Vinhos do Porto"

E a Dalva Chega a São Paulo!

Demorou, mas chegou! rs Meu primeiro contato com os vinhos da Dalva foi em 2011 na Expovinis quando declarei, metido eu (rs), o Golden White 63 como o melhor vinho do evento. Me apaixonei e mesmo custando entre 100 a 120 Euros por lá, sempre que consigo juntar uns trocados e tenho portador, faço questão de trazer uma garrafa. Tremendo Porto Branco envelhecido, quem tiver a oportunidade não perca!

Depois, numa outra Expovinis em 2014, me esbaldei com uma seleção de Tawnies Colheita antigos (1967 e 75) e um branco com 40 anos inesquecível!

Agora, pelas mãos da Lusitano Import, ela finalmente chega a São Paulo e eu andei provando algumas coisas, inclusive seus vinhos tintos de mesa DOC Douro que aqui compartilho com os amigos. C. Da Silva (Vinhos) SA é uma Casa de forte tradição no vinho do Porto. Fundada em 1862, o seu nome atual foi definido nas primeiras décadas do século XX, quando o Sr. Clemente (não sei porquê esconde nome tão nobre! rs) da Silva recebeu a empresa através de casamento. Não conhecia seus vinhos de mesa e tão pouco o LBV, me surpreendi!

Dalva Colheita tinto, de vinhas velhas com predominância de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca tem passagem por madeira em barricas de 600 litros de carvalho francês, aparentemente de segundo uso, por apenas seis meses. A madeira no vinho é sutil para não dizer imperceptível, médio corpo, o vinho prima pela fruta intensa e uma acidez que nos faz pedir bis, um vinho vibrante em boca com final levemente especiado. No mercado entre 80 a 85 reais

Dalva Reserva Tinto 2015, com as mesmas uvas de seu irmão mais novo com a adição de Tinta Barroca, porém com mais tempo de barricas de 600 litros, oito a doze meses, o que faz com que ganhe robustez e complexidade. Os taninos estão mais presentes mas aveludados e finos, bom volume e textura, rico meio de boca, notas tostadas, frutos negros (cereja madura, cassis), especiarias, médio corpo para encorpado, elegante, um vinho para beber ou guardar ainda por mais um par de anos. No mercado ao redor de 145,00 Reais acompanhou muito bem o delicioso Filé a Poivre Vert do Cascais, onde o Caio anda mandando bem no fogão!

Dalva Porto LBV 2012 – Equilíbrio é o nome deste belo exemplar de Late Bottled Vintage, um Porto Ruby para ser desfrutado sem parcimônia, podendo ser aberto já ou para guarda por mais uma meia dúzia de anos. Com 92 pontos no Decanter Wine Awards de 2017, este é certamente a estrela desta seleção, até porque não provei o Colheita 2007. Fruto intenso, notas vegetais e um toque de especiarias, prima pelo equilíbrio entre a doçura e a acidez, um belo exemplar que, dizem, era para ser declarado Vintage mas por falta de pedidos acabou ficando e engarrafaram como LBV, realmente muito bom. Bom queijos fortes, torta de chocolate, figos e nozes, chocolate amargo com laranja ou cramberry, bom demais. Preço médio de 185 Reais, excelente relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer).

Também me chamou a atenção o Colheita Tawny 2007, na faixa dos 280 a 290 Reais, mas esse não tive oportunidade de provar. Todavia, me baseando no 75 e 67 que tomei na Expovinis de 2014 mais o fato de que a safra de 2007 no Douro foi excepcional, creio que deve estar muito bom e me deixou ansioso por prová-lo. Engarrafado em 2018, arriscaria dizer que para quem gosta de vinhos de guarda 2025 está logo aí, para celebrar meus 70 anos! rs Grande parceiro para sobremesas com frutos secos, torta de amêndoas ou pekan, doces conventuais portugueses, panetone ou colomba. Quem sabe na Páscoa abro uma, acompanhamento não faltará! rs

Tem duvidas sobre o que seja um LBV e um Tawnie safrado, então clica aqui e conheça mais sobre esse incrível mundo dos Vinhos do Porto que não, não são todos iguais. Na lista tem ainda os Ruby e Tawny “básicos”, Branco e Rosé estes último mais próprios para drinks. Kanimambo pela visita e espero que goste da dica, eu gostei e acabei colocando  na confraria Frutos do Garimpo deste mês.

