Amigos, nesse garimpo que venho fazendo há anos por nossa vinosfera, toda a hora me deparo com algumas pérolas e bons vinhos porém nem sempre ao preço certo. Mais raramente, no entanto, dou de cara com algumas belas ofertas desses mesmos vinhos que merecem ser compartilhados com os amigos então decidi começar esta exclusiva Confraria Frutos do Garimpo - Logoconfraria de compras e oportunidades como forma de compartilhar esses Frutos do Garimpo. Não, não é mais um clube de vinhos, é uma Confraria, não havendo quaisquer cobranças mensais ou obrigação de compra.

Mensalmente, a partir de Setembro, sujeito a disponibilidade montarei uma série limitada de caixas (avisarei a quantidade disponível nas chamadas mensais) com 4 garrafas destes achados, frutos do meu garimpo. A cada mês os valores mudam (devendo ficar entre R$200 a 350) e os vinhos mudam, podendo até haver maior disponibilidade num ou noutro mês ou não haver nenhuma oferta já que, lembrando, são Frutos do Garimpo e aquela “pepita” nem sempre dá as suas caras e quando dá são de pouca monta! Podem ser duas garrafas de um mesmo vinho e as outras de dois vinhos diferentes, podem ser duas garrafas de dois rótulos, a cada mês a história será diferente, o objetivo é compartilhar as pepitas achadas nas entranhas de nossa vinosfera. Passo os preços com minha resenha dos vinhos e você compra se quiser e quando quiser, tendo tempo para pesquisar, porém como as quantidades serão limitadas a venda será realizada aos primeiros que confirmarem e somente uma caixa por pessoa.

O foco será, obviamente, na qualidade atrelada a um preço abaixo da média do mercado, diversidade de estilos e uvas, sendo coerente com tudo o que venho escrevendo já faz anos. Eventualmente poderei me deparar com outros frutos que não vinho, por exemplo um acessório, no qual o conceito também se aplique e o incluirei para apreciação dos confrades. Pintou oportunidade na minha praia, a idéia será compartilhá-la com você e disponibilizá-la aos confrades e confreiras se houver quorum. A confirmação da reserva se dará através de depósito em conta, após o qual faremos a entrega que será gratuita em Cotia,Alphaville e nos seguintes bairros de São Paulo > Morumbi, Vila Olímpia, Itaim, Jardins, Pinheiros e Butantã. Qualquer outro local de entrega ficará sujeito a cobrança de frete junto com o depósito da reserva e avisado antecipadamente. Eventualmente, poderá ser retirada na Vino & Sapore por aqueles que moram na região da Granja Viana, no entanto os Frutos do Garimpo não estarão disponíveis na loja e, caso venham a estar nas prateleiras, estarão com preço de mercado.

Gostou da idéia, tem interesse em participar? Pois bem, preencha o formulário em clicando aqui e assim que tenha o primeiro “KIT” pronto, deve ser Setembro, lhe enviarei e-mail com os Frutos do Garimpo do mês e as resenhas. Estes achados não serão divulgados na internet ou em redes sociais, então sua inscrição na Confraria “Frutos do Garimpo” será a única forma de você vir a ter acesso a eles.

Kanimambo a todos que vierem a apoiar este novo projeto que se inicia agora em Setembro de 2015. Bem vindos a bordo e espero que a viagem seja prazerosa!

Dicas da Semana

            Afora aproveitar os últimos dias do Restaurant Week, dicas já compartilhadas com os amigos anteriormente (vide o post de ontem), o Dicas da Semana traz algumas novidades da Marco Luigi, o Malbec é surpreendente, vinhos para o as celebrações Judaicas que se aproximam, programas diferentes como o Rancho do Vinho ou Coppola no Spa do Vinho, dicas de compra, enfim, um pouco de tudo como sempre.

Vinhos Kosher da Valduga na Specialità. Esta é especial para os amigos de origem judaica. Em setembro iniciam as comemorações das grandes festas judaicas – Rosh Hashaná (Ano Novo), dias 18 e 19 de setembro, e Yom Kipur (Dia do Perdão), entre os dias 28 e 29. Para essas ocasiões, o sommelier Ricardo Tomasi indica a completa linha de bebidas da Casa Valduga com o selo kosher: os vinhos Casa Valduga Cabernet Sauvignon 2009, Casa Valduga Chardonnay 2009, Espumante Casa Valduga Moscatel 2009, Espumante Casa Valduga Chardonnay Demi-Sec 2009 e também o suco de uva Casa de Madeira. Todos kosher, preparados segundo a tradição judaica.       

            A cozinha judaica é conhecida por sua culinária típica e tradicional, onde cada elemento possui um significado, e é a base para que Ricardo Tomasi crie sugestões de harmonização com a linha de vinhos kosher da Casa Valduga. Entradas como o patê de fígado com ovos, o varenike (espécie de ravióli de batata) e até mesmo o delicioso pão doce trançado com passas, a Chalá.

          A Specialità oferece a completa linha de produtos da Casa Valduga: vinhos, prosecco e espumantes, destilados de uva – grappa, brandy – e a linha Casa de Madeira, que produz suco de uva natural 100% integral e geléias em sabores exclusivos: morango com pimenta, physalis. O atendimento especializado da Specialità inclui degustação e sugere harmonização dos produtos para momentos diversos: festas, eventos, cardápios, cartas de bebidas. O conhecimento e experiência do empresário e também sommelier Ricardo Tomasi , amigo e degustador de nossos Desafio de Vinhos mensais, fazem a diferença na Specialità.

Eis a lista de vinhos disponíveis com seus respectivos preços:

  • Kosher Casa Valduga Cabernet Sauvignon 2009 – R$ 33,59
  • Kosher Casa Valduga Chardonnay 2009 – R$ 33,59
  • Kosher Espumante Casa Valduga Moscatel 2009 – R$ 33,60
  • Kosher Espumante Casa Valduga Chardonnay Demi-Sec 2009- R$ 33,60
  • Suco de uva Casa de Madeira – garrafa de 500ml R$ 7,29 e bag in box com 3 litros R$ 29,14

A Specialità fica no Brooklin, Rua Princesa Isabel 1170, Tel. (11) 5044.7000 ou visite o site WWW.specialitabebidas.com.br.

 

Novidades da Marco Luigi. Tive a oportunidade de tomar duas novidades que os amigos desta querida produtora acabaram de lançar, dentro de painel de vinhos até R$50,00 em que estou trabalhando para as coluna dos jornais em Outubro. O gostoso Prosecco da linha Tributo, é um espumante bastante interessante, leve e de perlage abundante, uma bela opção para quem gosta deste estilo e substitui com vantagens a grande maioria dos italianos que abundam por aí. Surpreendente mesmo, é o muito saboroso, elegante e harmônico Malbec Reserva 2007, uma grata surpresa que me deu muito prazer tomar e do qual irei fazer uma encomenda. Diferentemente dos argentinos, este possui somente 12% de teor alcoólico, é macio e possui taninos sedosos, muito fácil de se gostar possuindo um estilo muito próprio. Eis a oferta da semana deles e, se não lhe agradar, sugiro entrar em contato com a Sandra e montar uma de sua preferência, tenho a certeza que será muito bem atendido, mas não se esqueça de incluir o Malbec!

kit Lancamento

 

Expand Sale. Recebi da amiga Sandra Scholnick, a informação de que a Expand Sale, para mudança de estação, segue até ao final de Setembro em todas as lojas do Brasil. Os bons rótulos já escassam e cada loja tem algo, mas não tudo, então o negócio é entrar e garimpar a loja mais próximo de você. Eis a lista de vinhos recomendados por eles e, com asterisco, aqueles que conheço e assino embaixo como boa compra.

