00.  Para quem não sabe, mocho é coruja lá na terrinha.

Herdade do Rocim Tinto 2014 – Corte de Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Aragonês de taninos finos e macios, aromas algo tímidos com notas florais, fruta mais madura em boca com um toque final de especiarias e um certo frescor. Vinho fácil de agradar ao palato da maioria, passagem de 8 meses por barricas francesas. Na casa dos 110 Reais.

Olho de Mocho Reserva Tinto 12 – Pisa a pé, corte de Touriga Nacional, Alicante Boushet e, surprise, Tannat! A cada ano o corte pode sofrer mudanças e para 2013 o Pedro me disse que foi Alicante Bouschet, Tinta Miúda e Petit Verdot e me deixou muito curioso por provar. Quem sabe não pinta uma oportunidade logo e se in loco melhor ainda! rs Um vinho que salta alguns degraus na minha opinião e que me seduziu não só por sua complexidade, mas por sua finesse mesmo que apresentando maior austeridade e corpo, 16 meses de barrica francesa, vinho ainda jovem com muitos anos para evoluir e nos dar prazer certamente. Muito bom vinho e como tal já na casa das 200 pratas.

Pois bem, estava deixando de lado o Mariana, um vinho de entrada que já conhecia de velhos carnavais e, bem, não era ruim mas também nunca me seduziu. Tinha igual de monte por aí e, até em função disso, sem personalidade. Só que o Pedro me convenceu a prová-lo, me garantiu que o vinho era outro após as mudanças feitas por ele e equipe. Ora pois, não é que o gajo estava certo!!

Mariana Tinto – Deixei por último não porque seja o melhor ds vinhos provados, mas porque foi o que mais me surpreendeu e porque é o mais acessível o que, nesta crise e com os preços em nossa terra brasilis, é sim um fator preponderante para a maioria na hora de se comprar um vinho, pelo menos para mim é! Corte de Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Aragonês com passagem de seis meses por barricas francesas de 2º e 3º uso, ganhou corpo e complexidade sem perder seu caráter mais jovial e fresco, com fruta vermelha madura mais presente, taninos aveludados e finos (característica de tudo o que provei deles) compondo um conjunto de muito boa qualidade, rico e equilibrado sem arestas que dá muito prazer de tomar. Na casa dos R$75,00 (preços atualizados porém podem existir estoques antigos por aí) um vinho que cabe no meu bolso e me entrega prazer ao tomar, destaque a meu ver e certamente achará seu caminho para minha adega! rs Gosto de vinhos que falam comigo e este tem um papo que me agradou, rs.

Herdade do Rocim - Prova

Bem, por hoje é só e na dúvida já sabem, o vinho é luso!! rs Kanimambo pela visita e seguimos nos vendo por aqui ou por aí nas estradas de nossa vinosfera. Saúde, fui.

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Um Douro Encantador na Taça, Quinta do Pessegueiro

Segunda prova e a confirmação de estar frente a frente com um vinho de fina estirpe. Projeto novo para os padrões da região, 1991, quando o terreno foi comprado pelo industrial, hoteleiro e produtor de vinhos francês Roger Zannier, que se apaixonou pelo lugar em suas idas e vindas na atividade textil, e aí iniciado o plantio das primeiras vinhas. Posteriormente outras terras foram agregadas ao projeto possibilitando uma maior harmonização dos vários terroirs durienses que se reflete no vinho. Os vinhos estão a cargo do diretor geral e genro de Zannier, o borgonhês Marc Monrose, e do jovem enólogo João Nicolau de Almeida Junior que carrega consigo o DNA dos grandes (pai e avô). Um vinho que está entre meus preferidos e que recomendei aos amigos que viajam a Portugal e continuamente me pedem dicas do que comprar e trazer de lá. Por sinal, dá para não se apaixonar por uma paisagem destas?? (clique na imagem para ver o projeto da casa, DIVINO!!)