Saúde!

Porto Vintage 2016 o Que Aconteceu por Lá!

Ao final dos dois anos como é de praxe, saem as garrafas de Porto Vintage para o mercado e se iniciam as avaliações. Conforme o jornal português Público, o ano de 2016 teve um Inverno ameno, com níveis elevados de precipitação, que também se sentiram na Primavera. O Verão foi muito quente e seco e apresentou alguns picos de calor em Agosto e Setembro. Estas condições já indicavam que a colheita pudesse ser extrema qualidade, como se lê no comunicado divulgado pela Quinta do Noval através de seu diretor geral Christian Seely, “a declaração de Porto Vintage 2016 se deu apesar de – ou talvez devido a – às condições climáticas incomuns e extremas do ano, o resultado final é de excelente qualidade. Os vinhos são equilibrados e frescos com excelente estrutura, fruta intensa muito pura e expressiva

Já Luís Sottomayor, enólogo da Sogrape, realça a “robustez e estrutura” dos vinhos da colheita de 2016 e garante um perfil de vintage “com níveis de complexidade, cor e  estrutura absolutamente excepcionais, com taninos presentes, perfeitos para evoluírem na garrafa durante muitos anos”.

Apesar de boa parte dos produtores terem declarado seus vintages 2016 como clássicos, não vi alusão disso por parte do IVDP que oficializa essa condição (ano clássico), porém se alguém tiver informação outra por favor comente. Eis a avaliação feita pela Wine Spectator com os Vintage 2016 e seus preços em Dólares americanos. O Churchill e o Quinta dos Malvedos me parecem uma ótima opção! Agora esperar 2020 para ver como a safra de 208 vai se sair, por aqui foi boa, duas netas!! rs Precisarei escolher duas garrafas para elas tomarem no aniversário de 30 anos, aguardando ansioso.

QUINTA DO NOVAL

Vintage Port Nacional 2016
99 points | $1,000 |

DOW
Vintage Port 2016
98 points | $150 |

GRAHAM
Vintage Port 2016
98 points | $150 |

TAYLOR FLADGATE
Vintage Port 2016
98 points | $120 |

QUINTA DO VESUVIO
Vintage Port Capela 2016
98 points | $182 |

WARRE
Vintage Port 2016
98 points | $98 |

GRAHAM
Vintage Port The Stone Terraces 2016
98 points | $230 |

QUINTA DO NOVAL
Vintage Port 2016
98 points | $125 | J.M.

CROFT
Vintage Port 2016
97 points | $100 |

FONSECA
Vintage Port 2016
97 points | $120 |

SMITH WOODHOUSE
Vintage Port 2016
97 points | $82 | .

QUINTA DO VESUVIO
Vintage Port 2016
97 points | $115 |

CHURCHILL
Vintage Port 2016
96 points | $110 |

COCKBURN
Vintage Port 2016
96 points | $110 |

SANDEMAN
Vintage Port 2016
96 points | $90 | J.M.

CHURCHILL
Vintage Port Quinta da Gricha 2016
94 points | $75 |

FERREIRA
Vintage Port 2016
94 points | $95 |

QUINTA DE RORIZ
Vintage Port 2016
94 points | $90 | J.M.

GRAHAM
Vintage Port Quinta dos Malvedos 2005
93 points | $65 |

POÇAS JUNIOR
Vintage Port 2016
93 points | $75 |

QUINTA DA ROMANEIRA
Vintage Port 2016
93 points | $75 |

Rafael Mauaccad, grato pela inspiração e informação postada em sua página do Facebook que serviu de base para este. Saúde, kanimambo e uma ótima semana para todos.