  • Vinho branco espanhol Pazo Pondal Leira Albarinho 2006 (de R$ 59,90 por R$ 29,95);
  •  Vinho branco francês Le Canon du Marechal Muscat/Viognier 2007 (de R$ 48,00 por R$ 24,00);
  •  Vinha tinto argentino Achaval Ferrer Cabernet Sauvignon 2005* (de R$ 248,00 por R$ 148,00);
  •  Vinhos argentinos Familia Zuccardi Serie A – Syrah 2006 e Rosé 2007 (de R$ 55,00 por R$ 33,00 cada):
  • Vinho branco argentino Familia Zuccardi Fuzion Chenin Blanc 2006 (de R$ 17,50 por R$ 10,50);
  • Vinho branco italiano Cusumano Angimbe 2006 (de R$ 65,00 por R$ 39,00);
  • Vinho branco italiano Batasiolo Muscatel 2003 (de R$ 115,00 por R$ 69,00);
  • Vinho do Porto Quinta de La Rosa Late Botllet Vintage 2000* (de R$ 115,00 por R$ 69,00);
  • Prosecco italiano Nino Franco Faive 2007* (de R$ 88,00 por R$ 52,80);
  • Vinho do Porto Vale de Dona Maria Vintage (de R$ 298,00 por R$ 178,80);
  • Vinho tinto argentino Norton Malbec Reserva 2005* (de R$ 55,00 por R$ 38,50);
  • Vinho tinto argentino Cenit Cabernet Sauvignon, Malbec e Petit Verdot 

Não fazem parte desta lista que me foi enviada, mas em visita de garimpo também encontrei, e comprei, o saboroso Santa Julia Torrontés Late Harvest 2007 por meros R$21,00 e o espanhol Vegas Los Zarzales verdejo 07 por R$25,00, também já comentado aqui e recomendado em meu painel de brancos e rosés de Março deste ano.

 

Confraria do Sabor Promove Wine Dinner. Para quem estiver indo para Campos de Jordão neste fim de semana ou precisa de uma desculpa para ir, touché! Comandada pelo Chef Fernando Couto, a Confraria do Sabor, em Campos do Jordão, promove no próximo domingo, dia 6 de setembro, um Wine Dinner com harmonização de pratos e vinhos selecionados pelo sommelier Patrick de Neufville.

            De acordo com o release recebido, o menu estará repleto de delícias. Como entrada serão servidos Shitakes grelhados com ervas , combinados com vinho Columbine Reserve Chardonnay 2004 (Chile). O 1° Prato será Ravioli aberto de pupunha com frutos do mar com vinho Mirador Selection Rose Cabernet Sauvignon 2007 (Chile). Na sequencia, o 2° Prato: Riso de funghi porccini al Salto e ovo perfeito, escoltado pelo vinho Landelia Malbec 2004 (Argentina). Crozes Hermitage 2006 (França), por sua vez, acompanha o Confit de pato com banana da terra e redução de vinho do porto  . Para limpar o paladar, Abacaxi aromatizado com Grand Marnier. A quarta iguaria da noite é o Guisado de cordeiro com grão de bico e berinjela acompanhado do vinho Encierra 2005 (Chile).  O jantar finaliza com Fricassé de Morango em aceto balsâmico com sorvete de vanilla em harmonia com o vinho Tuniche Late Harvest 2007 (Chile).

          A Confraria do Sabor, em Campos do Jordão, em plena Capivari, é daqueles restaurantes de elegância discreta, em que cada detalhe cria um conjunto muito bem concebido e harmonioso. Da atmosfera e decoração clássico/moderna, com suas paredes cor de vinho, lareira ao centro e mesas com toalhas brancas, ao clima aconchegante e convidativo, tudo leva a um cenário ideal para se degustar sua esmerada cozinha autoral, a cargo do restauranteur Fernando Couto. Inovadores e saborosos, os pratos primam pelos ingredientes frescos, alguns deles da própria região serrana.  Já na entrada, um charmoso bar de espera é a ante-sala de dois ambientes, um deles abrigando o salão principal e o outro exclusivo para pequenas reuniões e serviço de fondues. Detalhe: a Confraria do Sabor foge do clichê chalé suíço, muito comum em Campos do Jordão.

 

Rancho do Vinho. Eu e minha trupe estamos organizando algo de diferente para este Sábado, quem sabe o próximo, mas que vamos encarar esse porco no rolete, lá isso vamos! Vejo você por lá?

Rancho  do Vinho - Sábado Sertanejo

 

Coppola em Bento Gonçalves. Bem, não ele exatamente, mas sua obra e seus vinhos em mais um evento viníco-cultural organizado pela Maria Amélia lá, no berço de nossa vitivinícultura. Programa interessante para o próximo fim de semana. Veja abaixo.

Artes de Coppola

 

 Amanhã, encontro com a crônica inteligente do amigo e colaborador, Breno Raigorodsky, aqui mesmo em Falando de Vinhos. Salute e kanimambo.

São Paulo Restaurant Week já Começou

Restaurant WeekÉ gente, já começou e está repleta de ótimos restaurantes, belos menus e os preços camaradas de sempre, almoço R$27 + 1 e ao jantar R$39,00 + 1. Já dei um monte de dicas em meu último post, mas não poderia deixar de lhes passar mais algumas de dar água na boca. Pelo menos um deles não me escapa de jeito maneira! Vejam só o que garimpei para vocês:

Porto Rubayat – Um dos melhores restaurantes de São Paulo, especializado em peixes e frutos do mar, participa pela primeira vez do Restaurant Week com um super  buffet , que traz pratos quentes, saladas, antepastos e sobremesas variadas, sob o comando do chef Luciano Boseggia.  Entre almoço e jantar, o Buffet deverá variar, então quem sabe conferir os dois? eheheh

Entre as opções de pratos quentes estão a Paella Marinera, o Peixe ao sal grosso, o Robalo ao molho Belle Meuniére, o Bacalhau Gomes de Sá, e para acompanhar, Purê de mandioquinha, Arroz selvagem e Massas recheadas, integral e fresca.

As opções frias podem ser escolhidas entre antepastos variados, frios, queijos e saladas com folhas verdes.

O buffet de sobremesa traz variedades de frutas e doces como a Torta Nemesis de chocolate,  Creme catalana e Folhado de doce de leite.

Clipboard Buffet Rubayat - SPRW

Endereço: R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr. 1.142 – Itaim Bibi/ tel.:   011 30…. Horário: de 2ª a 6ª, das 12h às 15h e das 19h à 0h/ sábado das 12h à 0h/ domingo, das 12h às 18h – Reservas: almoço até 13 h/ jantar até 20h30

 

EAU French Grill, mais um renomado restaurante alvo de criticas muito elogiosas por parte da mídia especializada. Participando somente com jantar, eis uma oportunidade para conhecer a cozinha do jovem Chef  Laurent Hervé . Eis o menu Restaurant Week:

  • Entradas – La soupe de légumes biologiques (Sopa de vegetais, croutons e azeite de trufa orgânicos) ou  Notre “B.L.T.”  (Alface americana, ovo de cordona, Serrano ibérico, abacate, tomate confitado e ervas)
  • Pratos principais – L’entrecôte de bœuf  (Bife ancho de Red Angus grelhado ) ou La légine croustillante (Namorado crocante com soubise de alho poró crispy).
  • Sobremesa – Choc “eau”  (Bolo cremoso de chocolate com praliné de chocolate) ou La figue violette (Gratin de figo roxo e pomelo com pistache e sorbet de iogurte).

Clipboard EAU - SPRW

Grand Hyatt São Paulo, endereço: Av. das Nações Unidas, 13301 – Brooklin – Telefone:    11 2838-3207  

 

El Patio, aqui só tem restaurante bala! Este é de cozinha mediterrânea com forte influência espanhola dando ênfase a pratos de frutos do mar. Vejam os incríveis menus do almoço e jantar.

Almoço

  • Entrada – Brandada de Bacalhau (criado para o festival). Prato originário na Provença mas bem ligado ao Mediterrâneo, o prato é uma emulsão de bacalhau, batata, alho, leite e azeite extra-virgem. Ele é servido quenteSPRW-EL PATIO-ALM-ENT acompanhado de torradas.
  • Prato principal – Risoto de Açafrão com Frutos do Mar (Risoto feito com caldo de camarão ao açafrão e cozido com lula, mexilhões, camarões e finalizado com azeite de oliva extra-virgem.) ou Coq au Vin (Homenagem ao ano da França no Brasil. O frango é marinado durante 24h em uma mistura de legumes, ervas e adereços e regado com vinho tinto. Cozido e servido no próprio molho de vinho e acompanhado de Arroz.)
  • Sobremesa – Crema Catalana (creme típico da Catalunha, feita a partir de leite aromatizada com canela, laranja e limão e adoçada com açúcar. Finalizada no maçarico para ficar uma capa de açúcar caramelizado e crocante.)

Jantar.

