16 de junho de 2017
por João Filipe Clemente
Recentemente fui convidado para provar os espumantes da Tosti que, não sabia, não atua só em Veneto com Proseccos, mas também no Piemonte. Tosti Prosecco, um dos primeiros a chegar ao Brasil nos idos de 1993, já andou na mão de alguns importadores até chegar, para minha satisfação, na Galeria de Vinhos, gente com quem mantenho uma boa parceira já faz alguns anos. Normalmente vemos espumantes como meras borbulhas de celebração, porém dependendo de seu nível de doçura, podem e dão harmonizações muito interessantes podendo ser fiéis escudeiros a diversos pratos.
A Tosti produz hoje algo ao redor de 14 milhões de garrafas ano das quais 40% são direcionadas ao mercado Norte Americano seguido de Inglaterra, Alemanha, Bélgica, etc. porém o Brasil começa a reagir, novos rótulos vêm chegando e provamos alguns nesse gostoso almoço na presença dos importadores, Giovanni Bosca (presidente da Tosti) e alguns amigos do setor. Eles produzem também vinhos tranquilos no Piemonte, mas desses ainda não há no Brasil, questão de tempo acredito eu. Apresentações feitas, deixa eu agora falar resumidamente o que achei dessa prova junto com os
excelentes pratos de peixe do restaurante Amadeus, show de comida por sinal!
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Começamos provando um lançamento que está por chegar ao Brasil, o I Like Prosecco Brut, num estilo moderno, muito fresco com sensações de maçã verde na boca, excelente perlage que “picava” o céu da boca e persistiu por muito tempo na taça. Um estilo mais festivo, leve em que o Brut não me pareceu tão seco quanto esperava. Não vi a ficha técnica, ainda muito recente na linha, porém tendo a acreditar que o residual de açucar esteja bem próximo do limite para esta categoria que determina o máximo
de 12grs com tolerância de 3grs/litro. Acompanhou muito bem uns pasteizinhos de camarão, ostras frescas e iscas de peixe. Ainda sem preço no mercado.
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O Tosti Prosecco DOC Extra-dry, por outro lado, parece ser bem mais seco apesar de suas 16grs de açucar residual dentro das normas que estipulam o máximo de 17grs/litro. Um prosecco de fina estirpe, com mais corpo, ótima perlage, aromas delicados, cítrico, com boa densidade de boca que o habilita a enfrentar pratos mais estruturados tendo escoltado muito bem a Muqueca que veio á mesa. Gosto bastante e o preço final anda na casa dos 85 a 95 Reais em Sampa está em linha com o que entrega.
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Tosti Pink Moscato, gostei! Elaborado com 85% de Moscato e 15% de de Groppello uma uva tinta autóctone da região, muito boa acidez que se contrapôs bem ao alto residual de açucar. Veio para
acompanhar um trio de sobremesa e se deu muito bem. Há muita gente que torce o nariz para os espumantes Moscatel e até concordo que há muita coisa doce demais no mercado, até enjoativa, porém os bem balanceados com a acidez correta como este e baixo teor alcoólico (7,5%) são ótima companhia para sobremesas também ácidas e não muito doces. Vão bem com tortas de frutas, salada de frutas com sorvete, bolos de casamento, frutos do bosque flambados e outras criações interessantes como este trio elaborado pelo Amadeus do qual, lamentavelmente, esqueci de tomar notas dos detalhes. Uma grata surpresa na casa dos 65 a 75 Reais que me agradou bastante.
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Para quem queira entender um pouco melhor as normas que regem os diferentes estilos de espumantes Ttipos e níveis de doçura) clique aqui, porém de forma sintetizada o gráfico abaixo dá uma boa idéia disso. Saúde, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui e por aí nas estradas de nossa vinosfera.