Vinho e Chocolate na Páscoa

Cada um tem seus preferidos e nem precisa de ser vinho de sobremesa ou fortificado. Tem argentino, australiano, uruguaio, chileno, italiano e francês, para tudo o que é bolso e gosto, mas como o blog é meu, rs, falo do que gosto então aqui vai!

Acho os vinhos de Banyuls, região catalã de Roussillon na França (1659 com o Tratado de Pirineus) quase fronteira com a Espanha, que também são fortificados uma ótima opção e há diversos rótulos no mercado. Como não conheço muitos com importação local ( a maioria do que provei não está no Brasil) fica difícil sugerir, porém o da Chapoutier já provei, gostei e é uma opção segura.

Gosto de alguns argentinos, especialmente os Late Harvests de Malbec como o da Susana Balbo e Melipal assim como Malamado da Zuccardi que é fortificado.

Do Uruguai gosto muito do Dominio Cassis Licor de Tannat que ainda por cima tem bom preço. Tem outros como o Toscanini, Familia Deicas e também gostei bastante do Alcyone da Vinedo de los Vientos.

Agora, minha praia é mesmo com os Vinhos do Porto e aqui existem controvérsias quanto à harmonização dos Tawny e dos Ruby. Pessoalmente acho que os Tawnies e Vinhos Madeira se dão melhor com chocolates ao leite, Colomba, Panetone, doces conventuais portugueses, frutos secos, tortas de amêndoas e similares.  Já os Ruby costumam se dar melhor com chocolates meio amargos e amargos, tortas de chocolate com nozes e amêndoas e outras coisas do gênero, importante é que o chocolate seja meio amargo para servir de contra ponto à doçura do vinho mais acentuada do que nos Tawnies que possuem notas mais amadeiradas e alguma oxidação resultado do processo de vinificação. Óbvio que o que manda aqui é o gosto pessoal, mas eu sigo essa cartilha. rs Este Nirvana me pareceu especial, mas há outros de muita qualidade no mercado.

Duas sugestões abaixo (onde tem o Madeira pode usar um Porto Tawny para você se divertir nesta páscoa e sair da mesmice. Harmonize ovinho com O Vinho e seja feliz! Bons feriados, eu abrirei a Vino & Sapore no Sábado, mas Sexta e Domingo também vou curtir!! rs kanimambo pela visita

Páscoa - Vinho e Chocolate

Nirvana na Taça

Sei que já anda por aí há um tempinho, mas foi recentemente que me deparei com ele na taça e, UAU! Que sou um amante dos Vinhos do Porto creio que é chover no molhado já que tenho até uma categoria aqui do lado só com posts sobre o tema, muitos mostrando o que é e quais as diferenças entre eles porque, surprise, Vinho do Porto não é todo igual! Sei que a maioria já sabe disso, mas vale sempre lembrar porque a diferença é enorme e chegar numa loja só pedindo um Vinho do Porto, pode significar um grande desapontamento e até uma certa dose de frustração ao você descobrir que levou algo para casa que não é bem o que queria e está habituado. O enochato aqui sempre pergunta, que Porto? rs Por sinal, o melhor vinho de minha vida segue sendo um Porto Tawny Colheita 1910, inenarrável, puro êxtase!!!

Bem, mas hoje quero falar do Nirvana* na minha taça, um Porto Ruby Reserva da Dow’s (Grupo Symington) especialmente desenvolvido junto ao Flandres Taste Foundation na Bélgica, para acompanhar Porto Nirvanachocolates meio amargos, acima de 45% de cacau, e amargos .

Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Cão são as três castas proeminentes com de 3 a 5 anos de toneis grandes de carvalho onde a oxidação e efeito da madeira é menor ressaltando a fruta madura farta. Ótima fruta e um floral bem presentes compõem uma paleta olfativa de boa intensidade e sedutora que convidam a levar a taça à boca. Ao primeiro contato no palato ela já mostra ser diferente, um tanino sutil e 20% de teor alcoólico, algo como meio porcento acima da média resulta numa textura diferenciada, macio, cremoso com um final de boca algo mais seco, de bom frescor e longa persistência. Muito bom, mas com o chocolate  amargo cresce adoidado e aí aparecem todos os uaus que estavam difíceis de segurar já com o vinho solo. A prova viva de que quando a harmonização dá certo o resultado é geométrico e não aritmético! A minha harmonização melhor foi com os chocolates de alto teor de cacau que levam em sua elaboração laranja, cramberry e açaí, um toque cítrico muito interessante.

Fiz  teste também com um chocolate ao leite com uma fina camada de crocante de de amêndoas caramelizadas (Heidi Florentine) e também “ornou” muito bem, mesmo os amargos se apresentando melhor. O segredo aqui talvez seja por este Porto apresentar um residual de açucar menos aparente que a maioria dos Rubys, um equílibrio perfeito com a boa acidez presente.

Algumas dicas de chocolates; Nugali Flor de Cacau (70%) com crocante de açaí, Lindt Intense Orange, Heidi Dark Cramberry, Heidi Grand’Or Hazelnut e Heidi Dark Orange, mas tem muito mais por aí. Eu me encantei e por isso mesmo a necessidade de compartilhar isso com os amigos.

Espero que curtam se acharem por aí. O preço médio pesquisado aqui em Sampa é ao redor dos R$140,00 e a garrafa é de 500ml, mas acho que vale. Kanimambo pela visita, saúde e um ótimo final de semana para todos. Para quem estiver a fins de um passeio legal no Sábado, o centrinho da Granja Viana tem ótimas opções de restaurantes para almoço e tem a Vino & Sapore onde os amigos são sempre recebidos com uma boa taça de espumante para celebrar a vida, cheers!

* Disponível na Vino & Sapore e outras boas lojas do ramo

 

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Casando os Filhotes, Criando Tradições!

Inspirado pelo casamento de meu filhote, compartilho com os amigos minha receita para uma celebração familiar (poucas pessoas). Cada um faz do seu jeito, eu acabei desenvolvendo uma forma que se iniciou à cerca de oito anos atrás com minha filhota e que agora se repetiu, mas esse é um livro com páginas em branco para você escrever junto com os seus.

Os casamentos no civil de meus filhotes são seguidos de um encontro de família, em Casamento Mr e Mrsque brindamos àqueles presentes e lembramos com saudade dos ausentes que certamente gostariam de estar ali compartilhando da alegria contagiante dos noivos. Nele, alguns preceitos são seguidos, todos eles repletos de simbologia pelo momento e todos eles a ver com minhas origens pois, como já dizia meu pai e por mais que eu negasse à época, “gatinho que nasce em forno não é biscoito”! rs Uma forma de legar tradições familiares, mesmo que mais recentes, de unir as famílias em celebração à volta de uma mesa bem servida o que por si só já é uma simbologia.
Esta foi a tradição que nós criamos, porém creio que o começo e o fim tem tudo a ver com o momento independentemente de origem ou fé de qualquer um então crie a sua. No entanto, um Espumante para celebrar e um belo Porto para brindar, os que puder bancar, devem prevalecer nesta festividade “petit comité” que permite fazer algumas extravagâncias,afinal eles merecem e os pais também! rs
Porto Vintage Niepoort1 – Espumante para abrir o encontro, a celebração, efêmero como as bolhinhas que fazem a festa na boca, mas que simboliza a alegria de viver, a alegria do momento.
2 – Bacalhau com um um bom vinho (que tem que ser Luso! rs), a fartura à mesa, que nunca lhes falte!
3 – Lampreia de Ovos. Deliciosa sobremesa conventual simboliza a fertilidade que esperamos abençoe o novo casal.
4 – Um Porto (neste caso um Vintage do ano de nascimento) ou Vinho Madeira, brindando à longevidade, à evolução do relacionamento com o tempo. Que, como os grandes vinhos, mature com qualidade.
Que assim seja! Saúde sempre, para podermos seguir produzindo e usufruir de nossos esforços, kanimambo pela visita.