  • Entrada – Salmão Marinado às Três Pimentas e Bouquet de folhas (criado para o festival)SPRW-EL PATIO-JAN-PP 01
  • Prato Principal – Fideuá All-i-Oli ( prato estrela do cardápio do restaurante. Prato tipicamente marinheiro, onde se misturam os diferentes sabores do mar, começando com um caldo de peixe adereçado com páprica doce e cabeças de camarões e cozido com “cabelo de anjo”(macarrão bem fininho), camarões, lula e mexilhões. Ela é acompanhada de o molho “All-i-oli”, uma maionese feita com azeite virgem e alho.) ou  Escalopinho Ao Molho Gorgonzola e Batata Gratin, especialmentecriado para o festival. (Lâminas finas de filé Mignon grelhado e servido com um molho de carne, vinho, creme de leite e queijo gorgonzola. De guarnição acompanha uma batata Gratin, cozida lentamente ao forno com batata laminada, bacon, queijo parmesão e azeite.)
  • Sobremesa –  Brownie de Chocolate e Sorvete de creme.

Endereço: Rua Normandia, 12 – Moema – Telefone:   (11) 5536-0490  

 

           Uni, duni, tê, minha mãe mandou ….. , é acho que nem assim! Fica difícil de escolher entre um ou outro e mais difiícil ainda ir todo o dia num, mas até que não é má idéia. Nem tente ir no Antiquarius, está lotado para todos os dias, agora vai esperar o quê para reservar num destes restaurantes muito especiais ou no La Marie do amigo Edson di Fonzo? Depois não diga que não avisei! Se quiser garimpar outras opções, clique aqui >> http://www.restaurantweek.com.br/default.asp?id=1&b=sp.jpg e divirta-se.

Salute, bon apetit e kanimambo pela visita.

Desafio de Vinhos Portugueses: e o vencedor é?

           Ufa, finalmente chegamos ao resultado deste Desafio de Vinhos que apresentou uma diversidade de vinhos e regiões bastante interessante. Foi um exagero de rótulos o que torna a degustação mais complexa, porém é interessante verificar que os últimos não foram prejudicados nas notas, ou seja, mesmo com tanto vinho o pessoal conseguiu segurar esse rojão.

         Como sempre, começo os comentários dos vinhos com suas respectivas notas conforme a ordem de serviço, uma coletânea de todas as fichas preenchidas pelos degustadores que compuseram a banca deste desafio  e finalizarei com os resultados apurados. São 14 vinhos então, tenha paciência, este seu amigo prolixo tentará ser um pouco mais conciso desta vez.

Desafio Portugal 032Callabriga Douro 2004 (Zahil), produzido pelo gigante Sogrape com interesses também na Argentina e Nova Zelândia entre outros locais. De cor rubi, translúcido, parecia um Pinot na cor, sem grande concentração. Aromas sutis em que aprecem frutos negros frescos, algo herbáceo com toques florais. Na boca é sedutor, delicado, corpo médio, taninos finos, equilibrado e fácil de tomar e gostar mostrando boa persistência. Obteve 87 pontos da Wine Spectator (WS) por sinal semelhante à nota que lhe dei, mas a média obtida nesta prova foi de 85,67 pontos, custa R$93,00.

Desafio Portugal 017Quinta da Chocapalha 2005 (Vinci), da CVR Lisboa (ex-Estremadura) vinho de qualidade, internacionalmente reconhecida tendo obtido WS89 e RP88 com sua safra de 2004, mas que nesta noite não se houve bem. Fechado, apresenta uma paleta olfativa complexa com fruta madura, chocolate e madeira bem equacionada. Na boca mostrou-se robusto e algo duro, taninos ainda firmes, boa acidez e algum desequilíbrio harmônico com um leve amargor de final de boca. Novo, precisa de mais tempo em garrafa, ou de decanter, para mostrar todo o seu potencial. Obteve uma nota média de 82,28 pontos e custa por volta de R$90,00.

Desafio Portugal 031Altano Reserva 2006 (Mistral),  um vinho do Douro que dispensa apresentações produzido pela família Symington, um grupo que reúne diversas vinícolas na região.  Algo terroso, hortelã e fruta vermelha com toques florais mostrando uma paleta olfativa de boa complexidade. No palato, taninos doces, finos ainda relativamente firmes, fruta compotada, boa acidez e estrutura, equilibrado, com um final lembrando café e caramelo de boa persistência. WS88, porém neste embate obteve a média de 85,72 pontos, custa por volta de R$93,00.

Desafio Portugal 022Esporão Reserva 2006 (Qualimpor), mais um vinho que dispensa apresentações, produzido pela Herdade do Esporão no Alentejo (CVR Alentejo). O da safra de 2005 obteve 89 pontos da Wine Spectator. Muito frutado e especiado, uma paleta olfativa intrigante e de boa intensidade que convida a levar a taça à boca. Na boca é rico, sedoso e macio, frutado, boa estrutura, equilibrado, médio corpo. Um belo e saboroso vinho que pede comida e possui muito boa persistência. Obteve a média de 88,06 pontos, custa em torno dos R$89,00.

Desafio Portugal 018Quinta de Cabriz Reserva 2005 (Winebrands), produzido pela Dão Sul, é um vinho muito agradável e sedutor que teve 89 pontos na Wine Spectator. No Nariz, presença de couro, especiarias e algo de baunilha advindo da madeira ainda por se integrar totalmente e bem balanceada. Na boca é muito harmônico, taninos aveludados ainda presentes, rico, com um final de boca longo que invoca chocolate. Obteve a média de 85.11 pontos e possui uma ótima relação Qualidade x Preço x Satisfação devido a seu bom preço, em torno de R$65,00.

Desafio Portugal 034Reguengos Garrafeira dos Sócios 2002, (Vinho Seleto 011.3815-5577 ) um vinho alentejano (CVR Alentejo) diferenciado feito á moda antiga com menos álcool, menos fruta intensa, menos taninos, menos novos tempos e novo mundo. Talvez por tudo isso, não tenha se dado tão bem neste embate, mesmo reconhecendo que esta safra está bem inferior à de 2001. O nariz é doce, lembrando frutas doces (assadas) e algo herbáceo com toques de baunilha tudo bem sutil. Cresce bastante em boca onde o vinho ganha corpo, taninos aveludados bem integrados, denso sem perder a elegância , mas faltou-lhe a riqueza de sabores, equilibrio e pujança que lhe são peculiares. A safra não ajudou, mas fica a pergunta, será que a garrafa não tinha algum problema? Não me pareceu . Será que foi somente mal compreendido? Muito diferente do que conheço e nota média de 82,83 pontos e o preço está ao redor de R$80,00.

Herdade ReservaHerdade do Pinheiro Reserva 2003, (Beirão da Serra) um vinho pouco conhecido em terras brasílis, exceção feita ao Rio de Janeiro. É um pequeno produtor alentejano (CVR Alentejo) que possui um belo portfólio em que se destaca este Reserva. Cor granada com halo atijolado já mostrando sua idade, uma paleta olfativa de boa intensidade e atraente com frutas maduras aparentes, mineral, leve amadeirado que lhe confere uma certa complexidade. Na boca é vibrante de ponta a ponta, complexo, muito rico, saboroso, uma acidez muito boa que nos deixa a boca salivando e pedindo comida. Taninos finos, elegantes e macios perfeitamente integrados num corpo médio de ótima textura, harmônico com um final muito longo, gostoso e um retrogosto que sugere uva passa. O Vinho que incendiou a prova e provocou suspiros na grande maioria que lhe deram adjetivos como; fantástico, excelente, encantador entre outros de menor expressão. Um vinho sem arestas que obteve nota média de 92,11 pontos e custa em torno de R$75,00.

Desafio Portugal 033Falcoaria DOC 2004, (D’Olivino) o representante da CVR Tejo (ex-Ribatejo), um vinho robusto de cor rubi intenso, quase retinto, mostrando-se ainda bem fechado. Nariz não muito aromático, fruta sutil com maior ênfase em aromas animais (couro)e algo terroso. Cresce em boca, porém sem despertar grandes encantamentos, mostrando-se um pouco rústico de taninos firmes, mas bastante rico em sabores que demonstram uma certa complexidade. Um vinho interessante e diferente que acredito cresceria muito se acompanhado de um bom cabrito assado da região. Obteve a média de 83,94 pontos e custa em torno de R$74,00.

Terras do PóTerras do Pó Reserva 2004, (Lusitana de Vinhos & Azeites) o único varietal presente à prova elaborado com 100% de castelão uma cepa difícil de ser trabalhada solo, dando-se, tradicionalmente, melhor em cortes. Elaborado pela casa Ermelinda Freitas, um dos bons produtores da região de Terras do Sado (CVR Setúbal), famosa por trabalhar muito bem esta cepa. Aromas animais, na boca é potente mostrando alguma sobra de álcool, macio denso com uma característica diferente de evolução na taça quando, após um tempo, começa a apresentar aromas de mostarda. Nota média obtida 82,94 pontos e custa ao redor de R$72,00.