Casa qta do Pessegueiro

Desta feita, no entanto, provei algo mais e me entusiasmei com tudo! rs Começamos pelo ALUZÉ tinto 2011, um vinho de “entrada” elaborado com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Vinhas Velhas vinificado e envelhecido em balseiros de 10 a 15.000 Qta do Pessegueirolitros o que dilui a influência da madeira que mal se sente. Um tinto de boa intensidade aromática, muito vibrante, muita fruta fresca, ótimo frescor, muito equilibrado, médio corpo, taninos finos e macios, com um final apetitoso que pede a próxima taça. Um vinho realmente sedutor que me encantou. Vinho na casa dos R$120 a 140,00

A seguir tive o prazer de rever o Quinta do Pessegueiro 2012, um vinho de outro escalão, galgamos alguns degraus a mais aqui. Vinhas velhas com mais de 80 anos às quais se unem as, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz vinificadas em balseiros e lagares de concreto e posteriormente envelhecido em barricas francesas de 225ltrs e austríacas (carvalho alemão) de 600ltrs por um período de 18 meses. Paleta olfativa intensa e complexa, daqueles vinhos de ficar na dúvida se se bebe ou se funga, demais!! rs Maior estrutura, taninos mais presentes porém já mostrando muita elegância e finesse, fruta presente com notas mais terrosas, um meio de boca de bom volume sem excessos mostrando muita harmonia, acidez bem equilibrada e um final de longa persistência com um toque algo Qta do Pessegueiro Portomineral e fresco. Tremendo de um vinho na minha opinião, jovem com anos de vida para nos fazer sorrir e o preço acompanha a qualidade, por aqui em terras brasilis na casa dos R$260 a 280,00.

Porto Vintage 2014 – este ainda não está no Brasil, mas a marca da elegância e finesse se mostrou na minha taça com tudo. Como um vinho fortificado, a estrutura e o álcool estavam lá, porém tão bem harmonizados, integrado e macio na boca que me surpreendeu num vinho tão jovem ainda. Um Porto Vintage diferenciado, que ainda adicionarei à minha pequena mas seleta coleção, pois gostarei de o rever daqui a alguns anos. Esta Quinta, que agora entra em meu wish list de visitas, deixa uma marca que esta pequena prova deixou bem clara para mim, a busca pelo equilíbrio e a finesse dos vinhos apresentados.

Apesar da idade, certamente já uma Quinta a se ter conta quando se fala de vinhos top do Douro em linha com os grandes vinhos da região e muito ainda haverá de vir. Uma ótima semana a todos, kanimambo pela visita, saúde e nos vemos por aqui ou em algum dos muitos caminhos de nossa vinosfera.

 

 

 

Que Vinhos Trazer de Portugal – Meus TOP 60 ou Mais ….

Apesar de um dia já ter feito aqui uma lista, isso nos idos de 2008, de lá para cá muito vinho luso andou por minhas taças. Sigo achando a maioria dos vinhos que listei como boas opções, porém recentemente, pelo Face (inbox) e pessoalmente, alguns amigos me enviaram mensagens pedindo dicas do que comprar em visita a Portugal. Um deles foi ainda mais objetivo; ” João, se você estivesse com o bolso recheado, que vinhos você não deixaria de trazer de Portugal?”, escolha difícil essa e certamente muitos dos que lerão este post terão outras opiniões e dicas, porém, como sempre, me atenho ao que provei!

Portugal FixeParei para pensar e a lista é realmente grande, mas considerando tudo que já tomei de vinhos lusos os que me mais pularam à mente, alguns realmente inesquecíveis, foram os abaixo listados que totalizam algo ao redor dos 60 rótulos. Se não houvesse, amarras financeiras, certamente minha coleção particular teria a grande maioria, se não todos, dos vinhos aqui selecionados apesar das inúmeras outras ótimas opções, porque Portugal é um celeiro de grandes vinhos! Sem contar os vinhos mais acessíveis e também de muita qualidade, que formariam a base da pirâmide de minha adega lusa. Separei por região para ficar mais fácil.

Minho – Vinhos verdes

Soalheiro Reserva Alvarinho, Quinta de Gomariz Grande Escolha, Royal Palmeira Loureiro, Muros de Melgaço Alvarinho, Quinta da Covela Reserva Branco.

Douro

Quinta do Lordello, Crochett, Chryseia, Niepoort Batuta e Redoma, CV de Cristiano Van Zeller, Quinta do Crasto Vinhas Velhas, Casa Ferreirinha Reserva Especial e Quinta da Leda, Quinta do Pessegueiro, Roquette & Cazes, Duas Quintas Reserva, Quinta do Côtto Garrafeira,  Porto Graham´s Tawny 30 anos, Porto Tawny S. Leonardo 20 anos, Portos Tawny Colheita da Andresen (qualquer um veja o post), Dalva Golden White Porto 63, Porto Vintage 2007 da Quinta do Vesuvio, Fonseca ou Graham’s,Secret Spot Moscatel 40 anos Casco VII.