Vinho do Porto Branco, Eterno Desconhecido

Bem, pensando bem, são poucos os que realmente conhecem a diversidade dos Vinhos do Porto. A maioria pede um Porto e ponto, sequer sabe a diferença entre Tawny e Ruby e, em muitos casos, os próprios produtores não ajudam muito pois nem sempre deixam claro no rótulo qual o estilo. Bem, aqui no site há amplo material de pesquisa (clique nos links acima ou digite “Vinhos do Porto” em pesquisa) pois os Vinhos do Porto são uma paixão minha, porém nunca dediquei um post aos Brancos.

A maioria conhece os brancos doces sendo o mais famoso deles os Lacrima Christi (o mais doce) que, dizem, Jânio Quadros amava e sempre tinha em seu quarto. Doce demais da conta para meu gosto e hoje caiu em desuso pelo menos por terras brasilis. Bem, a diferença do branco para com os Tawnies e Rubys começa pelas uvas usadas que são brancas; Malvasia fina, Rabigato, Gouveio, Moscatel Galego, Côdega e Viosinho.

São classificados também diferentemente, pelo nível de doçura; Lácrima (muito doce), Doce, Seco e Extra-seco. Envelhecidos em balseiros de cerca de 20.000 litros, não são muitos os produtores de vinhos envelhecidos, safrados (Colheitas) ou de idade (10, 20, 30 ou 40 anos). Nessa lista de poucos, porém “poderosos” produtores desses verdadeiros néctares brancos envelhecidos, que ficam com uma cor bem similar aos tawnies, cito dois; Dalva e Andressen assim como o histórico 1973 da Casa de Santa Eufêmia que quem conhece não esquece e tem “causo” a contar que você pode conhecer clicando aqui. 

Tradicionalmente são vinhos que se tomam como aperitivo, pouco no final de refeições, e eu gosto de os tomar geladinhos sem nada ou acompanhado de amêndoas torradas, salgadinhos e azeitona recheadas, sempre bom ter uma garrafa dessas na geladeira. Há, no entanto, uma forma que se tornou mais popular ultimamente que é no formato de um long drink, um Port Tonic ou Porto Tônica, opção do freguês. Para preparar, é super fácil, eu prefiro usar o extra-seco, mas o seco também vai só que possui um pouco mais de doçura. Então lá vai, para quem estiver a fins de preparar neste final de semana:

http://www.falandodevinhos.com/wp-content/uploads/2012/01/26111557/portonic.jpgQuatro pedras de gelo num copo longo, 30 a 40% (a gosto) de Porto Branco Seco ou Extra-seco, uma rodela de limão siciliano, completa com tônica e um pouco de hortelã. Eu normalmente amasso umas duas folhinhas e completo com uma inteira só para decorar. Muito refrescante, tudo a ver com o verão mas vai bem em qualquer momento e normalmente surpreende quem não conhece, um vai ser pouco!

Bem, mas tem outra forma de servir? Tem diversas e é uma questão de botar sua criatividade para funcionar como, por exemplo, uma bola de sorvete de limão ou outro sabor bem cítrico regado com porto Seco, eu gosto!

Saúde amigos e kanimambo pela visita, aguardo os amigos na Vino & Sapore neste final de semana para abrirmos algumas garrafas. Um ótimo fim de semana a todos e semana que vem mais visitas a bodegas argentinas fruto da viagem de Abril.

Curto meus Vinhos do Porto

CAM01583

Sou um apaixonado por Vinhos do Porto, sendo um deles o melhor vinho que já tomei na vida e olha que foram muiiiitos, tendo uma coleçãozinha em minha adega. Vinhos para abrir aos 50 anos (de meus filhos!), aos 40 de casado, aos 70 meus, enfim, até para os 40 anos de meu neto! Mas nem tudo no mundo de Vinhos do Porto é tão longevo assim e depende do estilo desses vinhos, da safra e do produtor. Como os Colheitas e os Vintages não são para tomar todo dia, gosto de volta e meia abrir um bom Tawny Reserva ou um bom LBV tendo há uns tempos comprado uma meia dúzia de meias garrafas de um LBV que me agrada muito, do Niepoort.