Desafio Portugal 035Aveleda Follies 2004, (Interfood) um Bairrada diferente que não possui baga em sua composição, mas sim Touriga nacional e Cabernet Sauvignon que obteve 85 pontos da Wine Spectator. É um vinho de aromas vivos de fruta vermelha (ameixa), cativante, com boa e saborosa entrada de boca. Redondo, fácil de se gostar, corpo médio com bom voluma de boca, expressivo, talvez um pouco mais updated do que os demais num estilo mais novo mundo mostrando´se equilibrado com teores de álcool civilizados. Um vinho bastante apreciado que obteve uma média de 85,67 pontos e custa ao redor de R$72,00.

CeirósCeirós Reserva 1998, (BR Bebidas/Vinhos do Douro), o vinho mais antigo da prova sendo elaborado no Douro pela Quinta do Bucheiro, ainda surpreendentemente vivo, pleno de frescor e complexidade mostrando-se em prefeito equilíbrio apesar da idade. Do nariz à boca, mostrou uma personalidade muito própria, boa persistência, corpo médio, algo resinoso e especiado. Muito apetecível, corpo médio, boa acidez que o faz um vinho muito gastronômico e diferenciado. Para mostrar que longevidade não vem de álcool nas alturas, temos aqui civilizados 12.5%! Média de 86, 28 pontos e um preço ao redor de R$88,00.

Desafio Portugal 038Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004, (Malbec do Brasil) da região do Dão, um vinho do qual gosto muito tendo sido agraciado com 17 (de 20) pontos, pela Revista de Vinhos portuguesa. Elaborado por pisa a pé, prima por ser um vinho que faz jus à tradição do Dão por vinhos mais encorpados, algo rústicos, porém de grande elegância e complexidade obtidos com tempo em garrafa. Ainda muito fechado após uma hora de decanter, mostra-se robusto, notas de madeira e frutos vermelhos, taninos firmes porém sem agressividade, boa textura e equilibrado, complexo, saboroso, final aveludado e de muito boa persistência com nuances florais e uma acidez que pede comida. Vinho para mais meia dúzia de anos e, pelo que eu conheço do vinho, nesta noite esteve muito aquém de seu potencial. Obteve uma média de 82,89 pontos e custa ao redor de R$95,00.

Desafio Portugal 037Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, um corte de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz produzido pela Miolo na região de Campanha, próximo da fronteira com o Uruguai. Surpreendente e prova inequívoca da melhora de qualidade dos vinhos brasileiros num projeto muito interessante que conta com a participação do amigo e enólogo português Miguel de Almeida. Frutos negros maduros com algo resinoso no nariz, madeira, fruta passa, bem estruturado com taninos finos, equilibrado, saboroso com um final de boca agradável e de boa persistência em que se manifestam nuances herbáceas. Nota média de 84,89 pontos e custa ao redor de R$50,00.

Desafio Portugal 021Caldas Reserva 2005, (Decanter) do renomado produtor Domingos Alves de Souza tendo obtido 15,5/20 pontos na Revista de Vinhos portuguesa. Fruta doce e especiarias aparecem de forma tímida ao olfato. Cresce na boca, mostrando boa riqueza e complexidade de sabores, taninos finos de presença marcante, médio corpo para encorpado, madeira bem integrada. Obteve média de 84,61 pontos e o preço é de R$100,00.

            Nesta noite, a banca degustadora avaliou e definiu como grande ganhador, o Melhor Vinho deste Desafio, por mais de um corpo de vantagem, o Herdade do Pinheiro Reserva 2003. Em segundo, outro alentejano, o Esporão Reserva 2006 e em terceiro o surpreendente Ceirós Reserva 1998. Completando o nosso pódio com os primeiros cinco vinhos da noite, temos o Altano 2006 em quarto e o Callabriga 2004 em quinto. Na eleição do Melhor Custo x Benefício e Melhor Compra, novamente o Herdade do Pinheiro Reserva 2003 o primeiro dos vinhos a participar destes Desafios que levou os três prêmios máximos, a tríplice coroa ou, como se diria nos velhos tempos, fez; cabelo, barba e bigode. De ressaltar a boa posição do Castas Portuguesas da Miolo que obteve a oitava colocação e dois votos como melhor compra, votos estes também alocados ao Quinta de Cabriz 2005.

            Normalmente relaciono as notas dadas aos vinhos preferidos de cada jurado, mas como o Herdade do Pinheiro foi o escolhido de doze dos treze degustadores, creio que isso não seja necessário. Ah, o Ralph quebrou a unanimidade escolhendo o Esporão Reserva por meio ponto o que foi bom, porque como já dizia Nelson Rodrigues, guardadas as devidas exceções, “toda a unanimidade é burra”! Finalizamos o Desafio com um jantar regado a Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter) e Quinta Mendes Pereira Dão Touriga-Nacional Reserva 2005, mas esse é papo para outro dia e outro post, só adianto que foi muito bom e os vinhos ótimos.

            Sobraram rótulos não apresentados na prova, então em Outubro faremos um Desafio de Vinhos diferente, um Alentejo x Douro em que o Herdade do Pinheiro, como vencedor desta noite, terá lugar cativo. Será que faturará de novo?! Já em Setembro, nosso Desafio de Vinhos viajará pelo mundo na busca de representantes das cepas ícones de cada país produtor. Alguns vinhos mais conhecidos, outros menos já que estes Desafios também visam garimpar novos vinhos e sabores, mas sempre com rótulos em torno de R$100,00.

Desafio Portugal 006

Salute e kanimambo.

(PS. Houve um equivoco nos cálculos médios das notas que acabei de revisar no texto acima (11:00). Peço desculpas pelo inconveniente, mas pouco alterou o resultado. O efeito maior fo efetivamente nas notas em si.)

Vale dos Vinhedos: visite antes que desapareça

        Gente, desculpem, mas quem veio aqui hoje atrás dos resultados do Desafio de Vinhos Portugueses não o encontrará. Escrevo tudo em Word antes de postar por segurança (?!) e ainda faço back-up, mas deu pau no bendito! Perdi tudo o que tinha feito, são 14 vinhos, e isso às 11 da noite! Vou passar o dia refazendo em outro computador, obviamente, até porque Murphy não falha e não tinha feito o back-up, mas prometo que amanhã estará no ar.

       Enquanto isso, “deliciem-se” com mais uma aberração de nossos políticos sem quaisquer escrúpulos que, tristemente, assolam nosso país de norte a sul mostrando que não necessitam de terroir específico para se multiplicarem. Será que o povo da região não pode fazer nada para reverter essa situação ou será que apoiam esse disparate, pelo menos de quem de fora vê? Pelo menos descubramos os partidos e vereadores envolvidos para que os possamos punir exemplarmente nas próximas eleições dando-lhes ZERO votos! Enfim, cabe-nos alertar, mas somente a população local pode tomar ações para tentar reverter esse descalabro.  Esta mensagem foi recebida do pessoal da Academia do Vinho (link aqui do lado), um dos melhores sites brasileiros sobre vinho e merece todo o destaque possível.

Vale dos Vinhedos: visite antes que desapareça

É triste constatar que mais uma vez a ganância fala mais alto e se sobrepõe à seriedade, à responsabilidade e ao bom senso.

Não é só no Congresso Nacional que aqueles que deveriam zelar por nossos interesses estão muito mais interessados nos próprios bolsos. Semana passada, uma tropa de choque de vereadores na Câmara Municipal de Bento Gonçalves aprovou, para fins residenciais, o loteamento de parte do Vale dos Vinhedos, antes área considerada rural. O que leva alguém a votar favoravelmente a uma proposta tão absurda? A quem interessa tanto empenho nessa aprovação? Quanto vale o show?

O Vale é uma linda região de produção agrícola, com longas extensões de vinhedos e umas casinhas aqui e ali, além das vinícolas. Somente pessoas sem qualquer responsabilidade ambiental e a mínima consciência de dinâmica urbana, não perceberiam que não há infra estrutura que permita receber grandes quantidades de pessoas para morar. Especulação imobiliária, crescimento desordenado, poluição visual, sonora e do ar, contaminação do lençol freático, trânsito caótico, nada disso combina com o Vale dos Vinhedos.

O condomínio aprovado tem lotes de 200 metros quadrados: centenas de casas em lotes minúsculos, milhares de pessoas habitando uma região que não tem a menor condição de se adequar a isso.

Crescimento urbano é um tema seríssimo e deve ser discutido com extrema responsabilidade porque as consequências são irremediáveis.

