Bulldog?

Sim e não é cachorro! O Paxis Buldog Red Blend é um vinho sem passagem por madeira, um tradicional corte duriense com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca. Mais um dos lançamentos da linha Paxis recém chegada ao mercado pelas mãos da Lusitano Import de meu amigo Fernando.

Paxis Bull 1A paleta olfativa é muito frutada, intensa, chama a taça à boca onde os aromas se confirmam. Fruta madura, toque de alcaçuz (difícil encontrar num vinho apesar das diversas indicações por aí!), boa textura, corpo médio, taninos aveludados, alguma especiaria, bom volume de boca e fiquei com a sensação de boca que o vinho tivesse passado por fermentação carbônica em algum momento de seu processo de vinificação,porém o produtor nega após eu ter ido atrás dessa informação. De qualquer forma, essa foi a minha percepção. Final de boca fresco com uma acidez gostosa que mostra bem sua aptidão gastronômica.

Como disse no post sobre o Paxis Pinot Noir publicado há cerca de uma semana, gosto da filosofia tanto do produtor quanto de seu importador, vinhos de muito boa relação PQP ( Preço x Qualidade x Prazer) e apesar de eu ter curtido mais o Pinot Noir, estamos diante de mais um vinho muito agradável com um perfil mais internacional. Na faixa das 80 pratas, vale o que pedem por ele.

Gente, eu não sou de carnaval, nunca fui e agora menos ainda, mas boa farra para quem for pular e cuidado com os exageros de toda a espécie. É tempo de farrear mas façam-no com responsabilidade, os taxis, metrô e Uber estão aí para garantir mais segurança. Para quem for descansar, aproveitem. Eu estarei aberto na Vino & Sapore neste Sábado e, excepcionalmente, na Segunda e Quarta quem sabe não nos encontramos por lá! Kanimambo pela visita, saúde e até semana que vem, fui!

 

Salvar

O TOP da Wine Spectator é Tuga, é Porto, é Douro!

A cada ano que passa, com todas as criticas que se fazem á revista e seus degustadores, a verdade é que todos aguardam ansiosamente os TOP 100 da revista e, em especial os TOP 10 e o número 1 da revista.Portugal Fixe Agora, não se deixe enganar, não é, como muitos o induzem a acreditar, o melhor vinho do mundo. Aliás, me incomoda sobremaneira essa apologia que muitos fazem dos resultados de concursos e listas deste tipo, tremenda mentira e tentativa de eludir o leitor! O resultado é sim, o melhor vinho provado pelos degustadores e críticos da Wine Spectator neste ano o que, convenhamos, já não é pouca coisa não já que, de acordo com o que divulgam, degustam cerca de uns 20 mil rótulos anualmente!

Mas tem mais, para a alegria do Douro, mais dois vinhos entre os TOP 10 o Chryseia (3º) e o Quinta Vale do Meão (4º), e ainda um em 13º (Fonseca Vintage) e outro em 27º (Qta. do Portal Colheita), é mole?! Quem ainda tinha dúvidas sobre a qualidade dos vinhos portugueses creio que as acabou de enterrar, né? Veja mais sobre este baile que os produtores do Douro deram lendo esta ótima matéria (em inglês) do Douro Profundo de onde, por sinal, vieram algumas destas imagens.

Top Tuga na WS 2014

Eu, amante que sou dos Vinhos do Porto a quem devotei inúmeros posts aqui no blog, fico extremamente orgulhoso de um vinho dessa região, um vinho Português no TOP dessa conceituada lista. O DOW’S Vintage 2007 já tinha recebido 100 pontos da revista e se tornado o “melhor” vintage desse ano e agora ganha esse prêmio com 99 pontos, que beleza e que orgulho deve ser para a família Symington e o simpático Dominic (1º à esquerda) já que o Chryseia também é deles. Esta família que desde 1882 se dedica ao Porto e possui marcas como Graham’s, DOW’S, Chryseia, Warre’s, Quinta do Vesuvio, Cockburn e Altano entre outras, faz alguns dos melhores vinhos da região. Esta semana será de festa nessa casa, tenho a certeza, e só fico imaginando as “garrafitas” que serão abertas nessa comemoração! Fico feliz por ver esse trabalho reconhecido e por ter esta garrafa em minha adega reservada para quando eu fizer meus 75 anos e ele 18, afinal eu respeito a maioridade! Podia esperar mais, porém não se eu aguento, já o vinho eu tenho a certeza que vai beeeem mais longe!!!