CAM01582Já gostava do 2000 e do 2001, mas a Niepoort extrapolou desta feita e elaborou um dos melhores de acordo com os críticos mais especializados, se não o melhor, LBV que já produziu, o de 2004. Estas meia garrafas têm o tamanho certo e estas trouxe de Portugal, mas por aqui quem a comercializa é a Mistral. A cada garrafa que abro, só me sobrou uminha (sniff!), fica melhor! Aromas intensos de frutos negros, chocolate, especiarias, uma paleta olfativa sedutora e complexa que convida a tomar. Na boca está cremoso, elegante, vibrante e rico, ótima textura e muito equilibrado com um final longo e muito saboroso. Engarrafado sem filtrar, os melhores, tomei até a última borra! rs. Uma tacinha destas e um quadrado de chocolate meio amargo toda a noite, ou quase, certamente acrescentam mais uma dezena de anos na vida!!

Sei que a esta altura, conseguir um 2004 vai ser difícil, pelo menos por aqui, mas sempre dá para tentar encomendar com um amigo, porém porquê não comprar de um ano mais novo? Novas experiências, novos sabores, novas emoções, com o mesmo vinho, esse é um dos baratos deste mundo de Baco!

Dizem que o LBV é o Vintage dos pobres (sic), porém eu digo que é dos ansiosos! O Vintage, afora o preço, precisa de bem mais tempo em garrafa para poder entregar todo seu esplendor enquanto o LBV nos dá prazer mais cedo, apesar deste já estar com 10 anos nas costas e os bons, como este, poderem evoluir muito bem por 15 a 20 anos em garrafa! Enfim, uma boa semana e abra um Porto, as opções são diversas, e garanta uma dose de felicidade diária! rs Cheers e kanimambo.

Homenagem ao Vinho do Porto – O Básico que Você Precisa Saber Sobre Este Néctar.

Quem me conhece sabe que tenho uma paixão especial por Vinho do Porto tendo uma coleção em casa e escrevendo diversos posts sobre eles já que ainda há muita desinformação sobre estes vinhos no mercado brasileiro e não só. Hoje, em homenagem ao Dia do Vinho do Porto que se celebrou no último dia 10 de Setembro, vai aqui um resumo para os amigos que tenham interesse nesse que é mais que um vinho; é história, é cultura, é a tradição de um povo!

109090-Porto-Ponte Maria Pia e barco rabelo

Vinho do Porto é fortificado com aguardente vínica após ter sua fermentação interrompida quando atinge o grau de açúcar residual definido por seu enólogo o que gera um vinho com teor alcoólico entre 19 a 22%. Nem todo o Vinho do Porto é igual, então não adianta entrar numa loja e simplesmente pedir um Vinho do Porto, porque você pode levar para casa o que não quer caso o vendedor não lhe atenda da forma adequada. Afinal que Porto você quer? Branco, Tawny ou Ruby? Básico, Colheita, Reserva, Vintage, LBV ou com Indicação de Idade? O que são todas essas classificações?

1 > Branco, mais suave e menos comum por aqui. Este pode ser extra-seco,  seco, doce ou meio-doce (o Lacrima é muiiito doce) normalmente produzido com um corte das castas Malvasia Fina, Rabigato, Viosinho, Gouveio e Códega. È o de menor consumo e em Portugal na versão seco ou extra-seco, se tornou muito comum sendo preparado como um drink na forma de um Portônica. Uma dose de Porto branco seco, casquinha de limão, gelo e tônica a gosto. Super referescante e saboroso, ótimo para ser servido como aperitivo, um belo drink de verão. Existe também alguns raros exemplares de vinhos brancos de idade com safra declarada que são de tomar de joelhos e nos quais a Dalva se destaca assim como a Andressen. O Dalva 63 é a divindade em pessoa, depois de três anos da garrafa vazia, ainda exala aromas ao ser aberto!! Brancos de idade, 10 – 20 – 30 ou 40 anos são outras classificações a serem exploradas e são um espetáculo, provei um 40 anos da Dalva que é de ajoelhar!
2 > Tintos, dos quais existem basicamente dois estilos, o Tawny que é aloirado na cor, e o Ruby, de um vermelho mais intenso, cada um deles com algumas variáveis e características próprias conforme demonstrado abaixo. As uvas usadas na elaboração dos vinhos são a Touriga Nacional, Tinta Barroca, Tinta Roriz (tempranillo), Tinto Cão, Tinta Amarela e Touriga Franca ou Francesa.