Centenas de pessoas no Vale garantem sua renda na entressafra da uva com atividades ligadas ao turismo. É a beleza das características naturais do Vale que atrai turistas. Ninguém quer viajar para ver mais uma cidade cheia de condomínios, para isso basta olhar da janela de casa. Com essa decisão o interesse de uns poucos se sobrepõe à necessidade de muitos. Vão enterrar o potencial turístico da região, ou seja, vão matar a galinha dos ovos de ouro.

Apesar do protesto geral de vinicultores, moradores, políticos (sim, ainda existem alguns que não se metem no meio dessa lama de safadeza), sabemos que no Brasil as coisas costumam ficar por isso mesmo, todo mundo esquece e a pouca vergonha acaba em pizza. Nesse caso, sem vinho.

É preciso preservar o Vale para que as futuras gerações conheçam o berço da vitivinicultura brasileira ao vivo e não só pelas fotos nos livros de história.

Quem conhece o Vale sabe do que estamos falando e da enorme perda em todos os sentidos a não ser no bolso dos vereadores e empreendedores imobiliários. Quem não conhece, visite antes que desapareça.

Clipboard Vale - JFC - Falando de Vinhos

          Já imaginaram esse cenário acima repleto de muros guaritas e um monte de casinhas uma do lado da outra? Não? Então ampliem a imagem clicando nela, olhem-na com atenção por uns instantes, fechem os olhos e imaginem. Perguntem-se depois, se sairiam do aconchego do lar para visitar um lugar desses! Só isso, não precisa nem pensar na infra necessária para aguentar esse tranco.

Salute ao bom senso e à cidadania. 

Desvendando o Desafio de Vinhos Portugueses

Kylix 003Mais um Desafio de Vinhos ocorreu e desta feita com vinhos portugueses degustados às cegas. Como sempre, já tradição neste tipo de prova, interessantes surpresas no evento realizado com o apoio da Kylix, onde a degustação ocorreu, e  das importadoras e produtores que enviaram seus representantes para mais este embate. Sem este apoio todo seria impossível realizar estes Desafios, razão pela qual inicio meus posts sobre os resultados com este agradecimento. É o mínimo que posso fazer pelo apoio e confiança depositados neste trabalho de garimpo, de mostrar através destes eventos que há vida, e muito boa vida, abaixo de R$100,00 e quem nem sempre o melhor vinho é o mais caro.

             Colaboraram os já costumeiros parceiros como Decanter, Interfood, Zahil, Mistral, Vinci, D’Olivino, Lusitana de Vinhos & Azeites,  BR Bebidas, Vinho Seleto (011.3815-5577), Qualimpor e a recém chegada Winebrands, assim como os produtores Herdade do Pinheiro, Quinta Mendes Pereira e Miolo. Sim, a Miolo escalou o Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 da Campanha Gaúcha quase fronteira com o Uruguai, que foi o nosso vinho surpresa da noite e, mais uma vez, um vinho brasileiro que mostrou ótima performance num embate com vinhos bem mais conceituados internacionalmente. Como já comentei, a degustação foi realizada às cegas e os vinhos foram todos decantados por uma hora e retornados às garrafas e adega climatizada de onde saíram para serviço devidamente envolvidas em papel alumínio e numeradas de forma aleatória. Após esta maratona de vinhos, 14 ao total, foi servido um jantar tendo como entrada bolinhos de bacalhau caseiros acompanhado de um saboroso e fresco Muros Antigos Loureiro 2007 (Decanter), branco português de ótimo custo x beneficio, um dos que prequentemente visita minha mesa, e um risoto de pato muito bem ancorado por um muito bom Quinta Mendes Pereira Touriga Nacional Reserva 2005, também previamente decantado, finalizando com papos deDesafio Portugal 003B anjo e um cafezinho, bão demais sô!

             Para escolher o Melhor Vinho, melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, uma banca composta de 13 pessoas: Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) / Zé Roberto Pedreira e  Fábio Gimenes da Confraria de Embu / Leandro Chicarelli (Winery) / Simon Knittel (Kylix) / Ralph Schaffa (Restauranteur) / Silvia C. Franco (Vinho & Gatronomia) / Dr. Luis Fernando Leite de Barros (Enófilo) / Ricardo Tomasi (Sommelier) / Alex Martins (Pinord do Brasil) / Alexandre Frias (Diario de Baco e Enoblogs) / Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos) e eu. Das 13 notas em ficha de avaliação padrão ABS, a mais alta e a mais baixa foram eliminadas e o restante somado e dividido por 11 dando-nos o resultado de pontuação e ganhador, o Melhor Vinho do Desafio.  O Melhor Custo x Beneficio e Melhor Compra, são apontados por voto direto e tudo isto você verá no post de amanhã quando desvendaremos os ganhadores e comentaremos os vinhos participantes.

               Como de costume, iniciamos a degustação provando um espumante de forma a preparar o palato para o desafio por vir e, desta vez, tivemos a colaboração da bodega espanhola Pinord, Desafio Portugal 042através de seu gerente no Brasil o Alex Martins que também participou da banca de degustadores como convidado. Veio com seu Cava topo de gama o ótimo Marrugat Brut Nature Gran Reserva 2004, que estará chegando em breve ao Brasil num projeto tocado a quatro mãos entre o produtor e a Winery Distribuidora, que passa 36 meses em garrafa. Cor amarelo dourado, límpida e brilhante, na boca é cheia, cremosa, seca, porém sem nunca perder o frescor aportado por uma ótima acidez, com um final saboroso e longo. Boa estrutura, perlage muito fina, abundante, de enorme persistência (aproximadamente uns 30 minutos) mostrando todo o seu potencial. Aromas sutis de leveduras e frutas cítricas, uma cava de primeiro nível, muito bem elaborada, de delicado final de boca mostrando muita finesse e elegância. Enorme surpresa que certamente tomará o mercado de roldão quando chegar no final de setembro com um preço final consumidor ao redor de R$60,00, um verdadeiro achado que você não vai querer perder. Seus cavas básicos também são muito bons e deverão chegar por volta dos R$35,00, uma outra grande pedida.

Desafio Portugal 016

Nos vemos amanhã por aqui. Salute e kanimambo.

Uvas & Vinhos – Tempranillo, um Ícone Espanhol

tempranillo 2Falar de Tempranillo é falar de Espanha onde as primeiras videiras foram plantadas por volta do ano 1.100 aC, na região de Cádiz (perto de Jerez de La Frontera), provavelmente pelos Fenícios. Os primeiros vinhos eram adocicados e pesados. Contudo, durante o século 8º até 15º, a Espanha esteve sob ocupação dos mouros e, para a cultura desse povo, a produção de vinhos não era prioridade. Sendo assim, o desenvolvimento vitivinícola ficou estagnado até meados do século XV. O padrão de qualidade conhecido atualmente, aparece depois da crise da phylloxera, no século 19. Hoje a Espanha se encontra entre os três maiores produtores mundiais, sendo a maioria dos seus vinhos tintos elaborados com Tempranillo, uva ícone do país, em forma varietal ou em cortes com Garnacha, Graciano e Mazuelo e uvas internacionais como Cabernet Sauvignon e Merlot em menor escala. A origem de seu nome vem provavelmente da palavra espanhola temprano, que significa cedo, devido á precocidade de seu ciclo vegetativo em relação às outras variedades tintas da região.

Seu cultivo predomina na região de Rioja, com cerca de 70% dos vinhedos, mas está espalhada pelo país com nomes muitas vezes diferentes como; Ull de Llebre (Catalunha); Cencibel (La Mancha); Tinto Fino (Ribera Del Duero);Tinta del Pais (Ribera del Duero onde a presença é também bastante forte) e Tinta de Toro (Toro). Possui casca espessa e escura, bago de tamanho médio, acidez não muito alta e equilibrada, normalmente não produzindo vinhos com alto teor alcoólico, variando entre 10,5 e 13 %. Em geral, os vinhos de Tempranillo são elegantes, estruturados e complexos quando passam por madeira. Seu estilo fica entre os tintos de Bourgogne e Bordeaux. Podem apresentar aromas de frutas vermelhas como morango, caramelo e especiarias, mas não é, tradicionalmente, uma uva que gera vinhos de forte presença aromática sendo mais exuberante em boca. A complexidade aromática, quando existente, vem normalmente com o corte com cepas outras que, preferencialmente, também lhe aportem maior acidez. Por suas características, é bastante resistente á oxidação o que lhe permite um maior tempo de contato com madeira, tradicionalmente carvalho americano, como nos casos dos Reservas e Gran Reservas que passam no mínimo 24 meses em barricas e uma longevidade bastante estendida.