DOWs 2011 equipe
Ah, você quer saber quem completou o pódio dos TOP 10 da revista, bem, já que insiste, aqui vai de 1 a 10 > Portugal / Austrália / Portugal / Portugal / Austrália / Itália / França / EUA / Chile e França (rs), para ver detalhes dos vinhos e da premiação, vá até aqui e beba da fonte.

Clipboard TOP 100 WS 2014

Salute e kanimambo, vamos brindar com um bom vinho português hoje?

Douro, Vinhos de Excelência na Taça

          Há um bom tempinho que não falo dos vinhos portugueses! O mercado possui hoje uma imensidade de rótulos de todas as regiões produtoras da saudosa terrinha o que torna difícil a escolha, para que não caiamos sempre nos mesmos, na busca por novos sabores. Portugal produz vinhos de grande nível reconhecidos em qualquer lugar do mundo como tal, especialmente os produzidos no Douro, Alentejo e Dão, mas não só.

         Estes grandes vinhos, como a maioria dessa categoria, precisam de tempo e tomar um grande Douro, Alentejo ou Dão novinhos, é abrir mão da complexidade, exuberância e equilíbrio que eles ganham com o tempo. Sempre falo isso acerca dos vinhos portugueses, mas nos grandes isto é ainda mais importante. Um dos melhores vinhos que tomei na minha vida foi um Chryseia 2001 após oito anos guardado. O mesmo posso dizer de vinhos como os deliciosos alentejanos Malhadinha 2003 e Avó Sabica 2004, o Quinta do Monte d’Oiro 2001 (Lisboa), Quinta do Côtto Grande Escolha 2001 (Douro), Quinta da Pelada Touriga, Quinta das Marias e Quinta Mendes Pereira Garrafeira 2004 (Dão) entre uma imensidade de outros grandes caldos tomados.

               Desta feita, dois vinhos maravilhosos um delicioso e sempre elegante Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2003, uma obra de arte clássica em estado liquido. Tomei em meu aniversário este ano na companhia da família e amigos, uma pena que só tinha uma garrafa pois deixou saudades. Entra ano sai ano e este vinho segue encantando, talvez uma das melhores relações Qualidade x Custo x Prazer que tinhamos no mercado em vinhos desta categoria, já que há cerca de dois anos o vinho rondava os R$120, daqueles vinhos que não só satisfaziam os sentidos como o bolso. Hoje creio que custa em torno dos R$180,00, o que me parece um pouco excessivo, mas…..é o custo da fama alcançada! Complexo, elegante, deveria vir de cartola e fraque para a mesa, possui boa estrutura com taninos macios perfeitamente integrados. Boa fruta, paleta olfativa agradável que convida a taça á boca, mineral com um longo e saboroso final é um vinho puramente hedonistico.  Compre todos as safras e vá guardando, eu não fiz isso e me arrependo! Dizem que a 2007 está divino, mas esse ainda estou procurando, já o de 2008 já garanti, mas para tomar somente daqui a quatro anos. Para este, a escolha de Bacalhau à Brás foi super acertada, casamento perfeito!

            Mais recentemente, acompanhando o sempre delicioso e especial strogonoff de filé mignon de minha esposa, um grande representante da mais clássica cepa portuguesa, a Touriga Nacional, o incrivelmente sedutor Quinta do Vallado Touriga 2005, absolutamente no ponto e divino! Tudo o que se espera de um grande vinho produzido com esta generosa cepa que tantos grandes vinhos produz e empresta sua exuberância a deliciosos vinhos de corte. Nariz gostoso, fruta negra, aquele típico aroma de violeta formando uma paleta olfativa sedutora e muito agradável. Na boca é exuberante, mais estruturado e denso que o Crasto Vinhas Velhas, taninos finos, rico e complexo com notas de tabaco, café num longo final que nos deixa aquele gostinho de quero mais, um belo vinho e finalmente mais dois tugas na taça que só vêm demonstrar a maturidade que a vitivinicultura portuguesa alcançou, especialmente no Douro, berço histórico de grandes vinhos. Este já beira os R$160,00 mas, considerando-se nossa irrealidade de preços, até que vale, mas poderia estar algo abaixo desse patamar para se tornar mais interessante ainda.