  • Ruby – Os vinhos Ruby, por seu pouco contato com a madeira, são vinhos tradicionalmente mais encorpados, densos, cor vermelho escuro (daí o nome), levemente doces e com aromas de fruta bem presentes e, na minha opinião, vão melhor com sobremesas á base de chocolate e com queijos fortes.  O Vintage (safrado) envelhece, inicialmente, em balseiros de mais de 5000 litros (existem balseiros de 20 até 50.000 litros) por um mínimo de dois anos quando o produtor o engarrafa onde envelhece e evolui por 15 a 50 anos, quando não mais, sendo colocado no mercado de imediato e é considerado como o top da escala de qualidade dos Vinhos do Porto, mas há controvérsias, rs. Quando os vinhos nos balseiros, não atingem qualidade de Vintage, eles podem permanecer por mais uns três a quatro anos no balseiro para serem posteriormente engarrafados, com ou sem filtragem, já vindo para o mercado pronto; são os LBV (Late Bottled Vintage), vintages engarrafados tardiamente. Normalmente são engarrafados entre quatro a seis anos após a colheita, dependendo do produtor e do produto pretendido, e também evoluem na garrafa mesmo que sem a longevidde dos Vintage. O Character, ou Reserva, é uma mescla de vinhos de diversas safras que ficam em balseiros entre 4 a 6 anos quando é engarrafado e colocado no mercado pronto para beber. Finalmente o Ruby básico que é uma mescla de vinhos de diversas safras envelhecido em Balseiros por um período de cerca de 3 anos. Não melhora na garrafa e vem pronto para beber.
  • Tawny – Da mesma forma do Ruby existem diversas categorias de Tawny. Seu processo de envelhecimento é realizado em pipas 550 litros onde permanecem pelo tempo determinado pelo IVP conforme a categoria do produto que se quer elaborar. Apesar da oxidação que se busca neste estilo de vinho se dar de forma mais rápida nas pipas, alguma parte do vinho poderá ser envelhecida em balseiros. Pelo maior contato com a madeira e maior oxidação, o vinho adquire uma cor mais aloirada e com aromas diferenciados dos Ruby. Nos Tawny, se sentem mais aromas tostados, chocolate, café, frutas secas e amêndoas. Servido levemente refrescado, uma ótima companhia para doçes conventuais Portugueses à base de ovos e amêndoas e, agora no final de ano, ótimo com panetone de frutas! Os Colheitas são tawnies de uma única safra envelhecido em pipas por, no mínimo, sete anos apresentando na garrafa a safra da colheita, porém importante ver no verso a informação de quando foi engarrafado, pois podem ficar envelhecendo por décadas. Vinhos de grande complexidade no nariz e na boca. Depois de abertos, poderão se manter relativamente bem por um período de um a quatro meses. Quanto mais idade tenham, mais aguentam, mas se você demorar mais que uma semana ou duas para tomar a garrafa, se tanto, ou existe algo de errado com o vinho ou com você! Os de Indicação de Idade, Tawny 10, 20, 30 ou mais de 40 anos, são uma mescla de vinhos de diversas safras que estagiam em madeira durante períodos de tempo variáveis, nos quais a idade mencionada no rótulo corresponde à média aproximada das idades dos diferentes vinhos participantes do lote, apresentando características inerentes a um vinho dessa idade e aprovados pelo IDVP. Veja o vídeo abaixo, vale a pena! O Tawny Reserva, é uma mescla de vinhos de diversas safras que, obrigatoriamente, passem por um mínimo de 7 anos em pipas. Finalmente, o Tawny básico são elaborados com vinhos de diversas safras e envelhecimento em pipas por um período de dois a três anos, podendo eventualmente também passar um tempo em balseiros. Dependendo da casa produtora, o vinho envelhece por bem mais anos, caso do Quinta de Baldias que envelhece por oito anos antes de ser engarrafado e uma pena que não mais esteja no Brasil.