Bairrada

Buçaco  Branco, Luis Pato Vinha Barrosa, Quinta do Ribeirinho Pé Franco, Principal Tinto Grande Reserva.

Dão

Quinta da Pellada Carrossel, Quinta da Pellada Touriga Nacional, Quinta dos Roques Encruzado, Quinta dos Roques Garrrafeira, Quinta Fonte do Ouro Encruzado, Pape, Lagar de Darei Private Selection Branco,  Quinta Mendes Pereira Garrafeira, Quinta das Marias Cuvée tinto ou Garrafeira (ambos tintos), Terras de Tavares Reserva.

Tejo

Quinta da Lagoalva Alfrocheiro,

Lisboa

Quinta do Pinto Estate Collection,  Morgado de Sta. Catherina Arinto, Quinta do Monte D’Oiro, Quinta de Pancas Grande Escolha, DFJ Francos Reserva.

Setubal

Cova da Ursa Chardonnay, Moscatel Roxo Superior da Bacalhôa ou de José Maria da Fonseca,

Alentejo

Marias da Malhadinha, Mouchão Tonel 3-4, Quinta de Santa Vitória Inevitável, Zabunjeiro, Casa Agricola Santana Ramalho Avó Sabica, Solar dos Lobos Grande Escolha, Paulo Laureano Alicante Bouschet, Cortes de Cima Reserva, Farizoa Grande Reserva.

Tem um pouco de tudo por aqui, exceção feita à Madeira onde há poucos que eu não goste!! rs Não são vinhos baratos, a maioria deve andar entre os 20 a 50 Euros por lá dependendo obviamente da safra, com um ou outro mais alto podendo bater a barreira dos 100. Por aqui, bem, por aqui em terras brasilis vale multiplicar por 5 e aplicar a taxa cambio vigente, é … ! Segue um mapa com as regiões vitivínicolas de Portugal, lembrando que o Douro foi a primeira região demarcada do mundo, 1756!!

Boa viagem, boas compras e kanimambo pela visita. Nos encontramos por aí, nas curvas e retas de nossa vinosfera, fui!

Portugal - regioes demarcadas

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Bulldog?

Sim e não é cachorro! O Paxis Buldog Red Blend é um vinho sem passagem por madeira, um tradicional corte duriense com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Mais um dos lançamentos da linha Paxis recém chegada ao mercado pelas mãos da Lusitano Import de meu amigo Fernando.

Paxis Bull 1A paleta olfativa é muito frutada, intensa, chama a taça à boca onde os aromas se confirmam. Fruta madura, toque de alcaçuz (difícil encontrar num vinho apesar das diversas indicações por aí!), boa textura, corpo médio, taninos aveludados, alguma especiaria, bom volume de boca e fiquei com a sensação de boca que o vinho tivesse passado por fermentação carbônica em algum momento de seu processo de vinificação,porém o produtor nega após eu ter ido atrás dessa informação. De qualquer forma, essa foi a minha percepção. Final de boca fresco com uma acidez gostosa que mostra bem sua aptidão gastronômica.

Como disse no post sobre o Paxis Pinot Noir publicado há cerca de uma semana, gosto da filosofia tanto do produtor quanto de seu importador, vinhos de muito boa relação PQP ( Preço x Qualidade x Prazer) e apesar de eu ter curtido mais o Pinot Noir, estamos diante de mais um vinho muito agradável com um perfil mais internacional. Na faixa das 80 pratas, vale o que pedem por ele.

Gente, eu não sou de carnaval, nunca fui e agora menos ainda, mas boa farra para quem for pular e cuidado com os exageros de toda a espécie. É tempo de farrear mas façam-no com responsabilidade, os taxis, metrô e Uber estão aí para garantir mais segurança. Para quem for descansar, aproveitem. Eu estarei aberto na Vino & Sapore neste Sábado e, excepcionalmente, na Segunda e Quarta quem sabe não nos encontramos por lá! Kanimambo pela visita, saúde e até semana que vem, fui!

 

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Mais um Vinho Verde na Taça!