Conforme Oz Clarke em seu livro, Grapes & Wines, a Tempranillo é uma uva que não reproduz muito Tempranillo 1o seu terroir, ao contrário da Pinot Noir, e sim suas próprias características o que faz com que seus sabores sedutores se possam sentir nos mais diversos locais onde é plantada, preferencialmente em regiões quentes. Sua complexidade vem mesmo é do estilo de vinificação a que a uva é submetida. Além da Espanha, a Tempranillo é cultivada em outros países como Portugal, nas regiões do Douro (onde é conhecida como Tinta Roriz)) e do Alentejo (com o nome de Aragonez) assim como na Argentina e Austrália onde os vinhedos desta cepa têm aumentado exponencialmente. Dizem que será a uva do futuro, especialmente no Novo Mundo, então esperemos para ver.

Jovens Tempranillos, tendem a ser de corpo leve para médio, macios e amistosos devendo assim como os pinots, serem servidos levemente refrescados, por voltas dos 15 a 16º quando melhor demonstram toda a sua sedução, alcançando a plenitude dos sentidos como bem me recordou meu amigo Juan Rodriguez, o mestre da Tempranillo no Brasil. Os vinhos de Ribera Del Duero, Toro e Douro (Roriz) tendem a ser mais encorpados com uma carga tânica maior precisando de mais tempo para se abrir e mostrar toda a sua exuberância ao palato. Definitivamente, vinhos para serem decantados.

 

Eis o que o amigo Álvaro Galvão (Divino Guia) nos diz sobre sua harmonização – “é uma espécie que é colhida mais cedo, precocemente, e tem versatilidade enorme, pois se fazem vinhos com ela sem madeira, com madeira, em cortes, e todos muito gastronômicos, devido à sua acidez balanceada e taninos quase sempre domados. Carne de mamíferos e aves, de preferência as mais rústicas como caças, galinha D’angola e Faisão, em geral vão bem com ela. Coelho, à caçadora, lebre assada e paella também se harmonizam. Experimente uma morcella assada, que seja levemente apimentada e muito aromática, vai ficar muito bom.

Não nos esqueçamos também que para bebericar um Tempranillo sem madeira, jovem e com vivacidade, levemente resfriado é algo muito saboroso em dias mais quentes, acompanhando a maioria das tapas. Em geral, os vinhos de Tempranillo são boa opção para acompanhar comidas de sabor médio a pronunciado.”

            Ainda de acordo com a Mariana, e eu assino embaixo, os Riojas maduros  como os Reservas e Gran Reservas merecem algo mais substancioso como um porco assado ou pernil de cordeiro. Em geral, os Tempranillos de Rioja também combinam muito bem com cogumelos; os crianza, por exemplo, são uma boa opção para pratos com curry pouco apimentados. Quer tirar a prova dos nove, então comece pelos mais acessíveis e vá subindo na escala de preços e qualidade. Os vinhos abaixo foram todos provados e aprovados e os preços dados são meramente referenciais do mercado:

 

  • Fincas Privadas Tempranillo 2007 – Argentina/Casa Palla – R$15,00. (dia-a-dia sem erro)
  • Abadia Vegas 2006 – Castilla y Leon/Espanha/Expand – R$23,60 (verdadeiro achado).
  • Fortaleza do Seival Tempranillo – Miolo/Brasil – R$24,00 (dos melhores no Brasil).
  • Clos Torribas – Penedés/Espanha/Pinord do Brasil – R$29,00 (leva um tico de Cabernet Sauvignon)
  • Don Roman – Rioja/Espanha/Casa Flora – R$35,00 (leva um pouco de Graciano).
  • Artero Tempranillo – La Mancha/Espanha/Decanter – R$36,00.
  • Códice – Castilla y Leon/Espanha/Peninsula – R$59,00 (sempre uma segurança)
  • Marqués de Tomares Crianza – Rioja/Espanha/Casa Flora – R$58,00
  • Sierra Cantabria Cosecha – Rioja/Espanha/Peninsula – R$59,00
  • Ontañon Crianza – Rioja/Espanha/D’Olivino – R$69,00
  • Viña Real Crianza – Rioja/Espanha/Vinci – R$72,00
  • Luis Cañas Crianza – Rioja/Espanha/Decanter – R$75,00
  • Viña Sastre Roble – Ribera Del Duero/Espanha/Peninsula – R$81.00
  • Protos Joven – Rioja/Espanha/Peninsula – R$81,00
  • Zuccardi Q Tempranillo – Mendoza/Argentina/Ravin – R$105,00
  • Prado Rey Crianza – Ribera Del Duero/Espanha/Decanter – R$106,00
  • Sierra Cantabria Crianza – Rioja/Espanha/Peninsula – R$109,00
  • Condado de Haza – Ribera Del Duero/Espanha/Mistral – R$110,00
  • Marques de Murrieta Reserva – Rioja/Espanha/Expand – R$130,00
  • Dehesa La Granja Selección – Toro/Espanha/Mistral – R$145,00
  • Mais algumas preciosidades acima deste preço como; Protos Reserva, Selección e Gran Reserva/Allende/Abadia Retuerta Selección (Península), Prado Rey Reserva e Elite (Decanter), Pesquera Reserva/Viña Bosconia Reserva/Viña Tondonia Gran Reserva  (Mistral), Viña Arana e Viña Ardanza Reservas (Zahil)/ Castillo de Ygay (Expand) e Herencia Remondo La Montesa Reserva/Viña Real Gran Reserva (Vinci).

         Algumas outras opções a serem conhecidas, mas que não posso comentar pois não os provei, são alguns varietais portugueses como João Portugal Ramos, Cortes de Cima e Esporão todos de  Aragonês (Alentejo) / Quinta dos Carvalhais e Quinta dos Roques Roriz (Dão) / Quinta de la Rosa e Quinta do Vale da Raposa ambos Roriz (Douro). Pode-se também provar alguns outros argentinos como o Anubis de Suzana Balbo, Finca el Retiro e Salentein além dos vinhos de O J Fournier. Boa viagem de descobrimento por estes sabores da Tempranillo, espero que curtam e que a matéria produzida lhe possa ser útil e esclarecedora, essa foi nossa intenção.

Post elaborado a seis mãos! O texto sobre as uvas chega pelas mãos da amiga Mariana Morgado e minha, a harmonização pelas do experiente Álvaro Galvão e as sugestões de vinhos são minhas. Para ver como contatar os importadores e checar onde, mais próximo de você, o rótulo está disponível, dê uma olhada em Onde Comprar, post em que constam os dados dos importadores e lojistas assim como de produtores brasileiros.

 Salute e kanimambo.

          

Dicas da Semana

          O Pessoal anda meio devagar esta semana, acho que é o excesso de degustações, mas sempre há dicas interessantes a conferir. Por falar em degustações, nesta última Segunda, realizei meu Desafio de Vinhos Portugueses lá na Kylix, foi show de bola e surpresas, como sempre acontece nas provas às cegas, mais uma vez aconteceram. Segunda começo a postar sobre o que ocorreu por lá. Agora vejamos o que há de interessante por aí.

Portal dos Vinhos, um de meus primeiros e mais chegados parceiros. O Emilio e a Fátima estão sempre armando degustações legais e já fazia um tempo que estava para postar a programação deste semestre, tanto que algumas já aconteceram. Se puder, programe-se e confira pelo menos algumas, os vinhos são sempre de primeiro nível e a simpatia do jovem casal é ímpar. Eu já escolhi duas que não posso perder!

Portal - Calendário das Degustações 2º semestre copy

 

logo-enoteca-decanterA Enoteca Decanter promove mais um Taste & Buy nesta próxima Terça, dando sequência a seus encontros mensais. Dia 01 de Setembro e 06 de Outubro são as próximas datas do Taste & Buy,  uma nova e descontraída forma de degustação de vinhos, que acontece sempre na primeira terça-feira de todos os meses. A cada edição serão cerca de 20 rótulos do excelente portfólio da Decanter, que estarão à disposição para degustação com orientação da equipe especializada da loja e eventualmente com a presença do sommelier campeão brasileiro Guilherme Corrêa. Além disso, todos os rótulos degustados poderão ser adquiridos com 20% de desconto.

          O Taste  & Buy Enoteca Decanter é uma excelente oportunidade para fazer novas descobertas e comprar vinhos tintos, brancos, rosés, espumantes e de sobremesa com excelente custo benefício. São rótulos trazidos de sete países com exclusividade pela Decanter, muitos deles premiados e consagrados pela crítica especializada, como por exemplo, linhas das vinícolas Luigi bosca, De Martino e Pio Cesare. A participação no evento custa apenas R$ 80 (valor revertido em compras dos vinhos degustados), e para acompanhar a degustação são servidos queijos e pães. Rua Joaquim Floriano, 838 – Itaim Bibi, informações e reservas:         (11) 3073-0500        e (11) 3702.2020.

