Por mais que aceitemos o fato de que o nível de álcool no vinho não o chegue a afetar em função de um equilíbrio alcançado em sua elaboração, a pura verdade é que o teor de álcool se verifica mesmo é na terceira taça! O resto é papo para boi dormir. A meu ver, o vinho é para ser tomado em longos bate-papos e refeições sendo normal, nestes casos, que uma pessoa tome umas duas ou três taças de vinho. Se o vinho tiver 14,5 ou 15º como se verifica muito nos tintos por aí, por mais equilibrado que esteja, o álcool se sentirá na terceira taça! Nos brancos ocorre o mesmo, com vinhos de 13,5 a 14º com a agravante de que em muitas das vezes, estes vinhos são tomados sem, ou com pouca, comida, mais como aperitivo. O vinho é para termos prazer, para nos causar alegria, não para que fiquemos zonzos. Para isso existem bebidas mais baratas e mais eficazes! Com estes níveis de grau alcoólico, é difícil realmente aproveitar o vinho em sua plenitude social e é na terceira taça que está a prova final. Pessoalmente, tenho evitado os vinhos tão potentes, buscando aqueles mais elegantes e prazerosos de tomar. Agora parece que existe uma luz ao final do túnel, especialmente para aqueles que por motivos climáticos elaboram vinhos com alto teor alcoólico.
O Instituto Nacional de Viticultura da Argentina autorizou um método de “desalcoolização” do vinho mediante osmoses inversa. De acordo com o blog El Malbec (link aqui do lado), esta resolução busca permitir a diminuição do teor de grau alcoólico nos vinhos em até 2%, conforme resolução da OIV (Organização Internacional do Vinho) aprovando esta “desalcoolização” através de técnicas subtrativas. Por enquanto somente os países do Novo Mundo estão colocando em prática esse processo já que na Europa, o procedimento ainda se encontra em fase de estudos, prevendo-se sua aprovação somente em 2009. Com esta aprovação na Argentina, quem sabe deixamos de ver vinhos brancos de 15º e tintos de 16,5 a 17º! Que falem os técnicos e enólogos.