Está difícil me desenvencilhar dos vinhos brancos e lusos assim como das harmonizações! Este foi mais no inicio de Janeiro, mas ainda não tinha compartilhado com os amigos então, lá vai!

O prato é típico de Itanhaém, aqui no litoral sul paulista, onde o mercado de peixe vende esta Tainha recheada com farofa e outros ingredientes que desconheço! rs Que é bom é, disso eu sei e volta e meia peço para meu genro me trazer uma. Foi para o forno e para a mesa sem dor de cabeça, sem sujeira na cozinha, do jeito que eu e minha loira queríamos num Domingo preguiçoso.

Para acompanhar, um vinho verde com certeza, Aromas das Casta, um blend de Alvarinho e Trajadura que sempre me encanta:

Alvarinho – Tem seu berco na região do Minho (vinhos verdes) em especial na sub região de Monção e Melgaço onde atinge seu apogeu! Existe em algumas outras poucas regiões onde um ou outro eventual rótulo poderá se sobressair, porém em nenhuma outra é tão exuberante. Vinho marcado pelo aromas florais (laranjeira, tílias) e sabores que nos remetem a frutos de boa acidez como a grape-fruit e laranja.

Trajadura – em seu berço também no Minho (vinho verdes), no nordeste de Portugal. O seu vinho é usado especialmente em blends, onde agrega aromas cítricos e estrutura. A baixa acidez dessa uva é o maior limitador para a elaboração de vinhos varietais, embora frutado, em boca o vinho costuma ser desequilibrado, com carência de frescor e teor acoólico algo alto para a região. Nos blends com Loureiro e Alvarinho, no entanto, a combinação gera vinhos saborosos e equilbrados.

Harmonização - Verde e Tainha recheada

Aromas das Castas Alvarinho/Trajadura – juntou a características das duas castas para nos deliciar com um conjunto de forte intensidade aromática, equilibrado sem exageros na acidez muito comuns aos vinhos da região (gosto mas tem gente que sofre com isso), final com leve dulçor que casou muito bem com a farofa e peixe, bom volume de boca mas com uma certa leveza, média persistência que deixa  um “Q” de quero mais no palato! Um vinho vibrante, alegre para ser tomado só, com peixes e frutos do mar grelhados e, preferencialmente, com camarão ou lagosta, deve virar uma sinfonia!! rs

A harmonização foi bem, os sabores casaram legal e depois, tomei com a loira né! Tudo de bom, muito bom!!! Kanimambo pela visita, saúde e uma ótima semana para todos. Com o calor que anda fazendo (anda faltando equilíbrio lá em cima!! rs) um vinho verde vai muito bem, embarca nessa que a viagem vai ser boa!

Almoço Light, mas Bem Acompanhado!

Há dias de comilança e há dias de recuperação porque ninguém é de ferro! Depois da tempestade vem a bonança, já diz o ditado, então há que se cuidar um pouco do corpo, porque da alma, os xiitas que me perdoem, o vinho trata!! rs

Desta feita, uma torta de camarão com uma bela salada verde com queijo branco fresco e uva. Para acompanhar, um bom branco português, para variar (rs) que fez bonito e mostrou que ás vezes o menos é mais, almoço muito gostoso!

Santos de casa branco com almoço light

Santos de Casa Fazem Milagres Douro Branco 2014, uma grata surpresa ao conhecer uma uva que jamais tinha provado, pelo menos que fosse de meu conhecimento porque pode eventualmente ter composto algum blend já tomado. A Viosinho e a Gouveio (coadjuvantes deste vinho) são duas uvas brancas importantes e bem conhecidas da região duriense, mas da Códega de Larinho nada sabia, nem tinha ouvido falar, sempre aprendendo! Não, não é a mesma uva que a Códega também do Douro, eu também achei porém ao pesquisar fiquei sabendo que são castas diferentes. Pelo que li, é uma casta muito aromática e isto está bem presente já no sacar da rolha.

Como a grande maioria dos brancos do Douro, é um vinho que apresenta mais corpo, uma acidez mais contida porém equilibrada ressaltando um pouco mais a mineralidade da região. Notas cítricas bem presentes (limão, maçã verde), frutos tropicais, gostosa textura, boa persistência, um vinho que me agradou bastante. Acompanhou bem meu almoço, mas o vinho certamente aguentará pratos de maior peso, quiçá polvo à lagareiro (?), e à noite matei o resto da garrafa solita, mas bem acompanhado por minha loira o que, por si só, já é uma baita harmonização! rs

Enfim, mais um branco, mais uma harmonização saborosa, mais uma experiência enogastronomica, ando meio repetitivo não?? rs Quem sabe meu próximo tema não seja um tinto? Até a próxima, saúde e kanimambo pela visita.