 

A Lusitana foi passear pelo interior e decidiu promover um evento junto com o restaurante 3T em Indaiatuba e com a colaboração da Brancotinto, uma importante loja local. Picanha de Cordeiro na Brasa, uma especialidade da casa, com Duque de Beja, uma outra especialidade , só que de outra casa. Pelos comentários da Eliza, essa harmonização é tão boa que eles quiseram compartilhar isso com mais gente e, daí, esta idéia. Para quem é da região, um prato cheio e, até porque o gosto da Eliza é meio duvidoso (rsrs), então há que se conferir!

Lusitana e Cordeiro em Indaiatuba

 

Curtas:

  • Restaurant Week começa nesta semana em São Paulo. Hora de programar suas visitas e montar um programa de almoços especiais aproveitando esta promoção muito especial. Durante a semana que vem, mais algumas dicas aqui no blog. Fique ligado!
  • Enoteca Fasano de novo com uma promoção dos bons vinhos Pasión 4 da bodega argentina Joffré y Hijas. Dois rótulos imperdíveis o Bonarda e o Malbec, ambos 2006 e muito saborosos que, por R$36,00, são uma verdadeira barganha.
  • Mistral e Vinci. Falando de barganhas, ambas as importadoras de Ciro Lima vendem em dólar à taxa do dia e, com a nova valorização do Real, os preços estão ótimos e é sempre bom nos garantirmos aproveitando estes momentos. Garimpando acham-se grande rótulos por pequenos preços, vale a pena conferir.
  • Achados Imperdíveis. Sujeito a disponibilidade, mas verdadeiramente imperdíveis. Ligue e confira se ainda têm esses rótulos poisvalem cada tostão gasto; na Casa Palla, o bom Merlot Reserva 2005 da Pizzato está por meros R$30,00 e um dia-a-dia básico e bem saboroso o Fincas Tempranillo 2007 por míseros R$14,90 que alegra qualquer churrasco e pizza com os amigos; Na Kylix, diversos bons rótulos em promoção, mas o belíssimo Villa Antinori Toscana 2004 merce um destaque especial. Um baita vinho que está por R$79,00 se comprado de caixa com seis unidades. Junte os amigos e não perca de jeito nenhum!

Ainda estou esperando mais uma dica de um novo parceiro e, se chegar, ainda adiciono hoje. Por agora é só. Salute e kanimambo.

YESSSSSSSSSSS, o “Maledetto” Deve Cair!

capeta de einstein24h.com.br O corajoso Luiz Henrique Zanini, pegou o “Maledetto” do projeto do selo fiscal pelos chifres e organizou/esclareceu os produtores quanto ao absurdo comercial e operacional dessa implementação. Tenho dado o máximo possível de apoio e exposição a este tema, tendo minha opinião formada e amplamente divulgada aqui no blog, porque tenho a convicção de que seria um enorme retrocesso para nossa vinicultura que só beneficiaria os grandes, prejudicando os pequenos produtores, importadores e nós consumidores. É algo que, sinceramente, não tem nem pé nem cabeça! Pois bem, o Zanini que é parte interessada,  já que sua Vallontano é uma dessas pequenas vinícolas, e um dos lideres desse movimento contra o selo fiscal, me envia mensagem dando conta que esse “maledetto” deverá ser engavetado conforme noticia dada hoje no Valor Econômico com o título – Receita Rejeita Selo de IPI em Garrafa de Vinho.

“Uma avaliação técnica da Receita Federal reprovou a ideia de obrigar produtores e importadores de vinho a colarem selos nas garrafas para comprovar o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O pedido é da Câmara Setorial do Vinho e tinha sido levado ao ministro da Agricultura em 6 de abril. A decisão será do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas o tema será encaminhado pelo secretário-executivo do ministério, Nelson Machado.

Ontem, o subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Michiaki Hashimura, recebeu parlamentares e vários representantes de 102 pequenos produtores de vinho. Eles criticaram o alto custo do selo, aproximadamente R$ 0,20 por garrafa, se comparado ao do preço mínimo do quilo da uva (R$ 0,46).

O sócio da Vallontano, Luís Henrique Zanini – presidente da União Brasileira de Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores (Uvifam) – explicou que o documento levado à Receita demonstra que o selo não evita fraudes e a sonegação, mas tem custo suficiente para tirar do mercado empresas com estrutura familiar. “A Receita foi muito sensível aos nossos argumentos. Disseram que o governo não tomará decisão que possa prejudicar os empreendedores familiares”, revelou Zanini.

Agora, como neste país as coisas acontecem de forma misteriosa, convém manter o estado de alerta, nunca se sabe o que algum burrocrata de plantão pode aprontar. Não seria a primeira vez neste nosso Brasil varonil que, por razões desconhecidas, uma canetada passa por cima de análises técnicas de orgãos competentes. Então, como dizem nossos amigos argentinos, “OJO”! Não dá para baixar a guarda em quanto o defunto não esteja definitivamente enterrado em caixa de concreto lacrada e, mesmo assim …………Quer ver o artigo completo? Então clique aqui >>  http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/8/26/receita-rejeita-selo-de-ipi-em-garrafa-de-vinho. Artigo de Arnaldo Galvão publicado no Valor Econômico de 26/08/2009.

Valeu Zanini! Brindo a isso com teu novo e saboroso espumante Vallontano Rosé, salute e kanimambo.

Imagem – Capeta de Caruaru – www.einstein24h.com.br

Descobertas no Pró-Chile

              Ontem dei uma passada, literalmente porque tinha me esquecido de um compromisso familiar e, desta forma, tive que abortar minha viagem por uma série de boa vinícolas presentes neste evento. Com isso fiquei por lá um pouco mais de duas horas, quando me dei conta do compromisso, o que foi uma pena porque o Chile é sempre muito rico em surpresas e novos rótulos a serem conhecidos, mas …..fazer o quê? De qualquer forma valeu a pena.

            Do pouco que consegui provar, uma constatação de algo que vem crescendo dentro de mim, minha preferência por Malbecs chilenos e pelos Cabernet Sauvignons argentinos . Para quem duvida, comece a prestar atenção e a tomar vinhos com essa inversão de origens, acho que irá se surpreender. Para confirmar  uma parte desta afirmação, prove os Malbecs ; Orzada da Odfjell (World Wine), Valdivieso Single Vineyard (Bruck) e Perez Cruz Cot (Wine Company). De tirar o chapéu, em especial por sua elegância e finesse, verdadeiramente sedosos ao palato. Num patamar um pouco abaixo, o Casillero Del Diablo Malbec, também muito saboroso.

             Falando da Odfjell, impossível não passar e tomar seu incrível Orzada Carignan, um vinho muito especial produzido com uvas vindas de um vinhedo com mais de 80 anos de idade, um sonho hedonístico que me embala com Pró Chile 005regularidade. Outro imperdíve de ser revisitado foi o stand da Casa Marin (Vinea), que está um degrau acima das demais com seus brancos e tintos geniais da região de San Antonio, tendo trazido para este evento seu òtimo Pinot Noir e o magnifíco e meu preferido, Miramar Syrah, um deleite para o nariz e palato. O Chile produz excelentes Syrahs e este é de uma finesse, riqueza de sabores e de uma harmonia impressionantes que eu já comentei extensamente aqui. Alguns outros dos poucos vinhos provados que me chamaram a atenção, são os Eclat 2007, Semillon botritizado muito bom, rico e de muito boa acidez, O Valdivieso Syrah Reserva, um dos melhores Syrahs chilenos nesta faixa de preços (R$54), o estupendo Validivieso Premium Merlot (malbec já mencionei acima) e o crém de la crém da vinícola em sua 11º edição, o Caballo Loco recentemente engarrafado, mas já mostrando todo o seu imenso potencial. Não sendo muito fã de Carmenéres, tiro o chapéu para um vinho de gama média o Montgras Reserva Carmenére, muito fino e equilibrado.

Minha mais interessante descoberta, no entanto, foi que os amigos da Lusitana se associaram a um pessoal que estará trazendo o aporte financeiro necessário para o crescimento da empresa que alçará vôo para além das coisas de Portugal. Começam peloPró Chile 006 Chile, e muitíssimo bem, com a vinícola Lauca da família Guerra, empresa com 700 hectares de vinhas, exportando para mais de 35 países e, pasmem, ausentes do Brasil até agora. Grande achado do amigo Henrique Cachão tendo me deliciado com alguns ótimos vinhos nas mais diversas faixas de preço, uma vasta coleção de rótulos em quatro segmentos diferentes.