          São vinhos consagrados, mas que eu ainda não tinha comentado então resolvi que deveria compartilhar com os amigos mesmo sabendo que pouco ou nada acrescento ao muito que já se escreveu sobre eles. De qualquer forma, mais que os vinhos, é a importância de lhes darmos tempo para mostrar todo o seu potencial então, cabe aqui aquele célebre ditado de que “o apressado come cru”! Neste post iniciarei algo que pretendo vir a fazer de forma mais amiúde que é dar minha percepção, algo bem pessoal e consequentemente parcial, de valor ou seja aquilo que acho que estes vinhos valem considerando-se nossa absurda realidade de preços (acho que temos os preços de vinho mais caros do mundo). Neste caso minha percepção é de R$160 para o Vinhas Velhas e R$180,00 para o Vallado Touriga.

Salute e kanimambo pela visita

Noticias do Front – Avant Premiére

É, mais um ano e os motores se aquecem para mais uma edição de nosso maior evento enófilo, a Expovinis. Nesta época, muitos dos produtores e importadores, aproveitam o momento para uma série de eventos paralelos. Neste ano começamos com a excelente mostra de Vinhos do Porto e Douro promovidos pelo IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto) em São Paulo ontem. Cerca de 30 importadores representando mais de 50 produtores, mostraram as delicias que compõem o calidoscópio de estilos dos vinhos da região. Produtos de grande qualidade, um verdadeiro avant-premiére do que poderemos ver na Expovinis com um tempero muito especial, duas provas muito especiais; uma de vinhos TOP do Douro comentada e apresentado por Carlos Cabral e uma outra de Vinho do Porto (da qual participei) harmonizado com sobremesas – Branco, Tawny 10 Anos, Tawny 20 Anos, LBV e Vintages harmonizados com as proposta do Chef pâtissier Henri Schaeffer, conduzida por José Maria Santana, jornalista e representante no Brasil do Solar do Vinho do Porto.

 

porto_vale_do_douro

 

Entre os mais de 30 vinhos provados, entre Douros e Portos, alguns me atraíram mais que outros. Por outro lado, pelo menos uma meia dúzia de rótulos importantes não consegui provar. Eis alguns de meus destaques do Douro, já que sobre os Vinhos do Porto farei matéria separada mais adiante, encontrados na feira. Os preços,quando obtidos, são uma indicação de preço sugerido ao consumidor.

 

Domingos Alves de SouzaDecanter – Três vinhos; um branco muito bom, um tinto de ótimo custo X beneficio e um outro tinto divino.

  • Branco da Gaivosa 2007, um corte de uvas autóctones da região, Viosinho/Gouveio/Rabigato/Malvasia Fina e algumas mais. Complexo ao nariz, muito frescor, ótima acidez com toques minerais um vinho realmente de muitas qualidades. (R$91)
  • Caldas Tinto 2006, corte de uvas tradicionais já nossas conhecidas como tinta roroz/touriga nacional e tinta barroca mescladas com outras menos conhecidas como souzão e tinta Francisca. Aromas bem frutados, seco, redondo, boa tipicidade da região e fácil de agradar. (R$53)
  • Quinta Vale da Raposa Touriga Nacional 2005, um senhor vinho fazendo parte da elite dos grandes vinhos portugueses. Aquele floral (violeta) típico da casta está bem presente muito bem equacionada com fruta abundante dando-lhe um perfil aromático harmônico e de boa intensidade. Na boca ainda está um pouco firme , corpo médio para encorpado, taninos finos mostrando força mas bem dosado, boa acidez e um final com toques de especiarias. Belo vinho, não é barato, mas é muito bom. (R$213)

         Quinta do Vale Dona Maria 2006Expand – queria também ter provado o Casal de Loivos, mas não deu tempo. Vou sugerir ao IVDP uma ampliação de horário já que tanta coisa boa para se conhecer, mais provas especiais tudo em apenas 6 horas, é muito pouco tempo! Este vinho é mais um dos grandes e membro da elite dos vinhos portugueses, não só do Douro. Potente firme, ainda uma criança, untuoso e de grande persistência, um vinho que precisa de no mínimo uma hora de decanter ou, melhor ainda, guarde-o por mais uns três anos.