Amigos, quem nunca tomou um Vintage com Queijo da Serra ou um Colheita Antigo com uma torta de amêndoas ou solito não conhece realmente o prazer em sua real dimensão. Eu fui um privilegiado e tenho uma abundante coleção dessas experiências ( caso queira pesquisar e saber mais detalhes navegue aqui , no site do IDVP com link aqui do lado ou nos vídeos da Hora de Baco e lhe digo, desse ao menos uma chance de ser feliz, pois ao tomar um bom Porto se descobre o verdadeiro significado de poesia engarrafada.

Salute, kanimambo e na próxima volto à viagem da Argentina e meu diário de visitas.  Uma ótima semana para todos, eu já abri meu Niepoort LBV 2004 para brindar e você, vai abrir o quê?

 

Vinhos do Porto na Vino & Sapore – Retratos de um Encontro

      Como divulguei amplamente aqui, promovi neste último mês dois encontros entre os sabores e sensações harmonizadas de Vinhos do Porto mostrando sua diversidade e hoje começo a semana compartilhando com vocês esse momento (31/10) através de imagens (clique nela para aumentar) que, como dizem, valem mais que mil palavras! Na fotos dos Tawnies e branco a ordem da harmonização está invertida na foto e o branco acompanhou as amêndoas e as azeitonas gregas recheadas. Para quem quiser saber das harmonizações, basta ver o post anterior. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos!

Clipboard Vinhos do Porto na Vino & Sapore

Degustação Harmonizada de Vinhos do Porto – É Hoje, é Hoje!

      História, Vinificação, Tipos, Estilos e Harmonização. A primeira edição se esgotou a segunda idem, mas hoje duas pessoas cancelaram então sobraram essas vagas. SÓ DUAS, se alguém estiver a fins me avise rapidamente!

Recepção :  Port Tonic elaborado com Graham´s Extra-Dry acompanhado de salgadinhos diversos

Porto Branco Quinta do Infantado com azeitonas verdes gregas (recheadas de amêndoas e pimentão doce) e amêndoas salgadas.

Tawny Reserva Quinta do Infantado Dª Margarida com Panetone de frutas Fasano / Bolo Árabe

Porto Graham´s Tawny 10 anos com Toucinho do Céu / Walker´s English Rich Fruit Pudding

Porto Quinta Vale Dª Maria Ruby Reserva com Ballas de Chocolate Isa Amaral / Pastel de Belém.

Porto LBV (a definir) com Torta Fria de Mousse de Chocolate 1/2 amargo e Frutas Silvestres / Torradinha com queijo Edam e geleia de Mandarino.

Porto  Warre´s Quinta da Cavadinha Vintage 1996 com Queijo da Serra da Estrela e torradinhas.

    Será apresentado um áudio visual junto com a degustação. O valor de investimento será de R$150 por pessoa porém casais ou grupos terão direito a um desconto de 10% a ser pago no ato da reserva. São somente 12 vagas por encontro. Venha, venha descobrir o que há por trás do Vinho do Porto lembrando, “Há gente que faz vinhos e outros que fazem história”, estes Vinhos são parte integrante da história sendo produzidos desta forma desde 1820! Contate-me via comentários ou direto na Vino & Sapore através do mail comercial@vinoesapore.com.br ou pelo telefone (11) 4612-6343 ou 1433. #vinhodoporto