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Paxis Pinot, Gostei!

É gente, gosto desta “família” de vinhos elaborada pelo produtor português DFJ que tem ampla linha de produtos para tudo o que é preço e gosto assim como de diversas regiões em Portugal. Já mencionei aqui diversos rótulos que me agradam porque apresentam aquela relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer) que tanto me atrai, ainda mais pelo momento que vivemos, achar bons vinhos a preços decentes versus o monte que encontramos por aí a preços indecentes (não é só vinho não!!) e qualidade nem sempre sequer aceitável! Aliás, vivemos no país dos custos indecentes, impostos indecentes, políticos indecentes e o resultado só podia ser este, mas deixemos isso para lá, afinal é de vinho que trata este site então vou manter o foco neles!! rs

Voltando, rs, chegaram novos rótulos e, obviamente, tive que conferir! Não foi unanimidade, confesso, mas apesar de ter gostado do Bulldog me surpreendi muito positivamente foi mesmo com o Pinot Noir! Em função disso e mesmo falando dos dois, hoje vou me ater a falar deste último deixando o Bulldog para um próximo post semana que vem. O que posso garantir desde já é que o duo vale a pena!

Paxis Pinot e queijoA cor remete um pouco aos pinots “intermediários” sul americanos. Por intermediários me refiro a um meio termo entre os “padrão” mais claro a la borgonha tradicional e os mais extraídos daqui da região. Isso, por si só já nos indica que a probabilidade é a de termos na taça um vinho de média extração, taninos macios mas presentes e isso se comprova na boca. O segundo impacto vem nos aromas com uma intensidade muito boa e sedutora, frutos do bosque bem presentes, um certo frescor que convida a levar a taça à boca. Na boca a fruta é menos exuberante mostrando outras matizes gustativas (falei complicado agora! rs), muito interessantes, complexas em que afora a cereja fresca senti algo de frutos secos também, azeitona preta (influência psicológica??), algum embutido, especiarias bem sutis, boa acidez (a proximidade do mar deve ajudar) gostosa textura de meio de boca e final aveludado compõem um conjunto muito balanceado e rico que me surpreendeu muito positivamente.

Estava próximo do almoço então esquentei umas empanadas e abri um queijo tipo Morbier da Queijo com Sotaque, para testar como o vinho se comportaria com comida, eis minha percepção:paxis pinot e empanadas

  • Queijo – houveram controvérsias, mas eu achei uma combinação ótima com o fungo do meio do queijo fazendo um contra ponto ao vinho, queijo untuoso, macio, intenso, achei muito saboroso.
  • Saltena – a melhor liga em função do tempero intenso da saltena e, talvez, da uva passa presente
  • Empanada integral de mix de cogumelos – achei que ia ser a melhor combinação, mas se mostrou a pior, mesmo não sendo ruim. Talvez para esse teste, devesse esperar uns anos para os sabores terciários aparecerem de forma mais intensa, não sei, talvez tenha faltado algumas notas mais terrosas, algo mais animal para uma liga melhor.

Enfim, um vinho que por oitenta e poucas pratas vale muito a pena em minha opinião, gostei e já me imaginei fazendo um bom prato de strogonoff de filé mignon que a loira prepara com maestria ou até um bacalhau à lagareira! rs Sei que existem outros Pinots lusos por aí, inclusive da Bairrada, mas este foi o primeiro que provei de lá, aguçando minha curiosidade para conhecer outros rótulos. Os amigos comigo se entusiasmaram mais com o Bulldog, mas esse é o grande barato de nossa vinosfera, não só a diversidade de vinhos, uvas e regiões, como a diversidade de sensações, percepções e opiniões de cada um de nós!

Sou fã das uvas autóctones portuguesas que dão uma personalidade diferenciada aos vinhos lusos, mas vinhos como esses mostram que o terroir português ainda pode nos trazer gratas surpresas, podem crer!

Saúde, um bom fim de semana e kanimambo pela visita!