Quinta da Touriga Chã 2004Interfood – vinho que passa por 16 meses de carvalho e pede tempo! Touriga Nacional e Tinta Roriz, num corte em que o nariz é todo Touriga Nacional. Na boca é de taninos firmes, aveludados e algo austeros neste momento de sua vida, final de boca com toques de especiarias e algo balsâmico, ainda muito novo e pedindo decantação para mostrar todo o seu potencial. Um grande vinho. (R$120)

Quinta do CrastoQualimpor – um senhor produtor da região reconhecido por seus excelentes vinhos.

  • Quinta do Crasto Branco 2007, corte de cerceal, gouveio, roupeiro e rabigato o primeiro branco da casa e chega para deixar sua marca. O nariz é estupendo, de grande intensidade mostrando fruta cítrica que se confirma na boca. É muito balanceado, fresco, seco na dose certa um vinho jovial e irreverente. Gostei muito e o preço deverá estar entre R$65,00 a 70,00. (aguardem o sorteio!)
  • Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2006 – sua versão 2005 foi o terceiroo colocado no TOP 100 da Wine Spectator no ano passado (primeiro vinho português a chegar nos TOP 10) e um vinho que dispensa apresentações. É meio que chover no molhado, mas talvez seja a melhor relação Qualidade x Preço x Satisfação disponível no mercado e não só de vinhos portugueses. È um grande vinho! Este 2006 só vem nos confirmar que nasceu para ser grande, è daqueles vinhos que sabemos que dará guarda pelos próximos 10 anos, mas já está pronto a tomar, sem qualquer agressividade, mostrando uma incrível elegância, riqueza de sabores e harmonia ímpar. Sedutor, com uma entrada de boca impactante e um final longo e macio, absolutamente divino! (de R$150 a 170).

         Pintas Character 2005Vinci – mais um grande vinho do Douro, com muito caráter e de grande impacto. Aromas sedutores, firme, novo, muito rico e complexo nos sabores, robusto, porém de taninos finos e macios mostrando uma elegância latente que virá à tona com decantação ou mais três anos em garrafa quando deve liberar todo o seu potencial. Para quem poder comprar e guardar, certamente lhe será guardado o privilégio de sorver um verdadeiro néctar. Corte em partes iguais de tinta roriz/touriga nacional e tinta barroca. (aprox. R$280).

         Quinta das Tecedeiras Reserva tinto 2005 – agora na Winebrands – mais um grande vinho da região e de Portugal, corte tradicional com diversas castas do Douro advindo de um vinhedo de cerca de 80 anos e limitada produção. Cor rubi bonita que convida à boca, ainda firme, taninos aveludados presentes, equilibrado, complexo, algo austero, potente, final muito saboroso de grande persistência com nuances de pimenta e especiarias. Mais um que faz parte da elite. ($150 a 160)

        

         Interessante observar que os vinhos portugueses em sua maioria, são vinhos para serem tomados após pelo menos três anos de vida, sendo que estes vinhos de exceção que fazem parte da elite da produção regional do Douro, são vinhos de guarda que realmente se mostram em todo o seu esplendor após o quinto ano de vida. Minha experiência com estes vinhos tem demonstrado que a decantação é quase sempre necessária. Já diz o ditado que “o apressado come cru” o que, neste caso, é absolutamente correto e se aplica integralmente. Dê tempo aos vinhos, compre safras mais antigas, guarde se for possível ou decante por pelo menos uma hora. Você verá, ou sentirá, emoções outras que mostrarão uma enorme complexidade e riqueza de sabores com uma personalidade muito típica da região decorrentes de um terroir muito especial e cepas autóctones de grande capacidade de assemblage resultando em vinhos de real grande qualidade que somente nos últimos anos o mundo vem descobrindo.

          A Wine Spectator já o ano passado publicou matéria dizendo que Portugal é a bola da vez e disso não me resta qualquer duvida. Aliás, não é de agora! As pessoas só precisam deixar os preconceitos de lado e entrar nessa rota de descobertas incríveis. Dos vinhos mais baratos, saborosos e de bom preço para o dia-a-dia, até grandes néctares, Portugal tem uma enorme diversidade de regiões, cepas, estilos e terroirs que valem a pena ser conhecidos, sendo o Douro um bom ponto de partida para essa viagem.

         Assim que der falo dos Vinhos do Porto, experiência intensa e única com alguns dos grande néctares da região. Salute e não deixe de provar, preferencialmente tomar, alguns destes grandes vinhos.