            Lauca é o nome da Llama de estimação que circula pelos jardins e vinhedos da sede da vinícola sendo ele quem dá o nome ao empreendimento. Vinhos que me chamaram a atenção seja pela linha Lauquita,  gama de entrada do portfólio da vinícola com previsão de preços abaixo dos R$30,00 tendo achado seu Chardonnay, Merlot e Cabernet Sauvignon muito bem feitos e com uma riqueza, equilíbrio e estrutura surpreendentes para a faixa, seja nas gamas mais altas.

  • Pró Chile 007Seu Lauca Reserva Pinot Noir com uma produção de somente 5000kgs por hectare, macerado manualmente á moda antiga em barricas serradas ao meio, fermentação em madeira nova por cerca de seis meses é divino. Com muita tipicidade da casta, mais para Borgonha do que novo mundo, um vinho realmente encantador que seduz facilmente e, espero, possa vir a fazer parte dos vinhos freqüentadores de minha mesa.
  • Pró Chile 008Na linha premium, o excelente Lauca Gran Reserva, um corte de Cabernet Sauvignon/Carmenére e Syrah que passa 14 meses em barrica e 12 meses em garrafa antes de sair para o mercado, este é 2006. Um vinho de grande complexidade, elegante e macio na boca, longo, realmente um vinho estupendo que enche a boca de prazer. Não sei os preços, mas conhecendo a filosofia de trabalho da Lusitana, acho que teremos neste dois vinhos, dois expoentes do que costumamos chamar de ótima relação Qualidade x Custo x Prazer.

Esperemos para ver os rótulos que o Henrique vai trazer, mas se vierem estes, nós enófilos agradecemos e bateremos a sua porta. Bem, é isso por hoje. Uma pena que não pude ficar por mais tempo e aproveitar esta oportunidade, mas não adianta, como sempre digo, sempre haverão mais vinhos do que temos oportunidade de tomar, então temos que nos contentar com os que podemos provar e que já são muitos!

Salute e kanimambo.

Filipa Pato – Vinhos de Autora

Filipa Pato IIINunca tinha estado frente a frente com Filipa Pato, mas muito já tinha ouvido falar. Sou consumidor de seus vinhos, especialmente do Ensaios tinto e do agradabilíssimo 3b, um espumante rosado delicioso. Todos falam de sua beleza e jovialidade, já eu me impressionei mesmo foi com sua presença, pequenina em tamanho, mas grande em paixão pelo que faz, por aquilo que elabora. Fica com dois metros de altura quando começa a falar empolgadamente sobre seus vinhos, seus projetos e sua família.  Se o pai, Luis Pato, é o mestre da Bairrada e domador da Baga, ela deveria ser conhecida com a “pequena notável” com seus projetos arrojados e desafiantes como, agora com seu marido, William, em uma nova empresa, os “Vinhos Doidos”. Aqui dará vazão a toda sua irreverência e criatividade na elaboração de vinhos diferenciados, mas isso é outra história. Por enquanto vamos de vinhos “menos doidos” produzidos de uvas e vinhedos controlados por ela com uma produção atual em torno de 68.000 garrafas e com capacidade de chegar a umas 100.000. Volume pequeno e alta qualidade, uma equação que nos tem dado vinhos muito agradáveis, para dizer o mínimo. Já mencionei neste blog, que Filipa é uma estrela com luz própria, agora confirmo e complemento a frase, em plena ascenção. 

            Desta feita fui convidado para um jantar com apresentação de seus vinhos, com maior foco no FLP, um branco doce bastante interessante, sobre o qual falarei mais adiante. Saí do restaurante, no entanto, encantado com sua obra como um todo. Que belos vinhos, a começar pelo delicioso 3b um espumante que é assíduo visitante aqui em casa e que já recomendei por diversas vezes. Este, no entanto, é de 2008 e está ainda mais fresco e vibrante, bem do jeito que é a autora. Tenho que comprar mais umas garrafas, até porque as minhas já acabaram.

            Ensaios brancos 2008, corte de Bical e Arinto que passa um mês fermentando com leveduras indígenas, pareFilipa Pato 001 em tanques de inox e parte em madeira. Aromas delicados, de boa intensidade, muito fresco, saboroso, cítrico e mineral, tem um final de boa persistência que convida á próxima taça. Uma ótima opção como aperitivo e boa companhia, certamente, para umas pataniscas de bacalhau ou sardinhas na brasa.

            Lokal Silex 2004, um vinho divino que não conhecia. Dizia Filipa, que o vinho ficou muito duro quando elaborado e que ela buscava algo mais elegante. Pois bem, não sei como ele era, mas sei que está delicioso e elegante Filipa Pato 005ao atingir a maturidade após cinco anos de vida, devendo crescer mais ainda com mais uns dois ou três anos de garrafa, quem sabe mais. Fermenta em inox e depois passa um ano em balseiros de 2.000 litros. É um corte de Touriga Nacional (85%) e Alfrocheiro produzido no Dão em uma pequena localidade de onde se avista a Serra da Estrela. O vinho me seduziu tendo, a meu ver, sido o vinho da noite. Nos aroma é bem frutado com leve floral (violeta) bem típico dos vinhos do Dão com forte presença da Touriga Nacional e nuances achocolatadas depois de um tempo em taça. Aos cinco anos, mostra-se ainda jovem com taninos finos ainda bem presentes, mas já sem qualquer agressividade, tomando-se muito bem sendo que este passou um tempinho em decanter, essencial para o poder apreciar em toda sua plenitude.  È retinto na cor, escuro, muito equilibrado, denso com bom volume de boca, rico, aveludado com um final algo especiado e bastante longo. Encanta a forte presença mineral em boca sendo um vinho que, apesar de ter se dado bastante bem com o bom rosbife servido, deverá se apresentar melhor acompanhando pratos mais robustos. Um vinho que acaba rápido em taça e deixa saudade.

            FLP 2008, um vinho doce de sobremesa com apenas 12% de teor alcoólico num estilo algo alemão, produzido com seu pai Luis Pato. Elaborado com Sercealinho (cruzamento de uvas Serceal com alvarinho com mais de 20 anos de idade só disponíveis nas terras de Luis Pato), Serceal e Bical pelo processo de crio-extração que consiste em congelar o mosto das uvas obtendo-se maior concentração. Com baixo teor alcoólico, cerca de 100grs de açúcar Filipa Pato 007residual e uma acidez em torno de 7 a 8grs, é gostoso, saboroso e com bom frescor, aromas sutis e delicados, boa persistência e, de acordo com Filipa, um vinho que deve crescer com tempo em garrafa. Tenho que confessar que não chegou a me encantar como vinho de sobremesa. Brinquei com a Filipa, de que seria um vinho para o chá da tarde, e é assim que o vejo. Um vinho leve, saboroso, fácil de agradar para juntar amigos e amigas num bate-papo descontraído ao entardecer. Para o final de uma refeição, o recomendaria com uma salada de frutas e uma bola de sorvete de baunilha. Foi servido com uma tradicional sobremesa de Romeu e Julieta (estávamos no Dalva & Dito, novo restaurante de Alex Atala com cozinha brasileira) em que o mestre adicionou uma bola de um sorvete de goiaba bem leve, salvando a harmonização com essa incrível liga com o vinho. A Filipa também o recomenda com cozinha oriental, sendo o Japão um dos principais importadores deste saboroso vinho. Eu fiquei pensando aqui com meus botões, será que não harmonizaria legal com Pato c/Laranja?! Acho que terei que fazer o sacrifício (rsrs) e fazer esse teste.

            Antes de finalizar, queria tecer meus comentários sobre algo além do vinho, mas que me chamou a atenção. A relação entre pai e filha. O amor, o respeito e a admiração um pelo outro são algo digno de salientar e não muito comum nos dias de hoje. Talvez isso tenha sido o que mais me marcou ao ouvir Filipa falar sobre seu pai nessa noite e ao Luis Pato falar de sua filha em outros momentos. Brindo à longevidade dessa admiração mútua com uma taça de 3b da Filipa e outra do novo espumante de Touriga Nacional do Luis Pato. Afinal, porquê se contentar com uma quando podemos aproveitar da maestria dos dois?! Os vinhos da Filipa Pato são de exclusiva distribuição da Casa Flora.

Salute e kanimambo.